Em janeiro de 2023, quase um ano atrás, ao formular meus votos de sucesso ao novo governo que se iniciava, depois de quatro anos deprimentes, e não só na politica externa, eu escrevi, neste mesmo quilombo de resistência intelectual que é o Diplomatizzando, estas palavras, especificamente dedicadas à política externa e à diplomacia de Lula 3:
“Serei especialmente crítico em relação a uma política externa feita de muitos equívocos conceituais (como a velha e anacrônica visão “classista” da divisão do mundo) e de sua primeira diplomacia partidária, com vergonhosos apoios a execráveis ditaduras supostamente de esquerda (e algumas de direita também).
Sou, em particular, um opositor talvez isolado e de primeira hora do BRIC-BRICS, que considero um grande erro estratégico da diplomacia lulopetista, por nos unir, sem qualquer convergência sólida de objetivos compartilhados, a duas grandes autocracias e a duas outras democracias de baixíssima qualidade (como é a nossa aliás), apenas pela ilusão de que se trataria da construção de uma ordem mundial alternativa à velha dominação de antigas potências colonialistas ou do novo hegemonismo americano, o que é um programa meramente oposicionista, sem qualquer conexão com propostas visando a melhoria da qualidade de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social, ou com a elevação dos padrões de governança democrática e de defesa dos direitos humanos e das liberdades individuais.”
Continuo mantendo o mesmo ceticismo sadio em relação à diplomacia partidária do PT, de Lula especialmente, assim como a esperança de que a sociedade, senão o corpo profissional do Itamaraty, possa corrigir os aspectos mais nefastos dessa política externa para o Brasil e sua sociedade.
Os interessados em ler a íntegra de meus votos a Lula 3 em janeiro de 2023, podem acessar este link deste meu blog:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2023/12/o-que-eu-tramava-para-lula-ao-inicio-de.html?m=1
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 28/12/2023
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