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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Orbis Universalis, 1512 - Hieronimi Mari

Um mapa famoso, reproduzido em formato de tapeçaria no gabinete do ministro de Estado das Relacões Exteriores: 



Este é o primeiro mapa conhecido em que o nome Brasil aparece para designar a América Lusitana. O norte está em cima.
Confeccionado em pergaminho iluminado, em 1511, em Veneza, pelo cartógrafo Jerônimo Marini. O original está no Ministério das Relações Exteriores. Foi adquirido, em 1912, pelo, então, ministro Lauro Müller (1863-1929), em um leilão da Libreria Antiquaria Pio Luzzietti, situada na Piazza Crociferi, em Roma, uma tradicional biblioteca italiana que fazia leilões de antiguidades desde o final do século 19.
O título do planisfério, em latim, é Orbis Typus Universalis Tabula. Sua autoria é identificada ao lado do título, como Hieronimi Mari fecit Venetia MDXI. Não se conhece outras informações sobre esse cartógrafo. Esse mapa era praticamente desconhecido antes do leilão. Seu nome, Jerônimo Marini, é deduzido da forma latinizada, publicada pelo autor, como Hieronimi Mari.
A América do Norte é a Nova Índia, pois até poucos anos antes, sua grande dimensão era desconhecida. Jerusalém está no centro do mundo. Note que o autor ainda acreditava que o Brasil era parte da costa oriental da Ásia. Para ele a América ainda não existia, nem o Oceano Pacífico. Por volta dessa época, a Austrália estava começando a ser conhecida com sua real localização no Globo e grandes dimensões. Alguns cartógrafos chegaram a confundir o Brasil com a Austrália.
Este mapa é mais uma prova de que o entendimento de que existia um Novo Mundo, entre a Ásia e a Europa, demorou a ser assimilado por muitos acadêmicos. Ambos, Colombo e Cabral, acreditaram terem aportado em uma das ilhas que apareciam próximas da costa oriental da Ásia, nos mapas da época.
 Outro texto sobre o mesmo mapa: 


Orbis Universalis, 1512
O mapa-múndi do veneziano Jerônimo Marini, de 1512, é a primeira carta onde aparece o nome Brasil para designar as terras até então conhecidas como de Vera Cruz, Santa Cruz, dos papagaios ou "del brazille". Desenhado em pergaminho, é um dos poucos mapas manuscritos do início do século XVI hoje existentes. Está de cabeça para baixo, pois, por influência dos costumes árabes, ele é orientado pelo sul. A Palestina, onde há um presépio, é colocada no centro da Terra, conforme a tradição medieval. O mapa apresenta os defeitos da época, como a representação errada da Inglaterra. Por outro lado, é inovador quanto à colocação mais exata da Escandinávia e da península de Malaca. A obra de Marini, cujo original está na Libreria Antiquari Pio Luzzeti, em Roma, é de grande importância na história geral da cartografia, pois documenta uma concepção veneziana do mundo que estava sendo descoberto. O Equador, embora passando ao sul de Gibraltar, corta o Mediterrâneo, ainda considerado, como na Idade Média, o eixo das terras habitadas. É também característica veneziana a presença maciça das regiões asiáticas, pólo de atração da época. Da América, vê-se apenas a costa oriental, com destaque para o Brasil. Em torno do mapa estão alegorias representando o Sol, a Lua, as estrelas e os ventos. Nos extremos oriental e ocidental, duas esfinges simbolizam os mistérios do mundo, que só mais tarde Fernão de Magalhães decifraria.
Reprodução do fac-símile outrora guardado na mapoteca do Ministério das relações Exteriores, situada no Rio de Janeiro, hoje no gabinete do Ministro das Relações Exteriores, em Brasília.

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