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sexta-feira, 21 de abril de 2023

Minha visão do 8/01/2023, o dia da infâmia - Paulo Roberto de Almeida

 Minha visão do 8/01/2023, o dia da infâmia 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Considerações sobre a pretensa tentativa de golpe de Estado, na verdade, simples assalto desorganizado ao poder, sem resultados práticos.

  

Em novembro e dezembro, inclusive no Natal, visitei diversas vezes o famoso acampamento dos bolsonaristas em frente ao Forte Apache de Brasília. Chocou-me a agressividade dos participantes contra o resultado das eleições e a próxima posse de Lula e contra as próprias FFAA.

Surpreendeu-me, em janeiro de 2023, que o acampamento — muito bem-organizado e bem abastecido — não tivesse sido desmobilizado pelos próprios militares (sabia-se da presença de familiares), pois que novos comandantes já estavam designados desde dezembro. Imaginei que o seria rapidamente.

Ainda passei no acampamento no princípio de janeiro, parcialmente esvaziado, mas também vi ônibus de luxo com placas do RS nas imediações. Imaginava que algo se passaria em algum momento, mas a tensão cresceu visivelmente naqueles dias.

A frase do gen. Dias, já demissionário, de que ocorreu um “apagão da inteligência”, é totalmente INACEITÁVEL, pois que sinais precursores de violência já tinham ocorrido em dezembro (caminhão-bomba desativado, ônibus queimados). Houve, sim, conivência de militares e de funcionários da era bolsonarista com os terroristas infiltrados no meio de centenas de beócios e idiotas trogloditas que faziam massa de manobra para as milícias de novos bárbaros. Tudo isso será esclarecido no devido tempo. 

Meu resumo: em 8/01 não ocorreu um golpe de Estado, pois para isso precisaria haver direção politica para se substituir aos poderes constituídos, não o simples assalto a seus fundamentos materiais. Bozo e Heleno, os “chefes” da tentativa, são covardes e ineptos. Eles pagarão…

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4367: 21 abril 2023, 1 p.


 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A síntese explicativa do nosso Dia da Infâmia - Estevão Chaves de Rezende Martins

 Transcrevendo, com todos os cumprimentos cabíveis;

8 de janeiro de 2023

Estevão Martins

Abateu-se sobre Brasília a pior das vergonhas, numa escalada do enxovalho e da ignomínia! Aconteceu o que já se sabia ser um risco real: uma horda descontrolada espalhou-se pela Praça dos Três Poderes, cometendo crimes em cascata, profanando de fato as sedes dos poderes da República, poderes que o governo, enfim cessado em 31.12.2022, ultrajava diuturnamente pela palavra, pela incitação ao estupro das instituições. Já faltam palavras para dar voz à indignação, à repulsa pelos lenientes no governo do Distrito Federal, à cumplicidade venal dos políticos que colocam panos quentes e fazem ouvidos moucos ao rosnar das bestas-feras que se travestem de patriotas e conspurcam a bandeira nacional, enxovalhando a dignidade do povo brasileiro. Acobertam com o manto da cumplicidade dolosa o golpismo barato dos que se acham imunes, aparentemente seguros de que nada lhes acontecerá, que se desfarão no ar, sem ser identificados, sem ser indicados, sem ser julgados sem ser punidos. 

Será que se invadissem sua casa e a destruíssem sob o pretexto de que você não agrada à turbamulta descontrolada, você não se sentiria tomado por uma apoplexia de indignação e de revolta? Pois é: invadiram as casas de todos nós, ferindo profundamente a democracia, a moral e o cidadão comum, como você ou eu. A democracia sangra, a moral foi esbofeteada, o cidadão tornado refém numa terra de ninguém, em que a lei do mais forte parece ter tido um surto ainda mais perigoso, sob o olhar leniente de certas autoridades como o Governo do Distrito Federal, a Procuradoria Geral da República e tantos mais.

Precisamos de uma ação judicial de massa, em que os perpetradores, seus mentores, seus financiadores, seus manipuladores, seus acobertadores, seus cúmplices sejam processados com rigor e, com a culpa formada, exemplarmente punidos, inclusive sob o rigor extraordinário aplicável a atos terroristas. Tomara que sejamos capazes de praticar aqui a disciplina policial e judicial que foi aplicada nos Estados Unidos na apuração das responsabilidades pelos crimes do dia 6 de janeiro de 2021.”