O Hudson Institute é um dos mais antigos think tanks paranóicos dos EUA, e um dos de melhor qualidade, sem deixar de ser paranóicos. Mas os soviéticos também eram, o que diminui um pouco a culpa dos gringos. Lembro-me de quando Herman Khan veio ao Brasil, no início da ditadura militar, com seu sonho impossível de unir as três grandes bacias hidrográficas, ou pelo menos a platina e a amazônica por meio de grandes lagos no interior do Brasil. A ideia era tão maluco que acho que nem os militares mais americanófilos toparam sequer considerar a hipótese.
No seu livro O Ano 2000, feito em meados dos anos 1960, com dados econômicos do Brasil do início da década, ele previa o Brasil ainda muito pobre no ano 2000 justamente. Por causa do livro, Roberto Campos e Mario Henrique Simonsen escreveram dois livros, Brasil 2001 e depois Brasil 2002, prevendo um futuro brilhante para o Brasil. Todos eles erraram: o Brasil não ficou tão pobre quanto previa Herman Khan, mas tampouco chegou à prosperidade como aventavam Campos e Simonsen. Creio que com algum esforços dos petistas e do Bolsonaro estamos chegando novamente na pobreza.
Acho que o Herman Khan ganhou pelo menos essa, não porque ele acertou, mas porque o Brasil errou muito mais do que deveria ou poderia.
O Hudson Institute tem como motos "Security. Freedom. Prosperity". Tudo muito bem, apesar de que eu inverteria a ordem dos fatores, mas ele representa um mundo à parte, válido apenas para os americanos, que veem o mundo segundo uma "geografia" muito simples, não a terra plana, mas uma terra feita de duas partes bem distintas: America and the ROW, Rest of the World. Os americanos estão tão entranhados num mundo que só é o deles, que se enganam quanto ao resto do mundo.
Eles são tão "bolcheviques" na defesa do capitalismo quanto o eram os verdadeiros bolcheviques na defesa do comunismo. No fundo, eles estão certos em defender o capitalismo, as liberdades, a economia de mercado, como sinais de prosperidade, mas o fazem com o fundamentalismo dos true believers na redenção dos pagãos, como foram (e ainda são) muitos "missionários" da verdadeira fé, querendo convertes os demais. Deveriam mostrar pelo exemplo, não pela imposição. Essa geografia simplória deles atrapalha um bocado na política externa e na diplomacia.
Espero que pelos próximos 60 anos, "humbled" pela China, eles mudem sua visão do mundo, pois já são três ou quatro gerações que se acreditam estar na vanguard do mundo e como "farol da democracia". Se não houver uma guerra, eles vão começar a repensar sua relação com o mundo, que começa por uma tomada de consciência de suas deficiências internas, a tal prosperidade que lhes faz ainda falta.
Paulo Roberto de Almeida
No images? Click here Hudson founders Herman Kahn and Max Singer pictured during the Institute's early years. video: https://www.youtube.com/watch?v=dA4qq6jyOTc Hudson Institute celebrated its 60th anniversary this week, marking more than half a century of policy research dedicated to keeping America and its allies secure, free, and prosperous. Founded in 1961, Hudson Institute was established to foster a better understanding of deterrence in the atomic age and create the conditions for the free world to triumph over communism. Its founder Herman Kahn, a leading defense intellectual of the atomic age, wrote the groundbreaking book Thinking About the Unthinkable, which urged policymakers to plan for nuclear war to prevent it from occurring. This approach to tackling the most challenging foreign policy issues has informed Hudson’s decades-long tradition of unconventional thinking. Watch our anniversary video and read key excerpts from Thinking About the Unthinkableto learn more. Thinking About the Unthinkable with Herman Kahn Key excerpts from Herman Kahn's 1962 book Thinking About the Unthinkable. 1. Approach National Security with Dispassionate Clarity
2. The Risks of Modern Technology Must Not Be Ignored
3. 'Unthinkable' Scenarios Must Be Given Serious Consideration
Quotes may be edited for clarity and length. Hudson Institute celebrated its 60th anniversary with a reception in New York City on Wednesday evening with a discussion featuring Hudson Distinguished Fellows Walter Russell Mead and Kenneth R. Weinstein and Senior Fellows Nadia Schadlow and Michael Doran, moderated by Hudson President and CEO John P. Walters. |
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