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domingo, 30 de abril de 2023

Uma visão pessoal sobre a China e o Brasil no contexto global - Paulo Roberto de Almeida (2019)

Transcrevo, abaixo, trecho inicial e final de um pequeno texto sobre a minha visão da China, tal como me foi solicitada por um estudioso chinês do Brasil. Como nunca tinha sido publicado, coloco-o à disposição dos interessados, apenas como um testemunho subjetivo em torno das relações Brasil-China, segundo minha opinião não qualificada. O texto integral está disponível em Academia.edu.

Paulo Roberto de Almeida


Uma visão pessoal sobre a China e o Brasil no contexto global

  

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivo: reflexão impressionista sobre a China; finalidade: informação geral] 

 

1. Como vim a “descobrir” a China, em minha primeira adolescência?

Meu interesse pela China é praticamente simultâneo ao meu despertar adolescente sobre as grandes questões das relações internacionais, e vem acompanhando minhas leituras e reflexões praticamente desde meados dos anos 1960, quando comecei a formular algumas ideias mais sistemáticas sobre o Brasil e sua posição na economia e na política mundiais. O interesse pelas questões internacionais e sua relação com o desenvolvimento brasileiro foi pela primeira vez suscitado por uma palestra realizada pouco depois da crise dos mísseis soviéticos em Cuba no estabelecimento de ensino no qual eu então – adolescente entre 13 e 14 anos – frequentava o ciclo secundário do “ginasial”, quatro anos de estudos entre os 12 e os 15 anos, previamente aos antigos estudos de “colegial”, segunda etapa do secundário e preparatório para estudos universitários. 

(...) 

Infelizmente, vivemos uma nova era de incerteza global, diretamente fabricada, de modo totalmente artificial, por um dirigente irresponsável, que dissemina pontos de fricção em todos os terrenos imagináveis das relações internacionais: comércio, investimentos, tecnologia, segurança estratégica, meio ambiente, cultura e direitos humanos, numa postura arrogantemente nacionalista e estreitamente egoísta, criando ele mesmo problemas para o seu país e para parceiros e supostos adversários ,e transferindo para outros a responsabilidade de resolver esses problemas criados por uma administração errática e imprevisível. Em face dessas incertezas, a China, que sempre exerceu um papel positivo no desenvolvimento econômico e material, na promoção do progresso científico, em prol do bem-estar de sua própria população, e também no de outros povos – em parte em virtude de uma diáspora praticamente universal, alcançando desde longo tempo outros povos em outros continentes –, deve continuar exercendo grande responsabilidade no manejo de suas relações regionais e internacionais, sem jamais provocar ela mesma focos de tensão ou de dissenso na busca de soluções consensuais em benefício da paz, da segurança e da prosperidade universais. Este é o papel que se espera da China nas próximas décadas e ao longo deste século, no qual ela terá, provavelmente, uma preeminência como nunca teve no decorrer de sua história passada.

Esta é a percepção de um modesto estudioso das relações internacionais, de um débil conhecedor da China e de seu povo, de um pensador insurreto na defesa da democracia e dos direitos humanos, duas áreas nas quais a China ainda tem grandes progressos a fazer ao longo das próximas décadas. Uma percepção que espero ser confirmada em um futuro não muito distante. 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 26 de junho de 2019. 

Inserido na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/101022310/3481_Uma_visão_pessoal_sobre_a_China_e_o_Brasil_no_contexto_global_2019_).


sexta-feira, 21 de abril de 2023

Minha visão do 8/01/2023, o dia da infâmia - Paulo Roberto de Almeida

 Minha visão do 8/01/2023, o dia da infâmia 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Considerações sobre a pretensa tentativa de golpe de Estado, na verdade, simples assalto desorganizado ao poder, sem resultados práticos.

  

Em novembro e dezembro, inclusive no Natal, visitei diversas vezes o famoso acampamento dos bolsonaristas em frente ao Forte Apache de Brasília. Chocou-me a agressividade dos participantes contra o resultado das eleições e a próxima posse de Lula e contra as próprias FFAA.

Surpreendeu-me, em janeiro de 2023, que o acampamento — muito bem-organizado e bem abastecido — não tivesse sido desmobilizado pelos próprios militares (sabia-se da presença de familiares), pois que novos comandantes já estavam designados desde dezembro. Imaginei que o seria rapidamente.

Ainda passei no acampamento no princípio de janeiro, parcialmente esvaziado, mas também vi ônibus de luxo com placas do RS nas imediações. Imaginava que algo se passaria em algum momento, mas a tensão cresceu visivelmente naqueles dias.

A frase do gen. Dias, já demissionário, de que ocorreu um “apagão da inteligência”, é totalmente INACEITÁVEL, pois que sinais precursores de violência já tinham ocorrido em dezembro (caminhão-bomba desativado, ônibus queimados). Houve, sim, conivência de militares e de funcionários da era bolsonarista com os terroristas infiltrados no meio de centenas de beócios e idiotas trogloditas que faziam massa de manobra para as milícias de novos bárbaros. Tudo isso será esclarecido no devido tempo. 

Meu resumo: em 8/01 não ocorreu um golpe de Estado, pois para isso precisaria haver direção politica para se substituir aos poderes constituídos, não o simples assalto a seus fundamentos materiais. Bozo e Heleno, os “chefes” da tentativa, são covardes e ineptos. Eles pagarão…

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4367: 21 abril 2023, 1 p.