Era dos Gigantes: um documentário sobre a diplomacia
lulopetista
Paulo Roberto de Almeida
[Comentários sobre
o filme de Mauricio Costa, para debate sobre o documentário]
As notas abaixo se
destinam a consolidar algumas reflexões pessoais sobre o documentário
do diplomata-cineasta Mauricio Costa, #Era
dos Gigantes (122 min., 2016), sobre a política externa brasileira
na era Lula, com material de imprensa, depoimentos primários dos principais
atores, e comentários de analistas acadêmicos ou dos meios de comunicação, obra
que retrata o confronto entre os principais
personagens da política externa de Lula, seus opositores, analistas e opinião
pública na era das redes sociais. Com entrevistas, pesquisa de notícias,
imagens de arquivo e inserção de tweets originais, o filme, segundo seu diretor, procura responder à importante questão sobre se a política externa do
presidente Lula defendia os interesses do seu partido, o PT, ou se os
interesses do Brasil.
A exibição,
única e exclusiva, desse documentário foi feita em duas sessões, no dia
28/10/2016, no Uniceub, pela manhã no seu campus de Taguatinga, pela noite no
campus central, da Asa Norte em Brasília. As informações básicas do documentário
foram disponibilizadas no seguinte link: http://www.festbrasilia.com.br/mostra/era-dos-gigantes/78. O trailer do
filme pode ser visto pelos interessados no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=ZCv9N49ZZNY. O próprio diretor-cineasta efetuou breve introdução ao
documentário, após cuja projeção o diplomata Rômulo Neves fez seus comentários,
seguidos por uma exposição livre de meus próprios comentários, tal como
sumariados abaixo, abrindo-se então o debate geral com o público presente.
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1) Enquanto produto audiovisual, trata-se de obra única e
original (pelo menos até o momento) sobre a diplomacia lulopetista, a despeito
do imenso volume (nem sempre de qualidade) de propaganda produzida em causa
própria que o regime lulopetista fez por canais próprios, com o nosso dinheiro,
ou por meio de seus múltiplos canais simpáticos, também a partir do nosso
dinheiro, uma infinidade de instituições, sites, blogs e pasquins que, todos
eles, se encarregaram durante quase três lustros de cantar as loas do regime
lulopetista, em todas as suas vertentes.
2) Talvez coubesse, em caráter preliminar, determinar se
existe essa coisa chamada “diplomacia lulopetista”, o que é altamente duvidoso,
pelo menos no estrito senso. Por um lado, porque a diplomacia, no seu sentido
próprio, permaneceu a cargo do Itamaraty, pelo menos no plano prático, ao passo
que a política externa do Brasil foi, sim, influenciada, em diversos pontos,
pelo Partido dos Trabalhadores e seus mestres em outras partes. Por outro lado,
porque não houve muita originalidade na chamada política externa lulopetista,
sendo ela uma continuidade, com várias deformações, de posturas tradicionais da
política externa tradicional do Brasil (ou do Itamaraty), quais sejam:
prioridade à América Latina (depois à América do Sul), depois aos projetos de
integração (com a Argentina, e depois quadrilateral, no Mercosul), as alianças
preferenciais no âmbito do Sul (ou seja, dos países em desenvolvimento), com
algumas parcerias estratégicas nesse âmbito, importância dada ao
multilateralismo tanto político quanto econômico, pretensões a ocupar papel de
relevo no concerto das nações e nas instâncias decisórias de poder da ordem
mundial (e seus acalentados projetos de pertencimento ao inner circle dos grandes, primeiro na Liga das Nações, depois, e
sempre, nas Nações Unidas), e uma série de outras posições que todas elas se
conformam a uma velha obsessão nacional, desde os tempos imperiais e bastante
bem expressa nas perorações de Rui Barbosa na Haia: a defesa acendrada,
resoluta, da soberania nacional, onde entra também um intransigente
nacionalismo, traduzido em políticas de proteção nacional, de certa recusa da
penetração estrangeira em diversos setores da economia nacional (ou em todos
eles), enfim, coisas bastante familiares aos diplomatas e não diplomatas. O que
o PT introduziu de novo foi uma exacerbação de certos traços mais estatizantes
e rusticamente nacionalistas, com um toque de esquerdismo simpático às causas
socialistas, o que levou a diplomacia lulopetista a apoiar algumas das
ditaduras mais execráveis na região ou alhures.
3) Deve-se, em qualquer hipótese, reconhecer os méritos
deste documentário, em suas virtudes didáticas, de assemblagem de testemunhos
primários que podem, talvez, ou certamente, servir de fontes históricas. Muito
do que está registrado na filmagem já está devidamente documentado, por meio de
alocuções, artigos, pronunciamentos dos entrevistados, mas ainda assim o
documentário é precioso por permitir conhecer, diretamente e espontaneamente, o
que cada participante convidado tem a dizer – de bom, de mau ou de feio – sobre
essa “diplomacia lulopetista”. E quem são esses entrevistados? Registre-se aqui
certo desequilíbrio nos depoimentos, pois a maioria dos entrevistados mostra-se
simpática às posições em política externa do lulopetismo diplomático: estão ali
o próprio presidente Lula (mas com frases banais, óbvias, genéricas demais,
embora enfatizando as grandes linhas da sua diplomacia Sul-Sul), seu chanceler
pelo oito anos (embaixador Celso Amorim), o secretário-geral do Itamaraty por
sete anos e grande ideólogo das principais orientações diplomáticas do regime
(embaixador Samuel Pinheiro Guimarães), um jornalista totalmente adesista de
Carta Capital (Mino Carta), o senador Cristovam Buarque, dois acadêmicos
igualmente simpáticos à diplomacia lulopetista (Matias Spektor e Oliver
Stuenkel) e um jornalista igualmente defensor das grandes linhas do regime
(Sérgio Leo). Do outro lado, apenas o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia (que
criticou algumas ações do regime, mas ao final se declarou amplamente favorável
ao governo Lula) e o embaixador Rubens Barbosa, conhecido crítico de toda a
política externa lulopetista, embora favorável a algumas de suas iniciativas
(IBAS, BRICS mais exatamente).
4) O que disseram os entrevistados? Muita coisa, mas a
destacar a frase repetida no documentário do ex-chanceler, para quem “os
críticos [do lulopetismo diplomático] veem o Brasil com olhos pequenos”. A
conclusão geral a ser tirada pode ser assim apresentada: os formuladores e
executores da política externa lulopetista obviamente concordam com o que eles
próprios fizeram à frente da diplomacia brasileira, mas o que também pode ser
observado é certo tom defensivo, explicativo, justificativo dessa política,
como se houvesse algum temor não explicitado abertamente, uma espécie de arrière pensée, uma percepção não reconhecida
abertamente de que essa diplomacia, essa política externa podem não ter sido
exatamente consensuais ou isentas de contestações, frente às quais eles se
apressam então em defende-las, até preventivamente (como aliás o fizeram
durante todos esses anos).
5) A noção de diplomacia partidária, ou ideológica, veio
várias vezes à baila, em função do que o ex-chanceler se encarregou de defender
a ideologia do regime, um pouco nesses termos: “Mas quem não é ideológico? E a
ideologia da direita, a ideologia do neoliberalismo?” Os apoiadores e
opositores da diplomacia lulopetista se dedicam, nessas circunstâncias, a
defender e a atacar aquela política externa, o que está bem documentado neste
documentário. O seu título, entretanto, me parece um pouco enviesado: “Era dos
Gigantes”? Por quê? Quais eram esses gigantes? Aqueles que figuram no livro do
principal ideólogo da diplomacia lulopetista? Essa mania de grandeza pode
parecer reação a algum complexo de inferioridade ou tendências megalomaníacas disfarçadas.
Os companheiros, por sinal, nunca cessaram de se referir a certas frases do
escritor Nelson Rodrigues, possivelmente o intelectual mais antipetista, mais
antissocialista, o mais reacionário que possa ter existido no cenário político
brasileiro em todos os tempos. Atração pelos contrários?
6) Não cabe se deter agora sobre o que disseram
apoiadores e opositores dessa política externa grandiosa, de gigantes, a
despeito de ter feito extensas anotações – mais ou menos 20 páginas de um bloco
de notas – sobre o que eles disseram, e sobre os assuntos abordados. Vou tratar
de algo mais básico, tanto na historiografia política quanto no jornalismo, que
é distinção tradicional, aliás fundamental, entre fatos e versões. Todos sabem
que em política, muitas vezes, a versão importa mais do que os fatos.
7) Fatos, e a sua versão, estão sempre presentes em cada
etapa de nossa vidas pessoais, assim como na trajetória da história política de
um país, no itinerário de uma nação. Existem, obviamente, fatos objetivos,
eventos, processos, acontecimentos, que não dependem para nada de nossa
vontade, de nossa opinião, de nossa condição social ou até de nossa existência,
ou até da Constituição e das leis do país. Eles não pedem licença para existir.
Fatos são fatos, independentemente do que pensamos a respeito deles, e se
bastam a si próprios. Eles não deixam de existir mesmo que você não concorde
com eles.
8) Versões, por outro lado, são construções mentais,
arbitrárias, argumentos subjetivos que criamos, mantemos e até disseminamos, a
partir de uma seleção arbitrária de alguns fatos, tal como os interpretamos,
mas que também podem ser versões inteiramente fabricadas à margem dos fatos,
explicações peculiares, particulares, que servem à economia individual de nossa
formação de conceitos. Muitas vezes eles atendem uma determinada orientação
ideológica, mas não necessariamente. Versões, independentemente das
justificativas sociais, filosóficas, econômicas, partidárias, que encontramos
para elas, podem servir unicamente a nossos interesses individuais, mesquinhos
mesmo. Geralmente elas servem para realçar uma glória maior de nossa
personalidade, de nossa imagem junto à comunidade à qual elas servem.
9) Desse ponto de vista, a versão construída pelos
formuladores e executores da mais do que famosa diplomacia lulopetista – mas
ela existe, realmente? – se conforma aos objetivos acima explicitados. Essa
versão está razoavelmente bem registrada neste documentário, e
independentemente do fato de que ela também vem expressa em inúmeros discursos,
artigos, entrevistas de seus autores, a versão positiva, expressa por
diferentes entrevistados, se conforma inteiramente ao espírito e às intenções
dos líderes e propagandistas do partido companheiro, a quem deve servir essa
versão da história (se história existe, mas cabe conceder-lhe essa realidade).
A versão, tal como registrada no documentário, parece totalmente adequada aos
objetivos que sempre foram os seus em todas as vertentes da vida social,
política e econômica do país.
10)
E qual
é essa versão? Parece até simplista resumir, mas ela é realmente muito simples.
Ela é a de uma época redentora, de redescoberta ou de reinauguração do Brasil,
simbolizada no famoso logo “Nunca Antes neste país...” Essa é a versão que,
depois daquela outra versão mentirosa e fraudulenta sobre uma tal de “herança
maldita” que os companheiros teriam recebido da administração anterior, eles
tentaram consolidar na memória nacional: a de uma missão salvacionista, que
teria sido empreendida pelo “filho do Brasil”, o demiurgo do renascimento nacional,
o líder excepcional – e sua política externa excepcional – que levariam o
Brasil a novos patamares de realizações excepcionais, em todos os setores nos
quais se empenharam o engenho e a arte excepcional dos companheiros.
11)
Desse
ponto de vista, a versão companheira sobre a diplomacia lulopetista parece
cumprir exatamente essa função: a de exaltar e realçar as glórias excelsas da
fabulosa e insuperável política externa, aquela “ativa, altiva e soberana”, que
teria sido a melhor que seus ideólogos poderiam ter construído e oferecido para
consumo não só de simples cidadãos, como nós, como também de acadêmicos, como
nós, também. A partir dessa disseminação por uma poderosa máquina de
propaganda, paga por todos nós, muitos dessa última categoria aceitam essa
versão acriticamente, e passam por sua vez a retransmiti-la, por vezes até
edulcorada, engrandecida, ou mesmo até de forma simplificada, como convém a
seguidores e propagandistas. Mas também pode ocorrer que aqueles que eu chamo
de acadêmicos gramscianos fabricam versões sofisticadas, ainda mais refinadas,
aparentemente até mais credíveis nesses meios crédulos que são das faculdades
de humanidades.
12)
A
partir dessa visão de um regime que pretensamente os companheiros querem
registrar como o mais alto ponto da História do Brasil, e o de sua política
externa, pode-se pensar numa nova periodização da história pátria, uma espécie
de ruptura entre um Antes e um Depois (que os companheiros prefeririam que
nunca existisse). Podemos – por que não? – satisfazer-lhes esse desejo
incontido, propondo uma nova cronologia, uma divisão inovadora em nossa
história política, ou até nacional. Qual seria ela? Assim como na
historiografia cristã, ou ocidental, costuma dividir a história do mundo em um
AC e um DC, ou seja, Antes e Depois de Cristo, pode-se propor que a história do
Brasil seja dividida doravante entre um AC e um DC, isto é, Antes e Depois dos
Companheiros. O que fica pelo meio, para os companheiros, é considerado o nec plus ultra das políticas sociais no
Brasil, sendo que o que existia antes era simples lixo neoliberal, e o que veio
depois é golpe.
13)
Independentemente
porém do AC-DC, vamos examinar os fatos, antes que a versão “legitimista”,
propagandeada pelos próprios companheiros, seja realmente entronizada como a
versão oficial da história nacional. Quem são os autores dessa versão
companheira do lulopetismo diplomático? Eles estão representados, no
documentário, pelo ideólogo-mor da diplomacia lulopetista, justamente, seguido
pelo chanceler oficial do regime, mas infelizmente o documentário não conseguiu
recolher os depoimentos dos demais chanceleres parciais ou ocasionais do
regime, e ele os teve. Um deles era conhecido como o Richelieu do Planalto, o
grão-vizir do regime, antes de ser defenestrado no primeiro tropeço de
corrupção, o chamado Mensalão, agora gozando de uma aposentadoria muito involuntária
na República de Curitiba. Havia também um outro chanceler amador,
sintomaticamente apelidado por diplomatas e jornalistas de “chanceler para a América
do Sul”, em razão de suas altas habilidades linguísticas, mas que era um antigo
apparatchik do PT aparentemente especializado nessas coisas internacionais, mas
que também era um dos animadores do Foro de São Paulo, e como tal um homem da
inteira confiança dos comunistas cubanos, mestres em certas artes, que são os
que de fato controlam o Foro e mais da metade dessas organizações de esquerda
que pululam na América Latina.
14)
Infelizmente,
esses dois últimos “chanceleres” não foram entrevistados no documentário,
imagino que a despeito dos maiores esforços do seu diretor, o que é realmente
uma pena, pois eles teriam muita coisa importante a esclarecer a respeito da
diplomacia lulopetista, questões que não necessariamente figuram nos anais e
nos registros do Itamaraty, mas que suspeito tenham sido deixadas
deliberadamente à margem de telegramas e outros expedientes da Casa. Mas
suspeito também que eles não se disporiam a falar sobre certas questões
sensíveis, tão sensíveis, talvez, quanto algumas que estão sendo agora
elucidadas pelos esquadrões de investigadores e de procuradores da Polícia
Federal e do Ministério Público Federal, coisas, realmente, não imaginadas por nós, e que provavelmente
nunca venham a ser esclarecidas por completo, à falta, justamente, desses
registros formais nos expedientes oficiais.
15)
À falta
desses depoimentos, outros servem para reforçar a versão ideal de uma história
que ainda não foi escrita inteiramente, sequer começada por algum escriba
oficial, ou até amador, como soe por vezes acontecer. Esses depoimentos são de
alguns personagens que, na terminologia oficial do movimento socialista mundial,
costumavam ser referidos como “fellow travelers”, ou “compagnons de route”, ou
seja, aqueles simpáticos à causa, que mesmo não pertencendo ao partido ou a
qualquer uma de suas organizações de apoio, se dispõem ainda assim a sustentar
a versão desejada, e a emprestar-lhe foros de verdade, como se verdade fosse. Deveríamos
chamar essas pessoas de ingênuas fundamentais? Certamente elas não são mal
informadas, e até desfrutam de certo convívio com alguns dos personagens
principais, os formuladores e executores da tal de diplomacia lulopetista, os
inventores e propagandistas do mito da lulodiplomacia, aquela que veio depois
do AC e antes do DC, e que agora foi tristemente interrompida por um “golpe”.
16)
O que
farão agora essas pessoas, tanto os personagens principais quanto os
secundários dessa trama situada no interstício cronológico do AC-DC? Suponho
que os primeiros continuarão a propagar as boas virtudes da palavra revelada,
aquela que pretendia que nunca antes neste país tínhamos tido uma política
externa tão ativa, altiva e soberana quanto a que foi conduzida nestes treze
anos e meio de realizações insuperáveis nos anais da história nacional. Não
tenho ideia do que pode passar pela cabeça dos segundos personagens, agora que
alguns detalhes sobre as tenebrosas transações que eram feitas à margem e à
revelia da fabulosa política externa do lulopetismo estão sendo revelados pelas
investigações paralelas do maior, do mais gigantesco, do mais fenomenal caso de
corrupção nunca antes ocorrido neste país, neste hemisfério, quiçá no mundo,
transações que envolveram igualmente inúmeros episódios de política externa,
cenas explícitas de lulopetismo diplomático.
17)
Imagino
que os mais honestos revisarão suas bem fundadas crenças nos méritos da “ativa,
altiva e soberana”, a menos que pretendam insistir na versão já repisada e
tantas vezes repetida da história do socialismo mundial, segundo a qual as
intenções eram boas, os resultados é que deixaram a desejar. Insistir na
excelência da política externa do lulopetismo, a despeito dos incidentes,
depois de tudo o que se sabe sobre a natureza propriamente criminosa da
organização que tomou o Brasil de assalto a partir de 2003, seria provavelmente
um pequeno crime ideológico, e um erro mais do que fundamental de
interpretação, uma crença ingênua na versão fabricada, e que agora começa a ser
desmantelada como deve ser.
18)
Creio,
finalmente, que este documentário fornece excelentes elementos factuais e
interpretativos sobre toda uma época de nossa história política, de nossa
política externa em particular, depoimentos úteis que permitirão, justamente,
revisar essas versões fabricadas sobre o que se situou entre o AC-DC, com os
olhos desta vez muito abertos, não mais pequenos, totalmente focados nos
resultados, nas realidades, olhos e ouvidos agora bem distantes da retórica
oficial propagandeada a grandes golpes publicitários, com muita ajuda dos
acadêmicos gramscianos, durante esses treze anos e meio de grandezas mal
justificadas. Apreciei o documentário pelo lado que ele talvez não tenha tido a
intenção de ressaltar: como a mistificação política é capaz de inebriar mesmo
espíritos dos mais atilados, gente bem informada, mas que falham em olhar a
realidade como ela é, e que tomam as palavras dos que trabalham em causa
própria como se verdade fossem. Desse ponto de vista, o documentário fornece
importante material para uma dessas aulas de desconstrução conceitual.
Vale!
Paulo Roberto de Almeida
Rio de Janeiro, 3051: 25-26 de outubro de 2016