O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Petrobras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Petrobras. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de junho de 2014

CPI do Senado ofende a inteligencia dos brasileiros: Petrobras impoluta segundo ex-diretor

O cidadão merecia já estar na cadeia, e com todos os seus bens embargados. No entanto, por obra e graça de um juiz companheiro (que não é exatamente supremo, mas extremo, de extremoso, com os companheiros) está solto e ofendendo a inteligência dos brasileiros.
Os senhores senadores não se dão ao respeito, ao participarem de uma chacota.
Paulo Roberto de Almeida

CPI



Eis, segundo um boletim do PT, a "verdade" sobre a Petrobras: os companheiros estão defendendo um ladrão indiciado pela Polícia Federal. Como já o fuzeram, aliás, com os seus quadrilheiros corruptos. A vocação do partido totalitário é a de chafurdar na lama dos crimes contra o patrimônio público.


Ex-diretor refuta ilações sobre Petrobras e revela contrato com Organizações Globo

CPI-PETROBRAS-10-06O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, refutou, na CPI do Senado que investiga supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, ilações que tentam comprometer a Petrobras. Ele revelou também que sua empresa mantém negócios com as Organizações Globo. Paulo Roberto lembrou que passou mais de 50 dias preso e massacrado por setores da mídia, como a Globo, com quem mantém contrato.

A revelação pelo foi um dos pontos marcantes da CPI, ontem. Em seu relato, o ex-diretor confirmou que é o dono da empresa de consultoria Costa Global e que entre os seus contratados estão as Organizações Globo. “Para conhecimento de vocês, eu tenho um contrato assinado para vender uma ilha das Organizações Globo”, revelou.

De acordo com o ex-diretor, a ilha situa-se na rodovia Niterói-Manilha. Ele frisou que o contrato firmado com as organizações da família Marinho era para que a Costa Global procurasse um leasing imobiliário para vender a área. Segundo ele, o objetivo do negócio era dar apoio para a operação offshore que atuaria para empresas que trabalhavam com a Petrobras, com a Shell, e com outras empresas que têm atividades de produção na Bacia de Campos. “Até para as Organizações Globo estamos prestando serviço”, reafirmou Paulo Roberto.

O ex-dirigente disse ainda que constituiu a Costa Global em 2012, após sua saída da estatal. Ele contou que a sua filha, Arianna Azevedo Costa Bachmann é sua sócia e que a empresa possui 81 contratos firmados.

No decorrer de sua exposição, Paulo Roberto da Costa repudiou com veemência as “inveracidades” das acusações do Ministério Público contra a Petrobras e criticou o foco dado pela imprensa brasileira à questão.

“A Petrobras é uma empresa totalmente séria. Pode-se fazer auditoria por 50 anos dentro da Petrobras que não vão achar nada ilegal porque não há nada ilegal na Petrobras. Estão colocando a Petrobras na condição de uma empresa frágil”, afirmou. Ele observou que os controles dentro da estatal são enormes.

Abreu e Lima - Ele refutou as denúncias de suposto superfaturamento nos contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. “Não é real. É uma ilação. Portanto, repudio veementemente essa suposição. Não existe organização criminosa. Não sei por que inventaram essa história. É uma história fora da realidade”, lamentou.

Operação Lava Jato – Paulo Roberto da Costa foi preso em março na Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal.  A Operação da PF investigou esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em seu depoimento ele foi enfático em afirmar que não existe lavagem de dinheiro da Petrobras com o doleiro Alberto Youssef, também preso pela PF.

“Não sei de onde tiraram essa história. A Polícia Federal, o MP deveriam aprofundar essa análise da Petrobras, que vão chegar à conclusão de que a Petrobras não o que estão falando. A Petrobras é uma empresa que orgulha o povo brasileiro”, afirmou.

Pasadena – Sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, Paulo Roberto voltou a dizer o que os seus antecessores afirmaram em depoimentos na CPI.  “Naquele momento era um bom negócio. Ninguém coloca petróleo cru na indústria, no carro ou no avião. Ter refinaria é algo importante e estratégico”, reafirmou. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Crimes economicos do lulo-petismo: os desastres na Petrobras (Editorial Estadao)

Não preciso acrescentar mais nada, ou talvez apenas uma observação.
Não foi só incompetência, má gestão, falta de sorte, ou equívocos involuntários.
Ninguém consegue produzir tantas perdas quando se tem diretoria, conselho supervisor, assembleia de acionistas, imprensa e observadores, assim de graça, de maneira repetida, contínua, regular, constante, sempre em valores crescentes. Ninguém.
Só pode ter sido o resultado de ações deliberadamente orientadas a produzir esse mesmo resultado.
Ou seja: a Petrobras foi usada como uma vaca de largo úbere a ser ordenhada de maneira selvagem.
Uma grande vaca petrolífera que deixou os companheiros extasiados com o dinheiro grande.
Em lugar de roubar pequenas prefeituras no recolhimento de lixo, ou nos transportes, eles viam ali aquilo que já foi designado como sua independência financeira, e se puseram à obra com uma voracidade digna de ratazanas de navio perdido no Oceano Pacífico...
Os crimes econômicos são tão evidentes, que nem é preciso aprofundar muito as investigações. Nem precisa de CPI: basta que os investigadores possam quebrar sigilos bancários e fiscais de TODOS os envolvidos na diretoria e no Conselho. Aposto como vão descobrir coisas interessantes...
Paulo Roberto de Almeida

Histórias feias da Petrobrás

27 de maio de 2014 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
Os estragos já conhecidos são enormes, mas só com mais contas e mais informações será possível avaliar com precisão os danos causados à Petrobrás, maior empresa brasileira, pelo aparelhamento de sua direção, pelo relaxamento dos controles, pelo populismo e pelos interesses pessoais e partidários encastelados a partir de 2003 no Palácio do Planalto. Erros políticos e administrativos levaram a desperdícios multibilionários, como no projeto da Refinaria Abreu e Lima, à perda de foco, à redução do fluxo de caixa, à elevação de custos, à insuficiência de investimentos e à queda de produção.
É preciso levar esses fatores em conta para entender o aumento das importações de combustíveis, estimadas neste ano em US$ 18,8 bilhões - 4,5% mais que no ano passado -, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Ou para entender os efeitos financeiros dos subsídios ao consumo interno de derivados de petróleo - no caso do gás de cozinha, uma perda de R$ 10,5 bilhões entre janeiro de 2011 e o primeiro trimestre deste ano, também de acordo com os cálculos do CBIE, dirigido pelo especialista Adriano Pires.
O aumento dos gastos com a importação, 24,5%, será necessário para a empresa atender a um consumo 4% maior que o do ano passado. A Petrobrás poderá aumentar seu faturamento e melhorar suas condições financeiras, em 2014, se produzir 7,5% mais que no ano passado. Mas, se essa meta for alcançada, a produção apenas voltará ao nível de 2011, de cerca de 2 milhões de barris por dia, segundo comentário de Adriano Pires citado pelo Globo. Esses números indicam um duplo fracasso.
Em 2006, fantasiado com o uniforme laranja do pessoal da Petrobrás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou o Brasil autossuficiente em petróleo e "dono de seu nariz" (este último detalhe evidencia uma visão primária da economia e do comércio internacional). Oito anos depois, o País continua dependente de importações. Isso poderia ter ocorrido simplesmente por incapacidade de acompanhar o aumento do consumo. Mas a história é mais feia: a produção diminuiu. Este é o segundo fracasso, explicável pelo investimento insuficiente e mal planejado.
Enquanto se preparava para a exploração das reservas do pré-sal, a empresa perdia capacidade produtiva. Preparava-se mal, é preciso lembrar, porque o modelo irracional concebido pelo governo impõe à empresa uma participação extremamente custosa nas licitações. Isso tanto afeta a capacidade financeira da Petrobrás quanto limita a mobilização de grupos privados para a exploração das novas áreas.
As perdas com o subsídio ao consumo de gás de cozinha também foram estimadas pelo CBIE. A estimativa é parcial, porque o governo, desde 2003, tem obrigado a empresa a manter os preços defasados.
Só na gestão da presidente Dilma Rousseff o subsídio cortou R$ 10,5 bilhões do faturamento da empresa. O custo desse tipo de política é muito maior, no entanto, porque também o preço da gasolina é controlado politicamente. Em vez de combater a inflação, o governo tenta administrar os índices por meio do controle de preços e tarifas. Essa política tem afetado também as tarifas de transporte coletivo e de energia elétrica, provocando distorções na demanda e gerando enormes custos fiscais.
A controles indevidos, como o de preços, é preciso somar os descontroles administrativos. Segundo um relatório de 2009 elaborado por um grupo de auditoria interna da Petrobrás, a área de abastecimento comprometeu milhões em contratos de fretes sem atender aos padrões mínimos em vigor na empresa.
De acordo com o relatório, no ano anterior contratos informais envolveram despesas de US$ 278 milhões, noticiou a Folha de S.Paulo. Esta é mais uma informação sobre os padrões administrativos do ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, preso por envolvimento em operações do doleiro Alberto Youssef e libertado na semana passada por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. É mais uma informação, também, sobre como um estilo de governo vem consumindo há anos a saúde da maior empresa brasileira.

Crimes economicos do lulo-petismo: conselho da Petrobras e conflito de interesses

Investidores questionam conflito de interesse na nomeação de membros do governo para auditar a Petrobras
Jornalista Jorge Serrão
Edição do Alerta Total, 27 de maio de 2014

A Presidenta Dilma Rousseff obrou na cabeça do Exército e dos acionistas minoritários da Petrobras, com a nova composição do Comitê de Auditoria da empresa. Investidores vão acionar a estatal de economia mista na Securities and Exchange Commission dos EUA para denunciar que o governo brasileiro nomeou auditores em franco conflito de interesses. A velha jogada de escalar raposas para tomar conta do galinheiro soou péssima no mercado.

A presidente da estatal, Maria das Graças Foster, teve a ousadia de comunicar à SEC que os novos conselheiros de auditoria "atendem os requisitos de independência previstos". Graça só pode estar fazendo graça com o mercado, já que Luciano Coutinho (presidente do BNDES) e Miriam Belchior (Ministra do Planejamento) fazem parte do governo – que comanda a União, o acionista controlador. Logo, o conflito de interesses destes auditores fica evidente.

Coutinho e Belchior – claramente ligados ao governo - substituem os representantes dos acionistas minoritários no Conselho de Auditoria: o executivo Mauro Cunha e o General de quatro estrelas, Francisco Roberto de Albuquerque, ex-comandante do Exército. Formado por integrantes do Conselho de Administração da empresa, o Comitê de Auditoria cuida da fiscalização e apoio ao trabalho do auditor independente da companhia, além de analisar as demonstrações financeiras e a eficácia dos controles internos.

A saída do General Albuquerque não tem justificativa, já que ele não criava problemas para o governo. Ao contrário de Mauro Cunha que foi o único membro do Conselho Fiscal a se opor à aprovação dos resultados de 2013 da Petrobras. Mauro Cunha avalia que foi "expelido" do comitê em retaliação por seus questionamentos sobre a conduta financeira da empresa. E, também, pelas críticas e cobranças de informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas – ato que compromete a imagem de “gestora eficiente” da hoje Presidenta Dilma, que apoiou a operação quando presidiu o Conselho de Administração da Petrobras.


Além de Sergio Franklin Quintella, vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e integrante do Conselho de Administração desde 2009, a hegemonia do acionista controlador da Petrobras fica totalmente assegurada com a chegada de Luciano Coutinho (conselheiro da empresa desde  2008) e de Miriam Belchior, conselheira desde 2011. A mudança no comitê de auditoria é mais uma jogada política para blindar a empresa nos atuais escândalos e nas novas broncas previstas para estourarem na fase eleitoral.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Inacreditavel Petrobras: quanto mais se olha, mais tem bilhoes que se volatilizam...

Os companheiros da vaca petrolífera ainda vão entrar no Guiness da corrupção, junto com esses ditadores africanos e os satrapas da Ásia central.
Em todos os cantos existem aditivos milionários.
Aposto que forem seguir o itinerário do dinheiro, vão achar coisas dignas de primeira página de Guiness da corrupção.
Eu não falei?
Paulo Roberto de Almeida 

TCU vê irregularidades em obra anunciada com pompa em 2010, no Maranhão

  • Refinaria Premium I em Bacabeira, seria a maior refinaria do Brasil, mas construção foi paralisada
  • CHICO DE GOIS
  • O Globo, 11/05/2014


Refinaria deveria estar em pleno funcionamento em 2016, mas está paralisada
Foto: Chico de Goias / Chico de Gois

Refinaria deveria estar em pleno funcionamento em 2016, mas está paralisada Chico de Goias / Chico de Gois
BACABEIRA (MA) - No início de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a governadora Roseana Sarney, o pai dela, senador José Sarney (PMDB-AP) e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, fizeram festa, com direito a discurso, para o lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I em Bacabeira, a 60 km de São Luis. Seria a maior refinaria do Brasil, com capacidade de produzir 600 mil barris/dia, empregaria 25 mil pessoas no ápice das obras e deveria entrar em pleno funcionamento em 2016. Quatro anos depois, o que se vê é a paralisação da obra, que somente em terraplanagem, consumiu R$ 583 milhões, além de mais R$ 1 bilhão em projetos, treinamentos, transporte, estudos ambientais. Todo o montante foi pago pela Petrobras.
O custo total da refinaria está estimado em R$ 38 bilhões, mas a própria empresa afirmou, em nota enviada ao GLOBO, que “somente após a conclusão da etapa de consulta ao mercado será possível mensurar o custo total da refinaria”. A previsão, agora, é que ela entre em operação em 2018.
Apesar da festa no lançamento da pedra fundamental, nem projeto básico havia na ocasião. De prioritária, a futura refinaria entrou num limbo. No Plano de Negócios para o quadriênio 2013/2017, o empreendimento consta apenas na carteira de fase de projeto. Um relatório de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), de abril do ano passado, apontou indícios graves de irregularidade na terraplanagem — a única obra que teve início, mas que foi paralisada sem ser concluída, conforme relatório do tribunal. De acordo com os fiscais do TCU, somente em 1º de novembro de 2010 — oito meses depois da festa com Lula e companhia — e já com a terraplanagem em andamento, é que foi assinado um contrato para elaboração do projeto básico da Refinaria.
A pressa da Petrobras em dar visibilidade a uma refinaria que não tinha nem projeto básico ocasionou, de acordo com relatório do TCU, um dano de R$ 84,9 milhões. Diz um trecho do documento: “Entende-se que o contrato não poderia ter sido assinado sem a liberação das áreas para o consórcio construtor. A consequência disso foi um dano de R$ 84,9 milhões”. No entendimento dos técnicos do tribunal, a petroleira foi responsável pelo atraso na liberação do terreno e demorou a emitir ordens de serviço para que a terraplanagem começasse. O valor do dano contempla uma ação extrajudicial e um aditivo.
Os auditores do TCU apontaram que houve mudanças no leiaute do projeto e, com isso, toda a obra foi comprometida. “A gênese de todo o problema parece estar na decisão de iniciar-se uma obra desse porte sem um planejamento adequado, passível de toda sorte de modificações. Até esta data (3 de abril de 2013), passados cinco anos dos primeiros estudos, ainda não se tem um projeto completamente definido para a Premium I”, anotaram os auditores.
Profusão de aditivos
Segundo a vistoria do TCU, foram feitas alterações que transformaram completamente o projeto. “Uma importante alteração foi o aumento considerável do número de tanques. Ao que consta, a tancagem planejada inicialmente para situar-se na zona portuária, por restrições de espaço ou mesmo por mudança de concepção do projeto, localizar-se-á na área da refinaria”, observaram os técnicos, que apontaram outras mudanças significativas no plano original. “Essas modificações impactaram o contrato de terraplanagem, contribuindo, certamente, para a profusão de aditivos”, escreveram os auditores.
A terraplanagem foi contratada em 14 de julho de 2010 com o Consórcio GSF, formado pelas empresas Galvão Engenharia, Serveng Civilsan e Fidens Engenharia, com valor inicial de R$ 711 milhões. Em abril do ano passado, o contrato foi interrompido, com 80% das obras concluídas e o pagamento de R$ 583 milhões. Os auditores verificaram que, entre esses aditivos, haviam vários que cancelavam determinado valor, com mudanças no quantitativo dos trabalhos, mas, em seguida, um novo aditivo aumentava o mesmo valor, inclusive com centavos, em outro tipo de serviço.
Os 13 aditivos feitos ao contrato da terraplanagem acarretaram um acréscimo de R$ 14,2 milhões na obra. No total, foram realizadas 14 modificações de valores e mais uma transação extrajudicial entre as partes no valor de R$ 73,9 milhões. A terraplanagem também precisou contar com um trabalho extra por causa de erosão no solo e, para tratar do problema, a Petrobras contratou outra empresa a Cristal Engenharia, por mais R$ 7,5 milhões. A auditoria anotou: “ou seja, a Petrobras celebrou outro contrato, destinado a manter parte dos trabalhos de terraplanagem já desenvolvidos. Todavia, foi constatado que este novo ajuste não prevê a conclusão de algumas estruturas inacabadas.”
Oito dos aditivos realizados pela Petrobras no contrato modificavam, e muito, o tipo de serviço a ser realizado, mas, no final, os valores cancelados e acrescidos acabaram praticamente os mesmos. Os técnicos demonstraram que “embora se compreenda que uma obra de terraplanagem necessite de ajustes nas quantidades estimadas inicialmente, a dimensão desses ajustes reflete a má qualidade do projeto. Não se pode aceitar, por exemplo, uma redução da ordem de 96% em um quantitativo”.
A Petrobras informou que os aditivos ocorreram “em consequência do elevado grau de detalhamento adotado pela empresa na constratação, com mais de 144 itens na planilha de preços unitários”. Sobre a concorrência para a construção da refinaria, a assessoria da petroleira declarou que “os pacotes de contratação estão em ajustes finais para serem lançados no mercado. Em março já foram emitidos convites para terceirização dos serviços de geração de hidrogênio e de tratamento de ãgua e efluentes. Os projetos passaram por adequações e estão aderentes às métricas internacionais”.
em http://oglobo.globo.com/pais/tcu-ve-irregularidades-em-obra-anunciada-com-pompa-em-2010-no-maranhao-12451071#ixzz31TiniflA 
© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

sábado, 10 de maio de 2014

O STF abriga a falta de transparencia da Petrobras? Sob pretextos formais, se impede a investigacao de fundo?

Coloco novamente uma postagem já feita aqui no dia 5/05, com o sentido de apenas indicar que a Petrobras pretende, sim, manter a caixa preta de seus contratos, sob pretextos meramente processuais, mas impedindo de fato uma investigação de seus contratos.
O STF é cúmplice desse tipo de atitude?
Se for o caso, o STF está prestando um desserviço à Nação...
Paulo Roberto de Almeida

O sentido de todas essas ações é tão claro que me surpreende que nunca seja aventada por políticos ou jornalistas. Falta de percepção ou de inteligência?
Paulo Roberto de Almeida 
Dimmi Amora
Folha de S.Paulo, 5/05/2014

A Petrobras paralisou com liminares da Justiça 19 investigações contra supostas irregularidades em contratações da companhia que estavam em curso no TCU (Tribunal de Contas da União). Investigações sobre contratos bilionários da estatal com suspeita de desvios de recursos estão há mais de sete anos paradas porque o STF (Supremo Tribunal Federal) não julgou em definitivo nenhum desses processos. Desde 1998, a Petrobras vinha fazendo contratações de forma mais simples que a determinada pela Lei de Licitações, baseando-se em um decreto daquele ano. O TCU entendeu que era necessária uma lei específica para que a empresa contratasse dessa maneira e começou a emitir decisões que obrigavam a empresa a seguir as regras da Lei de Licitações.
Em 2006, a Petrobras, após esgotar os recursos no TCU, começou a recorrer ao Supremo para evitar cumprir essa determinação do tribunal. Até 2010, a estatal conseguiu 19 decisões favoráveis do Supremo, de sete diferentes ministros, suspendendo os efeitos das decisões tomadas pelo TCU. Em todos os casos, os ministros concederam decisões provisórias aceitando a dispensa da Lei de Licitações, que aguardam nesses 19 casos o julgamento definitivo.
Mas as liminares acabaram tendo um outro efeito: paralisaram a apuração das irregularidades específicas do processo, muitas sem relação com a forma de como o contrato foi licitado. É o caso do processo do gasoduto Urucu-Manaus, cuja investigação a Petrobras conseguiu suspender em 2008. O TCU já suspeitava ali de preços irregulares e pediu dados à companhia que nunca foram enviados em razão de o processo ter sido suspenso.
No mês passado, a viúva do engenheiro da Petrobras Gésio Rangel de Andrade afirmou à Folha que ele foi punido pela companhia por se opor ao superfaturamento da obra. O engenheiro morreu há dois anos. A área técnica estimou a obra em R$ 1,2 bilhão, mas o contrato foi fechado por R$ 2,4 bilhões, após pressão das construtoras. O processo paralisado no TCU, quando a obra já estava orçada em R$ 1,4 bilhão, aponta diferença de “inacreditáveis 57.782,29%” entre o valor do orçamento da Petrobras e o que as companhias haviam proposto em alguns itens contratados.
Em outro contrato, para manutenção e recuperação do sistema de óleo e gás (R$ 1,8 bilhão) da Região Sudeste, houve superfaturamento e alguns contratos tiveram aditivos que dobraram seu valor. O TCU chegou a multar gestores por irregularidades e cobrava a devolução de R$ 1 milhão superfaturados.


--

Postado por Blogger no Diplomatizzando em 5/05/2014 06:09:00 AM

terça-feira, 22 de abril de 2014

Petrobras, foco da corrupcao companheira, e o Estado a que chegamos

O Estado a que chegamos é o Estado deles, dominado em todas as vertentes, facetas, aspectos, instituições e mecanismos pela nova classe, a Nomenklatura do partido totalitário.
Paulo Roberto de Almeida

15/04/2014

Relatório do MP do Tribunal de Contas da União recomendou que o conselho de administração da Petrobras na época da compra da refinaria de Pasadena, presidido por Dilma, seja responsabilizado pelo escândalo. Em represália (sim, é represália), a AGU pede que seja acionada a PF para investigar "quebra de sigilo".  Ah, sim, tudo o que envolve o governo petista é sigiloso:
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta segunda-feira, 14, que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, acione a Polícia Federal para investigar "suposta quebra de sigilo" do processo que envolve a Petrobrás na corte. No domingo, 13, Estado revelou que relatório do Ministério Público no TCU recomenda que a alta cúpula da petroleira, além dos integrantes do Conselho de Administração, seja responsabilizada por perdas na compra da refinaria de Pasadena (EUA).


O documento diz que, caso os indícios de irregularidades sejam confirmados pela corte, o primeiro escalão da estatal, "incluindo membros do Conselho de Administração", presidido em 2006 pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, respondam por "dano aos cofres públicos, ato antieconômico e gestão temerária".
O negócio, que contou com o aval de Dilma, foi iniciado em 2006 e concluído em 2012, após um longo litígio e gasto superior a US$ 1 bilhão. O teor do relatório vai subsidiar a decisão dos ministros do tribunal. O relatório final só sairá em julho, início da campanha eleitoral.
‘Inabilidade’. Para o Ministério Público de contas, as falhas dos gestores da Petrobrás na condução do negócio de Pasadena foram "acima do razoável". No mês passado, a presidente enviou nota ao Estado na qual afirmou só ter apoiado a compra da refinaria porque foi mal informada sobre as cláusulas do contrato.
O documento do TCU faz sérias críticas à alta cúpula da estatal, incluindo o conselho administrativo. Para a procuradoria, a estatal foi "vítima" da "inabilidade de seus gestores em firmar acordos contratuais", e o grupo belga Astra Oil adquiriu o direito "líquido e certo" de vender sua participação à Petrobrás, recebendo o valor fixado nos contratos.
A AGU requereu que o relator do processo da Petrobrás, ministro José Jorge, instaure uma apuração administrativa interna para averiguar se houve vazamento de dados, o que configuraria não só ato ilícito e de improbidade administrativa, como crime.

A reportagem tentou ouvir o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, sobre o pedido da AGU, mas ele não foi localizado. A Presidência da República informou que desconhece o teor do documento dos procuradores do TCU porque ele segue sob sigilo. (Estadão).

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Petrobras-Pasadena: por que todos esses iluminados nao aventam ahipotese mais provavel?

E a hipótese mais provável é que o negócio foi o melhor negócio possível para os companheiros...
Paulo Roberto de Almeida

CPI neles!

Ricardo Noblat

O Globo, 21/04/2014

“Quem não deve não teme. E quem deve tem que ser preso e algemado” – Lula

E continua a troca indireta de chumbo entre Dilma e Lula. Ligada a Dilma, Graça Foster, presidente da Petrobras, reconheceu que foi um mau negócio para a empresa a compra em 2006 da refinaria Pasadena, no Texas. Deixou um rombo de meio bilhão de dólares. Ligado a Lula, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, replicou que Dilma não pode “fugir de sua responsabilidade” na compra da refinaria.

Era Lula o presidente do Brasil quando Pasadena foi comprada. De princípio, apenas pela metade da refinaria, a Petrobras pagou praticamente o que o grupo belga Astra Oil havia pagado por ela inteira. Quando o negócio foi fechado, era Dilma a ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.


“Não posso fugir da minha responsabilidade do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho”, disse Gabrielli em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. E completou, dando mais uma estocada em Dilma: “Nós somos responsáveis pelas nossas decisões”.

É grande o desconforto de Lula e de Dilma com a exposição pública de mazelas da Petrobras. De Lula porque foi nos oito anos de governo dele que avançou o processo de loteamento político de cargos na Petrobras – e tudo isso está vindo à luz agora. De Dilma porque o Caso Pasadena atingiu em cheio sua imagem de gestora notável.

Lula saiu do governo com 80% de aprovação. Nega que pretenda voltar já – talvez daqui a quatro anos. Está pronto, contudo, para entrar em campo se Dilma teimar em perder cada vez mais pontos nas pesquisas sobre intenção de voto. O sonho de Dilma é o de se reeleger. Lula e Fernando Henrique Cardoso se reelegeram. Por que ela, não?

Dilma como a mãe do Programa de Aceleração do Crescimento foi uma invenção de Lula. Como uma espécie de primeira-ministra foi uma invenção de Lula. E como melhor administradora do que ele foi uma invenção de Lula. Vote na mulher de Lula – eis a poderosa sugestão da propaganda que empurrou Dilma ladeira acima.

Pasadena empurra Dilma ladeira abaixo. Onde se viu transação bilionária ser tratada de maneira tão descuidada e apressada como foi a de Pasadena? Ao longo de seis anos, a Petrobras desembolsou algo como U$ 1,2 bilhão pela refinaria cujo valor atual de mercado é de U$ 200 milhões. Gestão temerária? Para dizer o mínimo. A conferir.

Vejam só: num dia, os membros do Conselho de Administração da Petrobras receberam o resumo técnico de uma página e meia da documentação completa de mais de 400 páginas referente ao negócio. No dia seguinte, aprovaram o negócio. A documentação completa esteve à disposição deles. Por que não a consultaram? Sabe-se lá...

Sabe-se que, ouvida recentemente pelo O Estado de S. Paulo, Dilma alegou que se baseara num resumo técnico “falho e incompleto” para aprovar a compra da refinaria. O que aconteceu com o autor do resumo? Foi elogiado e transferido para outro cargo onde passou a lidar com mais dinheiro. Só há pouco perdeu o cargo. Que tal?

A ministra Rosa Weber, do STF, decidirá, esta semana, se concede liminar para instalação de CPI exclusiva da Petrobras. O mais provável é que conceda, sim. CPI é direito da minoria. Uma vez que exista fato determinado e que tenham sido cumpridas as regras para criação da CPI, manda a jurisprudência do tribunal que ela seja instalada. E pronto.

domingo, 20 de abril de 2014

Petrobras: o fosso da corrupcao cada vez mais fundo...

... já deve ter ultrapassado a profundidade do pré-sal...
Paulo Roberto de Almeida 

 Novas provas de corrupção na Petrobras
ÉPOCA revela mais suspeitas de gestão temerária – e também de irregularidades – dentro da estatal

Diego Escosteguy, com Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Flávia Tavares

Na manhã da segunda-feira, dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter convocado os petistas a defender a Petrobras das mais graves acusações de corrupção na história, a presidente Dilma Rousseff trocou o discreto tailleur preto da Presidência pela clássica jaqueta laranja da estatal. Deixou a labuta no Planalto para fazer campanha no Porto de Suape, em Pernambuco. Numa cerimônia montada às pressas para lançar ao oceano o navio Dragão do Mar, Dilma defendeu incisivamente a Petrobras. “Não ouvirei calada a campanha negativa dos que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa que nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas”, disse, zangada. “Nada, nem ninguém, conseguirá destruir (a Petrobras). Com o apoio de todas as pessoas, a Petrobras resistiu bravamente às tentativas de desvirtuá-la, reduzi-la e privatizá-la.”

A jaqueta laranja que Dilma ostentava ao discursar já deu orgulho aos brasileiros. Quem não teria orgulho da maior empresa do Brasil, a 13ª produtora de petróleo do mundo e líder inconteste na exploração de óleo em alto-mar? Hoje, é a mesma jaqueta de Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal (PF), acusado de comandar um dos mais vastos esquemas de corrupção já descobertos na estatal, um sujeito mantido no cargo por um consórcio entre PT, PP e PMDB, com o aval de Lula, que o chamava de “Paulinho”. A mesma jaqueta de Nestor Cerveró, o ex-diretor internacional da Petrobras que, indicado por PT e PMDB, é agora acusado de ser o artífice do desastre conhecido como “operação Pasadena”, em que a estatal desembolsou US$ 1,2 bilhão por uma refinaria nos Estados Unidos comprada um ano antes por US$ 42 milhões.

Conexão
A jaqueta laranja não é mais a mesma. Nem a autoridade política de Dilma, após ficar claro que ela avalizara a compra da refinaria Pasadena em 2006. Somente agora, tantos anos depois, ela se disse enganada pela diretoria da Petrobras, acusada de não ter explicado corretamente os termos do negócio. Como fica a imagem de gestora competente, marca de Dilma, assim como a jaqueta laranja é a marca da competência da Petrobras? A combinação das duas imagens pareceu fora do lugar. Tudo ali estava fora do lugar. O navio Dragão do Mar fora construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, uma sociedade entre as empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, ambas suspeitas de pagar propina para conseguir contratos na Petrobras, segundo a PF investiga na Operação Lava Jato.

Nos últimos dias, Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, e Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional, foram ao Congresso Nacional falar sobre o caso da refinaria Pasadena. Eles divergiram. Para Graça Foster, “o negócio originalmente concebido tornou-se um investimento de baixo retorno sobre o capital investido.” Para Cerveró, “foi um bom negócio, sem dúvida”. É útil relembrar a cronologia da transação. Em 2004, a empresa belga Astra comprou o controle acionário da refinaria Pasadena, no Texas, por US$ 42,5 milhões. A Astra pagou dívidas antigas, fez investimentos e vendeu 50% da refinaria à Petrobras por US$ 360 milhões. Havia no contrato uma cláusula segundo a qual, em caso de divergência entre os sócios, a empresa divergente deveria comprar a parte do outro. Tal divergência ocorreu em 2008, e a Astra fez uma proposta para vender a refinaria à Petrobras. A Petrobras decidiu não pagar e entrar na Justiça. Perdeu – e foi obrigada a pagar uma indenização de US$ 639 milhões.

O prejuízo, já grande, poderia ter parado por aí. Bastava à Petrobras ter feito um acordo com a Astra. De acordo com documentos inéditos obtidos por ÉPOCA, a Astra estava disposta a negociar. Em vez disso, a Petrobras preferiu entrar na Justiça outra vez. Perdeu de novo – e o prejuízo para o acionista subiu a US$ 1,2 bilhão.

Como um mau negócio se tornou um negócio ainda pior
Até julho de 2009, o negócio de Pasadena era apenas ruim para a Petrobras. Depois, se tornou desastroso – quando não suspeito, tamanha a sequência de más decisões tomadas no curso de muitos anos. Até ali, havia um prejuízo de US$ 639 milhões com uma refinaria que para nada servia, a não ser enriquecer advogados contratados para defender a Petrobras na Justiça americana. E enriquecer também ex-fun¬cionários da Petrobras que foram trabalhar na Astra. Somente os advogados contratados pela Petrobras já haviam cobrado US$ 3,9 milhões em honorários. Mesmo perdendo.

A Astra, segundo executivos ouvidos por ÉPOCA, já estava satisfeita com a indenização. Havia outros processos na Justiça americana sobre o mesmo caso, mas a Astra, de acordo com executivos ligados a ela, estava disposta a fazer um acordo para encerrar o assunto. Não interessava extrair, nos tribunais, todo o dinheiro possível da Petrobras. Como uma trading, a Astra pretendia fazer mais dinheiro vendendo petróleo, nos anos seguintes, à própria Petrobras. E a manutenção de um longo e desgastante litígio contra a Petrobras, um dos gigantes do petróleo mundial, também afetava as outras relações comerciais da Astra, com empresas no mundo todo. Segundo esses executivos, a Astra não apenas poderia aceitar fazer um acordo. Ela queria fazer um acordo.

Se a Astra queria encerrar o assunto, quem poderia sair ganhando caso a Petrobras continuasse brigando nos tribunais? E, ainda por cima, brigando com poucas chances de se livrar do prejuízo de US$ 639 milhões – mas com chances razoáveis de aumentar substancialmente esse valor? Sem dúvida, os advogados contratados para prolongar essa briga. Quanto mais tempo e mais processos, mais honorários milionários para eles. Não parece fortuito, portanto, que a decisão de prolongar a disputa judicial tenha partido, na Petrobras, de um grupo de advogados. Ao menos oficialmente.

No dia 9 de julho de 2009, segundo documentos internos da Petrobras, o chefe do Jurídico Internacional, o advogado Carlos Borromeu, defendeu, perante a diretoria da empresa, que a Petrobras continuasse brigando com a Astra nos tribunais americanos. O departamento jurídico da Petrobras, como acontece na maioria das empresas, tem tal peso que raramente uma decisão é tomada em desacordo com a opinião dos advogados. Tem peso também, por óbvio, para escolher que advogados serão contratados para ajudar nos processos. Na Petrobras, os advogados reportam-se diretamente ao presidente – suas carreiras dependem dele. Naquele momento, o presidente era o petista José Sérgio Gabrielli, aquele que aprovara, anos antes, a compra da refinaria. E que, até hoje, defende o negócio.

Naquele dia de julho, Borromeu deveria estar em baixa. Fazia pouco tempo que uma corte arbitral dos Estados Unidos decidira que a Petrobras deveria pagar à Astra a indenização de US$ 639 milhões. Borromeu, sem se abalar pelo prejuízo que ele e seu departamento não haviam conseguido evitar na Justiça, disse aos diretores que a postura da Astra era “belicosa”. Disse também que a estratégia mais inteligente consistia em “prosseguir litigando” com os belgas. Por quê?

Segundo os cálculos apresentados por Borromeu à diretoria, a que ÉPOCA também teve acesso, eram mínimas as chances – 30%, para ser exato – de que a Astra aceitasse um acordo. Borromeu não explicou como chegara a esse percen¬tual. Em contrapartida, argumentou, havia uma chance de 50% de que a Petrobras estancasse os prejuízos se continuasse nos tribunais. Logo, a decisão mais sensata era “prosseguir litigando”.

Para diretores que estavam na reunião, e altos executivos da Petrobras que entendiam do caso, os percentuais não faziam sentido. Estavam, na mais benigna das hipóteses, invertidos. O mais provável era que a Astra topasse um acordo. E, diante do tamanho do prejuízo que a derrota final da Petrobras nos tribunais americanos significaria, era preciso articular esse acordo. Gabrielli estava inflexível – não se sabe se por convicção pessoal, se por influência dos advogados ou se por ordens superiores. Como presidente, tinha poder para decidir que “sugestão de encaminhamento” seria feita ao Conselho de Administração, presidido por Dilma. Gabrielli comprou o argumento de Borromeu.

Procurado por ÉPOCA, Gabrielli afirma que “a disputa judicial buscava o melhor resultado para a Petrobras”. 

“As diferenças entre os sócios eram sobre procedimentos operacionais e o tamanho do investimento a realizar”, diz ele. “Buscamos explicitar as diferenças entre a disputa arbitral sobre essas questões e a judicial, que era o exercício do ‘put option’.” Pasadena foi um bom negócio? Gabrielli afirma que a resposta é “sim” para o momento da compra, mas não teria sido sob o cenário de 2008 a 2012. “Vale lembrar que a refinaria está em operação todos esses anos e, devido à disponibilidade de petróleo leve e barato no Texas, especificamente no campo de Eagle Ford, atualmente é lucrativa, ainda que a Petrobras não tenha realizado os investimentos para capacitá-la a processar petróleo pesado”, diz. Ele sustenta que as cláusulas omitidas do Conselho de Administração – a “put option” (sobre a opção de venda) e “marlim” (referente ao petróleo brasileiro) – não são as responsáveis por transformar um bom negócio no momento da compra, em 2006, em aparente mau negócio no cenário que vai de 2008 a 2012. “Nesse período, o mundo mudou, descobrimos o pré-sal e o planejamento estratégico da Petrobras acompanhou as mudanças”, diz. Quanto à cláusula “marlim”, que garantiria a rentabilidade de 6,9% à sócia da Petrobras no caso de duplicação da capacidade de refino, ela é inócua. “Como não houve o investimento previsto – e essa é a razão da disputa judicial com a Astra –, ela não é válida. Isso foi reconhecido pela Justiça americana.”

Na época da reunião da diretoria, Cerveró não era mais diretor internacional da Petrobras. Pelos bons serviços prestados ao PT e ao senador Renan Calheiros, que também o apadrinhava, fora realocado para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora, uma das principais subsidiárias da estatal. Em depoimento ao Senado nos últimos dias, Graça Foster deu a entender que Cerveró fora rebaixado em virtude do mico Pasadena. Nem tanto. É como se Cerveró deixasse de dirigir uma Ferrari para pilotar um Jaguar – e com o mesmo combustível BR. A Ferrari agora estava nas mãos de Jorge Zelada, apadrinhado pela bancada do PMDB na Câmara. Era ele que, ao lado de Paulo Roberto Costa, pilotava o bólido mais veloz da Petrobras, tinha de dar explicações e resolver o problemaço que se tornara Pasadena. Ambos discordavam do cavalo de pau proposto pelo jurídico da Petrobras – e aprovado por Gabrielli.

Os técnicos abaixo deles, também. Nos relatórios internos obtidos por ÉPOCA, eles criticam o resultado da reunião e a posição de Gabrielli. Parte desse material já foi publicado por ÉPOCA – mas a íntegra dos documentos agora revelados detalha os bastidores que levaram a Petrobras a ter ainda mais prejuízo com Pasadena. “Após a explanação (do advogado), resolveu a Diretoria apresentar ao Conselho a sugestão de não negociar-se com a Astra e sim prosseguir com a ação na Corte”, escreveram os executivos da área de Abastecimento. “A razão que fez com que a Diretoria optasse pelo prosseguimento da ação ao invés do acordo deveu-se principalmente pela alegada ‘prepotência’ com que a Astra vem se colocando frente à Petrobras e, segundo colocado na Diretoria, nunca ter havido de parte da Astra uma manifestação de desejar o acordo.”

Eles preferiam o acordo. E tinham argumentos, não apenas legais, para isso. Um deles: “O fato de pessoa altamente credenciada da Astra e membro do seu Board ter procurado uma aproximação para início de entendimentos com a Petrobras”. Em seguida, deixando de lado a dita prepotência dos executivos da Astra, os técnicos afirmaram o óbvio: o acordo significava menos prejuízo num negócio que, use-se lá qual fórmula matemática, já era um mico. “Caso no litígio a Petrobras perca, o custo total irá para cima de US$ 1 bilhão, acrescidos de honorários de sucumbência. Vale lembrar que a Petrobras já perdeu na arbitragem, e a possibilidade de perder na Corte é preocupante”, escreveram.

Diante desse cenário, o que propuseram os executivos? “A ministra Dilma deverá ser procurada para ser informada de que a Astra está procurando entendimentos, inicialmente por canais informais. (…) Com isto, a ministra Dilma deveria, na reunião do Conselho dapróxima sexta-feira, comunicar que estão havendo (sic) movimentos de aproximação da Astra com relação a Petrobras e, com isto, o Conselho daria um prazo para que se consumasse o acordo – ou, aí sim, a partir deste prazo não restaria outra alternativa senão prosseguir na Corte.”

Os técnicos foram ignorados, os advogados prevaleceram, e o Conselho presidido por Dilma tomou, mais uma vez e no mesmo caso, uma decisão que, sob a luz do presente, revela-se profundamente danosa aos cofres – e à imagem – da Petrobras. Pode-se argumentar que Dilma e o Conselho de Administração foram, como no começo do caso Pasadena, mal assessorados. Que não tinham acesso às informações necessárias para tomar a melhor decisão possível em favor da Petrobras.

Outros executivos talvez tivessem prestado atenção aos apelos dos técnicos para levar a sério as abordagens informais da Astra. Mesmo depois que o Conselho presidido por Dilma resolveu levar a briga judicial até as últimas consequências, executivos da Astra prosseguiam buscando formas de encerrar o caso – o oposto do que asseguravam, meses antes, os advogados da Petrobras. Tamanho era o desejo dos belgas de pôr fim à disputa judicial que Mike Winget, presidente da Astra nos Estados Unidos, e Kari Burke, diretora da empresa, vieram ao Brasil diversas vezes, em busca de contatos políticos que resolvessem o caso definitivamente.

Segundo empresários e lobistas que mantiveram contato com eles, os diretores da Astra queriam duas coisas: que a Petrobras pagasse os US$ 639 milhões e que as duas empresas voltassem a fazer negócios. Para conseguir, a Astra, de acordo com esses relatos, estava disposta a pagar até US$ 70 milhões à pessoa certa – à pessoa que resolvesse o caso. Procuraram o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e um assessor informal dele, Carlos Mattos.

Como revelou ÉPOCA, Fernando Baiano é parceiro de negócios de Paulo Roberto. Baiano não conseguiu resolver. Procuraram outros lobistas, que também não resolveram. Nas conversas com esses lobistas e empresários, os dois executivos da Astra diziam que haviam contratado um advogado ligado ao ex-mi¬nistro José Dirceu para resolver o assunto. Não declinavam o nome do advogado, o método empregado por ele para “resolver”, nem o andamento das tratativas. Para convencer a Petrobras a encerrar o caso, os executivos conseguiram até que o senador americano Ted Kennedy enviasse uma carta à presidência da Petrobras, apelando para a boa relação entre os dois países.

A intensa movimentação dos executivos demonstra que a Astra não estava interessada em faturar os US$ 1,2 bilhão pagos pela Petrobras. Queriam mais – mas em negócios. Ao fim, quem mais ganhou com tudo isso, além dos belgas, foram os advogados contratados pela Petrobras.

sábado, 19 de abril de 2014

Petrobras: um covil de ladroes? - Caio Gorentzvaig

Caio Gorentzvaig afirma ter documentos e que em breve fará mais acusações

O empresário Caio Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, no Rio Grande do Sul, postou vídeo na internet na 2ª feira (14.abr.2014) no qual faz duras acusações de corrupção na Petrobras e ataca a presidente da República Dilma Rousseff, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli e o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto da Costa, que está preso.
Gorentzvaig, cujo pai, Boris, foi o fundador da petroquímica, afirma que a Petrobras “virou um condomínio político de ladrões de primeira linha”. Ele diz que a Triunfo foi “expropriada'' em maio de 2009 por decisão de Dilma, Gabrielli e Roberto da Costa, em uma operação que teria beneficiado a Odebrecht, por meio da sua empresa petroquímica, a Braskem, e cobra apuração do Ministério Público Federal.
Assista ao vídeo abaixo:

Segundo Gorentzvaig, após um processo litigioso, o juiz da 3ª Vara Cível de Porto Alegre propôs que a Petrobras vendesse sua parte na Triunfo Petroquímica por R$ 250 milhões à sua família. A estatal teria cobrado um valor maior, de R$ 355 milhões, coberto pelos Gorentzvaig. Apesar disso, segundo o empresário, a Petrobras reucou e disse que, por razões estratégicas, não tinha mais interesse em vender sua parte na Triunfo. Depois, diz Gorentzvaig, a Petrobras vendeu sua participação na Triunfo para a Braskem, da Odebrecht, por R$ 118 milhões. Como eram minoritários, os Gorentzvaig teriam sido obrigados a sair da empresa.
Ao final do vídeo, Gorentzvaig, que foi candidato a deputado federal em 2010 pelo PPS-SP, pede que o Ministério Público investigue a suposta “relação promíscua” do Grupo Odebrecht com a Petrobras, inclusive o polo petroquímico de Paulínia. Ele diz ter “vários documentos” e que fará novas acusações. “Vocês vão se surpreender. (…) É maior do que Pasadena”.
O blog está no Twitter e no Facebook.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Escandalos da Petrobras: deu no New York Times... - Simon Romero



Continue reading the main storyShare This Page
Continue reading the main story

 Brazil’s Star, Petrobras, Is Hobbled by Scandal and Stagnation



RIO DE JANEIRO — No company has embodied Brazil’s rise like the oil giant Petrobras.
Bolstered by some of this century’s largest oil discoveries, Petrobras soared into the top ranks of global energy producers. Executives at the state-controlled company boasted that it could even outstrip Apple as the world’s most valuable publicly traded company. Political leaders here said Brazil was on the cusp of energy independence.
Now Petrobras is coming to symbolize something else entirely: the disarray afflicting Brazil’s sluggish economy and the reassessment of growth prospects in emerging markets around the world.
Instead of surging, Petrobras’s oil production has stagnated, heightening Brazil’s reliance on imported oil. Petrobras finds itself mired in corruption investigations and claims of managerial incompetence. And its debt load is exploding: Petrobras now ranks as the world’s most indebted company, dependent, more or less, on United States mutual funds to finance its ambitious investment plans.

Photo
A view of Petrobras’s Abreu e Lima oil refinery, currently under construction in the Brazilian state of Pernambuco. The refinery’s estimated cost has risen to $18.5 billion from an initial $2.5 billion. Investigators are looking into whether bribery was involved.CreditYasuyoshi Chiba/Agence France-Presse — Getty Images

“The decline of Petrobras has been stunning, swift and painful,” said Fábio Fuzetti, a partner at Antares Capital Management, a São Paulo investment firm. “This is the energy company that served as the model for others in developing countries,” he said. “Now it’s the example of precisely what not to do.”
Despite these problems, executives at Petrobras point out that the company still has clear strengths. The company, which remains profitable over all despite mounting losses from importing fuel, is a pioneer in deep-sea exploration. And Petrobras commands coveted assets around the world, including oil and gas reserves of about 13 billion barrels.
In a statement, a spokeswoman for Petrobas said that debt levels had climbed as the company invests in offshore oil and expanding refining capacity. “We’ll have an inflection point in our debt starting in 2015, when revenue generation will surpass investment, initiating a trajectory of debt reduction,” said Paula Almada, the spokeswoman.
Pointing to the tension building over Petrobras’s woes, senators grilled the company’s chief executive, Maria das Graças Foster, on Tuesday. She contended that losses related to a controversial Houston refinery deal were being overestimated. Defending the company’s strategies, she said, “No operation is 100 percent safe.”
So far foreign bondholders, who now fund a record 43 percent of the company’s giant investment program, have been remarkably patient. But analysts warn that much of this largess has been driven by the global liquidity glut. If Petrobras’s troubles continue to mount, it could run into resistance on international markets.
The ills that plague Petrobras — too much debt and spending for too little return — reflect a larger concern that the golden age for Brazil, China, Russia and Turkey, once the vanguard of the emerging-market boom, is coming to an end.
“The problem with Brazil is that the days of 4 percent growth are gone,” said Tony Volpon, a Latin America expert at Nomura Securities, who expects the country’s economy to expand at well below 2 percent this year.
The problems at Petrobras, which is 60.5 percent owned by Brazil’s government, have come into sharp relief in recent weeks as the company grapples with a simmering scandal over its acquisition of a Houston refinery, beginning in 2006 and completed years later, at an estimated cost of $1.19 billion from Astra, a Belgian oil trading company that bought the refinery for just $42.5 million in 2005.
Police here also recently arrested one of Petrobras’s most powerful former executives, Paulo Roberto Costa, who led refining operations until 2012. Investigators say he was involved in a sprawling money-laundering scheme and may have received bribes related to the construction of a refinery that has ballooned in cost to $18.5 billion from $2.5 billion.
The list goes on. Petrobras faces scrutiny over claims that its employees received $139 million in bribes from SBM Offshore, a Dutch supplier of oil rigs. Petrobras said this month that an internal audit had not found evidence of the bribes, but federal investigators are still examining the matter. Another investigation is looking into claims of gross overbilling in an $825 million contract with Odebrecht, the Brazilian construction and oil services giant.
Despite the scandals, Petrobras remains Brazil’s most powerful company. Even as the company aims to invest about $220 billion over the next five years, Mr. Volpon points out that most other companies in Brazil are not following suit. On the global stage, he says, Brazilian companies, hobbled by high interest rates, inflation and an expensive currency, are becoming less competitive.
Meanwhile, Petrobras, in the last five years, has sold $51 billion worth of bonds to yield-starved global investors, nearly a quarter of all corporate bonds emanating from Brazil and the most of any emerging-market company, according to data compiled by Thomson Reuters.
But the munificence of foreign investors is not bottomless. As interest rates in the United States creep up and as Brazil’s finances come under greater stress, Petrobras’s top creditors — which include mutual fund giants like Pimco, Fidelity and BlackRock — may well view their exposure as too risky and begin to unload their bonds.
“It’s just such a big issuer,” said Gary N. Kleiman, an emerging-market investment consultant who says that a Petrobras sell-off could ignite a broader emerging-market pullback. “We are just waiting for this thing to blow up.”
Citing the increasing debt load, Moody’s downgraded the company’s debt last October to Baa1, the third-lowest investment grade rating offered by the credit agency.
The effect on Petrobras’s financing ambitions has been minimal.
Nearly a year after setting an emerging-market record with an $11 billion bond sale, the company tapped the bond market last month for yet another monster offering. Petrobras raised $8.5 billion, the biggest corporate debt offering of the year, period.
Meanwhile, as corruption scandals ensnare Petrobras, the company is struggling to lift oil and gas production, which fell 2.2 percent in 2013 to an average of 2.55 million barrels a day. There are signs this year that Petrobras may finally be succeeding in reversing such declines; the company’s oil production in Brazil climbed 0.3 percent in February from the previous month.
Perhaps Petrobras’s biggest challenge is that it is not just an energy company. It is also at the heart of a fierce debate here over the extent of the Brazilian government’s use of its wealth to achieve political and economic goals.
In an effort to keep inflation from accelerating during an election year, President Dilma Rousseff’s government has prevented Petrobras from raising fuel prices to meet the cost of importing refined gasoline and diesel. At the same time, domestic fuel consumption has surged since the Brazilian authorities offered incentives to car manufacturers to raise production.
The result is that Petrobras’s losses in its refining, transportation and marketing operations reached $8 billion in 2013.
Throughout the economy, examples abound of Petrobras being stretched thin by policies aimed at asserting greater state control over the oil industry, like measures requiring Petrobras to buy equipment domestically, effectively propping up inefficient industries in Brazil like shipbuilding.
Speaking at a Brazilian shipyard on Monday, Ms. Rousseff lashed out a critics of Petrobas and her government’s energy policies, describing the oil giant as Brazil’s “mother company.” Contending that any corruption at Petrobas would be rooted out by investigators, she accused political opponents of a “smear campaign” against the company.
Still, as these so-called local content rules make Petrobras’s costs skyrocket — and increase the company’s debt — energy analysts here are also growing dismayed over the crisis in Brazil’s once-envied ethanol industry, which has been shuttering dozens of plants as producers fail to compete in price with Petrobras’s subsidized gasoline.
Facing budgetary pressures, the authorities have also quietly stopped strengthening Brazil’s sovereign wealth fund. Created in 2008 soon after Petrobras announced its major oil discoveries, the fund was viewed as a pillar of efforts to establish greater financial stability in Brazil, as commodities exporters like Norway, Chile and Canada have done.
But in an attempt to meet a budget target for the 2012 fiscal year, officials withdrew about 80 percent of the money in the fund, leaving it with just $1.3 billion. Instead of replenishing the fund with proceeds from oil exports, Petrobras has grown more dependent on importing fuel and building costly projects, forcing its debt up.
Petrobras remains far from approaching the levels of political tension and opaque dealings that now characterize Petróleos de Venezuela, the acutely politicized oil producer owned by Venezuela’s government that was once considered an industry leader and a bastion of technical expertise.
But some contend that Petrobas is also being stretched by Brasília’s political ambitions. “Petrobras’s woes are the result of well-defined government policies,” said John Forman, a former head of the regulatory agency overseeing Brazil’s oil industry. “That’s where things get complicated, because changing the policies is challenging indeed.”