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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Luiz Afonso Simoens da Silva: Do homem medieval ao liberal: ciclos e crises do liberalismo – tendências autoritárias recentes (Revista de Economia Política)

 No dia de Natal de 2023 li o instigante artigo do amigo intelectual Luiz Afonso Simoens da Silva na Revista de Economia Política: 

Do homem medieval ao liberal: ciclos e crises do liberalismo – tendências autoritárias recentes

Efetuei alguns comentários no site da revista, abaixo trabscritos, e enviei esta mensagem ao autor:

 Caro Simoens,

A despeito do Natal, li todo o seu texto e apreciei a riqueza de sua atenta leitura de grandes autores.
Minhas observações são reproduzidas abaixo, no comentário que efetuei no site da revista.
Mas quero cumprimentá-lo pela enorme diversidade de leituras e reflexões que vc fez. Não sei se o mundo continuará sendo dominado por esse punhado de interpretes ocidentais, já que suas sociedades estao enfrentando crises temporárias. 

“Sintese de grande qualidade sobre a evolução do pensamento ocidental a propósito das transformações sucessivas das sociedades ocidentais, sob o impacto de guerras e mudanças econômicas. Questiona-se se esse pensamento multiplo é capaz de abranger toda a complexidade do real e se as interpretações oferecidas fazem o mesmo. Os conceitos empregados — capitalismo, liberalismo, neoliberalismo — não são mais do que conceitos, ou seja, não podem e não conseguem aprisionar toda a realidade complexa da vida e das situações. Por exemplo: concentração de renda pode ser um traço da atualidade das sociedades OCIDENTAIS, mas a riqueza tem sido produzida e circulado em sociedades não ocidentais. Só pensadores o ocidentais são capazes de interpretar o mundo?”

O grande abraço do
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Paulo Roberto de Almeida”

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Do homem medieval ao liberal: ciclos e crises do liberalismo – tendências autoritárias recentes

O artigo foi apresentado para a Revista de Economia Política em maio de 2022, aprovado em janeiro de 2023 e agora publicado no vol. 44, nº 1, pp. 103-124, janeiro-março/2024. Veja o link: https://www.scielo.br/j/rep/i/2024.v44n1/

Muitos pensadores têm se debruçado sobre o atual quadro de desarranjos e tendências autoritárias que se manifestam ao redor do mundo. O que estaria na origem desses eventos que apontam para uma inflexão na ordem política que se mantinha nas economias avançadas desde o final da 2ª. Guerra Mundial? Perda de substância das democracias ocidentais? Valores tradicionais postos em xeque, que assustam o pensamento conservador? Certamente há muito disso. Mas, porque países vistos como democracias consolidadas estão se posicionando na extrema direita do espectro político?

O estudo parte da pergunta “a História se repete?” e descreve eventuais coincidências econômicas, que podem ter gerado ciclos de regulação/desregulação entre as décadas iniciais dos séculos XX e XXI. Considerando o desastre civilizacional que ocorreu na primeira metade do século XX, se essas coincidências continuarem a ocorrer, o futuro próximo não será nada fácil.

As seções a seguir abordam o nascimento do liberalismo clássico, a posterior ascensão do neoliberalismo, o neoliberalismo na contemporaneidade e especulações acerca de um eventual pós-capitalismo ou pós-neoliberalismo.

Em síntese, possíveis respostas aos questionamentos iniciais podem passar por três vetores: a existência de ciclos de regulação/desregulação, que se manifestam na esteira das mudanças no estado de espírito dos povos; a prevalência de um neoliberalismo que alimenta consumismo fútil e favorece a paranoia de segurança interna e externa; e o enfraquecimento do trabalho ante o capital. Estes três eixos de análise não esgotam a questão, mas respondem por boa parte do desconforto das populações do mundo atual, porque apontam para a concentração da renda e da riqueza e para tendências autoritárias. Medo e descrença nas instituições públicas costumam ser maus conselheiros.

Ler a íntegra deste artigo neste link: https://reflexoesinquietas.com.br/wp-content/uploads/2023/12/06_REP-v44-n-1.pdf


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