Erasmo de Roterdã
Retrato de Erasmus, pintado por Holbein, Museu de Parma, com réplica em Basileia.
Holbein e Erasmus foram amigos, e o artista se deleitava em retrata-lo (info: Regina Caldas).
Erasmo de Roterdã abominava o fanatismo, a
intolerância e a guerra.
Ao nascer das luzes da
Renascença, ele foi um paladino da liberdade de espírito, sob a qual deveria
existir uma fraternidade universal, cujo exemplo partiria de uma Europa
unificada.
Erasmo de Roterdã, uma voz que se dirige à
posteridade, desde o século XVI, legou-nos pensamentos que primam pela
atualidade.
Prestemos atenção aos ecos das palavras de
Erasmo, considerado o primeiro pacifista, transcritas por Stefan Zweig:
“ Toda idéia possui o seu direito, e a
nenhuma cabe o direito de se proclamar como a única verdade”
“A tirania duma idéia é uma declaração de
guerra à liberdade espiritual dos homens”
“Ao homem não é permitido adotar nenhuma
ideologia, porque todas aspiram à preponderância, nem aderir a nenhum partido,
porque o dever de todo partidário é ver, sentir e pensar partidariamente.
Cumpre-lhe antes de tudo assegurar a si mesmo plena independência de pensamento
e de ação, pois, sem liberdade, não pode haver justiça, a única idéia digna de
ser o supremo ideal comum à sociedade humana.”
“ A idéia da guerra nunca está unida à da
justiça, e a solução das armas nunca será a solução moral dum conflito”.
“As virtudes mais celebradas no mundo, a
perspicácia e a equidade, a sinceridade e a honradez, foram inventadas para
amargurar a existência dos que as praticam.”
“Os fanáticos reduzem todos os valores ao
mesmo denominador”
O humanismo de Erasmo fracassou. Embora ele
não ignorasse que o apetite de prepotência e de luta alvoroça o sangue humano, ele
confiava que só através da Educação e dos bons livros se poderia dobrar a
natureza do Homem. Mas ele, com sua natureza dócil, solidário por excelência,
manteve-se, entretanto, distante das massas. Em conseqüência deixou de
compreender que elas são movidas muito mais pelos fanatismos que pelo bom
senso. Deixou de compreender que a manipulação dos sentimentos humanos seria um
trunfo nas mãos das religiões e da política.
Seleção de textos por:
Regina Caldas
02/01/2012
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