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domingo, 3 de dezembro de 2017

Erasmo, o promotor da tolerancia, visto por Stefan Zweig


Erasmo de Roterdã
Retrato de Erasmus, pintado por Holbein, Museu de Parma, com réplica em Basileia. 
Holbein e Erasmus foram amigos, e o artista se deleitava em retrata-lo (info: Regina Caldas).

Erasmo de Roterdã abominava o fanatismo, a intolerância e a guerra.    
Ao nascer das luzes da Renascença, ele foi um paladino da liberdade de espírito, sob a qual deveria existir uma fraternidade universal, cujo exemplo partiria de uma Europa unificada. 
Erasmo de Roterdã, uma voz que se dirige à posteridade, desde o século XVI, legou-nos pensamentos que primam pela atualidade.  
Prestemos atenção aos ecos das palavras de Erasmo, considerado o primeiro pacifista, transcritas por Stefan Zweig:

“ Toda idéia possui o seu direito, e a nenhuma cabe o direito de se proclamar como a única verdade”

“A tirania duma idéia é uma declaração de guerra à liberdade espiritual dos homens”

“Ao homem não é permitido adotar nenhuma ideologia, porque todas aspiram à preponderância, nem aderir a nenhum partido, porque o dever de todo partidário é ver, sentir e pensar partidariamente. Cumpre-lhe antes de tudo assegurar a si mesmo plena independência de pensamento e de ação, pois, sem liberdade, não pode haver justiça, a única idéia digna de ser o supremo ideal comum à sociedade humana.”

“ A idéia da guerra nunca está unida à da justiça, e a solução das armas nunca será a solução moral dum conflito”.

“As virtudes mais celebradas no mundo, a perspicácia e a equidade, a sinceridade e a honradez, foram inventadas para amargurar a existência dos que as praticam.”

“Os fanáticos reduzem todos os valores ao mesmo denominador”

O humanismo de Erasmo fracassou. Embora ele não ignorasse que o apetite de prepotência e de luta alvoroça o sangue humano, ele confiava que só através da Educação e dos bons livros se poderia dobrar a natureza do Homem. Mas ele, com sua natureza dócil, solidário por excelência, manteve-se, entretanto, distante das massas. Em conseqüência deixou de compreender que elas são movidas muito mais pelos fanatismos que pelo bom senso. Deixou de compreender que a manipulação dos sentimentos humanos seria um trunfo nas mãos das religiões e da política.

Seleção de textos por: 
Regina Caldas    
02/01/2012

sábado, 16 de setembro de 2017

Stefan Zweig: documentários (YouTube)

Stefan Zweig - Paraíso Utópico


Publicado em 4 de jan de 2013
Inspirado no livro "Brasil, um país do futuro", documentário mostra vida e obra do escritor Stefan Zweig http://tvbrasil.ebc.com.br/especiais-... 

Produzido pela TV Brasil a partir do livro Brasil, um país do futuro, o documentário Paraíso Utópico mostra vida e obra de Stefan Zweig, um dos escritores europeus mais importantes do século XX. Em viagem à Argentina, em 1936, Zweig faz escala de 8 dias no Brasil. Fica encantado com as belezas do país, especialmente com o Rio de Janeiro. 
A viagem é toda anotada em um diário, no qual descreve sua impressão sobre cada lugar visitado. Na viagem nasce a promessa de escrever um livro sobre o país. A obra narra sua visão sobre as maravilhas do país, presentes no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo, Salvador, Recife, Olinda e Belém. 

O documentário é conduzido por entrevistas, realizadas com o jornalista Alberto Dines, o psicanalista Paulo Blank, a tradutora Kristina Michaelles, a professora de história da USP, Karen Lisboa, o professor de cinema da UFF, Tunico Amâncio e o romancista Deonísio Silva. Entrevistas, imagens de arquivo, trechos de filme e um grupo de teatro conduzem o documentário. E, pouco a pouco, revelam a utopia de um humanista, refugiado de guerra, que acreditava ser o Brasil o lugar perfeito para se viver. 

Paradoxalmente, é o país onde Zweig decide dar fim à própria vida, após um pacto de morte selado com a esposa na cidade de Petrópolis, durante o carnaval de 1942.
Música
"Zweig Piano 75" por Fernando Moura (Google PlayiTunes)

https://www.youtube.com/watch?v=TZ5ke6Y6YjU

Outros documentários:

"Contre ma volonté, j'ai été le témoin de la plus effroyable défaite de la raison et du plus sauvage triomphe de la brutalité qu'atteste la chronique des temps."

Stefan Zweig: histoire d'un Européen
Un film de François Busnel et Jean-Pierre Devillers

 (Arte France - Rosebud Productions, 2015)

 
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52:18 

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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Stefan Zweig - Adeus Europa: um filme de Maria Schrader

Pretendo assistir, nesta sexta-feira, com Carmen Lícia Palazzo, a este filme:

Stefan Zweig - Adeus Europa
Trailer legendado neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=UF-yz9MC4rg

Direção: 
Gênero Drama
Nacionalidades Áustria, Alemanha, França

SINOPSE:

Em 1936 o escritor austríaco, de origem judaica, Stefan Zweig (Josef Hader) foge do nazismo na Europa e vai para a América do Sul. Passando pelo Rio de Janeiro, Bahia, Buenos Aires, Nova York e Petrópolis, e apaixonado pelo Brasil, Stefan começa a escrever um livro sobre a nova terra. Ele se instala em Petrópolis, a cidade imperial, para escrever. Mas, ao mesmo tempo, ele fica atormentado com o crescimento da intolerância, barbárie e autoritarismo na Europa.
 

Stefan Zweig - Adeus, Europa

Título original:
Stefan Zweig: Farewell to Europe
De:
Maria Schrader
Com:
Tómas Lemarquis, Barbara Sukowa, Josef Hader
Género:
Drama
Classificação:
M/12
Outros dados:
ALE/FRA/Áustria, 2016, Cores, 106 min.
Nascido em Viena (Áustria), a 28 de Novembro de 1881, numa abastada família judaica, Stefan Zweig era, nos anos 1920 e 30, um dos mais populares autores europeus. Escreveu sobre a vida e obra de muitos escritores – Dickens, Tolstói, Dostoiévski, Hölderlin, Nietzsche, Balzac, Stendhal, entre outros –, mas também se interessou por figuras históricas como Maria Stuart, rainha da Escócia, ou o navegador português Fernão de Magalhães. Quando, em 1933, Hitler chega ao poder na Alemanha, a influência dos nazis rapidamente se faz sentir na Áustria. Em Fevereiro de 1934, a polícia faz buscas em casa de Zweig. A circunstância persuade o escritor a partir para Londres com Lotte Altmann, a mulher. Quando rebenta a II Grande Guerra e os nazis invadem França, o casal deixa definitivamente a Europa e parte para os EUA. Em 1941, mudam novamente de país, desta vez para o Brasil, instalando-se em Petrópolis, Rio de Janeiro. A 23 de Fevereiro de 1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo na Europa e sem qualquer esperança no futuro da Humanidade, Stefan Zweig despede-se com estas palavras: "Envio saudações a todos os meus amigos: que eles possam viver para ver a aurora após esta longa noite. Eu, que sou demasiado impaciente, vou à frente". Zweig e Lotte foram encontrados mortos na tarde do dia seguinte, deitados lado a lado. Tinham ingerido uma dose fatal de barbitúricos. A notícia do suicídio de ambos chocou o mundo.
Parcialmente rodado em Portugal, um "biopic" realizado por Maria Schrader ("Liebesleben"), segundo um argumento seu e de Jan Schomburg. Josef Hader, Aenne Schwarz, Tómas Lemarquis e Barbara Sukowa dão vida aos personagens.