O jornal
O Estado de S.Paulo começa série especial sobre o poeta e diplomata (mais poeta do que diplomata) Vinicius de Moraes, que estaria fazendo 100 anos, se o uísque e a vida amorosa tivessem sido mais complacentes com ele.
Vinicius foi grande, já era grande quando ingressou no Itamaraty, e se tornou maior ainda quando saiu, pois teve liberdade para compor, cantar, beber e amar. Acho que nenhum diplomata teve nove mulheres, mas nem ele: só começou a colecionar quando já estava um pouco, como dizer, excitado pelo sucesso.
Alguém ainda vai escrever algo sobre o Vinicius diplomata, mas isso provavelmente não tem a menor importância.
Ele foi um poeta, ponto. Depois ficou bêbado...
Talvez tenha sido bêbado que compôs suas melhores canções.
Como ele dizia: o uísque é o cachorro engarrafado...
Saravá Vinicius, continue assim...
Paulo Roberto de Almeida
Leiam em:
http://infograficos.estadao.com.br/public/especiais/100-anos-de-vinicius/
Julio Maria
Para lembrar dos cem anos que Vinicius faria no próximo dia 19, abrimos espaço para algumas das pessoas que melhor conheceram “o único poeta brasileiro que viveu como um poeta”, conforme escreveu Carlos Drummond de Andrade.
As próximas páginas trazem textos emocionados de seus parceiros, seus filhos, sua última mulher. Em uma ação que envolve o jornal impresso e o Portal Estadão, comentamos os 18 álbuns recém relançados de Vinicius e mapeamos algumas das melhores versões de Garota de Ipanema pelo mundo.
Toquinho, hábil com as palavras, diz um pouco do que viu e viveu nos mais de dez anos ao lado do mestre. Carlos Lyra, seu “parceirinho”, tem memórias com graça e sensibilidade. As filhas Maria e Georgiana escrevem cartas a um pai “que nunca esteve tão presente”. E Gilda Mattoso, a última de suas nove mulheres, fala de traços pouco conhecidos.
A família de Vinicius prepara para o dia 19 o lançamento de um portal com todo o material produzido por e sobre ele. Poemas, músicas, partituras, fotos, vídeos. Os Moraes, enfim, abrem a arca de um homem que jamais cansou de procurar o amor em todas as coisas