Alternâncias e conformismo na diplomacia brasileira
Paulo Roberto de Almeida
Em democracias vibrantes, com alternância de poder, a política externa pode ter tonalidades diferentes entre um governo e outro.
Diplomacias assertivas podem assegurar certa continuidade das políticas, desde que baseadas numa concepção coerente dos interesses nacionais com certa fidelidade doutrinal a princípios e valores consensuais na sociedade.
Mas a diplomacia pode também ser conformista, ao aceitar qualquer nova orientação sem o necessário estudo e uma adequada fundamentação naqueles princípios e valores e no consenso com respeito aos interesses nacionais pensados pelo corpo diplomático permanente. Submissão disciplinada não é exatamente a postura de um corpo diplomático orgulhoso de sua identidade com a validação democrática de novas orientações em política externa.
Não creio que hierarquia e disciplina possam ser principios válidos para o exercício responsável de uma diplomacia assertiva.
Paulo Roberto Almeida
Brasília, 20/12/2025
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