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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 22 de março de 2019

Academia Brasileira de Letras: Joaquim Nabuco


ABL dá início a suas atividades culturais de 2019 com o ciclo de conferências ‘Presenças Fundamentais’

A Academia Brasileira de Letras abriu, no dia 21 de março, quinta-feira, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro), com o tema “Presenças Fundamentais”, a temporada 2019 de seus ciclos de conferências, sob coordenação-geral da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado, Primeira-Secretária da ABL.
A palestra de abertura, intitulada O lugar de Machado de Assis na literatura brasileira, coordenada pelo Acadêmico Marco Lucchesi, Presidente da ABL, teve como conferencista o Acadêmico Domício Proença Filho. Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, Machado de Assis foi o fundador da cadeira nº. 23 e ocupou por mais de dez anos a Presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
O ciclo terá mais duas conferências, sempre às quintas-feiras, no mesmo local e horário: Nabuco: uma visão do passado brasileiro, tendo como palestrante o Acadêmico Evaldo Cabral de Mello; e Rui Barbosa, 170 anos, dimensão da atualidade do seu percurso, com o Acadêmico Celso Lafer.
Foram fornecidos certificados de frequência.
A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2019.

OS CONFERENCISTAS

Domício Proença Filho é Professor Emérito e Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense, aposentado; Doutor e Livre-Docente em Letras; Doutor Honoris Causa pela Universidade Clermont Auvergne, da França.
Lecionou Literatura Brasileira, Teoria Literária e Língua Portuguesa em diversos outros estabelecimentos de ensino superior e médio, entre eles, a UFRJ e a PUC o Rio de Janeiro. Como Professor Titular Convidado (Gastprofessor), ministrou cursos na Universidade de Colônia e na Escola Técnica de Altos Estudos de Aachen.
Coordenou, a convite da Missão Permanente do Brasil na ONU, o Primeiro Encontro das Academias de Letras dos países da CPLP, realizado na sede da Organização, em Nova Iorque, em 2018. Participou, como conferencista e debatedor, deste encontro e de seminários e cursos promovidos por instituições de ensino superior e centros de estudos em Lisboa, Coimbra, Porto, Colônia, Tübingen, Munique, Roma, Bolonha, Pádua, Madri, Salamanca, Paris, Clermont Ferrand, Belgrado, Novi Saád, Nova Iorque e Minnesota.
É também crítico, ensaísta, poeta, ficcionista, roteirista e autor de projetos culturais.
Publicou, até o momento, 68 livros, entre eles:
Ensaios críticos: Estilos de época na literatura, a linguagem literária, Leitura do texto, leitura do mundo (Prêmio Astrogildo Pereira de crítica, da União Brasileira dos Escritores–RJ, 2016); verbetes e monografias das áreas de Teoria Literária e de Literatura Brasileira da Enciclopédia Século XX, de que foi diretor de texto; cinco capítulos da História da Literatura Brasileira (Lisboa, 1999), dirigida por Sílvio Castro);
Poesia: Oratório dos Inconfidentes; Dionísio esfacelado-Quilombo dos Palmares, (Prêmio de poesia, da União Brasileira dos Escritores-RJ 2017), O risco do jogo, este com edição espanhola na coleção Piel de Sal, da Editora Celesta, que reúne obras de Valéry, Cummings, John Donne, Quevedo, Eliot, Mallarmé e Fernando Pessoa;
Ficção: Estórias da mitologia-o cotidiano dos deuses, uma extravagância ficcional, Capitu-memórias póstumas, romance com edições em italiano e francês, e Breves estórias de Vera Cruz das Almas, mini narrativas, (Primeiro lugar no concurso de contos da Fundação Cultural de Brasília, 1991);
Língua portuguesa: Por dentro das palavras da nossa língua portuguesa, Nova ortografia da língua portuguesa-guia prático Muitas línguas, uma língua: a trajetória do português brasileiro;
Roteiros e séries radiofônicas: “Nos caminhos da comunicação”, cem programas sobre língua portuguesa, e “Os romances de Érico Veríssimo”, cinco programas. Ambas foram transmitidas pela Rádio MEC. Idealizou, com Maria Eugênia Stein, o filme “Português, a língua do Brasil”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, do qual foi também responsável pela orientação de conteúdos.
Oratório dos Inconfidentes e o romance Capitu-memórias póstumas vêm sendo objeto de teses universitárias e vários de seus poemas integram antologias publicadas no Brasil e no exterior.
Foi agraciado com a Medalha Tiradentes, do Estado do Rio de Janeiro; com a Medalha Pedro Ernesto, da Cidade do Rio de Janeiro; com a Medalha do Mérito Tamandaré, da Marinha do Brasil; com a Medalha do Mérito Naval; com o título de Cidadão de Minas Gerais.
Recebeu, entre outros, além dos citados, os seguintes prêmios: Personalidade Cultural do Ano, da Associação Paulista de Críticos de Arte -1982; Personalidade Cultural do Ano, da Associação Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro – 1992; Prêmio Raça Negra, pelo conjunto da obra, concedido pela Afrobras; Personalidade Educacional do ano – 2011 e 2012, concedido pela Associação Brasileira de Imprensa e o jornal Folha Dirigida; Prêmio São Sebastião de Cultura-Ação Cultural, 2014, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Além da Academia Brasileira de Letras, é membro, entre outras instituições, da Academia Brasileira de Filologia, da Academia Carioca de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, do Real Gabinete Português de Leitura e do PEN Clube do Brasil.
Evaldo Cabral de Mello nasceu no Recife em 1936 e atualmente mora no Rio de Janeiro. Estudou Filosofia da História em Madri e Londres. Em 1960, ingressou no Instituto Rio Branco e dois anos depois iniciou a carreira diplomática. Serviu nas embaixadas do Brasil em Washington, Madri, Paris, Lima e Barbados, e também nas missões do Brasil em Nova York e Genebra, e nos consulados gerais do Brasil em Lisboa e Marselha.
Um dos mais destacados historiadores brasileiros, Evaldo Cabral de Mello é especialista em História regional e no período de domínio holandês em Pernambuco no século XVII, assunto sobre o qual escreveu muitos de seus livros, como Olinda restaurada (1975), sua primeira obra, Rubro veio (1986), sobre o imaginário da guerra entre Portugal e Holanda, e O negócio do Brasil (1998), sobre os aspectos econômicos e diplomáticos do conflito entre portugueses e holandeses. É organizador do volume Essencial Joaquim Nabuco, da Penguin-Companhia das Letras.
Celso Lafer, quinto ocupante da Cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 2006, é professor Emérito da Universidade de São Paulo, do seu Instituto de Relações Internacionais e de sua Faculdade de Direito, na qual estudou e da qual foi titular, tendo lecionado Direito Internacional e Filosofia do Direito, de 1971 até a sua aposentadoria, em 2011.
Obteve o seu PhD em Ciência Política na Universidade de Cornell (EUA), em 1970; a livre-docência em Direito Internacional Público na Faculdade de Direito da USP, em 1977, e a titularidade em Filosofia do Direito, em 1988. De 2007 a 2015, presidiu a FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. 
Foi Ministro de Estado das Relações Exteriores em 1992 e, em 2001-2002. Em 1999, foi Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. De 1995 a 1998, foi Embaixador, Chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio em Genebra. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (2004) e membro efetivo da Academia Paulista de Letras, eleito em 2014.
Suas publicações mais recentes incluem: Norberto Bobbio – Trajetória e obra – 1ª edição, São Paulo, Perspectiva (2013); Lasar Segall: múltiplos olhares – São Paulo, Imprensa Oficial do Estado (2015); A reconstrução dos direitos humanos (Um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt) – São Paulo: Companhia das Letras, 1988. Idem em espanhol, México: Fondo de Cultura Económica, 1994. Última reedição, São Paulo: Cia. das Letras, 2015; Um percurso no Direito no século XXI. Vol. 1 – Direitos Humanos, Vol. 2 – Direito Internacional, Vol. 3 – Filosofia e Teoria Geral do Direito. São Paulo: Atlas, Grupo Gen, 2015Hannah Arendt: Pensamento, Persuasão e Poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018. 3.a ed. revista e ampliada, 2018; Relações Internacionais, Política Externa e Diplomacia Brasileira – Pensamento e Ação. 2 volumes. Brasilia: Fundação Alexandre de Gusmão, 2018.
28/02/2019 

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Pedro Dutra: premio da Academia Brasileira de Letras pela biografia de San Tiago Dantas (2015)

Transcrevo do blog do advogado do advogado Pedro Dutra, com data de 2/10/2015:

Agradecimento na recepção do prêmio Senador José Ermírio de Moraes




Excelentíssimo Senhor Presidente da Academia Brasileira de Letras, Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Comissão do Prêmio Senador José Ermírio de Moraes – Acadêmico Marcos Vilaça.

Excelentíssimo Senhor Relator da Comissão do Prêmio Senador José Ermírio de Moraes – Acadêmico Alberto Venâncio Filho.

Excelentíssimas Senhoras Acadêmicas.

Excelentíssimos Senhores Acadêmicos.

Excelentíssimo Senhor Professor José Pastore, digno representante do Instituto Votorantim.

Senhoras e Senhores.

O prêmio Senador José Ermírio de Moraes, que essa Academia vem de outorgar àA Razão Vencida, é uma generosa retribuição ao esforço de seu Autor.

Mas este prêmio tem um outro – e maior – destinatário: Francisco Clementino de San Tiago Dantas.

1.0. Cumprindo mandato de deputado federal, no início de 1964 San Tiago tentou unir, em uma frente parlamentar, as forças políticas de sustentação do presidente da república, João Goulart. Estava San Tiago advertido de que a extremação ideológica em curso, aprofundando o dissídio entre as correntes de direita e de esquerda, iria ter o seu desfecho, como veio a ter, na ruptura da ordem democrática.

Então, a doença já o visitara, e ele sabia contados os seus dias, assim como vencidos estavam os seus dias no poder, breves, mas superiormente exercidos, em meio a maior crise política vivida na frágil república de 1946.

Por essa altura, San Tiago buscou a Academia, onde contava com inúmeros amigos de mocidade, entre eles, Alceu Amoroso Lima e Afonso Arinos; e, ainda hoje, conta nessa Casa com seus jovens amigos, o crítico literário Eduardo Portella e o advogado Alberto Venâncio Filho.

San Tiago formalizou a sua postulação e cumpriu os procedimentos de praxe. Mas a eleição realizou-se a dois de abril de 1964, já vitorioso o golpe militar e deposto o governo João Goulart.

E o nome de San Tiago não alcançou a maioria necessária à sua admissão a essa Casa. Meses depois, a 6 de setembro, morria, aos 53 anos incompletos.

2.0. Não foi a Academia Brasileira de Letras a única Casa a lhe recusar ingresso. Em junho de 1962, os seus pares na Câmara de Deputados lhe haviam negado a chefia do gabinete, no curto interregno parlamentar então aberto na vida política nacional.

O regime parlamentar surdira de um golpe: os militares, estimulados por radicais da UDN, negavam posse ao vice-presidente João Goulart, alegando a sua simpatia e leniência às forças de esquerda, em sequência à renúncia de Jânio Quadros.

Ao aceitar a implantação do regime parlamentarista em troca de sua posse na presidência da república, Jango começou a trabalhar contra a sobrevivência desse regime. E nesse ofício contou com apoio de candidatos que já abertamente postulavam a sua sucessão.

No turbilhão em que a vida política do país se transformou, San Tiago distinguia-se: era um homem de Estado.

3.0. Tinha ele a noção moderna da democracia renovada pelos valores apurados pela experiência dramática da Segunda Guerra.  E entre esses valores renovados, San Tiago reclamava fosse assegurada ao trabalho a mesma ordem de garantias jurídicas havia muito o nosso Direito já assegurava ao capital.

Essa reforma seria a nutriz de outras reformas estruturais, mas estas reformas não poderiam ser, como observou, “ocasionadas pela avulsão de certos valores, pela eclosão revolucionária”; ao contrário, elas deveriam ser, todas elas, debatidas com a sociedade e aprovadas pelo Congresso.

San Tiago mirava as reformas das principais instituições político-jurídicas do país, e estava ciente das palavras de Rui Barbosa, a quem votava justa admiração: a República “não é uma série de fórmulas, mas um conjunto de instituições, cuja realidade se afirma pela sua sinceridade no respeito às leis e na obediência à justiça”.

O homem de Estado era, e é, uma figura estranha à política nacional. Esta, mesmo quando contou com razoável número de parlamentares talentosos, o que certamente não é o caso hoje a ocorrer, não conseguiu afirmar linhas ideológicas, que reclamassem aos partidos a elaboração e a defesa de programas de governo consistentes, a serem oferecidos à consideração do eleitor.

Antes, a política nacional atrai, quando não o celebra, o político que opera distante de temas e de ideias, e sobretudo de procedimentos, que consultem os interesses maiores do Estado brasileiro.

Nesse contexto, em que a ação política é reduzida à destreza em manipular as cordas do governo e o Tesouro Nacional, não surpreende San Tiago ter sido visto como um adversário da cultura política nativa. E, assim, negar-lhe a investidura na chefia do gabinete afigurou-se um imperativo inafastável à maioria dos deputados, para ser evitado o risco de ele conduzir a nação ao regime parlamentar.

San Tiago estava ciente da desconfiança que o seu nome suscitava, ainda que publicamente exibisse a crença em sua aprovação. Defendeu a sua indicação, apresentando, em um dos mais notáveis discursos feitos ao plenário da Câmara dos Deputados, o seu programa de governo, cujo núcleo seria as reformas de estrutura do Estado brasileiro, muitas delas até hoje reclamadas.

A derrota sofrida na Câmara dos Deputados não o desencantou. Já muito doente, serviu ao país à frente do Ministério da Fazenda no primeiro semestre de 1963, buscando a um só tempo combater a inflação e reanimar a economia.

Mas não achou o apoio da classe política; o seu próprio partido, então liderado por Leonel Brizola, somou-se à oposição tradicional da UDN ao governo e promoveu uma agitação social sem precedentes, precipitando o país em uma crise cujo desfecho, dali a pouco, poria termo à ordem democrática.

4.0. Qual o legado desse fidalgo da inteligência, do mestre da sua geração, do advogado excepcional? Qual o legado desse raro homem de Estado, talhado para o exercício superior do poder, mas que acumulou sucessivas derrotas políticas? Qual o legado desse escritor extraordinário, de um estilo de uma severa simplicidade, onde não sobram adjetivos, não se acha o verbo mais exato e não se tem a síntese mais justa?

Não há uma resposta única e precisa, ao se lidar com uma personalidade tão rica e complexa, mas a sua obra pode nos indicar caminhos. Ela é uma obra de circunstância, produto da sua ação múltipla, de professor, de advogado, de jurista, de político, de ensaísta, atividades exercidas simultaneamente, incansavelmente, excelentemente.

A maior parte dessa obra notável está por publicar, e deve compor, como esperamos, os escritos já conhecidos. A esses trabalhos soma-se a sua correspondência, extraordinária pela sua riqueza documental, e é sem dúvida uma obra literária superior.

Nela surge o homem austero e grave, que amava a família e via nos sobrinhos os filhos que não pode ter, e era o companheiro fiel cujos amigos de mocidade com ele estiveram até a última hora.

5.0. O percurso ideológico de San Tiago é riquíssimo, e traz o selo da coerência e do desassombro, como mostram os seus escritos.

Defendeu suas ideias energicamente, publicamente. Foi capaz de rejeitar aquela que primeiro abraçou ao vê-la infiel aos propósitos que ele, como tantos outros, aspirou ver realizados.

Passou a defender uma ordem social democrática, onde o trabalho e o capital se alinhassem em um mesmo plano de direitos e deveres.

Um dos maiores advogados do país e um intelectual justamente respeitado, não hesitou em buscar infundir ao trabalhismo brasileiro – atrelado ao Estado e cevado por suas verbas – as ideias reformistas do trabalhismo britânico, que no poder transformara a vida social e econômica daquele país.

Ao ver de San Tiago, a política não é um conjunto de ações mecanicamente executadas. Ela deve desdobrar, congruentemente, ideias nascidas pela consulta à realidade e aos valores de cada país.

Em um de seus notáveis ensaios, San Tiago desenhou o seu perfil político, ao traçar o de Rui Barbosa: “todo o verdadeiro grande homem, observou, é um ideólogo: seus pensamentos, sua vida pública, vestiram certos imperativos da existência brasileira, deram forma e teoria a impulsos vitais, que se formaram na sociedade de seu tempo”.

Em uma de suas notas pessoais, San Tiago escreveu que sabia ter a inteligência de um grande homem, mas não era um grande homem, pois a sua inteligência ainda não encontrara um norte ao qual deveria concentrar-se.

San Tiago enganou-se, como tantas outras vezes ao falar de si próprio.

A sua luta política, de maior projeção, não durou mais de cinco anos; e, como a de nenhum outro grande politico brasileiro, à exceção de Rui Barbosa, levantou tanta incompreensão, tanta crítica, mesmo daqueles que o admiravam.

San Tiago estaria fora de seu lugar. Aquele homem refinadíssimo, tendo à sua disposição todos os favores materiais que o seu talento reunira, e era uma das máximas expressões da elite do país, assombrava a todos ao defender a causa trabalhista, em meio aqueles que a agitavam com um discurso populista, frenético e irresponsável.

Mas a sua determinação era inabalável. Ali ele deveria estar, pois, como a entendia, “o dever da inteligência é esclarecer”.

San Tiago era um homem só, na política brasileira. Porém ele já se preparara para essa caminhada.

Isso nos disse ainda em 1947 em seu ensaio sobre a obra maior de Cervantes. No cavaleiro manchego, em sua insânia, na entrega delirante a tarefas irrealizáveis, San Tiago viu “o dom de si mesmo”, isto é, o domínio integral sobre a própria existência, subtraindo o cavaleiro ao destino o seu comando.

Contudo, o heroísmo do Quixote é frustro, e ele só pode ser compreendido reversamente, não pelo seu “resultado imediato alcançado, mas pela repercussão do exemplo”. Esse exemplo, diz San Tiago, é o heroísmo qualificado, paradoxalmente, pelo aparente fracasso da empreitada: os atos malogrados do Quixote são recebidos “a crédito, para compensação das injustiças e agravos que ele não soube ver, nem reparar”, nas palavras do próprio San Tiago.

O dom de si mesmo restitui ao homem a sua liberdade suprema, que só a pureza da ação que não busca crédito pode dar, e, por isso, é capaz de frutificar em exemplos transcendentes; o “dom de si mesmo”, conclui San Tiago, “resolve o problema do destino, vence as hesitações que o temor do erro tanto nos infunde, e, fazendo-nos olhar para fora de nós, permite que, um dia, nos reencontremos”.

Estamos certos de que San Tiago reencontra-se a si mesmo nessa Casa, neste dia de hoje.

Muito obrigado.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um sociologo na Academia: os outros nao perdem por esperar...

O sociologuês é uma língua chata; eu, por exemplo, por ter começado a ler sociologia muito cedo, adquiri um horrível estilo florestânico, feito de frases muito longas, apostos, predicados, complementos, interfrases, perifrases e outros expletivos que não me levaram a nada, a não ser escrever frases longas, prolixas, bref, ilísiveis.
Mas, nem tudo está perdido. A Academia nos prova que mesmo os melhores (quem sabe os piores também?) sociólogos também podem aspirar ser imortais.
Longe de mim pretender qualquer coisa, inclusive porque eu estou mais para Guilherme Figueiredo do que para FHC. Eu acho que, se ele não falou aquela famosa frase -- "Esqueçam o que escrevi" -- deveria ter dito, pelo menos em relação à parte menos nobre de sua sociologia, e a que ficou mais tristemente famosa, a tal da teoria da dependência (que dizem que foi mais falettiana do que fernandiana).
Em todo caso, valem cumprimentos e honrarias. Por outras coisas.
Por exemplo, por ter feito o Brasil um país melhor do que era antes. Bem antes do mito da "herança maldita", cujo  autor está deixando uma herança miserável, que vai pesar sobre o Brasil durante décadas a fio.
Quem sabe a gente consegue um outro sociólogo, dentro de mais dez anos para consertar o estrago?
Paulo Roberto de Almeida

ABL elege o sociólogo e professor Fernando Henrique Cardoso para a sucessão do jornalista João de Scantimburgo

Academia Brasileira de Letras elegeu hoje, quinta-feira, dia 27 de junho, o novo ocupante da Cadeira nº 36, na sucessão do jornalista João de Scantimburgo, falecido no dia 22 de março deste ano, em São Paulo. O vencedor, com 34 votos,  foi o sociólogo e professor Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República em dois mandados consecutivos (1995 a 1998 e 1999 a 2002). O eleito, imediatamente após o resultado, recebeu seus confrades e convidados na Fundação Eva Klabin, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. O novo Acadêmico recebeu 34 dos 39 votos possíveis. Votaram 24 Acadêmicos presentes e 14, por cartas. Houve uma abstenção.
"Essa eleição é um ato de respeito da Academia Brasileira de Letras à inteligência brasileira. A grande obra de Fernando Henrique Cardoso de sociólogo e cientista dá ainda mais corpo à Academia", afirmou o ex-presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Villaça, logo depois da eleição, ainda no Petit Trianon.
Saiba mais
O novo Acadêmico
Fernando Henrique Cardoso foi Presidente da República em dois mandatos sucessivos (1995-1998 e 1999 - 2002). Doutor em Sociologia e Professor Emérito da Universidade de São Paulo, a obra de Cardoso abrange os campos da sociologia, ciência política, economia e relações internacionais.
Dentre outras instituições acadêmicas, foi professor nas universidades de Stanford, Berkeley e Brown, nos Estados Unidos, Cambridge, no Reino Unido, Paris-Nanterre, Collège de France e Maison des Sciences de L’Homme, na França, FLACSO e ILPES/CEPAL, em Santiago do Chile, bem como na Universidade do Chile. Ex-Presidente de Associação Internacional de Sociologia, é autor ou coautor de 23 livros e de mais de cem artigos acadêmicos. Seu livro Dependência e Desenvolvimento, publicado originalmente em espanhol em 1969, em coautoria com Enzo Falletto, é um marco nos estudos sobre a teoria do desenvolvimento, com dezenas de edições em 16 idiomas.
Participante ativo dos movimentos pelo restabelecimento do Estado de Direito no Brasil, envolveu-se com a política no final dos anos 70. Foi Senador pelo estado de São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda, elegendo-se Presidente no primeiro turno da eleição de 1994. Sua trajetória como político foi consistente com sua vocação de intelectual comprometido com a defesa da liberdade, promoção da democracia e construção de uma ordem internacional mais justa. Ao término do mandato presidencial, Cardoso dedicou-se até hoje à promoção da paz, democracia e justiça em escala global. É membro do The Elders, grupo de dez líderes globais criado por Nelson Mandela para defender a paz e os direitos humanos.
Seus livros mais recentes são O presidente e o sociólogo (1998), A arte da política (2006),The accidental president of Brazil (2006), Cartas a um Jovem Político (2008) e A soma e o resto: um olhar sobre a vida aos 80 anos (2011). Seu último livro é Pensadores que inventaram o Brasil. Recebeu inúmeras honrarias e condecorações, sendo de destacar, no Brasil, a Ordem do Mérito, e no exterior, a Grã Cruz da Legião de Honra da França, o grau de cavaleiro na Ordem de Bath, na Inglaterra, as várias distinções recebidas de Portugal (Grão Cruz da Ordem Militar da Torre e da Espada, além da Ordem da Liberdade) e da Espanha (Grã Cruz e Colar de Isabel, a Católica). Quase todos os países da América Latina, do mesmo modo, distinguiram-no no mais alto grau.
Dentre os doutorados Honoris Causa que recebeu, contam-se os das Universidades de Bolonha, Salamanca, Cambridge, Oxford, London School of Economics e Lyon, na Europa, Rutgers e Brown, nos Estados Unidos, Quebec e London, no Canadá, bem como as Universidades do Chile e de Moscou. Em 2012 Cardoso foi agraciado com o Kluge Prize da U.S. Library of Congress for Lifetime Achievement in the Study of Humanity, a mais prestigiosa distinção na área das ciências humanas.
Academia Brasileira de Letras, 27/6/2013

sábado, 15 de outubro de 2011

E for falar na Academia: socios correspondentes estrangeiros

Aqui vai a lista (desformatada) de todos os sócios correspondentes da Academia Brasileira de Letras, com prestigiosos nomes da cultura, da ciência, das humanidades em geral, mas também do mundo político (nem sempre pelas boas razões)...
O link original está aqui.

Sócios Correspondentes e Patronos
Cadeira 1
 Nome  País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Alexandre de Gusmão Brasil  Patrono
-
1695
1753
 Bartolomeu Mitre Argentina 1º ocupante
1898
1821
1906
 Gonçalves Viana Portugal 2º ocupante
1910
1840
1914
 Alberto d'Oliveira Portugal 3º ocupante
1914
1873
1940
 Padre Serafim Leite, S. J. Portugal 4º ocupante
1940
1890
1969
 Marcelo Caetano Portugal 5º ocupante
1970
1906
1980
 Antônio Alçada Baptista Portugal 6º ocupante
 1981 
1927
2008
 Didier Lamaison França 7º ocupante
 2009
1947
-

Cadeira 2
Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Antônio José da Silva, o JudeuBrasil Patrono
 -
 1705
 1739
 Eça de Queirós Portugal 1º ocupante
 1898
 1845
 1900
 Carlos Malheiro Dias Portugal 2º ocupante
 1907
 1875
 1941
 Egas Moniz Portugal 3º ocupante
 1942
 1874
 1955
 Reinaldo dos Santos Portugal 4º ocupante
 1957
 1880
 1970
 João Gaspar Simões Portugal 5º ocupante
 1970
 1903
 1987
 Mário Soares Portugal 6º ocupante
 1987
 1924
 -

Cadeira 3
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Botelho de Oliveira Brasil Patrono
 -
 1636
 1711
 Elisée Réclus França 1º ocupante
 1898
 1830
 1905
 Jaime de Séguier Portugal 2º ocupante
 1910
 1860
 1932
 Armando Erse de
Figueiredo (João Luso)
 Portugal 3º ocupante
 1932
 1875
 1950
 Rebelo Gonçalves Portugal 4º ocupante
 1950
 1907
 1982
 Álvaro Salema Portugal 5º ocupante
 1982
 1914
 1991
 Urbano Tavares Rodrigues Portugal 6º ocupante
 1992
 1923
 -

Cadeira 4
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Eusébio de Matos Brasil Patrono
 -
 1629
 1692
 Émile Zola França 1º ocupante
 1898
 1840
 1902
 António Correia de Oliveira Portugal 2º ocupante
 1910
 1879
 1960
 Aquilino Ribeiro Portugal 3º ocupante
 1960
 1886
 1963
 Leopold Sédar Senghor Senegal 4º ocupante
 1966
 1906
 2001
 António Braz Teixeira Portugal 5º ocupante
 2002
 1936
 -

Cadeira 5
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 D. Francisco de Sousa Brasil Patrono
 -
 1628
 1713
 Eugênio de Castro Portugal 1º ocupante
 1898
 1869
 1944
 Augusto de Castro Portugal 2º ocupante
 1945
 1883
 1971
 Joaquim Paço d`Arcos Portugal 3º ocupante
 1972
 1908
 1979
 Domingos Monteiro Portugal 4º ocupante
 1979
 1903
 1980
 David Mourão-Ferreira Portugal 5º ocupante
 1981
 1927
 1996
 Mia Couto Moçambique 6º ocupante
 1998
 1951
 -



Cadeira 6

 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Mathias Ayres Brasil Patrono
 -
 1705
 1763
 Guerra Junqueiro Portugal 1º ocupante
 1898
 1850
 1923
 Enrique Lopes de Mendonça Portugal 2º ocupante
 1923
 1856
 1931
 José Leite de Vasconcelos Portugal 3º ocupante
 1931
 1858
 1941
 Joaquim Leitão Portugal 4º ocupante
 1941
 1875
 1956
 Nuno Simões Portugal 5º ocupante
 1959
 1894
 1975
 Jacinto do Prado Coelho Portugal 6º ocupante
 1976
 1920
 1984
 Vergílio Ferreira Portugal 7º ocupante
 1984
 1916
 1996
 Alberto Noguès Paraguai  8º ocupante
 1996
 1912
 2000
 Luciana Stegagno Picchio Itália 9º ocupante
 2002
 1920
 2008
 Arnaldo Saraiva Portugal 10º ocupante
 2008
 1939
 -

Cadeira 7
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Nuno Marques Pereira Brasil Patrono
 -
 1652
 1728
 Henrik Sienkiewicz Polônia 1º ocupante
 1900
 1846
 1916
 Júlio Dantas Portugal 2º ocupante
 1917
 1876
 1962
 Vitorino Nemésio Portugal 3º ocupante
 1962
 1901
 1978
 Joaquim Veríssimo Serrão Portugal 4º ocupante
 1978
 1925
 -

Cadeira 8
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Rocha Pita Brasil Patrono
 -
 1660
 1738
 John Fiske EUA 1º ocupante
 1900
 1842
 1901
 Cândido de Figueiredo Portugal 2º ocupante
 1901
 1846
 1925
 José Maria Rodrigues Gondim Portugal 3º ocupante
 1925
 1857
 1942
 Fidelino de Figueiredo Portugal 4º ocupante
 1942
 1888
 1967
 Luís Forjaz Trigueiros Portugal 5º ocupante
 1967
 1915
 2000
 Agustin Buzura Romênia 6º ocupante
 2001
 1938
 -

Cadeira 9
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Santa Rita Durão Brasil Patrono
 -
 1722
 1784
 John Hay EUA 1º ocupante
 1900
 1838
 1905
 Ramalho Ortigão  Portugal 2º ocupante
 1910
 1836
 1915
 António Feijó Portugal 3º ocupante
 1915
 1860
 1917
 João de Barros Portugal 4º ocupante
 1917
 1881
 1960
 Hernâni Cidade Portugal 5º ocupante
 1961
 1887
 1974
 Adriano Moreira Portugal 6º ocupante
 1975
 1922
 -

Cadeira 10
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Frei Vicente do Salvador Brasil Patrono
 -
 1564
 1636
 Teófilo Braga Portugal 1º ocupante
 1898
 1843
 1924
 Antero de Figueiredo Portugal 2º ocupante
 1924
 1866
 1953
 José Caeiro da Mata Portugal 3º ocupante
 1955
 1883
 1963
 Cardeal Manuel Cerejeira Portugal 4º ocupante
 1964
 1888
 1977
 Fernando Namora Portugal 5º ocupante
 1978
 1919
 1989
 Agustina Bessa-Luís Portugal 6º ocupante
 1989
 1922
 -

Cadeira 11
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Alexandre Rodrigues Ferreira Brasil Patrono
 -
 1755
 1815
 Garcia Mérou Argentina 1º ocupante
 1898
 1862
 1905
 Javier de Viana Uruguai 2º ocupante
 1910
 1868
 1926
 Miguel Luis Rocuant Chile 3º ocupante
 1926
 1889
 1950
 Eduardo Barrios Chile 4º ocupante
 1952
 1884
 1963
 Georges Raeders França 5º ocupante
 1969
 1896
 1980
 Curt Meyer-Clason Alemanha 6º ocupante
 1981
 1910
 -

Cadeira 12
 Nome País Posição Eleição NascimentoFalecimento 
 Antônio de Morais Silva Brasil Patrono
 -
 1757
 1824
 Guilherme Blest Gana  Chile 1º ocupante
 1898
 1829
 1905
 Victor Orban Bélgica 2º ocupante
 1910
 1868
 1946
 Sàmuel Putnam EUA 3º ocupante
 1947
 1892
 1950
 Enrique Larreta Argentina 4º ocupante
 1950
 1873
 1961
 Ricardo Saenz Hayes Argentina 5º ocupante
 1962
 1888
 1970
 Mario Amadeo Argentina 6º ocupante
 1977
 1911
 1983
 Fred P. Ellison EUA 7º ocupante
 1983
 1922
 -

Cadeira 13
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Domingos Borges de Barros Brasil Patrono
 -
 1779
 1855
 Henrik Ibsen Noruega 1º ocupante
 1898
 1828
 1906
 Conde de Monsaraz Portugal 2º ocupante
 1910
 1853
 1913
 John Gasper Branner EUA 3º ocupante
 1913
 1850
 1922
 Georges Dumas França 4º ocupante
 1922
 1866
 1946
 Georges Duhamel França 5º ocupante
 1946
 1884
 1966
 André Malraux França 6º ocupante
 1967
 1901
 1976
 Roger Caillois França 7º ocupante
 1977
 1913
 1978
 Jean d'Ormesson França 8º ocupante
 1979
 1925
 -

Cadeira 14
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Frei Francisco de Mont'Alverne Brasil Patrono
 -
 1784
 1858
 Herbert Spencer Inglaterra 1º ocupante
 1898
 1820
 1903
 Jean Finot Polônia 2º ocupante
 1910
 1856
 1922
 Ernest Martinenche França 3º ocupante
 1922
 1869
 1950
 Ramón Menéndez Pidal Espanha 4º ocupante
 1951
 1869
 1968
 William Grossman  EUA 5º ocupante
 1969
 1906
 1980
 Daisaku Ikeda Japão 6º ocupante
 1992
 1928
 -

Cadeira 15
 Nome País Posição EleiçãoNascimento  Falecimento
 Frei Gonçalves Ledo Brasil Patrono
 -
 1781
 1847
 D. José Echegaray Espanha 1º ocupante
 1898
 1833
 1916
 José Santos Chocano Peru 2º ocupante
 1910
 1875
 1934
 Rodolfo Rivarola Argentina 3º ocupante
 1935
 1857
 1942
 Ricardo Rojas Argentina 4º ocupante
 1943
 1882
 1957
 Miguel Ángel Carcano Argentina 5º ocupante
 1959
 1889
 1978
 Claude L. Hulet EUA 6º ocupante
 1978
 1920
 -

Cadeira 16


 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 José Bonifácio de
Andrada e Silva
 Brasil Patrono
 -
 1765
 1838
 Giosué Carducci Itália 1º ocupante
 1898
 1836
 1907
 Guglielmo Ferrero Itália 2º ocupante
 1907
 1871
 1942
 Jacques Maritain França 3º ocupante
 1942
 1882
 1973
 Julio Cesar Chaves Paraguai 4º ocupante
 1973
 1907
 1989
 Hermann M. Görgen Alemanha 5º ocupante
 1989
 1908
 1994
 Maurice Druon França 6º ocupante
 1995
 1918
 2009
 José Saramago Portugal 7º ocupante
 2009
 1922
 2010
 Leslie Bethell Inglaterra 8º ocupante
 2010
 1937


Cadeira 17
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Odorico Mendes Brasil Patrono
 -
 1799
 1864
 León Tolstoi Rússia 1º ocupante
 1898
 1828
 1910
 Martin Brussot Áustria 2º ocupante
 1912
 1881
 1968
 Herculano Amorim Ferreira Portugal 3º ocupante
 1969
 1895
 1974
 Rubem Andresen Leitão Portugal 4º ocupante
 1975
 1924
 1975
 Vitorino Magalhães Godinho Portugal 5º ocupante
 1976
 1918
 2011

Cadeira 18
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Silva Alvarenga Brasil Patrono
 -
 1749
 1814
 Paul Groussac França 1º ocupante
 1898
 1848
 1929
 Francisco Rodríguez Marín Espanha 2º ocupante
 1929
 1855
 1943
 Dardo Regules Uruguai 3º ocupante
 1943
 1887
 1961
 Aurelio Miró-Quesada Peru 4º ocupante
 1962
 1907
 1998
 José Vitorino de Pina Martins Portugal 5º ocupante
 2000
 1920
 2010

Cadeira 19
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Sotero dos Reis Brasil Patrono
 -
 1800
 1871
 Rafael Obligado Argentina 1º ocupante
 1898
 1851
 1920
 Gabriel d'Annunzio Itália 2º ocupante
 1900
 1863
 1938
 Ramón J. Cárcano Argentina 3º ocupante
 1938
 1860
 1946
 Gregório Aráoz Alfaro Argentina 4º ocupante
 1947
 1870
 1955
 Gregorio Marañón Espanha 5º ocupante
 1956
 1887
 1960
 Dámaso Alonso Espanha 6º ocupante
 1960
 1898
 1990
 Octavio Paz México 7º ocupante
 1990
 1914
 1998
 Alain Touraine França 8º ocupante
 1998
 1925
 -

Cadeira 20
 Nome País Posição Eleição Nascimento Falecimento
 Visconde de Cairu Brasil Patrono
 -
 1756
 1835
 Theodor Mommsen Alemanha 1º ocupante
 1898
 1817
 1903
 Goran Bjorkman Suécia 2º ocupante
 1910
 1860
 1923
 Alexandre Conty França 3º ocupante
 1924
 1864
 1947
 André Maurois França 4º ocupante
 1948
 1885
 1968
 Jean Roche
 França 5º ocupante
 1969
 1917
 2006
 Eduardo Lourenço de Faria
Portugal 6º ocupante
 2006
 1923
 -