Mal comparando a Argentina atual com a Alemanha saída da IIGM
Paulo Roberto de Almeida
Em seu pronunciamento à nação argentina de 20/12/2023, Milei expôs apenas fatos: o país decaiu terrivelmente e enfrenta agora dificuldades quase insuperáveis.
Ele propõe um duro caminho de recuperação baseado na recusa do intervencionismo estatal extenso e intenso do passado.
Milei conseguirá? Tenho sérias dúvidas…
A Alemanha em 1949 tinha atrás de si um país destruído pela guerra e ocupado militarmente por potências estrangeiras. Os alemães aceitaram os fatos e seguiram em frente no caminho do trabalho, orientados por uma doutrina de ordo-liberalismo.
Os argentinos talvez não tenham experimentado todos os horrores de um país destruído pelo coletivismo e pela ditadura ou ocupação estrangeira. Sua disposição para as reformas e o abandono das pequenas conveniências do “empurre a crise com a barriga” talvez ainda não tenham chegado ao “ponto ótimo da crise”.
Será muito difícil a Milei vencer a “casta” de interesses predatórios consolidados ou o corporatismo da república sindical construída ao longo de muitas décadas.
Em todo caso, desejo-lhe muita sorte no empreendimento. A despeito de ser um pouco louco, ele está certo no diagnóstico geral. O problema está na mistura do bolo.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21/12/2023
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