O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Site pessoal: www.pralmeida.net.
Mostrando postagens com marcador O Livro do Nordeste II. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O Livro do Nordeste II. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 6 de junho de 2025

O Livro do Nordeste II - André Heráclio do Rêgo (Diário de Pernambuco)

 O LIVRO DO NORDESTE II

André Heráclio do Rêgo

Diário de Pernambuco, 6/06/2925

Em 1925, por ocasião do primeiro centenário do Diario de Pernambuco, decidiu-se que as respectivas comemorações não se limitassem a festas, banquetes e exposições, mas que deixassem um legado permanente, um livro que, como notou Edson Nery da Fonseca, foi a primeira obra plurisdisciplinar e transregional publicada no Brasil. Tratava-se do Livro do Nordeste, coletânea de artigos de alguns dos mais representativos intelectuais da época, não somente de Pernambuco, reunidos sob a batuta do jovem Gilberto Freyre. Mauro Mota observou, anos depois, que esse livro teria sido o “manifesto a priori” do Movimento regionalista.

Para Oliveira Lima, um dos seus ilustres colaboradores, era o Livro do Nordeste “um repositório suculento de informações de todo o gênero acerca do século abrangido pela atividade” do Diario de Pernambuco, no qual se encontrava “o perfume da tradição de que soube impregná-lo o seu organizador, o senhor Gilberto Freyre”.

Estas são apreciações relativas ao Livro do Nordestede 1925, mas que se podem aplicar à maravilha à iniciativa que ora empreendemos, com o jornalista Múcio Aguiar, a da edição do Livro do Nordeste II, ou Livro do Bicentenário, neste ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2025.

Livro do Bicentenário será nada mais nada menos do que uma tentativa de reconstituição da trajetória do Diario de Pernambuco nos seus duzentos anos – nos cem anos tratados pelo primeiro Livro do Nordeste, mas sobretudo nos cem anos que vão de 1925 a 2025.

E para tanto buscamos, a exemplo e em emulação do próprio Gilberto Freyre, textos de intelectuais renomados e representativos, não somente de Pernambuco, mas também do Brasil e inclusive de Portugal, que propiciassem o aggionarmento daquela edição histórica de 1925.

Mas não só isso. Trata-se também este Livro do Bicentenárioou Livro do Nordeste II, de uma homenagem ao Livro do Centenário, ao seu organizador e aos seus autores. Neste sentido, o livro de 2025 gira em torno de três “entidades, que o perpassam em quase todos os seus textos, e a quem ele é dedicado. Em primeiro lugar o Diario de Pernambuco, órgão de imprensa mais antigo em circulação no hemisfério sul e nos países de língua portuguesa, que este ano comemora o seu bicentenário. Em segundo lugar, Gilberto Freyre, o mestre de Apipucos, que dispensa apresentações, e que comemora os seus 125 anos. E em terceirolast but not least, o Nordeste, conceito cuja primeira consagração talvez tenha sido a provocada pelo livro que leva seu nome, e que hoje em dia é a expressão dos anseios de uma das regiões mais essencialmente brasileiras, aquela na qual a própria brasilidade nasceu.

É em torno dessas três entidades, e desses três eixos, que o Livro do Nordeste II, ou Livro do Bicentenáriogirará, com umas poucas incursões internacionalistas, ao longo de vinte ensaios – um para cada dez anos da trajetória do Diario – escritos por gente que entende dos respectivos temas.

O livro está em elaboração, e deverá ser lançado ainda este ano. Parafraseando aquele reclame das antigas novelas, que o mestre de Apipucos também apreciava, “aguardem as cenas dos próximos capítulos”.



PS PRA: André Heráclio me fez a honra de convidar para escrever o capítulos sobre relações internacionais do Brasil, 1925-2025, na sucessão de Manuel de Oliveira Lina, que tinha escrito sobre o período 1825-1925. Confesso que tive dificuldades em finalizar, dadas as incertezas criadas por alguns contraventores do Direito Internacional na atualidade.