O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador diplomacia partidaria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador diplomacia partidaria. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de outubro de 2016

Documentario Era dos Gigantes (sobre política externa da era Lula), de Mauricio Costa: convite

A coordenadora do curso de Relações Internacionais, Profa. Renata de Melo Rosa, e o diplomata-cineasta Mauricio Costa, diretor do documentário

#ERA DOS GIGANTES 
(122 min., 2016)

convidam para a dupla exibição desse importante documentário sobre a política externa brasileira na era Lula, com material de imprensa, depoimentos primários dos principais atores, e comentários de analistas acadêmicos ou dos meios de comunicação,
no Uniceub, dia 28/10/2016, sexta-feira, em duas sessões: 
às 8:00 no auditório do Campus I de Taguatinga
às 19:30 no auditório do Bloco 3, do campus da Asa Norte (707-907)

O próprio diretor-cineasta Mauricio Costa fará uma breve informação introdutória ao documentário, após cuja projeção os diplomatas Rômulo Neves e Paulo Roberto de Almeida, Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI-Funag), farão seus comentários iniciais, abrindo o debate geral com o público presente.

As informações básicas do filme estão disponíveis no seguinte link


SINOPSE: 
#EraDosGigantes retrata o confronto entre os principais personagens da política externa de Lula, seus opositores, analistas e opinião pública na era das redes sociais. Com entrevistas, pesquisa de notícias, imagens de arquivo e inserção de tweets originais, o filme procura responder se a política externa do presidente Lula defendia os interesses do seu partido ou os interesses do Brasil. 
DIREÇÃO de MAURÍCIO COSTA: Diplomata, formado em letras pela Universidade Federal do Rio Grande Sul, com mestrado em literatura comparada pelo programa de pós-graduação em letras da mesma universidade. Cursou cinema na Escola de Cinema de Brasília e na Lights Film School, de Nova Iorque. Primeiro longa do diretor. 
O trailer do filme está disponível no seguinte link:




Documentario Era dos Gigantes (sobre política externa da era Lula), de Mauricio Costa: convite

A coordenadora do curso de Relações Internacionais, Profa. Renata de Melo Rosa, e o diplomata-cineasta Mauricio Costa, diretor do documentário

#ERA DOS GIGANTES 
(122 min., 2016)

convidam para a dupla exibição desse importante documentário sobre a política externa brasileira na era Lula, com material de imprensa, depoimentos primários dos principais atores, e comentários de analistas acadêmicos ou dos meios de comunicação,
no Uniceub, dia 28/10/2016, sexta-feira, em duas sessões: 
às 8:00 no auditório do Campus I de Taguatinga
às 19:30 no auditório do Bloco 3, do campus da Asa Norte (707-907)

O próprio diretor-cineasta Mauricio Costa fará uma breve informação introdutória ao documentário, após cuja projeção os diplomatas Rômulo Neves e Paulo Roberto de Almeida, Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI-Funag), farão seus comentários iniciais, abrindo o debate geral com o público presente.

As informações básicas do filme estão disponíveis no seguinte link


SINOPSE: 
#EraDosGigantes retrata o confronto entre os principais personagens da política externa de Lula, seus opositores, analistas e opinião pública na era das redes sociais. Com entrevistas, pesquisa de notícias, imagens de arquivo e inserção de tweets originais, o filme procura responder se a política externa do presidente Lula defendia os interesses do seu partido ou os interesses do Brasil. 
DIREÇÃO de MAURÍCIO COSTA: Diplomata, formado em letras pela Universidade Federal do Rio Grande Sul, com mestrado em literatura comparada pelo programa de pós-graduação em letras da mesma universidade. Cursou cinema na Escola de Cinema de Brasília e na Lights Film School, de Nova Iorque. Primeiro longa do diretor. 
O trailer do filme está disponível no seguinte link:




quinta-feira, 30 de junho de 2016

Entao ficamos assim: de um lado a politica externa ativa e altiva, de outro, a passiva e submissa - Amorim no think tank do PT

Poxa, tanta gente assim preocupada com a tal de política externa ativa e altiva? Será que ela está correndo o risco de ser enterrada?
O think tank do PT, bem mais tank do que think, organiza esse encontro significativo.
Pelo menos seis entidades convidam para uma palestra do segundo (ou terceiro) principal responsável pela tal de "diplomacia ativa e altiva", na verdade partidária, do governo passado, que corre um risco enorme nas mãos dos atuais diplomatas e políticos, o que denota realmente uma extrema preocupação.
Digo segundo ou terceiro porque existiram, ou existem, pelo menos mais três ou quatro personagens envolvidos na formulação da mais grandiosa diplomacia que o Brasil já conheceu em toda a sua história, republicana, imperial, colonial, dependente, autônoma, subordinada, etc.
Imaginem só minha gente, existe um risco enorme, agora que os companheiros já não estão mais no poder, de que a nossa brava diplomacia profissional volte a ser submissa, dependente, acanhada, medrosa, medíocre, passiva (êpa!), pequena, acovardada, enfim, todas essas coisas que os companheiros combateram vigorosamente, só para nos dar a glória de uma diplomacia ativa e altiva, atrelada aos bolivarianos, sustentando ditaduras em todas as partes, mandando dinheiro para regimes falidos, destruindo o Mercosul, mentindo para a cidadania, fazendo propaganda indevida do Guia Genial dos Povos, isolando o Brasil comercialmente do mundo, enfim, fazendo aquelas coisas obscuras, que não deixam registros nos anais da Casa, coisas clandestinas e pouco sabidas (só deles), todas essas coisas que foram a marca registrada dos companheiros no poder.
Com vocês, um dos responsáveis pelo produto apreciado por tantos gramscianos de academia do Brasil inteiro, o homem que mandou os diplomatas vestirem a camisa do governo, ou seja, do partido...
Paulo Roberto de Almeida

Em defesa de uma política externa ativa e altiva

Instituto Lula, 27/jun/2016

O Instituto Lula, a Fundação Perseu Abramo, a Frente Brasil Popular, o Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), a Fundação Friedrich Ebert e o Grupo de Reflexão do sobre Relações Internacionais (GR-RI) convidam a todos para a conferência do embaixador Celso Amorim, que será realizada no dia 4 de julho, em São Paulo.
O ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa irá palestrar Em defesa de uma política externa ativa e altiva, em um contexto critico da política externa hoje, que parece se dirigir a um retrocesso brutal se comparada à diplomacia dinâmica, inovadora e ousada anterior e que visava se adaptar e se destacar em um mundo hoje multipolar. Há algo de ‘novo’ na atual política externa do governo provisório, liderada por um político não por um diplomata? Quais foram os ganhos da política externa brasileira que já se quis altiva e ativa? Como é visto hoje o Brasil no cenário internacional?
O evento acontecerá no próximo dia 4 de julho, às 19h, na Casa de Portugal – Av, da Liberdade, 602 (próximo ao metro Liberdade). Após o debate, haverá também sessão de autógrafos do livro “Teerã, Ramalá e Doha – Memórias da Política Externa Ativa e Altiva”.
A entrada é gratuita, e as inscrições podem ser feitas até 2 de julho no site do Instituto Lula.

sábado, 30 de abril de 2016

Itamaraty: equidistância pragmatica do impeachment? - Leticia Pinheiro e Maria Regina Soares de Lima (Carta Capital)

As duas professoras, conhecidas apoiadoras da diplomacia ativa e altiva dos companheiros, estão descontentes com a postura de antigos companheiros diplomatas que agora relutam em continuar apoiando um governo que se esvai nos estertores de sua própria incompetência e corrupção.
Segundo elas, a diplomacia não pode ser considerada exempta das políticas de Estado, como se os diplomatas e o Itamaraty pairassem acima do governo, e fossem indiferentes à sorte (e às opções) do governo, ou dos governos, que são os entes concretos que dão sentido e materialidade à tal de "política de Estado" que elas acreditam não existir fora das políticas de governo.
Os diplomatas seriam assim traidores ao governo, se pretendem colocar-se à margem, ou acima, como prefeririam provavelmente os diplomatas, dessas disputas mesquinhas da política partidária, ou seja, do mundo real.
Compreendo que elas estejam incomodadas em que o Itamaraty não conduza uma defesa mais enfática do governo, mas vamos ser claros. Elas não estão pretendendo que o Itamaraty defenda políticas de governo na área externa; elas estão provavelmente pretendendo que o Itamaraty defenda o governo de acusações internas de malversação de recursos públicos de um suposto "golpe" que estaria sendo perpetrado por uma oposição derrotada nas urnas, sem motivos reais, e portanto o Itamaraty deveria estar propagando a tese do "golpe" no contexto externo, nos órgãos regionais (quase todos dominados por bolivarianos) e nos foros internacionais.
Compreendo a frustração de duas engajadas na tal de diplomacia ativa e altiva, cuja principal característica foi implementar uma danosa diplomacia Sul-Sul, defender ditaduras de todos os quilates, sobretudo as da própria região, e tornar obscuros vários eventos nos quais essa diplomacia foi involuntariamente envolvida (Bolívia, Venezuela, Cuba, Angola, Honduras, e outros mais), e distorcer completamente as principais prioridades da anterior política externa, como uma integração regional baseada não na fantasmagoria da integração social, mas nos objetivos bem claros desses processes: abertura econômica e liberalização comercial.
Ninguém há de negar, atualmente, que o Brasil esteja enfrentando a mais grave, a maior, a mais danosa crise econômica, política, moral, de toda a sua história, e a diplomacia dos governos lulopetistas também foi responsável pela diminuição do prestígio da nossa diplomacia, isso desde o início, mas principalmente nesta atual gestão desastrosa.
Logo depois que o Brasil votasse contra, na ONU, a resolução rejeitando a invasão russa na Crimeia, um embaixador europeu de importante país disse que, se o Brasil ainda tinha a esperança de ser admitido num CSNU renovado e ampliado, com essa opção, ele podia esquecer essa pretensão. Eu apenas diria que não foi o Brasil que votou a favor da Rússia, e contra o direito internacional, nem o Itamaraty. Foi o governo, e mais exatamente o seu partido. Mas, como sempre, os companheiros confundem partido e governo.
As professoras também devem achar que partido do governo deve poder implementar as suas políticas partidárias, qualquer que seja a postura da diplomacia profissional.
É contra isso, justamente, que um serviço profissional deve se posicionar, expressando sua postura baseada em critérios de interesse nacional (que elas acreditam que são muito difusas, para serem consideradas) e de direito internacional.
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia

Itamaraty e o impeachment: equidistância pragmática?

O que significa a escolha por uma postura "rigorosamente institucional" da cúpula diplomática com relação ao processo de afastamento de Dilma Rousseff
por Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais — publicado 29/04/2016 17h32
Xavier Granja Cedeño
Por Leticia Pinheiro e Maria Regina Soares de Lima
Carta Capital, 29/04/2016

Com destaque na mídia nacional, circulou a notícia de que o Itamaraty pretendia adotar uma "postura rigorosamente institucional" com relação ao processo em curso de impeachment da Presidente Dilma. Traduzida pelo próprio articulista, esta postura implicaria que a cúpula diplomática não iria "denunciar um 'golpe' no exterior".
Tal comportamento não constitui surpresa para quem acompanha a política externa tendo em vista o tradicional apego daquela instituição ao princípio da "não ingerência" em assuntos domésticos até hoje aplicado, até onde se tem notícia, a eventos na esfera internacional.
Sua aplicação ao campo doméstico do próprio Brasil revela uma narrativa também tradicional na casa de Rio Branco de considerar a política externa como uma política de Estado e não de governo. Quais as implicações desta crença?
Em primeiro lugar, cabe sublinhar que, diferentemente do suposto que ancora este entendimento, afirmamos que toda política de Estado nasce como política de governo. E, da mesma forma que esta transformação se deve a um processo político, assim será sua eventual negação como política de Estado.
Dito isto, a primeira e mais óbvia implicação desta crença equivocada de que a política externa estaria vinculada a interesses nacionais autoevidentes e/ou permanentes, é o Itamaraty se colocar em um lugar muito particular na estrutura institucional e política brasileira, acima da "pequena política" dos partidos e dos grupos de interesse.
E, por extensão, desconsiderando que no regime presidencialista e democrático é o presidente o responsável pela formulação da política externa que, por sua vez, resulta de coalizões, barganhas, disputas e acordos entre representantes de interesses diversos, cabendo ao Ministério das Relações Exteriores a sua condução por delegação da presidência. Aliás, ordenamento a que estão sujeitos todos os demais ministérios.
A dependência constitucional de todos os ministérios à Presidência da República se manifesta no próprio ato presidencial de escolha e eventual demissão dos ocupantes de suas respectivas chefias.
Ademais, é preciso atentar para um suposto presente nesta postura, qual seja, a de que haveria uma separação estanque entre burocracia e política, pertencendo o Itamaraty ao primeiro campo. Assim, com base na tese de que à esfera política caberia a definição das prioridades e rumos e à esfera administrativa caberia apenas sua implementação, o Itamaraty não teria poder de agencia.
No entanto, é justamente em virtude de sua ampla e reconhecida autonomia reforçada pela especialização dos seus quadros e pela ausência de um controle vertical de suas atividades, que torna esta instituição um fortíssimo grupo de poder estratégico, fazendo com que a recusa em se assumir como ator político leve a opinião pública a desconhecer que tanto sua ação, como sua inação constituem-se, em última análise, em escolhas políticas.
Segundo esta mesma matéria do jornal Valor, a postura do Itamaraty é consensual entre os embaixadores mais experientes que não desejam colocar em questão o "prestígio da Casa de Rio Branco" em uma "disputa que julgam ser política e partidária". Arguir pela justeza da posição de neutralidade porque a disputa é política e partidária reforça a separação estanque entre burocracia e política acima aludida, com a qual não compartilhamos.
À parte isso, não custa lembrar que o alegado prestígio da Casa de Rio Branco defendido pelos tais embaixadores não foi adquirido tão somente pela história institucional da Casa, mas também - e principalmente – pela natureza das decisões e políticas dos governos que as deliberaram, conduzidas com profissionalismo e competência pelo Itamaraty.
Exemplo disto é que o giro do chanceler Vieira pela África às vésperas da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, buscava justamente resguardar o protagonismo que a região adquiriu na agenda da política externa brasileira por determinação de um governo do qual a administração agora sob ameaça de impeachment é sucessora, e não como decorrência de uma  orientação particular da  Casa de Rio Branco.
Se o chanceler hoje a defende como se fosse uma política de Estado é porque a mesma nasceu como política de um determinado governo com mandato popular e soberano para tanto.
Por fim, mesmo que não tenha sido esta a intenção, a justificativa alegada para que o Itamaraty se mantenha distante deste processo, qual seja, a percepção de que seria uma disputa política e partidária, acaba por legitimar a razão específica para se arguir pela ilegalidade do processo de impeachment, isto é, a de que se trata de um processo político e partidário.
Se estas são razões legítimas a endossar um processo de impeachment nos regimes parlamentaristas, no presidencialismo apear do poder alguém eleito pelo voto majoritário só pode ocorrer quando existem ponderáveis razões jurídicas e legais.

*Leticia Pinheiro é Pesquisadora IESP/UERJ. Maria Regina Soares de Lima é Pesquisadora Senior IESP/UERJ. Integrantes do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais/GR-RI.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Debate sobre a politica externa e seu grau de bolivarianismo - Site 247

Um instrumento auxiliar do Palácio do Planalto, mais exatamente dos companheiros, se apressa em alimentar o debate com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, e publica opiniões contrárias.
Todas as opiniões podem ajudar ao debate, desde que sejam esclarecedoras...
Paulo Roberto de Almeida

GARCIA REBATE FERRAÇO: "DESINFORMAÇÃO E INSULTOS"

:
Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia publica dura resposta às críticas, feitas à Veja, do senador Ricardo Ferraço (PMDB) sobre a política externa brasileira e ao governo Dilma Rousseff; "Tal qual uma Mãe Dinah das relações internacionais, Ferraço prognostica que Argentina e Venezuela caminham para uma ditadura", diz Garcia, que define o discurso como de "muito barulho, pouca consistência"; para ele, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara ostenta desinformação e lugares comuns; desconhece ação conjunta de Brasil e Bolívia e "prefere insultar o presidente Evo Morales", assim como anunciar um novo "espantalho", o bolivarianismo, "que não explica o que é".
2 DE JULHO DE 2014 ÀS 17:20
247 – As críticas do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) à política externa brasileira e à gestão da presidente Dilma Rousseff, desferidas em entrevista às páginas amarelas da revista Veja do último fim de semana, foram duramente rebatidas nesta quarta-feira 2 pelo assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Em artigo, ele define o discurso do parlamentar como de "muito barulho, pouca consistência" e acusa o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara de ostentar desinformação e lugares comuns em seus ataques.
Leia aqui a entrevista do senador à revista Veja e, abaixo, o artigo de Garcia:
Política Externa: entre luzes e apagões.
Marco Aurélio Garcia
"O meio é a mensagem" disse McLuhan.
O senador Ricardo Ferraço, Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa de nossa Câmara Alta, escolheu as páginas amarelas da revista VEJA para destilar sua ojeriza à política externa brasileira e ao governo da Presidenta Dilma Rousseff. Maior adequação entre continente e conteúdo seria impossível.
Mas, se a pretensão era a de uma artilharia pesada, o resultado não passou de fogos de artifício. Muito barulho, pouca consistência.
VEJA anuncia que a Comissão presidida por Ferraço é "um contraponto ao Itamaraty", instituição que o senador vê "apequenada" e submetida a um duplo comando – o do "chanceler de direito" (o Ministro Luiz Alberto Figueiredo) e o do "chanceler de fato" (quem assina esta nota).
Café requentado nos últimos 12 anos, a suposta duplicidade na condução da política externa não é capaz de encontrar um só grão de verdade. Esconde muitas mentiras.
Ferraço percorre distraído a América Latina, ostentando sua desinformação, reproduzindo todos os lugares comuns possíveis e arrogando-se a função de politólogo, sem ter recursos suficientes para sê-lo. Ao final desvela seu propósito: o de atacar o Governo Dilma Rousseff e a falta de um projeto de nação, que ele atribui à Presidenta. Fica-se à espera de qual projeto seria esse. Silêncio ensurdecedor.
Tal qual uma Mãe Dinah das relações internacionais, Ferraço prognostica que Argentina e Venezuela, apesar de seus Governos terem sido eleitos pelo voto popular, caminham para uma ditadura. Menciona o cerco à imprensa nos dois países, ocultando, por exemplo, que em Caracas e Buenos Aires os principais órgãos de imprensa – El Nacional, El Universal, Clarín e La Nación, respectivamente – são há anos duros opositores dos governos de Nicolás Maduro e de Cristina Kirchner. O senador menciona o testemunho crítico da deputada venezuelana María Corina sobre a situação de seu país. Tivesse convidado, como fez a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, aos Professores Gilberto Maringoni, Igor Fuser e ao economista do IPEA Pedro Barros, poderia ter uma opinião mais aprofundada e plural. Seria de perguntar-se porque o vigilante senador não ouviu, como lhe foi proposto, o deputado venezuelano Rodrigo Cabezas. Pergunto-me, igualmente, por que não teve ainda curso o convite que me foi feito para ir à Comissão do Senado, assim como o Embaixador do Brasil em Caracas, Rui Pereira.
Ricardo Ferraço utiliza informações a seu gosto. Desconhece a ação conjunta que os Governos do Brasil e da Bolívia têm desenvolvido nos últimos anos no combate ao narcotráfico. Prefere insultar o Presidente Evo Morales que deve seu mandato ao voto popular.
Sobram desinformação e insultos em suas declarações: à Presidenta, ao Ministro Figueiredo (chanceler de direito e não de fato, segundo ele) e ao Itamaraty, quando acusa a instituição de coagir diplomatas para seguir ao "bolivarianismo", sob pena de perder cargos e salários. Acusação grave, que só pode fazer impunemente quem se esconde sob o manto da imunidade parlamentar.
Já que o "comunismo" deixou de ser fantasma, como nos tempos da Guerra Fria, Ferraço levanta como novo espantalho o "bolivarianismo", que não explica o que é.
O que venha a ser o bolivarianismo, é evidente que se trata de um fenômeno com sabida particularidade histórica que não tem nenhuma influência, nem mesmo presença, no ambiente político-ideológico brasileiro.
É curioso que o Senador mencione os importantes debates organizados pelo Itamaraty para a preparação de um Livro Branco sobre a política externa brasileira – onde fez longa exposição na sessão de abertura – para tentar diminuir a figura respeitável do Ministro Figueiredo, que está realizando importante processo de reorganização do Ministério e de requalificação de nossa presença no mundo.
A prova do respeito que tivemos vis-à-vis a intervenção de Ferraço e a de tantos outros, está no fato de que a discutimos serenamente e, mesmo discrepando de alguns de seus conceitos, a levamos em conta como importante contribuição ao debate.
Entre os nostálgicos dos fracassados projetos de constituição de uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), virou moda a celebração da Aliança do Pacífico como contraponto ao MERCOSUL e a nossas concepções de integração continental.
Não há um "Tordesilhas do Século XXI", separando MERCOSUL da Aliança do Pacífico. Ao contrário, os dois blocos estão em processo de aproximação e, sem perder suas respectivas identidades, propõe-se fortalecer, num diálogo respeitoso, os grandes eixos de integração da região – a UNASUL e a Comunidade de Nações Latino-Americanas e do Caribe (CELAC).
Finalmente, já está passando a hora de desmistificar supostos exercícios teórico- políticos, em nome dos quais se pretende desqualificar a atual política externa como "de Governo" e não "de Estado". Essa diferenciação tem sido utilizada nos últimos tempos por aqueles que buscam aprisionar políticas públicas – na economia, na defesa e também nas relações exteriores – a cânones conservadores, forjados no passado, no contexto de uma outra realidade nacional e mundial e de uma distinta correlação de forças sociais e políticas.
O interesse nacional que alguns gostam tanto de citar para justificar posições político-partidárias não é fruto de mentes supostamente iluminadas. É, antes, expressão da vontade geral e esta, em uma democracia, resulta da expressão popular que as urnas periodicamente recolhem.
O resto é apagão.
=================
Nota PRA: 
Alguns comentários são reveladores do estado do "debate" no Brasil atual. Eram 72 até o momento da leitura desta postagem. Provavelmente vão aumentar. Quem desejar pode percorrer todos neste link: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/145484/Garcia-rebate-Ferra%C3%A7o-desinforma%C3%A7%C3%A3o-e-insultos.htm
Transcrevo apenas os mais recentes: 

COMENTÁRIOS

72 comentários em "Garcia rebate Ferraço: "desinformação e insultos""
Os comentários aqui postados expressam a opinião
dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

  1. Ramalho 3.07.2014 às 10:18
    Canalhice, ignorância histórica e desconhecimento dos fatos explicam a demonização do bolivarianismo. Bolívar é herói das independências de vários países sul-americanos por ter ajudado a retirá-los do jugo espanhol, a Espanha era o colonizador de outrora. Bolívar, porém, teve sorte, viveu em um período em que não havia testas de ferro de colonizadores, os maus não se camuflavam. Hoje, a canalhice não tem limites e os quintas-colunas, testas de ferro dos colonizadores modernos, dissimulam seus interesses e intenções, e Ferraço é um destes. O Bolivarianismo (passo agora a iniciá-lo por maiúscula em razão de sua importância) inspira-se em Bolívar. Tem por propósito livrar a América do Sul do jugo dos impérios modernos, a exemplo do que Bolívar fez no passado. O que há de errado nisso? Nada, ao contrário, isso é bom para a América do Sul e para o Brasil, em particular. Então, qual mal o Bolivarinismo fez ao Brasil? Nenhum. Pois é, qual a razão do ódio e ofensas de Ferraço por causa da política externa brasileira? É uma boa questão. Será que Ferraço é contra a independência da América do Sul e do Brasil? Será que deseja que sejamos maus vizinhos, voltando as costas à Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador? Se não for, parece, e muito. Tudo leva a crer que Ferraço é um quinta-coluna infiltrado no Senado que opera contra o Brasil e contra a América do Sul, o que, convenhamos, é uma vergonha.
  2. Samuel dos santos rocha 3.07.2014 às 09:09
    esse e do es nunca trabalhou na vida filho da direita e neto da ditadura e ex dem estou aguardando ele na proxima eleiçao
  3. Buca Dantas 3.07.2014 às 07:18
    aos poucos vamos desmoralizando essa canalha direitosa subserviente e ignorante (apesar do letramento). À falta de votos só lhes resta a verborragia. Mas só por umas 2 gerações a mais, porque seus argumentos de ódio encontram cada vez menos gente que lhes dê a menor atenção.
  4. ronaldo 3.07.2014 às 05:21
    Garcia nada sabe de Constituição, e acredito mesmo que não esteja interessado nisto, pois é ativista comunista que vivia no lado oriental do muro de Berlim e aposta no bolivarianismo. Não aprendeu democracia. Se quiser aprender, é só ver este vídeo do eminente Ives Gandra Martins sobre o processo em andamento.. https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/146e06450e43d1d8?projector=1
  5. sergio 3.07.2014 às 02:07
    Só faltou o turbante na foto do Ferraço, quem é este elemento? Será o novo informante da Veja.
  6. sergio 3.07.2014 às 02:04
    Quem é este elemento, Ferraço, metido a cartomante. Será que ele ao menos sabe onde fica a Argentina e e a Venezuela. Bom se saiu na Veja ..... é pura perca de tempo.
  7. TOC TOC TOC 3.07.2014 às 00:56
    Ta explicado o mau-halito do toc toc. E' a merda evaporando pela boca.
  8. Marcela Cadela 2.07.2014 às 23:31
    Marcela é um direitista estúpida, uma das piores comentaristas do 247, está aqui só para falar besteiras e denegrir qualquer um da esquerda democrática eleita pelo voto popular. É uma viúva do golpe de 64. Deveria recolher-se a sua insignificância de subnitrato de pó de peido.
  9. Ferraço? Quem? 2.07.2014 às 23:26
    Quem é Ferraço? Quais são seus projetos? O Que ele já fez pelo Brasil? Absolutamente nada. Um zero absoluto. Tá querendo levar um Ferraço? Vote nele.
  10. marcela 2.07.2014 às 23:26
    Marco Aurélio Garcia seguramente é um dos petistas mais retrógrados e sectários ! Parou no tempo, venera Fidel e acredita que Cuba é um paraíso socialista. Venezuela e Argentina só não são ditaduras plenas, porque suas populações resistem bravamente ... só mesmo a esquerda brasileira mofada, bolorenta defende os tiranetes que governam esses países.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Diplomacia partidaria e diplomacia diplomatica: tudo a ver? - Eliane Cantanhede (FSP)

Tô fora!
Eliane Cantanhede
Folha de S.Paulo, 14/02/2014

 BRASÍLIA - Tanto a questão de Henrique Pizzolato quanto a fuga de médicos cubanos são assuntos que têm uma dimensão internacional. Mas, como não participou de nenhum dos dois na origem, o Itamaraty agora lava as mãos no desenrolar (ou no enrolar) das coisas.
Quando o governo Lula começou a discutir o caso do italiano Battisti, condenado à prisão perpétua por assassinato no país dele, o Itamaraty votou no Conare (o comitê para refugiados) contra o asilo –ou a favor da extradição. Mas, como a história registra, o governo Lula deu mil e uma voltas, mil e um jeitinhos, até manter o cara aqui, livre, leve e solto.
Agora, quando a situação se inverte e o fujão Pizzolato está na Itália, é o Itamaraty que não quer mais saber dessa história. Quem deu asilo a Battisti que se vire com Pizzolato, ou "quem pariu Mateus que o embale".
Quando –e se– o Ministério da Justiça, a Procuradoria e, de raspão, o Supremo tomarem providências para pedir a extradição, um diplomata bem vestido, bem penteado, poliglota e cheio de cursos vai colocar a correspondência num envelope bacana para entregar na Embaixada da Itália em Brasília. E lavar as mãos.
O mesmo vale para a evasão de médicos cubanos. Quando o governo decidiu trazer milhares deles (já são cerca de 7.400 inscritos), todas as tratativas foram feitas pelo Planalto, pelo Ministério da Saúde, pela assessoria internacional da Presidência, mesmo criando doutores de primeira e de segunda classe no Mais Médicos, menina dos olhos de Dilma e das campanhas petistas.
Agora, quando cubanos começam a desertar e não dá para mandá-los de volta pelas asas da Venezuela, como ocorreu com os boxeadores no governo Lula, o que o Itamaraty pode fazer? Nem pode exigir que os irmãos Castro deem um jeito nos insubordinados nem pode impedir os EUA de concederem vistos.
Logo, essas duas questões internacionais não são para o Itamaraty, são para a diplomacia partidária.


Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal 'GloboNews em Pauta' e da Rádio Metrópole da Bahia

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ricupero: Dilma tem visao estreita da diplomacia

A matéria já tinha sido postada aqui, na forma original publicada pelo jornal Valor Econômico, no próprio dia. Reproduzo apenas trecho destacado pelo político Cesar Maia, em sua coluna de 23/10/2013, já que ela precisa ser reafirmada.
Paulo Roberto de Almeida


EMB. RUBENS RICUPERO: DILMA TEM UMA VISÃO ESTREITA DA DIPLOMACIA!
        
(Trechos da longa e excelente matéria no Valor, 21) 1. Ao demitir, há pouco mais de dois meses, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Dilma decidiu que havia chegado a hora de mudar. Mas não apenas o titular da pasta. A presidente, segundo interlocutores, quer arejar o estilo e as práticas de uma das mais antigas instituições brasileiras. Na última formatura, Dilma perguntou a um assessor: "Quantos são engenheiros?" Nenhum era. Engenheiros, acredita a presidente, teriam uma visão mais objetiva e direta para solucionar os problemas e desafios apresentados por um mundo tão complexo como o do século XXI.
        
2. As provas são rigorosas, exigem conhecimentos sólidos de história, relações internacionais, inglês avançado, francês e espanhol razoável. Mas agora, se depender da vontade da presidente, exames e curso terão mais exigências. Ela acha que os futuros representantes do país no exterior devem aprender e saber expressar-se em árabe, mandarim e russo, além dos imprescindíveis inglês, francês e espanhol. A presidente defende também que os jovens estudantes intensifiquem o conhecimento de relações comerciais e negócios e que reforcem o domínio do uso das redes sociais.
        
3. Dilma mandou cortar os orçamentos das representações no exterior destinados a almoços, jantares, coquetéis, aluguéis de carros. Ela, dizem seus assessores, acha que esses eventos são desperdício de tempo. Os diplomatas discordam e afirmam que os eventos constroem relações que resultam em negócios e oportunidades.  Se o temperamento de Dilma não se casa com os costumes da diplomacia, servidores reclamam de sua impaciência e cobranças ríspidas.
        
4. Diz o Embaixador Rubens Ricupero: "A presidente Dilma tem uma visão estreita do dia a dia da diplomacia. Ela não entende que é impossível separar diplomacia e política externa". Diz o ex-Ministro de FHC Celso Lafer: "Isso é um assunto de Estado. A política externa é de Estado. O presidente da República conduz a política externa e dará ênfase aos assuntos que considerar mais importantes. Mas essa política não pode ser resumida aos objetivos de um partido".

domingo, 22 de setembro de 2013

Politica externa paralela, diplomacia partidaria, amizades ditatoriais: Mr Lula goes to Harare...

Do blog de Rodrigo Constantino, em 21/09/2013:

21/09/2013
 às 12:14 \ Socialismo

BNDES libera quase US$ 100 mi para Mugabe. É o pobre brasileiro ajudando o rico ditador corrupto africano

Ditador Robert Mugabe e o ex-presidente Lula
Deu na Folha: Brasil libera crédito a ditador do Zimbábue
O Brasil está concedendo uma linha de crédito de US$ 98 milhões (cerca de R$ 215 milhões) do BNDES para o governo do ditador Robert Mugabe no Zimbábue (África).
O recurso é parte do programa Mais Alimentos Internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Com esse crédito, o governo do Zimbábue poderá comprar equipamentos agrícolas (tratores, máquinas, material de irrigação, terraplenagem) de indústrias brasileiras e repassar a agricultores do país.
Entidades de direitos humanos apontam para o histórico de corrupção do governo Mugabe, há 33 anos no poder, e o perigo de o crédito brasileiro dar sustentação a um regime cujas eleições recentes foram contestadas.
Ele confiscou sem indenização as terras de agricultores brancos, que historicamente tinham uma concentração desproporcional da propriedade fundiária.Além disso, a agricultura familiar do Zimbábue está no centro da polêmica e violenta reforma agrária que Mugabe iniciou no ano 2000.
Grande parte foi repassada a aliados políticos sem experiência no campo.
O processo teve vários episódios de violência contra fazendeiros. E o resultado foi uma queda significativa nas safras do país, que passou a importar alimentos e depender de ajuda externa.
Um dos principais problemas foi que, sem títulos de propriedade da terra, os agricultores não conseguiam acesso a crédito para comprar equipamentos agrícolas.
Dentro do Mais Alimentos, também receberão crédito Senegal (US$ 95 milhões), Gana (US$ 95 milhões)e Cuba (US$ 210 milhões).
Um total de US$ 470 milhões do BNDES, modalidade do Proex (Programa de Financiamento à Exportação), foi aprovado para o Mais Alimentos Internacional.
É o governo do PT destinando quase meio bilhão de dólares para regimes falidos, ditadores corruptos, tudo em nome da “justiça social”.
A reforma agrária de Mugabe representou um total abuso dos direitos individuais, inclusive com o uso de bastante violência, em boa parte perpetrada pela milícia de esquerda, nos moldes do nosso criminoso MST. A expropriação de terras, sob a desculpa da “justiça social”, foi enorme, lançando o país na miséria total.
A produção despencou, os investimentos sumiram e o caos foi total. Os produtores brasileiros de fumo agradecem, já que o Zimbábue era importante vendedor mundial, e depois da reforma cedeu vasto espaço para a concorrência. Tudo pela “igualdade”.
Mugabe adotou novas leis para forçar que o controle dos ativos minerais ficasse com negros. Vale lembrar que o Zimbábue possui vastos recursos, incluindo diamantes, ouro, carvão, níquel e platina, cuja reserva representa cerca de 15% da mundial. A cor da pele passou a ser mérito para ser dono desses recursos.
Não tão diferente do nosso querido Brasil, onde o fato de ser índio, mesmo que bem adaptado ao mundo moderno, com celulares, carros importados e parabólicas, também permite o controle sobre vasto e rico território, como as reservas de Rondônia. Ou a cor da pele, que já é passe de entrada em universidades, e até de empregos também.
O Zimbábue de Mugabe é apenas mais um exemplo, entre tantos, do fracasso socialista. É o retrato do que aconteceria com o Brasil se o MST assumisse o poder de vez (hoje ele tem poder indireto por meio do PT). Mas eis que o governo petista resolve destinar quase US$ 100 milhões, via BNDES, para esse regime nefasto.
Essas “ajudas” de governo para governo acabam sempre significando o seguinte: os pobres dos países que emprestam ajudam os ricos dos países que recebem o financiamento. É o favelado carioca ou o pobre do Acre bancando Mugabe e sua turma corrupta.
Pode isso, Arnaldo? Infelizmente, no Brasil o PT pode tudo. Não temos uma oposição firme o suficiente que consiga levar ao povão a mensagem do que isso representa de fato. E fica tudo por isso mesmo…

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Nao-Visita de Estado ao Imperio: tanto faz como tanto fez - EditorialEstadao

Realmente não faz nenhuma diferença, seja no plano das relações bilaterais, regionais, hemisféricas ou internacionais. Nenhuma diferença entre fazer e não fazer: tudo continuará como antes, e pelo menos se evitam sorrisos amarelos e palavras constrangedoras.
Toda a diferença está no plano interno, e mais propriamente eleitoral, a bem da verdade eleitoreiro. Uma antecipação dos argumentos soberanistas já virá na ONU, com expressões grandiloquentes e demanda por um acordo global anti-espionagem. Pronto: mais um item na agenda do dinossauro de NY, que promete ocupar burocratas e diplomatas pelos próximos dez anos. Bocejo...
Por outro lado, confirma-se que a política externa é mesmo inteiramente dominada por considerações, objetivos e até demagogia totalmente partidária. Senão, não teria sentido um encontro destes para resolver uma questão de política externa, como destaca o editorial deste jornal reacionário do Partido da Imprensa Golpista:
Não fosse assim, por que razão Dilma submeteria sua decisão ao aval de seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao chefe de seu partido, Rui Falcão, e ao marqueteiro de sua campanha, João Santana? Pois foi exatamente o que aconteceu, numa reunião na noite de sexta-feira passada na Granja do Torto.
Paulo Roberto de Almeida

Soberania de palanque

Editorial O Estado de S.Paulo, 19 de setembro de 2013


Não deverá ter grande efeito prático, nas relações entre Brasil e Estados Unidos, o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, que estava prevista para o mês que vem. Como se tratava de uma viagem que atenderia muito mais ao protocolo diplomático do que promoveria avanços concretos na área econômica, a decisão de Dilma deve ser vista apenas pelo aspecto simbólico. E, nesse sentido, conclui-se que, de fato, o clima para a visita não era mesmo dos melhores. Ainda assim, espanta que a presidente tenha tratado do assunto não com seus diplomatas, como deveria ser, considerando-se que era uma questão de Estado, e sim com seu conselho eleitoral, de olho exclusivamente nos efeitos que o caso certamente produzirá no eleitorado dito nacionalista.
Dilma resolveu cancelar a viagem aos Estados Unidos em razão das informações segundo as quais o serviço de inteligência americano pode ter monitorado as comunicações da presidente com seus auxiliares. Não há evidências de que algum telefonema ou mensagem de Dilma tenha sido efetivamente grampeado, mas a simples hipótese foi suficiente para gerar a justa indignação da presidente e dos brasileiros em geral.
É fato que quase todos os países que têm interesses políticos e econômicos ao redor do mundo usam a espionagem para defendê-los, razão pela qual não se deve tratar o caso da espionagem americana como excepcional, como se inclinam a fazer os que veem os Estados Unidos como a fonte de todo o mal.
No entanto, quando a bisbilhotice se torna pública, é natural que se demandem do bisbilhoteiro pedidos de desculpas formais e explicações abrangentes - everything, como cobrou a presidente. Afinal, espionar chefes de Estado de nações amigas não é coisa que se faça.
Como a Casa Branca não parece ter se abalado muito com a reação brasileira, oferecendo apenas esclarecimentos insatisfatórios, Dilma entendeu que, neste momento de desconfiança, não havia razão para que ela se deixasse aparecer na foto ao lado do presidente Barack Obama num jantar de gala em Washington, como se tudo estivesse bem. Além disso, corria-se o risco de que novas informações comprometedoras fossem divulgadas durante a visita, causando ainda mais constrangimento.
Parece, portanto, que Dilma ponderou os aspectos diplomáticos da situação para tomar a sua decisão. Mas só parece. Na verdade, a presidente, candidata à reeleição, está em campanha permanente e aproveitou o ensejo das denúncias de espionagem para tentar faturar mais alguns pontos nas pesquisas de intenção de voto.
Não fosse assim, por que razão Dilma submeteria sua decisão ao aval de seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao chefe de seu partido, Rui Falcão, e ao marqueteiro de sua campanha, João Santana? Pois foi exatamente o que aconteceu, numa reunião na noite de sexta-feira passada na Granja do Torto.
Concordou-se, no encontro, que o cancelamento da viagem daria a Dilma a imagem de uma presidente que defende a soberania do Brasil ante as ameaças americanas. Assim, a nota em que a presidente anunciou a desistência afirma que "as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional".
A nota, ademais, trata como fato concreto algo que é apenas uma suspeita, isto é, que os espiões americanos realmente tenham tido acesso ao conteúdo de mensagens de cidadãos, autoridades e empresas do Brasil, algo que as informações divulgadas até agora não autorizam concluir. Esse exagero basta para demonstrar o empenho do governo em explorar o caso para efeitos midiáticos.
Ao fim e ao cabo, Dilma poderia ter optado por manter a agenda da visita aos Estados Unidos e, uma vez lá, ter manifestado publicamente seu descontentamento com a situação. Seria uma atitude de estadista, com efeitos muito mais significativos do que a mera bravata eleitoreira.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O caso Saboia, por Rubens Ricupero: reconhecimento, nao castigo (FSP)


Rubens Ricupero,
Folha de S.Paulo, 2/09/2013

São raríssimos no Itamaraty e no Brasil casos como o de Eduardo Saboia, de funcionários que arriscam tudo por motivos de consciência. Só me lembro de dois em minha carreira: o do embaixador Jaime de Azevedo Rodrigues, que protestou contra o golpe de 64, e o de Miguel Darcy, que organizou rede para denunciar no exterior as torturas do regime militar.
É por isso que exemplos de coragem em defesa de princípios merecem medalha, não punições. Seria erro gravíssimo equiparar o ato de Saboia à insubordinação. Ele não agiu contra ordens do governo. Na verdade, não havia ordens e foi preciso agir no vazio calculado de instruções em que deixaram a embaixada.
A Convenção de Caracas sobre asilo diplomático é clara: compete ao país que concede o asilo julgar a natureza do delito e os motivos da perseguição, correspondendo ao governo local o dever de garantir imediatamente a saída do asilado do território. Tolerar que o governo boliviano recusasse o salvo-conduto por 15 meses é mais que condescendência culposa.
Trata-se de cumplicidade com o governo que já expropriou a Petrobras e ocupou suas instalações com tropas do Exército, recebendo em troca afagos, aumentos do preço do gás e apoio brasileiro na campanha eleitoral do presidente Morales.
Compare-se o silêncio frente à Bolívia com a indignação e a campanha pública do governo do Brasil no asilo do ex-presidente hondurenho Zelaya ou o desgaste do relacionamento com a Itália a fim de proteger criminoso condenado por vários homicídios. A diferença é que nesses dois casos os beneficiados eram companheiros de ideologia.
O que prova que, para este governo e o anterior, democracia, direitos humanos e asilo devem ser filtrados pelo prisma ideológico. Só valem se o favorecido pertence à mesma família ideológica.
Veja-se o contraste com o asilo, também na missão brasileira em La Paz, do presidente Hernando Siles, derrubado por golpe militar em 1930 e pai do futuro presidente Hernán Siles Zuazo.
Cercada a missão semanas a fio por turbas que exigiam a entrega do presidente, o então representante do Brasil temeu pela própria vida e quis deixar o posto. O Itamaraty, porém, exigiu que ele ficasse e defendesse o asilo com firmeza, obtendo finalmente a saída do asilado.
Desta vez, a decisão de retirar da Bolívia o senador perseguido foi tomada como medida extrema, depois de ter ficado claro pelas mensagens de e-mail que o empenho brasileiro pela libertação era um faz de conta. Se não tivesse feito nada e o asilado se suicidasse, como parecia iminente, o encarregado de negócios teria sido culpado de omissão de socorros.
Criminosos de guerra sempre alegaram que apenas cumpriam ordens. Nem o tribunal de Nuremberg, nem os posteriores, aceitaram a desculpa. Eichmann, exemplar funcionário do Holocausto, acabou enforcado. Valores como a vida, a liberdade e a proteção a perseguidos são incomparavelmente mais altos do que obedecer ordens. Se o governo se omite na sua defesa, cabe ao funcionário o dever de suprir a falha.

Ao mostrar ter a coragem que faltou a seus superiores, Saboia honrou os valores da Constituição e do povo brasileiro. Deve receber reconhecimento, não castigo.

Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Faap, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), ministro da Amazônia e do Meio Ambiente, ministro da Fazenda (governo Itamar), embaixador em Genebra, Washington e Roma. Escreve quinzenalmente, aos domingos, na versão impressa de "Mercado".

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Politizacao, partidarizacao, desprofissionalizacao da diplomacia....

... na Argentina.
Ufa!
Ainda bem que nada disso ocorre entre nós...
Paulo Roberto de Almeida

Embajadas sin embajadores

Editorial, La Nación, 27/11/2012

En un gobierno que le da la espalda al mundo, no debe extrañar el empeño del canciller Timerman por prescindir de experimentados diplomáticos
Pese a los constantes errores y papelones que salpican nuestra política exterior, la continuidad de Héctor Timerman al frente de la Cancillería ilustra bien a las claras la ínfima importancia que el Gobierno otorga a la política exterior y, por carácter transitivo, qué mezquina es su visión del mundo y de la posición que en él ocupa nuestro país.
Un dato muestra con la claridad de una radiografía la crisis por la que atraviesa el área: en poco tiempo, en ese mundo que el Gobierno se obstina en ignorar habrá una veintena de embajadas argentinas sin embajadores porque el Gobierno prefiere reemplazarlos por encargados de negocios ad hoc, modalidad que no requiere la aprobación del Senado y fomenta el amiguismo, al tiempo que, en más de un caso, supondrá una suerte de afrenta a las autoridades del país anfitrión. Entre las embajadas vacantes se encuentran algunas muy importantes para la Argentina, como las de la Unión Europea, la Organización de los Estados Americanos (OEA), la India y Paraguay. A partir de enero del año próximo, quedará vacante la embajada en Alemania.
El canciller se ha vanagloriado de haber realizado una amplia limpieza de embajadores mayores de 65 años -su retiro está previsto a los 70 años- y de haber incorporado jóvenes, varios de ellos integrantes de la agrupación juvenil ultrakirchnerista La Cámpora, a la que pertenece la secretaria de Relaciones Económicas Internacionales, Cecilia Nahón. Además, más de 50 embajadores y ministros de carrera están en condiciones de adelantar sus jubilaciones y muchos lo harán, desencantados con la gestión del canciller y temerosos de que se reforme el actual sistema previsional del servicio exterior.
Ante esta situación, el diputado Alberto Asseff, del Frente Peronista, solicitó al Gobierno que informe al Congreso si dieciocho embajadas argentinas que actualmente carecen de embajadores serán cubiertas a la brevedad, y también inquirió el motivo por el cual se ha producido esta situación excepcional en nuestras representaciones ante la Organización de las Naciones Unidas, la Unión Europea, Paraguay, Suiza, Holanda, Suecia, Marruecos, Argelia, Portugal, Canadá, Kenya, Libia, Jamaica y Serbia, entre otras que, señaló Asseff, "están a cargo de encargados de negocios".
Timerman se enorgullece de rejuvenecer nuestro plantel diplomático como si se tratara de un equipo de fútbol. A esta altura de los acontecimientos, los desatinos que ha cometido y los papelones que ha protagonizado al frente de la Cancillería deberían haberle enseñado cuán importantes son la idoneidad y la experiencia. Entre sus hitos cabe recordar cuando, con unos alicates, violó en el aeropuerto de Ezeiza valijas diplomáticas de los Estados Unidos, ocasionando un grave enfriamiento en las relaciones bilaterales que aún continúa. Puede mencionarse, también, el bochornoso episodio que mantiene a nuestra Fragata Libertad en calidad de rehén en el puerto de Ghana.
Lo ocurrido con el buque escuela indica la importancia de contar con embajadores. Uno de los momentos de mayor peligro para los marinos argentinos se vivió cuando se vieron obligados a esgrimir fusiles FAL para evitar que agentes de seguridad de Ghana abordaran la nave. El arribo de nuestra embajadora en Nigeria y Ghana, María Susana Pataro, sirvió para descomprimir la tensa situación. Pataro, precisamente, integra la nómina de embajadores que están a punto de jubilarse.
El canciller se ha embarcado en una suerte de desprofesionalización de una cartera donde el profesionalismo resulta esencial. El proceso comenzó con la paulatina pérdida de gravitación de la Cancillería en los temas de comercio exterior que le son inherentes, y que pasaron a la órbita de la Secretaría de Comercio, a cargo de Guillermo Moreno.
En el mundo diplomático, la no designación de embajadores ante países que sí los han acreditado en Buenos Aires equivale a una manifiesta y ofensiva falta de interés que puede traducirse en un consiguiente enfriamiento de los vínculos bilaterales.
En una comunidad eminentemente global, vivir de espaldas al mundo, como pretende hacerlo el Gobierno, más que una veleidad infantil constituye una inconsciencia de peligrosas consecuencias.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Diplomacia partidaria e politica externa do Brasil - Marcio Bittar

Independente do partido do autor do artigo, caberia fixar-se nos argumentos, não em quem os expede.
http://www.contilnet.com.br/Conteudo.aspx?ConteudoID=18194

06/06/2012 14:41 - Atualizado em 06/06/2012 15:26
Os Equívocos da Diplomacia Petista
Marcio Bittar
É eloquente o mutismo da diplomacia brasileira diante dos constantes ataques do governo cubano aos dissidentes políticos em greve de fome, desqualificados pelo presidente brasileiro, à época, como meros criminosos comuns.

O mundo assiste, com indignação, a crescente onda de violência perpetrada pelo governo sírio contra sua população civil, que culminou, na última semana de maio, com o massacre ocorrido em Houla, que resultou em 108 mortos, dentre eles, 49 crianças com menos de 10 anos, marcando a exacerbação das pressões por uma intervenção por parte da ONU naquele país.

No momento em que os principais países recorrem às mais duras medidas para repudiar o massacre sistemático do povo sírio por seu próprio governo, o Brasil mais uma vez decide contemporizar e defende a manutenção do diálogo com o ditador sírio Bashar AL-Assad, isolando o Brasil perante a comunidade internacional.

Este é mais um episódio que mancha a diplomacia brasileira, somando-se aos diversos sinais de apoio a ditaduras que desrespeitam os direitos humanos, promovidos pelo governo do PT, resultando em fatos grotescos, como a recepção em Brasília do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e a viagem do presidente Lula a Teerã para tentar evitar, inutilmente, uma ação da comunidade internacional contra o programa nuclear iraniano. 

Ou manifestações de simpatia pelo ditador do Zimbábue, Mugabe, com quem se reuniu por iniciativa de Hugo Chávez. Ou a impotência diante da transformação da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa num palanque do aliado Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras.

É eloquente o mutismo da diplomacia brasileira diante dos constantes ataques do governo cubano aos dissidentes políticos em greve de fome, desqualificados pelo presidente brasileiro, à época, como meros criminosos comuns.

Também é inegável a ligação umbilical do PT com as FARC, uma notória força terrorista que tem se dedicado muito mais aos sequestros, atentados, assassinatos e tráfico de drogas do que propriamente à luta política contra o governo constitucionalmente eleito da Colômbia. E essa história ligação passou a afetar, de forma negativa, a nossa política externa com aquele país vizinho.

Da mesma forma, o Itamaraty assiste com uma omissão surpreendente, aos arroubos ditatoriais do governo de Hugo Chavez, que cala, com violência, a imprensa e a oposição venezuelana.

Ora, a questão da política externa, em qualquer país democrático, é uma política de Estado, e não de governo ou de partido. Mas, ao longo dos governos petistas tem ocorrido uma clara inversão de valores, com uma grande influência da ideologia partidária nas ações do Itamaraty.

Essa partidarização da política externa respondeu, primordialmente, ao objetivo de dar uma satisfação ideológica aos segmentos mais radicais do PT, como uma espécie de compensação pela continuidade no modelo econômico herdado do governo do PSDB. Ocorre que essa prática tornou-se hábito e hoje a diplomacia “companheira”, promovida nos governos petistas, demonstra uma opção por um modelo terceiro-mundista arcaico e um antiamericanismo infantil e estéril.

São vários os equívocos cometidos pelo governo, no seu afã de pintar com cores ideológicas as relações externas. O Governo brasileiro apoiou para a direção da Unesco o cidadão egípcio antissemita Farouk Hosni, e foi derrotado fragorosamente. E, o mais grave, para apoiar uma indicação de flagrante caráter partidário, o Brasil desprezou o diplomata brasileiro Márcio Barbosa, que teria o apoio dos países europeus e dos próprios Estados Unidos.

Na viagem da presidente Dilma à China em 2011, os direitos humanos estiveram ausentes da pauta, mesmo diante das notícias de que, desde as Olimpíadas e dos protestos em Xinjiang e no Tibete, ocorreu uma onda repressiva que é a pior desde os massacres da Praça da Paz Celestial. A prisão do Nobel da Paz Liu Xiaobobo e do artista plástico Ai Weiwei são somente a ponta do iceberg da violência política chinesa. E o governo brasileiro mantém-se silencioso, em nome de discutíveis interesses comerciais.

É inaceitável que aqueles que ocupam o governo brasileiro e a bem pouco tempo lutavam contra a ditadura militar, empunhando bandeiras em favor das liberdades, hoje relativizem os direitos humanos.

O viés ideológico da nossa política externa significa o abandono de posições constitucionais de defesa dos direitos fundamentais e tem custado caro ao país. Lembro que o governo boliviano expropriou as instalações da Petrobras naquele país, e o Brasil respondeu a esse gesto criminoso contra os interesses nacionais com absoluta omissão.

Atualmente cidadãos brasileiros são vítimas de ataques da polícia do “companheiro” Evo Morales. Agricultores e comerciantes instalados há muitos anos nas franjas da fronteira entre a Bolívia e o Brasil, são expulsos de forma sumária e violenta, e a diplomacia brasileira assiste a todos os arroubos populistas do Presidente Boliviano com absoluta leniência.

É urgente que o governo devolva a diplomacia brasileira ao trilho dos ditames constitucionais, que determina o respeito à prevalência dos direitos

humanos, abandonando a posição dúbia de silencio obsequioso diante de violações cometidas por países como a Síria, o Irã, China, Venezuela ou Bolívia.

Se o Brasil cresce com importância potencial no cenário mundial, não tem como continuar tratando política externa com posições anacrônicas e eivadas por preconceitos. Quando o governo se omite diante de barbáries, a omissão se dá em nome de todos os cidadãos brasileiros.

A diplomacia imposta pelo PT, em razão dos equívocos acima apontados, vem descapitalizando de maneira crescente a credibilidade internacional do Brasil, comprometendo, desse modo, o próprio prestígio do País. Esta situação vem sendo agravada pelo empenho do governo em construir parcerias com regimes pautados pelo arbítrio. A continuidade desta diplomacia é indesejável e inconstitucional.

*Marcio Bittar é Deputado Federal pelo PSDB/AC e Presidente do Diretório Estadual do PSDB/AC