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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mercosul: depois da visao otimista, a versao realista - Editorial Estadao

Uma cúpula pouco promissora


Editorial O Estado de S.Paulo, 11/07/2013
Quando terminar a reunião de cúpula prevista para hoje e amanhã em Montevidéu, o Mercosul poderá estar tão emperrado, em termos comerciais, quanto estava há uma semana ou há um ano, mas algumas figuras terão pelo menos lavado a alma em protestos contra governos da Europa e dos EUA. Até ontem, pelo menos, os grandes temas da agenda ainda eram as denúncias de espionagem americana e o constrangimento sofrido pelo presidente Evo Morales em sua viagem de volta da Rússia para a Bolívia. A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse ter sentido "um frio na espinha" ao saber das denúncias de espionagem "do Norte" e pediu um "forte pronunciamento" sobre o assunto durante o encontro no Uruguai. Ninguém pediu, no entanto, pelo menos em público, um forte empenho das autoridades do bloco para eliminar o protecionismo no comércio entre seus países, nem para aprofundar a integração produtiva, e muito menos para avançar em negociações com parceiros relevantes, como os europeus.
O governo americano foi acusado também de haver espionado os europeus. Autoridades da União Europeia protestaram e até puseram em dúvida, retoricamente, o avanço da negociação do acordo de comércio e investimentos com os Estados Unidos, o Pacto Transatlântico. Mas puseram de lado a ameaça rapidamente e as negociações começaram nesta semana. Nenhum governo apontado como vítima de espionagem pode menosprezar o assunto e olhar para outro lado. No mínimo tem de cuidar das aparências. No máximo, dificilmente poderá ir muito além disso.
Reclamar pode ser indispensável, mas isso já foi feito em relação ao caso de Evo Morales e à bisbilhotice americana. Qualquer desdobramento útil só poderá ocorrer em foros multilaterais competentes para criação e imposição de regras. Uma reunião de cúpula do Mercosul deve, ou deveria, servir para uma séria tentativa de puxar o bloco para fora do atoleiro.
Há, no entanto, expectativa de mais lances protecionistas do lado argentino, por causa da redução de suas reservas cambiais. Em um ano, caíram de US$ 48 bilhões para US$ 37,2 bilhões, valor suficiente para cobrir apenas 5 meses de importação. Em 2013 houve algum relaxamento das barreiras comerciais, diante da boa perspectiva das vendas de soja. Mas o valor importado até maio foi 12,5% maior que o de um ano antes, enquanto o exportado aumentou 4%. O Brasil tem sido o parceiro mais prejudicado pelo protecionismo argentino, mas Brasília continua reagindo com brandura - tolerância, de fato - à ampliação das barreiras.
Para desemperrar o Mercosul seria também preciso buscar acordos com parceiros relevantes. Até agora o bloco tem negociado pactos comerciais com parceiros pouco significativos. Dirigentes da Confederação Nacional da Indústria e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil cobraram do governo, recentemente, um empenho maior para levar adiante a negociação com a União Europeia. Uma solução poderia ser um acordo guarda-chuva entre o Mercosul e os europeus, ficando livre cada país do bloco sul-americano para se adaptar separadamente às condições do acordo. Do lado do Mercosul, o governo argentino tem criado os principais obstáculos ao entendimento entre os blocos.
A ideia de uma negociação isolada entre União Europeia e Brasil é impraticável, no momento, porque o mandato dos negociadores europeus é para um entendimento entre blocos. O obstáculo pode ser contornável, se as partes concordarem com a fórmula de um acordo guarda-chuva. Mas, para uma solução desse tipo, o Brasil dependeria da boa vontade e do consentimento dos parceiros. Não há como negar: o Mercosul continua sendo um entrave. Mais que isso, um peso carregado em troca de muito pouco. O comércio entre os quatro parceiros originais teria provavelmente crescido tanto quanto cresceu, se o bloco tivesse continuado como zona de livre-comércio, sem as amarras de uma união aduaneira.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mercosul: a visao sempre otimista do Dr. Rosinha

Aos vinte anos, Mercosul é um dos blocos mais importantes do mundo, diz Rosinha
Informe da Liderança do PT na Câmara dos Deputados, 28/03/2011

O Tratado de Assunção, que deu origem ao Mercosul, completou vinte anos no último sábado. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) avalia que o bloco, que é composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, consolidou-se, sobretudo nos últimos cinco anos, como um dos blocos econômicas mais importantes e estratégicos do mundo. Ele observou que o bloco hoje é reconhecido no mundo inteiro e já negociou, de forma soberana, acordos comerciais importantes com países do continente africano, com Israel e ,mais recentemente, com a União Europeia. A Venezuela encontra-se em processo de adesão ao grupo.

Nos últimos cinco, o Mercosul ganhou maturidade e conquistou o respeito do mercado financeiro mundial. Por iniciativa do presidente Lula, o bloco deixou de ser simplesmente comercial e aberto para o mundo, adotando uma política de inserção maior entre seus membros, a partir da criação de um fundo de convergência, que tem orçamento anual de U$ 100 milhões”, destacou Dr. Rosinha.

Outro avanço estratégico para o bloco, destacou Rosinha, foi a criação do Parlasul. A adoção de um parlamento comum para o Mercosul, explicou o petista, deu ao bloco mais unidade e abriu novas possibilidades para o fortalecimento econômico e social comum. Esse é um diferencial para esse grupo de países”, disse, lembrando que o Parlasul foi criado em 2003, já no governo do presidente Lula.

Mercosul - O Tratado de Assunção, que oficializou a criação do bloco, foi assinado em 26 de março de 1991. Nesse período, a economia brasileira quintuplicou de tamanho o Produto Interno Bruto (PIB) saltou de US$ 386,2 bilhões em 1991, para US$ 2,07 trilhões no ano passado. O comércio exterior deu um salto: as exportação cresceram 542,7%, saindo de US$ 31,6 bilhões em 1991 para US$ 201 bilhões em 2010 com alta de 88% no superávit comercial.