O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador CPI. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CPI. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Bozo, o aprendiz de genocida - Celso Rocha de Barros (FSP)

 Bozo, o aprendiz de genocida (Mao e Stalin mataram muito mais), só porque não teve tempo de matar mais…

Paulo Roberto de Almeida

A CPI provou tudo

Celso Rocha de Barros, Folha de S. Paulo (27/09/2021)

A CPI encontrou os documentos, fez a conta e descobriu o CPF dos culpados

A CPI da Pandemia, que se aproxima de seu fim, provou a ocorrência do maior crime da história republicana brasileira. Encontrou os documentos certos, fez as contas certas e descobriu o CPF dos culpados.

A CPI provou, com documentos, que Jair Bolsonaro se recusou a comprar as vacinas oferecidas pela Pfizer e pelo Instituto Butantan, e que só comprou metade da oferta do consórcio Covax Facility.

Tudo documentado.

Com esse número de vacinas não compradas e os documentos que provam as datas em que elas poderiam estar disponíveis, os cientistas foram trabalhar. Eles sabem o quanto o número de mortes costuma cair conforme a vacinação progride.

Na conta do epidemiologista Pedro Hallal, feita a pedido da Folha, só as vacinas da Pfizer e do Butantan teriam salvado cerca de 90 mil pessoas. Bolsonaro matou essa gente só com duas decisões.

Por sua vez, o jornal O Estado de S. Paulo calculou que, só com as vacinas recusadas do Butantan, todos os idosos brasileiros teriam sido imunizados com duas doses até o fim de fevereiro, estando, portanto, todos imunizados a partir do meio de março. Entre o meio de março e o momento em que a reportagem foi publicada (27 de maio), 89 mil idosos morreram de Covid. Supondo que a mortalidade pós-vacinação de idosos fosse igual à do Chile (20% dos doentes), Bolsonaro matou, com uma única decisão, cerca de 70 mil idosos só entre o meio de março e maio deste ano.

Todas essas contas, que ainda não usam os números de vacinas que Bolsonaro se recusou a comprar do consórcio Covax Facility, foram apresentadas à CPI. O Ministério da Saúde tem gente que saberia refutá-las, se elas estivessem erradas. Ninguém se pronunciou.

A CPI também descobriu o que Bolsonaro estava fazendo em vez de comprar vacina: mandando os trabalhadores brasileiros para a rua para adoecer, mentindo que haveria remédio caso eles ficassem doentes.

A CPI documentou a existência de um gabinete paralelo de médicos estelionatários que, por dizerem o que Bolsonaro queria ouvir, tornaram-se mais influentes do que os técnicos do Ministério da Saúde. Foram eles que promoveram os tratamentos com remédios como a cloroquina, muito depois da ciência ter demonstrado que eles eram ineficazes.

Mais recentemente, veio à luz o caso da Prevent Senior, que executou experimentos em pacientes inocentes com o protocolo bolsonarista de cloroquina e similares. O tratamento fracassou, os pacientes morreram, mas os dados foram falsificados para que não se soubesse que os pacientes haviam morrido de Covid.

Finalmente, a CPI descobriu que o governo Bolsonaro se esforçou para que uma, e só uma, vacina específica fosse aprovada: a Covaxin, que ofereceu suborno à turma do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara. O negócio foi denunciado antes de ser efetivado, mas não por iniciativa de Bolsonaro.

Em resumo, a CPI provou que Bolsonaro matou mais de cem mil brasileiros, mentiu para eles que haveria remédio caso adoecessem, e acobertou gente de seu governo que tentava roubar dinheiro de vacina.

As revelações da CPI terão algum efeito político? Tem gente poderosa trabalhando para que não. Mas as provas que a CPI recolheu não vão embora. Ficarão lá, à espera de um Brasil que volte a ter instituições que não se vendam nem tenham medo do próprio Exército.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Pandemia, vacinas: enquanto o Itamaraty informava corretamente, Presidente e Sargento Tainha sabotavam os esforços para adquirir vacinas

 Os telegramas confidenciais revelados pela CPI da Pandemia confirmam que o Itamaraty atuou corretamente nos contatos e nas informações, mas o Planalto e a Saúde foram além de INCOMPETENTES, praticamente criminosos nas negociações para aquisição de vacinas, com tomadas de decisão ESCANDALOSAS.

Paulo Roberto de Almeida


Governo Bolsonaro negociou Covaxin três vezes mais rápido que vacina da Pfizer, mesmo após alertas do Itamaraty

Negociação foi concluída em 97 dias, mas telegramas diplomáticos apontaram dúvidas sobre eficácia e segurança do imunizante indiano

Natália Portinari, Júlia Lindner e Paula Ferreira

17/06/2021 - 12:33 / Atualizado em 17/06/2021 - 13:16

BRASÍLIA —  O governo brasileiro foi alertado em sucessivas ocasiões sobre "dúvidas" em relação à eficácia, à segurança e ao preço da vacina indiana Covaxin, mostram telegramas diplomáticos enviados à CPI da Covid pelo Itamaraty. Ainda assim, o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, segundo documento do próprio Ministério da Saúde.

Enquanto o período entre a negociação e a assinatura do contrato para aquisição da  Covaxin levou 97 dias, o processo para compra do imunizante da Pfizer demorou 330 dias, o prazo mais longo entre todas as vacinas. Nenhuma outra negociação demorou menos de 100 dias, aponta uma nota informativa da Saúde enviada à CPI.

A pressa ocorreu mesmo após alertas da Embaixada do Brasil em Nova Déli sobre dúvidas envolvendo as condições da aprovação da vacina na Índia. Os problemas foram informados ao Itamaraty no mesmo período em que o presidente Jair Bolsonaro citava a vacina como uma das "escolhidas" pelo governo brasileiro, junto à da Oxford, em carta ao premiê indiano.

A CPI investiga os detalhes envolvendo a compra da Covaxin — o imunizante mais caro adquirido pelo país, a R$ 80,70 por dose, quatro vezes o valor unitário da AstraZeneca. A comissão quer saber como a representante da fabricante no Brasil, a empresa Precisa, alvo de inquéritos do Ministério Público, lucrou com a transação avaliada em R$ 1,6 bilhão para fornecer 20 milhões de imunizantes. A vacina é produzida pela Bharat Biotech, companhia indiana.

Com o atraso para a aprovação do laboratório pela Anvisa, as 20 milhões de doses adquiridas pelo Brasil ainda não foram enviadas. Em março, o Ministério da Saúde tentou importar três lotes da Covaxin com prazo de validade perto do fim, mas foi impedido pela Anvisa.

A Embaixada do Brasil em Nova Déli informou os problemas no mesmo período em que o presidente Jair Bolsonaro citava a vacina como uma das "escolhidas" pelo governo em carta ao premiê indiano.

Em 5 de janeiro deste ano, a Embaixada informou que a autoridade sanitária da Índia havia aprovado a Covaxin e uma outra vacina, a Covishield (também conhecida como Oxford/AstraZeneca). Enquanto a vacina de Oxford já estava com a fase 2 e 3 de pesquisa em andamento, a fase 3 da Covaxin ainda não havia começado. O diplomata apontou que, segundo a imprensa local, seria difícil confiar nos dados finais de eficácia da Covaxin coletados após a aprovação.

"A imprensa (indiana) celebrou o iminente processo de vacinação e saudou os esforços  dos  cientistas indianos, mas levantou dúvidas com relação à aprovação sem dados finais de eficácia para ambas as vacinas e ao processo alegadamente opaco de deliberação dos órgãos oficiais, uma vez que não foram publicados os documentos que embasaram a decisão do painel de especialistas e do DGCI (autoridade sanitária indiana)", diz o telegrama enviado à CPI.

"Enquanto o 'The Hindu' destacou que a aprovação da Covaxin, ainda não testada, quase impossibilitaria uma boa condução da fase 3 de testes, o 'Mint' afirmou que a recusa do DGCI em receber perguntas após a coletiva de imprensa de anúncio da aprovação teria sido uma oportunidade perdida para afastar dúvidas com relação à eficácia e segurança das vacinas", aponta o documento de 5 de janeiro.

Os periódicos locais repercutiram também a desconfiança de especialistas em saúde "quanto à rapidez do processo de aprovação, que poderia minar a confiança do público na segurança das vacinas e levar a problemas no processo de vacinação". A embaixada notou ainda que quem tomaria a vacina deveria assinar um termo de responsabilidade e ser monitorado, já que a eficácia não era comprovada.

Em seguida, em 7 de janeiro, a Embaixada do Brasil em Nova Déli recebeu o presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, para uma reunião em que ele defendeu o negócio com a Bharat. Um dia depois, o presidente Jair Bolsonaro informou por carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que a Covaxin havia sido uma das vacinas "escolhidas", junto com a AstraZeneca, pelo governo brasileiro.

Em 15 de janeiro, a embaixada relatou questionamentos sobre o preço da Covaxin. "Especialistas em saúde pública têm criticado o alto preço que o governo informou teria pagado por cada dose da vacina (USD 2,70 para Covishield, USD 4,10 para Covaxin), superior ao que os governos europeus estariam desembolsando pela vacina Oxford/Astrazeneca, sobretudo considerando-se os menores custos de fabricação na Índia." No Brasil, a vacina custou 15 dólares a dose, mais de R$ 80.

O mesmo telegrama informa ao Brasil que governos estaduais indianos questionaram a aplicação da Covaxin, preferindo optar pela vacina da AstraZeneca. "Após alguns Estados, a exemplo de Chhattisgarh, terem manifestado preocupação com relação à falta de dados de eficácia da Covaxin (...) o vice-ministro da saúde, Rajesh Bhushan, informou que nem governos estaduais, nem indivíduos poderão optar entre as duas vacinas", registrou a correspondência da embaixada.

Após os avisos, o governo assinou o contrato com a Precisa Medicamentos em 25 de fevereiro de 2021. Fechou o negócio, portanto, antes da Janssen e da Pfizer, vacinas cuja documentação sobre a eficácia era mais robusta, segundo especialistas.

https://oglobo.globo.com/brasil/governo-bolsonaro-negociou-covaxin-tres-vezes-mais-rapido-que-vacina-da-pfizer-mesmo-apos-alertas-do-itamaraty-25065263



Bolsonaro atacava OMS enquanto Brasil pedia à instituição socorro por vacinas, mostram documentos da CPI

Por Amanda Almeida

17/06/2021 • 12:28

Oito dias depois de Jair Bolsonaro chamar a OMS de “desacreditada”, em mais um ataque desferido à instituição durante a pandemia, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello pediu socorro ao organismo multilateral pela antecipação de vacinas.

O relato está em um documento sigiloso, em posse da CPI da Covid, encaminhado pelo Itamaraty às delegações permanentes do Brasil em Washington e Genebra.

Em uma carta enviada ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, no dia 19 de março passado, reproduzida às delegações pelo Ministério das Relações Exteriores, Pazuello dizia que o país enfrentava “momento crítico da pandemia de Covid-19, com aumento significativo de número de casos e de óbitos”.

Segundo o então ministro da Saúde, “a melhor maneira de fazer frente a essa situação é seguramente por meio da vacinação acelerada de toda a população”.

E concluía: “é nesse contexto que peço pela antecipação do recebimento das doses de vacinas contra a Covid-19 contratadas pelo Brasil no marco da iniciativa Covax Facility. Do total de 42,5 milhões de doses contratadas, temos alocadas 9.122.400 doses da vacina AZD1222, com apenas 2.997.600 doses com entrega prevista para março corrente."

No consórcio internacional, o Brasil optou por somente metade das doses que poderia contratar, desistindo de mais de 40 milhões delas.

Uma semana antes do apelo de Pazuello à OMS, que citou a Tedros Adhanom as "prósperas relações" entre o Brasil e a instituição, Bolsonaro distorceu falas de dirigentes da organização para chamá-la de “desacreditada”, depois de já ter anunciado que o Brasil poderia deixar de fazer parte dela.

https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/bolsonaro-atacava-oms-enquanto-brasil-pedia-instituicao-socorro-por-vacinas-mostram-documentos-da-cpi.html


quarta-feira, 5 de maio de 2021

Postura anti-China dos ideólogos bolsonaristas dificultou combate à pandemia: ex-ministro Mandetta

 Mandetta responsabiliza Eduardo Bolsonaro e Itamaraty por dificuldade em negociar insumos com a China

Na época, o chanceler brasileiro era Ernesto Araújo, que pertencia à ala ideológica do governo
Por Renan Truffi e Vandson Lima, Valor — Brasília
Valor Econômico, 04/05/2021 

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) responsabilizou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) pelas dificuldades do governo brasileiro em negociar insumos com a China, durante a primeira onda do coronavírus.

Mandetta falou sobre o assunto hoje em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Na época, o chanceler brasileiro era Ernesto Araújo, que pertencia à ala ideológica do governo.

"Eu tinha dificuldades, por exemplo, nas relações com a China. Eu tinha um Ministério de Relações Exteriores que eu precisava muito porque eu era dependente de insumos que estavam na China, insumos que eu tinha que trazer para dentro do Brasil. Então, era mais do que necessário que nós tivéssemos um bom diálogo com a China. Tinha dificuldade com o ministro de Relações Exteriores. O outro filho do Presidente que é deputado, o Eduardo, tinha rotas de colisão com a China, através do Twitter, mal-estar", contou.

Segundo Mandetta, os filhos do presidente impediram que ele se reunisse com o embaixador da China, Yang Wanming, no Palácio o Planalto. "Eu fui até certo dia ao Palácio do Planalto, e eles estavam todos lá, os três filhos do presidente, e mais assessores que são assessores de comunicação. Disse a eles: 'Olha, eu preciso conversar com o embaixador da China, eu preciso que ele nos ajude, pedir uma reunião com ele. Posso trazer aqui?'. 'Não, aqui não'. Acabei fazendo por telefone. Eu ia fazer essa reunião na Opas, que é um mecanismo internacional. Isso era difícil", explicou.

Após essa afirmação, o ex-ministro foi questionado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), se existia uma "oposição" ao diálogo com os chineses. "Existia uma dificuldade de superar essas questões", respondeu Mandetta. Ele deu a entender que essa "dificuldade" foi motivada por influência do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

"No início [da pandemia], há uma viagem do presidente para a Flórida, e ele encontra o presidente Trump. Era um momento em que o Trump chamava o vírus de vírus chinês, havia um mal-estar da China com os Estados Unidos, e aqui, de alguma maneira, fazia-se esse tipo de conflitos com a China, que eu achava, naquele momento, que dificultava muito a boa vontade. Por isso eu fui até a Embaixada [da China], por isso eu liguei pedindo pessoalmente que eles ajudassem", complementou.

https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2021/05/04/mandetta-responsabiliza-eduardo-bolsonaro-e-itamaraty-por-dificuldade-em-negociar-insumos-com-a-china.ghtml

sábado, 17 de abril de 2021

A "pandemia" no Ministério da Saúde no contexto da pandemia: por onde pode cair o desgoverno Bolsonaro

TCU indica punição a Pazuello por omissões

O Estado de S. Paulo, 15/04/2021

 

Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) sinalizaram nesta quarta-feira, 14, que devem punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e seus auxiliares por omissões na gestão da pandemia da covid-19. Relator da ação sobre a conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária, o ministro Benjamin Zymler disse que a pasta evitou assumir a liderança do combate ao novo coronavírus no País.

 

Segundo o relator, uma das ações da gestão de Pazuello foi mudar o plano de contingência do órgão na pandemia, com a finalidade de retirar responsabilidades do governo federal sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes. “Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades”, afirmou Zymler.

 

O posicionamento do TCU sobre a conduta do ministério na crise pode ter desdobramentos cruciais para o governo, principalmente no contexto de uma CPI da Covid no Senado – ontem o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que mandou a Casa instalar a comissão parlamentar (mais informações nesta página). A CPI tem a missão de apurar a conduta da administração federal na pandemia.

 

O TCU é, por definição, um órgão de assessoria do Congresso. Foi da Corte de Contas que saiu, em 2015, o relatório final que recomendava a rejeição das contas do governo Dilma Rousseff de 2014. O julgamento das chamadas “pedaladas fiscais” foi a base para o impeachment da ex-presidente petista.

 

Na sessão de ontem, Zymler sugeriu a abertura de processos para avaliar omissões da Saúde sobre estratégias de comunicação, testagem e distribuição de insumos e medicamentos. Para o relator, o ministério descumpriu determinações anteriores do TCU, as quais já apontavam a falta de planejamento em diversas áreas. Em análises deste tipo, o TCU pode aplicar multas, decretar a indisponibilidade dos bens e proibir o alvo da ação de exercer cargo em comissão ou função de confiança no serviço federal por até oito anos.

 

O ministro Bruno Dantas disse que a gestão do ministério “envergonha” e que já há argumentos para impor “condenações severas” a gestores da pasta. Segundo Dantas, as responsabilidades podem ser medidas “em números de mortos”.

 

Em seu relatório, o TCU afirma que a ocorrência de uma série de problemas, como desabastecimento de medicamentos e oxigênio, perda de testes para diagnóstico e explosão de número de casos da doença, “se deveu, em muito, ao comportamento do Ministério da Saúde, que tem se esquivado de cumprir as determinações desta Corte de Contas, e que, ao verificar o abrandamento da pandemia no fim de 2020, não foi previdente e descreu da ocorrência da segunda onda, mesmo sabedor da ocorrência desse evento na Europa”.

 

Os ministros Augusto Nardes e Jorge Oliveira pediram vista e o caso deve retornar à pauta em 30 dias. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao TCU, Oliveira é ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência do atual governo. Ele disse que concorda “no mérito” com o relatório, mas fez uma ressalva. “(Peço) Que o tribunal não extrapole suas funções, não faça desgastar uma relação que, por motivos alheios à nossa vontade, já está muito desgastada, que as instituições respeitem umas às outras”, afirmou.

 

A área técnica do TCU já havia sugerido aos ministros que aprovassem a aplicação de multa a Pazuello, além do ex-secretário executivo da Saúde Elcio Franco, do atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Saúde, Helio Angotti Neto, e do atual secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros. O tribunal pode aplicar multa de, no máximo, R$ 67,8 mil. Zymler, porém, optou por sugerir a abertura de processos separados que poderão resultar em sanções.

 

A reportagem questionou Pazuello e Elcio Franco sobre o assunto, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. O Ministério da Saúde, onde atuam Helio Angotti Neto e Arnaldo Correia de Medeiros, também não havia se manifestado.

 

O relatório técnico do tribunal lista uma série de medidas tomadas pelo Ministério da Saúde em relação ao Plano de Contingência Nacional. No entendimento do TCU, as mudanças tiveram o efeito prático de apenas reduzir as responsabilidades da pasta. A área técnica do tribunal afirma que a redução de responsabilidades pode ter comprometido a capacidade de monitorar estoques nacionais de insumos e medicamentos.

 

O plano original previa, por exemplo, que o governo federal deveria “garantir estoque estratégico de medicamentos para atendimento de casos suspeitos e confirmados para o vírus”. Essa missão, porém, foi alterada para “apoiar nos processos de aquisição não programada de medicamentos utilizados no tratamento de pacientes com covid-19, em articulação com as áreas técnicas demandantes”.

 

O Ministério justificou que o financiamento da assistência farmacêutica é de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS. Dessa forma, parte dos medicamentos é adquirida pelos Estados ou municípios e, por isso, caberia a cada ente a gestão de seus estoques.

 

O TCU, porém, apontou que, ao contrário do afirmado pelo ministério, a função de garantir estoque de medicamentos não se referia à responsabilidade de aquisição de todos os medicamentos, mas ao monitoramento de insumos essenciais e aquisição, de forma a evitar desabastecimentos. A Corte cita ainda no relatório as alterações realizadas em ações de assistência farmacêutica. O relator também apontou que falta planejamento da Saúde sobre o orçamento da pandemia. “A chamada segunda onda era anunciada e exigiam-se medidas adicionais de prevenção e preparo da estrutura de saúde. Não foi o que aconteceu”, escreveu Zymler, em seu voto.

 

MPF

 

O Ministério Público Federal apresentou ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão na pandemia. Segundo a Procuradoria, a demora do Ministério da Saúde em agir e a falta de planejamento levaram ao colapso em Manaus, onde pacientes morreram, no início do ano, por falta de oxigênio.

 

A ação aponta que Pazuello e Campello deixaram de adotar medidas necessárias para calcular a demanda de oxigênio, algo que só passou a ser feito após o insumo faltar nos hospitais. “Esse atraso retardou a avaliação da situação e adoção de medidas para preparar o sistema de saúde para o novo pico, com a instalação de novos leitos com insumos necessários”, diz a ação. Pazuello e Campelo não foram localizados nesta quarta-feira. 


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

So a Petrobras? Nao! Todo o governo e' uma fraude continua, completa...

O governo dos companheiros nunca vai conseguir nos decepcionar. Ele sempre se revelará muito pior, muito mais corrupto do que jamais poderíamos esperar. Esta é uma certeza a 120%, ou seja, eles superam todas as nossas piores expectativas, sempre...
Paulo Roberto de Almeida 

Editorial O Globo, 6/08/2014

A farsa engendrada na CPI instalada no Senado para examinar, entre outros assuntos, a desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, Texas, é típica. Reportagem de “Veja” mostrou cenas e diálogos capturados clandestinamente em reunião feita para que perguntas a serem formuladas na comissão fossem antecipadas, a fim de que convocados pela comissão recebessem assessoria prévia da estatal. Os assessorados eram o ex-presidente José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, presidente atual, e Nestor Cerveró, ex-diretor internacional, responsável pelo documento falho “jurídica e tecnicamente” que, segundo Dilma Rousseff, a induziu a aprovar a aquisição da refinaria, na condição de presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

A CPI, instalada por força de decisão do Supremo, já nasceu “chapa branca”. Gabrielli, Graça Foster, Cerveró ou qualquer outro não enfrentariam inquisidores interessados em vasculhar a operação. Mas está claro que a campanha à reeleição de Dilma impôs um cuidado especial àqueles depoimentos.

Daquela reunião participaram o próprio chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Barroca, e dois advogados da estatal, Bruno Ferreira e Leonam Calderaro Filho. Atuaram ainda na operação o assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais (leia-se, ministro Ricardo Berzoini, petista estrelado), Paulo Argenta, o assessor da liderança do governo no Senado Marco Rogério de Souza, e Carlos Hetzel, da liderança do PT na Casa. Também operou, denuncia-se, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-diretor da Petrobras, e próximo a Cerveró.

Ficaram visíveis na armação da farsa muitas impressões digitais do aparelhamento da empresa pelo partido. Era o que já sinalizava o mimo do empreiteiro a “Silvinho” Pereira.

É curioso que, mesmo acusado por Dilma, Cerveró viesse a ser protegido pela base do governo. Assuntos mais elevados estavam, e estão, em jogo, por suposto.

A farsa indica a inexistência de limites na atuação de governo e PT na campanha eleitoral. Enquanto isso, a compra imprevidente da refinaria e os indícios de superfaturamento em Abreu e Lima ainda estão para ser devidamente esclarecidos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O culpado deve ser o mordomo, so pode ser...; elementar, se lhes parecem...

  Dilma diz que cabe ao Congresso explicar suposta fraude em CPI

Presidente foi indagada sobre denúncia de favorecimento a testemunhas.
Ex-dirigentes da Petrobras tiveram acesso a perguntas da CPI, diz 'Veja'.

Letícia Macedo e Filipe Matoso Do G1 SP e do G1, em Brasília, 04/08/2014 12h58
A presidente Dilma Rousseff em Guarulhos (Foto: Letícia Macedo / G1)Dilma Rousseff conversa com eleitores durante
visita a posto de saúde em Guarulhos (SP)
(Foto: Letícia Macedo / G1)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (4) que cabe ao Congresso Nacional explicar a denúncia de suposto favorecimento a ex-dirigentes da Petrobras convocados para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para investigar a estatal do petróleo. A chefe do Executivo viajou a São Paulo nesta segunda exclusivamente para visitar um posto de saúde na periferia do município de Guarulhos, na região metropolitana.
Segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista "Veja", depoentes como o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró tiveram acesso a perguntas que seriam feitas por senadores antes de falar à CPI da Petrobras,
A revista afirma ter tido acesso a um vídeo com 20 minutos de duração no qual aparecem o chefe do escritório da estatal em Brasília, José Eduardo Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e uma terceira pessoa não identificada conversando sobre as perguntas que seriam formuladas, sobre quem as elaborou e sobre quem deveria recebê-las.
"Isso [denúncia de favorecimento aos depoentes da CPI da Petrobras no Senado] é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso", disse Dilma ao ser indagada sobre a denúncia.
Ela também foi questionada por repórteres sobre o fato de lideranças da oposição terem anunciado durante o final de semana que vão acionar o Conselho de Ética e o Ministério Público para investigar o caso. A oposição sustenta que, se comprovada, a participação de servidor do Executivo na elaboração das perguntas pode configurar ato de improbidade administrativa.
"O PSDB faz as representações que quiser fazer em Brasília", ressaltou Dilma, em tom irônico.
Presidente da CPI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) informou neste domingo (3), por meio de nota oficial, que vai investigar a suposta fraude na comissão de inquérito. No comunicado, Vital do Rêgo disse estar "surpreendido" com "denúncias sobre informações privilegiadas passadas a depoentes".
A presidente Dilma Rousseff visita posto de saúde em Guarulhos (Foto: Letícia Macedo / G1)Dilma concedeu entrevista coletica após visitar o
posto de saúde (Foto: Letícia Macedo / G1)
Agenda ‘casada’
Acompanhado do Ministro da Saúdo, Arthur Chioro, a presidente Dilma Rousseff visitou pela manhã a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Jacy, na periferia de Guarulhos. A unidade recebeu dois médicos cubanos do programa Mais Médicos. A viagem também serviu para que a candidata do PT gravasse vídeos e fizesse fotos para a campanha eleitoral.
A assessoria de imprensa da campanha de Dilma à reeleição informou ao G1 que a programação da presidente em Guarulhos, nesta manhã, fez parte de agenda “casada”, na qual ela cumpre ao mesmo tempo atividade de presidente e de campanha. O Palácio do Planalto não se manifestou sobre a agenda eleitoral.
Dilma conversou com a equipe médica que atua no bairro pobre de Guarulhos sobre o perfil dos atendimentos na unidade que serve a 25 mil pessoas. Ela afirmou que São Paulo foi o estado que mais solicitou médicos ao programa, que já atendeu mais de 3,8 mil municípios.
“Muita gente pensa que esse programa Mais Médicos foi feito para atender às regiões mais isoladas deste país, como o Norte ou os departamentos de saúde indígena, onde de fato não havia médico. Sem dúvida, nós fizemos o Mais Médicos para atender a essa região mais isolada, mas a principal demanda pelos médicos vem das cidades mais populosas do país. São Paulo é o estado que mais demandou médicos”, disse. De acordo com o PT, os custos da viagem a Guarulhos foram pagos pelo comitê de campanha. Nesta terça, a presidente visitará as obras da Usina de Belo Monte (PA), também em "agenda casada", com compromisso oficial e eleitoral. A viagem ao local, segundo o PT, também será custeada pela campanha.

sábado, 2 de agosto de 2014

Crimes politicos do lulo-petismo: a farsa da CPI da Petrobras (RevistaVeja)

Os petistas que frequentam estas páginas (sei que os há) devem ficar furibundos cada vez qye eu posto coisas do gênero, ou seja, matérias sobre os crimes políticos e econômicos de sua agremiação preferida, ainda mais saindo do veículo preferido de seus ódios imortais.
Antes de pensar em xingar, ofender, maldizer, talvez eles pudessem refletir sobre fatos e pensar com suas próprias cabeças, em lugar de receber ordens dos neobolcheviques.
Paulo Roberto de Almeida 

Poder

Gravações comprovam: CPI da Petrobras foi uma grande farsa

A CPI da Petrobras foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT no Senado decidiram não correr riscos e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigadores as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores. A trama foi gravada em vídeo.

Hugo Marques
Veja.com, 2/08/2014
TEATRO: Parecia uma encenação — e era mesmo. As perguntas que seriam feitas pelos parlamentares ao ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli foram
enviadas a ele antes do depoimento por José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da estatal em Brasília, que aparece no detalhe da foto
TEATRO: Parecia uma encenação — e era mesmo. As perguntas que seriam feitas pelos parlamentares ao ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli foram enviadas a ele antes do depoimento por José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da estatal em Brasília, que aparece no detalhe da foto      (Geraldo Magela/Ag. Senado)
Era tudo farsa. Mas começou parecendo que, dessa vez, seria mesmo para valer. Em março deste ano, os parlamentares tiveram um surto de grandeza institucional. Acostumados a uma posição de subserviência em relação ao Palácio do Planalto, eles aprovaram convites e convocações para que dez ministros prestassem esclarecimentos sobre programas oficiais e denúncias de irregularidades. Além disso, começaram a colher as assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI destinada a investigar os contratos da Petrobras. Ventos tardios, mas benfazejos, finalmente sopravam na Praça dos Três Poderes, com deputados e senadores dispostos a exercer uma de suas prerrogativas mais nobres: fiscalizar o governo. O ponto alto dessa agenda renovadora era a promessa de escrutinar contratos firmados pela Petrobras, que desempenha o papel de carro-chefe dos investimentos públicos no país. Na pauta, estavam a suspeita de pagamento de propina a servidores da empresa e o prejuízo bilionário decorrente da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, operação que jogou a presidente Dilma Rousseff numa crise política sem precedentes em seu mandato. O embate estava desenhado. O Legislativo, quem diria, esquadrinharia o Executivo. Pena que tudo não passou de encenação.     
VEJA teve acesso a um vídeo que revela a extensão da fraude. O que se vê e ouve na gravação é uma conjuração do tipo que, nunca se sabe, pode ter existido em outros momentos de nossa castigada história republicana. Mas é a primeira vez que uma delas vem a público com tudo o que representa de desprezo pela opinião pública, menosprezo dos representantes do povo no Parlamento e frontal atentado à verdade. Com vinte minutos de duração, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido.
A decupagem do vídeo mostra que, espantosamente, o encontro foi registrado por alguém que participava da reunião ou estava na sala enquanto ela ocorria. VEJA descobriu que a gravação foi feita com uma caneta dotada de uma microcâmera. A existência da reunião e seus participantes foram confirmados pelos repórteres da revista por outros meios — mas a intenção da pessoa que fez a gravação e a razão pela qual tornou público seu conteúdo permanecem um mistério. Quem assiste ao vídeo do começo ao fim — ele acaba abruptamente, como se a bateria do aparelho tivesse se esgotado — percebe claramente o que está sendo tramado naquela sala. E o que está sendo tramado é, simplesmente, uma fraude caracterizada pela ousadia de obter dos parlamentares da CPI da Petrobras as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas. Barrocas revela no vídeo que até um “gabarito” foi distribuído para impedir que houvesse contradições nos depoimentos. Um escárnio. Um teatro.     ​

terça-feira, 10 de junho de 2014

CPI do Senado ofende a inteligencia dos brasileiros: Petrobras impoluta segundo ex-diretor

O cidadão merecia já estar na cadeia, e com todos os seus bens embargados. No entanto, por obra e graça de um juiz companheiro (que não é exatamente supremo, mas extremo, de extremoso, com os companheiros) está solto e ofendendo a inteligência dos brasileiros.
Os senhores senadores não se dão ao respeito, ao participarem de uma chacota.
Paulo Roberto de Almeida

CPI



Eis, segundo um boletim do PT, a "verdade" sobre a Petrobras: os companheiros estão defendendo um ladrão indiciado pela Polícia Federal. Como já o fuzeram, aliás, com os seus quadrilheiros corruptos. A vocação do partido totalitário é a de chafurdar na lama dos crimes contra o patrimônio público.


Ex-diretor refuta ilações sobre Petrobras e revela contrato com Organizações Globo

CPI-PETROBRAS-10-06O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, refutou, na CPI do Senado que investiga supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, ilações que tentam comprometer a Petrobras. Ele revelou também que sua empresa mantém negócios com as Organizações Globo. Paulo Roberto lembrou que passou mais de 50 dias preso e massacrado por setores da mídia, como a Globo, com quem mantém contrato.

A revelação pelo foi um dos pontos marcantes da CPI, ontem. Em seu relato, o ex-diretor confirmou que é o dono da empresa de consultoria Costa Global e que entre os seus contratados estão as Organizações Globo. “Para conhecimento de vocês, eu tenho um contrato assinado para vender uma ilha das Organizações Globo”, revelou.

De acordo com o ex-diretor, a ilha situa-se na rodovia Niterói-Manilha. Ele frisou que o contrato firmado com as organizações da família Marinho era para que a Costa Global procurasse um leasing imobiliário para vender a área. Segundo ele, o objetivo do negócio era dar apoio para a operação offshore que atuaria para empresas que trabalhavam com a Petrobras, com a Shell, e com outras empresas que têm atividades de produção na Bacia de Campos. “Até para as Organizações Globo estamos prestando serviço”, reafirmou Paulo Roberto.

O ex-dirigente disse ainda que constituiu a Costa Global em 2012, após sua saída da estatal. Ele contou que a sua filha, Arianna Azevedo Costa Bachmann é sua sócia e que a empresa possui 81 contratos firmados.

No decorrer de sua exposição, Paulo Roberto da Costa repudiou com veemência as “inveracidades” das acusações do Ministério Público contra a Petrobras e criticou o foco dado pela imprensa brasileira à questão.

“A Petrobras é uma empresa totalmente séria. Pode-se fazer auditoria por 50 anos dentro da Petrobras que não vão achar nada ilegal porque não há nada ilegal na Petrobras. Estão colocando a Petrobras na condição de uma empresa frágil”, afirmou. Ele observou que os controles dentro da estatal são enormes.

Abreu e Lima - Ele refutou as denúncias de suposto superfaturamento nos contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. “Não é real. É uma ilação. Portanto, repudio veementemente essa suposição. Não existe organização criminosa. Não sei por que inventaram essa história. É uma história fora da realidade”, lamentou.

Operação Lava Jato – Paulo Roberto da Costa foi preso em março na Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal.  A Operação da PF investigou esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em seu depoimento ele foi enfático em afirmar que não existe lavagem de dinheiro da Petrobras com o doleiro Alberto Youssef, também preso pela PF.

“Não sei de onde tiraram essa história. A Polícia Federal, o MP deveriam aprofundar essa análise da Petrobras, que vão chegar à conclusão de que a Petrobras não o que estão falando. A Petrobras é uma empresa que orgulha o povo brasileiro”, afirmou.

Pasadena – Sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, Paulo Roberto voltou a dizer o que os seus antecessores afirmaram em depoimentos na CPI.  “Naquele momento era um bom negócio. Ninguém coloca petróleo cru na indústria, no carro ou no avião. Ter refinaria é algo importante e estratégico”, reafirmou. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Uma aposta deste blogueiro: a CPI da Petrobras vai ser "suicidada"; querem apostar?

Não tenho nenhuma dúvida de que este jornalista está redondamente, quadradamente errado: a CPI não está garantida, e ela não vai sair.
O governo vai chamar sua base de volta, com todos os artifícios, ferramentas, prebendas, ameaças, chantagens, atrativos, cenouras e porretes de que é capaz, e ele é muito capa$$$$.
Querem apostar?
Paulo Roberto de Almeida

Assinaturas para CPI da Petrobrás já estão garantidas
Políbio Braga, 16/04/2013

Apesar de todos os esforços do governo, vai sair a CPI da Petrobrás. As 300 assinaturas necessárias serão completadas até esta quarta-feira.

. O editor soube na tarde desta terça-feira que deputados da base aliada aderiram em massa ao requerimento, inclusive o deputado Quintão, que é de Minas e puxa as assinaturas dentro do PMDB. A tentativa de criação da comissão é obra de dois grupos do PMDB.

. Dilma chamou o vice Michel Temer para pressioná-lo, mas Temer não conseguiu - ou não quis - conter a base.

. Não se trata apenas de investigar casos cabulosos como os da refinaria que a Petrobrás toca em Fortaleza com a venezuelana PDVSA, mas também negócios nebulosos com Eike Batista e a desistência da venda desastrosa de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. São apenas alguns pontos. O PSDB, por exemplo, insiste na denúncia de que o PT quebrou a Petrobrás.

.  Por trás da "traição" da base aliada, está a convicção dos Partidos de que todos os negócios da Petrobrás só beneficiam o PT. A CPI buscará emparedar o PT e o governo Dilma, já que a campanha eleitoral começou.

. A CPI da Petrobrás promete emparedar o próprio governo Dilma Roussef, que antes de ser presidente foi ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás.