Retiro isto de um editorial recente do Financial Times, que se preocupa com o mundo:
“China-Russia: an economic ‘friendship’ that could rattle the world. After Putin’s invasion of Ukraine trade links between the two countries have strengthened. So have Beijing’s geopolitical ambitions.”
Editorial, 15/05/2024
Preocupante, deveras. O FT defende os velhos princípios do Iluminismo britânico, aquele que trouxe democracia e DH ao mundo.
Pessoalmente, considero que é meu dever ético, como servidor do Estado, mas primeiramente como cidadão consciente, criticar posições governamentais que colidem com valores e princípios tradicionais (até constitucionais) do país, quando extravasam para preconceitos político-ideológicos de escassa racionalidade instrumental ou diplomática.
O Brasil de Lula 3 colocou o Brasil no campo das autocracias — China Rússia, Irã, Venezuela — e por isso considero ser necessário manifestar-me a respeito de posições que são indefensáveis no plano moral e no do Direito Internacional.
Justamente por respeitar o contribuinte (que me sustentou durante a carreira ativa na diplomacia), penso que devo usar minha expertise especializada (de origem, estudada, e a adquirida no itinerário profissional) para colocá-la a serviço da nação, com todos os requerimentos de uma postura empiricamente embasada em fatos, e não coonestar com posições que notoriamente se chocam com o que seria razoável admitir para uma nação comprometida com a democracia e os DH.
O governo Lula está mantendo relações perigosas com essas ditaduras, o que não corresponde ao nosso ideal de país, nem às normas consagradas na Carta da ONU e no Direito Internacional.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16/05/2024