Que não se percam pelos nomes; eis os alvos da Operação Tempus Veritatis.
(apenas para fins de registro informativo)
Minuta golpista previa prisão de Gilmar, Pacheco e Moraes e novas eleições; Bolsonaro pediu alterações no texto
Por Daniela Lima
Apresentadora do Conexão GloboNews, 08/02/2024 10h08
Informação consta de decisão que embasa operação desta quinta (8), que mira atuação de militares, ex-ministros e ex-assessores de Bolsonaro numa tentativa de golpe de estado para manter o então presidente no Poder mesmo após a derrota nas urnas.
A investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder descobriu uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
As informações constam da decisão de Alexandre de Moraes que embasa uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) contra militares e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi obrigado a entregar o passaporte e proibido de falar com investigados.
Segundo as investigações, a minuta de golpe foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins (preso na operação desta quinta-feira) e Amauri Feres (alvo de busca). Bolsonaro pediu que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes, nem do trecho que previa a realização de novas eleições.
Segundo a PF, a agenda de Alexandre de Moraes era inteira detalhada para que o ministro fosse acompanhado em tempo integral e, caso houvesse o golpe militar planejado pelo grupo, ele pudesse ser preso.
Além disso, as investigações descobriram que militares da ativa pressionaram os que eram contrários ao golpe para tentar fazê-los aderir, e que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, recebeu um pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização de atos golpistas.
A PF descobriu ainda que o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas de apoio de ataques às urnas. O ápice dessa estratégia foi a apresentação pela coligação da candidatura à reeleição do então presidente, em dezembro de 2022, questionando o resultado da eleição.
Operação prende ex-assessores e faz buscas contra ex-ministros
Estão entre os alvos buscas na operação desta quinta:
General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha (veja o que ele disse sobre a operação);
Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
Ailton Barros, coronel reformado do Exército.