Minha visão do 8/01/2023, o dia da infâmia
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, professor
(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)
Considerações sobre a pretensa tentativa de golpe de Estado, na verdade, simples assalto desorganizado ao poder, sem resultados práticos.
Em novembro e dezembro, inclusive no Natal, visitei diversas vezes o famoso acampamento dos bolsonaristas em frente ao Forte Apache de Brasília. Chocou-me a agressividade dos participantes contra o resultado das eleições e a próxima posse de Lula e contra as próprias FFAA.
Surpreendeu-me, em janeiro de 2023, que o acampamento — muito bem-organizado e bem abastecido — não tivesse sido desmobilizado pelos próprios militares (sabia-se da presença de familiares), pois que novos comandantes já estavam designados desde dezembro. Imaginei que o seria rapidamente.
Ainda passei no acampamento no princípio de janeiro, parcialmente esvaziado, mas também vi ônibus de luxo com placas do RS nas imediações. Imaginava que algo se passaria em algum momento, mas a tensão cresceu visivelmente naqueles dias.
A frase do gen. Dias, já demissionário, de que ocorreu um “apagão da inteligência”, é totalmente INACEITÁVEL, pois que sinais precursores de violência já tinham ocorrido em dezembro (caminhão-bomba desativado, ônibus queimados). Houve, sim, conivência de militares e de funcionários da era bolsonarista com os terroristas infiltrados no meio de centenas de beócios e idiotas trogloditas que faziam massa de manobra para as milícias de novos bárbaros. Tudo isso será esclarecido no devido tempo.
Meu resumo: em 8/01 não ocorreu um golpe de Estado, pois para isso precisaria haver direção politica para se substituir aos poderes constituídos, não o simples assalto a seus fundamentos materiais. Bozo e Heleno, os “chefes” da tentativa, são covardes e ineptos. Eles pagarão…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4367: 21 abril 2023, 1 p.