Eu, por exemplo, sei do caso de um presidente que copiou todas as políticas do anterior, nunca reconheceu, renegou que o tivesse feito, e ainda ficou -- ainda fica -- atacando o antecessor, como se ele tivesse feito tudo aquilo da sua própria cabecinha confusa.
Isso se chama plágio intelectual, e deveria ser sancionado por algum comité de sábios da Academia, se por acaso esta não tiver sido também seduzida pelo plágio e se deixado embalar pela teoria do "nunca antes".
Plágio é quando copiamos algo de alguém de maneira subreptícia, clandestina, escondida, sem pagar os devidos direitos autorais, sem sequer honrar os chamados direitos morais por obra feita anteriormente e apropriada sem autorização, certo?
Se isso é certo, estamos vivendo em situação de plágio há muito tempo, e o caso desse presidente húngaro parece fácil e simples, perto do que conhecemos...
Paulo Roberto de Almeida
Após perder o título de doutor por causa de denúncias de plágio, presidente Pál Schmitt anuncia sua renúncia, mas assegura que vai contestar decisão da universidade.
O chefe de Estado da Hungria, Pál Schmitt, anunciou nesta segunda-feira (02/04) ao Parlamento a sua renúncia ao cargo, devido a acusações de plágio que já haviam lhe custado o título de doutor.
O escândalo estourou em janeiro último, quando uma revista divulgou que grande parte da tese do presidente havia sido copiada de diversas fontes. Isso levou a Universidade de Medicina Semmelweis de Budapeste a abrir uma investigação sobre o caso. Na quinta-feira passada, ela retirou o título de doutor de Schmitt, ao confirmar a acusação feita pela imprensa.
Schmitt, de 69 anos, justificou sua renúncia afirmando que o caso dividiu a opinião pública do país, enquanto o presidente deveria simbolizar a unidade da nação. “Nessa situação, sinto que é minha obrigação terminar as minhas funções e renunciar”, declarou.
O ex-presidente criticou a comissão que decidiu retirar-lhe o título, alegando que a medida fora tomada sem conhecer a sua posição, e anunciou que vai recorrer da decisão diante da Justiça. Segundo a denúncia da revista, a tese, apresentada em 1992 com o título “Análise do programa dos Jogos Olímpicos modernos”, era essencialmente a tradução de um texto de um perito búlgaro.