O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 26 de abril de 2024

O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais - Paulo Roberto de Almeida (livro coletivo)


1427. “O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais”, in: A crise da covid-19 no Brasil e seus reflexos; organizadores: Gleisse Ribeiro Alves, Gabriel Blouin Genest, Eric Champagne, Nathalie Burlone (Brasília: Ceub, 2021; ISBN: 978-65-87823-87-4; p. 77-101);

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/61811047/1427OBrasileapandemiadacovid19aspectosinternacionais2021); divulgado no blog Diplomatizzando (16/11/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/11/o-brasil-e-pandemia-da-covid-19.html). Postado novamente na plataforma Academia.edu, com capa (link: https://www.academia.edu/118079721/3948_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_). Relação de Originais n. 3948.


O Brasil e a pandemia da covid-19: aspectos internacionais

 

Paulo Roberto de Almeida *

Colaboração à obra coletiva A crise da covid-19 no Brasil e seus reflexos; organizadores: Gleisse Ribeiro Alves, Gabriel Blouin Genest, Eric Champagne, Nathalie Burlone (Brasília: Ceub; 2021; ISBN: 978-65-87823-87-4; p. 77-101).

Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/61811047/1427_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_)

 

 

Sumário: 

1. Introdução: ideologia e negacionismo importados no governo Bolsonaro

2. A lenta e longa marcha do Brasil em direção à vacina: um programa frustrado

3. Conclusão: Bolsonaro, o último negacionista do planeta e a tragédia brasileira

 

 

1. Introdução: ideologia e negacionismo importados no governo Bolsonaro

As conexões internacionais da questão da pandemia no caso brasileiro apresentam mais de um aspecto. Por um lado, o fato, relativamente subjetivo, de o presidente brasileiro eleito em outubro de 2918, Jair Bolsonaro, ter colocado suas ações e posturas (internas e externas) no contexto ideológico da chamada “nova direita americana”, ou seja, o movimento que presidiu à ascensão à presidência americana de Donald Trump, em 2016, e que já vinha se manifestando, sob outras roupagens, no continente europeu e em outros continentes em torno de ideias altamente conservadoras: fundamentalismo religioso, antiglobalismo, rejeição da imigração de povos “exóticos” e agenda de costumes, de maneira geral (antiaborto, ideologia de gênero, minorias sexuais, etc.); essas ideias, ademais das próprias posturas e declarações do presidente Trump pautaram, e de certa forma moldaram, o comportamento e as posturas do seu colega brasileiro – chamado pelos jornalistas americanos de “Trump dos trópicos”– no enfrentamento (ou falta de, mais corretamente) da pandemia.

De outro lado, num contexto mais objetivo, uma visão, mesmo perfunctória, em escala comparativa internacional confirma os resultados nitidamente negativos registrados pelo governo Bolsonaro no enfrentamento do desafio da pandemia quando colocados no contexto mundial, sendo imediatamente visível o mau desempenho do governo federal ao se confrontarem os números de infectados e mortos (em proporção da população, não de modo absoluto) com países relativamente similares. Comparações internacionais, feitas em forma de gráficos, tabelas ou simples alinhamentos estatísticos, revelam a performance deplorável do governo de Bolsonaro, até meados de 2021, no tocante ao acúmulo de milhares de vítimas “excedentárias” (em relação ao número de habitantes), do que se observou ser o caso, quando verificados os mesmos indicadores em países cujos governantes empreenderam ações mais decisivas nessa área. Nesse sentido, Bolsonaro se distanciou, neste quesito, em relação à postura de outros dirigentes nacionais, mesmo declaradamente de direita, como ele pretende ser.

(...)


Ler a íntegra neste link: 


https://www.academia.edu/118079721/3948_O_Brasil_e_a_pandemia_da_covid_19_aspectos_internacionais_2021_



* Doutor em Ciências Sociais, mestre em planejamento econômico, diplomata de carreira; diretor de publicações e editor da Revista do Instituto Histórico e Geográfico e Geográfico do Distrito Federal; autor de numerosos trabalhos sobre relações econômicas internacionais, política externa e diplomacia do Brasil. E-mail. pralmeida@me.com.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

O PLANO REAL na PUC: debate com Rogério Werneck, André Lara Resende, Edmar Bacha, Francisco Lopes, Gustavo Franco, Pedro Malan, Persio Arida e Winston Fritsch

Imperdível!

O PLANO REAL na PUC

 https://www.youtube.com/watch?v=ofbOOGSoQbc

3.303 visualizações  22 de abr. de 2024  RIO DE JANEIRO


Meus livros em liquidação na Estante Virtual: até eu poderia comprar - Paulo Roberto de Almeida

Não sei se é tudo isso. Provavelmente tem homônimos ou parecidos. (PRA)

para Paulo Roberto de Almeida 


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Os mercenários das falsas publicações: Studies Publicações, tentando ganhar dinheiro de maneira desonesta

 Recebi, como sempre recebo, propostas de publicação de artigos meus, apresentados em simpósios, seminários e encontros científicos, CONTRA PAGAMENTOS, anunciando uma séria inteira de falsas revistas, um empreendimento COMERCIAL da mais baixa extração.

Cabe denunciar essas tentativas de intrusão financeira nas atividades acadêmicas, os novos mercenários das falsas publicações. Transcrevo abaixo o que acabo de receber deste endereço: 

contato3@studiespublicacoes.com.br 

Paulo Roberto de Almeida


Em nome da equipe editorial do portal Studies Publicações, gostaria de fazer um convite especial a você, autor(a) do notável artigo intitulado "PATENTES E AS LICENÇAS COMPULSÓRIAS: O DUALISMO ENTRE A PROTEÇÃO E A "LIBERAÇÃO"", apresentado durante o "V Simpósio Internacional de Pesquisa e XX Encontro de Iniciação Científica do CEUB". Parabenizamos você por sua contribuição significativa à pesquisa acadêmica em sua área de atuação.


Nós acreditamos no potencial do seu trabalho e no valor que ele pode agregar ao cenário acadêmico, e é por isso que gostaríamos de convidá-lo a considerar a submissão deste artigo em uma das nossas prestigiosas revistas, que abrangem diversas áreas:


- Revista Caderno Pedagógico (Qualis CAPES A2) [multidisciplinar] - Taxa de publicação R$ 990,00


- Revista Campo da História (Qualis CAPES B3) -  Taxa de publicação R$ 410,00


- International Contemporary Management Review (Qualis CAPES B4) -  Taxa de publicação R$ 380,00


- Revista Gestão e Conhecimento (Qualis CAPES C) -  Taxa de publicação R$ 375,00


- Studies in Education Sciences - Taxa de publicação R$ 290,00


- Studies in Engineering and Exact Sciences - Taxa de publicação R$ 290,00 


- Studies in Health Sciences - Taxa de publicação R$ 290,00


- Studies in Multidisciplinary Review - Taxa de publicação R$ 290,00


- Studies in Social Sciences Review - Taxa de publicação R$ 290,00


- Studies in Environmental and Animal Sciences - Taxa de publicação R$ 290,00


O prazo para avaliação e publicação dos artigos é de no máximo 15 dias. Ficamos ansiosos para saber para qual das nossas revistas você gostaria de submeter seu artigo. Por favor, indique sua preferência e nos informe durante o processo de submissão.


Para obter informações detalhadas sobre o processo de submissão e as diretrizes editoriais de cada revista, convidamos você a visitar nosso portal: https://www.studiespublicacoes.com.br/. Caso tenha alguma dúvida ou precise de assistência durante o processo de submissão, não hesite em entrar em contato conosco pelos seguintes meios:


Telefone: +55 (41) 3534-1632

WhatsApp: +55 (41) 99525-0256


Agradecemos por considerar nosso convite e esperamos receber seu valioso trabalho em uma de nossas revistas em breve. Juntos, podemos continuar a promover a excelência acadêmica e a contribuir para o avanço do conhecimento em sua área de estudo.


Atenciosamente,


Equipe Editorial

Studies Publicações

2011, Chernobyl 25 years later: Many lessons learned - Mikhail Gorbachev (Bulletin of Atomic Scientists)

Gorbatchov, o mais injustiçado de todos os "comunistas soviéticos" dirigentes da finada URSS – o homem que, finalmente, conseguiu abrir uma brecha no regime tirânico do bolchevismo totalitário – escreveu um artigo sobre a catástrofe que "ajudou" a extinguir o regime ditatorial do seu país. Chernobyl revelou o caos que era, finalmente, a imensa aldeia Potemkim figurando como o poderoso Império soviético. Ele tentou reformar o sistema, torná-lo mais humano e racional – tarefas virtualmente impossíveis no sistema bolchevique – e acabou por fragmentar o regime soviético, levando-o à crise final e à implosão. A explosão da central nuclear no norte da Ucrânia representou uma estalido europeu e mundial, e ali começou a derrocada do comunismo. Gorbatchov até que tentou com a glasnost e a perestroika, mas foi derrotado pelos próprios comunistas do PCUS.

2011: Chernobyl 25 years later: Many lessons learned

By Mikhail Gorbachev

Bulletin of Atomic Scientists, December 7, 2020

Editor’s note: This article was originally published in the March/April 2011 issue of the Bulletin. It is republished here as part of our special issue commemorating the 75th year of Bulletin publication.

The catastrophic accident in 1986 at the Chernobyl nuclear power station in Ukraine was one of the worst man-made disasters of the twentieth century. Two and a half decades later, the nuclear accident offers many lessons for preventing, managing, and recovering from such a horrible event, as well as specific lessons for the further development of nuclear power.

I first heard of the Chernobyl nuclear reactor breakdown on the morning of April 26, when the Soviet Ministry of Medium Machine Building, responsible for nuclear reactors, reported it to the Kremlin. Though the seriousness of the incident remained unclear during our emergency Politburo meeting, a government commission headed by Boris Yevdokimovich Shcherbina, Deputy Chairman of the USSR Council of Ministers, was established and immediately dispatched to Chernobyl. This commission included scientists from the Soviet Academy of Sciences, nuclear reactor specialists, physicians, and radiologists. They met that evening with their counterparts from the Ukrainian Academy of Sciences.

Initial reports were cautious in tone, and only on the following day, April 27, did we learn that an explosion had taken place at the nuclear power station, at least two people had been killed, and radioactive material had been released downwind. International media, however, had already started to speak about a radioactive cloud. We received more concrete information on April 28 and started informing the Soviet public of the serious nature of the disaster, focusing on efforts to manage the very dangerous and worsening situation.

As efforts continued to contain the fire and radioactive releases, authorities began evacuating the local Soviet population. “The heart of the reactor—the hot radioactive core—is in suspension, as it were,” Soviet Academician Yevgeni Velikhov announced at the time. “It has been covered by a layer of sand, lead, boron, and clay, and this puts an additional load on the structure. Can it hold up or will it sink into the ground? No one has ever been in such a difficult position.”

Within about 10 days the reactor fire and major radioactive releases were contained, but by then nuclear fallout had spread over three regions of the Soviet Union—Ukraine, Belarus, and Russia—most of Europe, and beyond. Thanks to the bravery of thousands of emergency workers, the number of victims and the proliferation of serious consequences were limited. Much long-term damage, however, had been done. Some 50 workers died fighting the fire and reactor core meltdown, and another 4,000 or more deaths may eventually be shown to have resulted from radioactive releases. The radiation dosage at the power plant during the accident has been estimated at over 20,000 roentgens per hour, about 40 times the estimated lethal dosage, and the World Health Organization identified 237 workers with Acute Radiation Sickness.

Over 135,000 people were evacuated from the area, including the nearest town of Pripyat, immediately following the accident, and another 200,000 over the following months. The extent of the nuclear fallout was illustrated by the fact that, within only a few hours after the accident began on April 26, radiation alarms sounded at the Forsmark Nuclear Power Plant in Sweden, over 700 miles from Chernobyl. Today we know that about 77,000 square miles of territory in Europe and the former Soviet Union has been contaminated with radioactive fallout, leaving long-term challenges for flora, fauna, water, the environment, and human health. Tens of billions of dollars have already been spent in trying to contain and remediate the disaster, with a new containment shell now being constructed over the 1986 sarcophagus and what’s left of the reactor.

We must continue to seriously examine the long-term public health and environmental consequences of the accident to better understand the relationship between radiation, both low- and high-level, and human life. The twenty-fifth anniversary of the Chernobyl accident is an important historic milestone to remind ourselves of this solemn duty. Furthermore, it is also the perfect time to address four key and related issues:

Prevention

First of all, it is vitally important to prevent any possibility of a repetition of the Chernobyl accident. This was a horrendous disaster because of the direct human cost, the large tracts of land poisoned, the scale of population displacement, the great loss of livelihoods, and the long-term trauma suffered by individuals yanked from their homeland and heritage. Victims of the tragedy were confronted by a crisis which they could scarcely understand and against which they had no defense. The material damage inflicted by Chernobyl, although enormous, pales in significance when compared to the ongoing human costs. The true scope of the tragedy still remains beyond comprehension and is a shocking reminder of the reality of the nuclear threat. It is also a striking symbol of modern technological risk.

Renewable energy

While the old Soviet nuclear reactor model, which was without a safety containment shell and helped cause the Chernobyl disaster, is no longer in production, we must still be extremely careful when constructing and operating nuclear power plants around the globe today. Chernobyl is a warning sign. In the worst of cases, a nuclear reactor accident may devastate huge territories where little if any human life can exist.

Access to affordable and safe energy is vital for economic development and poverty eradication. We cannot therefore simply reject nuclear energy today with many countries hugely dependent on this energy resource. But it is necessary to realize that nuclear power is not a panacea, as some observers allege, for energy sufficiency or climate change. Its cost-effectiveness is also exaggerated, as its real cost does not account for many hidden expenses. In the United States, for example, direct subsidies to nuclear energy amounted to $115 billion between 1947 and 1999, with an additional $145 billion in indirect subsidies. In contrast, subsidies to wind and solar energy combined over this same period totaled only $5.5 billion.

To end the vicious cycle of “poverty versus safe environment,” the world must quickly transition to efficient, safe, and renewable energy, which will bring enormous economic, social, and environmental benefits. As the global population continues to expand, and the demand for energy production grows, we must invest in alternative and more sustainable sources of energy—wind, solar, geothermal, hydro—and widespread conservation and energy efficiency initiatives as safer, more efficient, and more affordable avenues for meeting both energy demands and conserving our fragile planet.

Transparency

The closed nature and secrecy of the nuclear power industry, which had already experienced some 150 significant radiation leaks at nuclear power stations throughout the world before the Chernobyl fire, greatly contributed to the accident and response difficulties. We need full transparency and public oversight and regulation of the nuclear power industry today, along with complete emergency preparedness and response mechanisms.

Vulnerability to terrorism and violence

I also remain concerned over the dangers of terrorist attacks on power reactors and terrorist groups’ acquisition of fissile material. After the heavy damage wrought by terrorist groups in New York, Moscow, Madrid, Tokyo, Bali, and elsewhere over the past 15 years, we must very carefully consider the vulnerability of reactor fuel, spent fuel pools, dry storage casks, and related fissile materials and facilities to sabotage, attack, and theft. While the Chernobyl disaster was accidental, caused by faulty technology and human error, today’s disaster could very well be intentional.

We especially must pay attention to keeping weapons and materials of mass destruction—in this case, nuclear weapons-grade materials such as high-enriched uranium and plutonium—out of the hands of terrorists and rogue nations. US President Barack Obama’s historic initiative to secure and eliminate all bomb-grade nuclear material in four years is an important step forward in improving global security, but we must not forget that these fissile materials are often used in nuclear power and research reactors.

Let us all remember Chernobyl, not only for its negative impact on Ukraine, Belarus, Russia, and Europe, but also as a beacon of hope for a safer and more sustainable future.


Será possível reparar séculos de escravidão no passado? Cabe às gerações atuais fazê-lo? - Imprensa e Paulo Roberto de Almeida

Será possível reparar séculos de escravidão no passado? Cabe às gerações atuais fazê-lo?

  

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre os pedidos extemporâneos de reparação pela escravidão.

 

Primeiro as notícias:

“Portugal needs to ‘pay the costs’ of slavery and colonialism, says president:

https://www.theguardian.com/world/2024/apr/24/portugal-pay-costs-slavery-colonialism-president

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2024/04/24/portugal-tem-que-pagar-custos-de-escravidao-e-crimes-coloniais-diz-presidente.htm

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/04/24/brasil-trabalhara-com-portugal-para-adotar-medidas-concretas-de-reparacao.htm

 

Agora meus comentários (PRA):

Nove décimos da história da humanidade foram feitos, da Antiguidade mais remota até a era Moderna, de guerras tribais, de invasões, guerras, mortes, roubos, expropriação, espoliação, destruição material, sequestros de mulheres e crianças, eliminação dos machos adultos, escravidão, sobretudo escravidão dos vencidos e dos submetidos violentamente, mas também escravidão dos devedores, dos condenados por crimes, dos invasores vencidos, dos capturados em guerras, de diferentes e até de semelhantes “inferiores” (como mulheres e jovens de tribos vizinhas).

Esses horrores subsistiram durante séculos, até os Descobrimentos, e mesmo depois, contra tribos indígenas submetidas ou eliminadas pelos invasores europeus. Essa foi a triste história da desumanidade humana, em vários países, épocas e lugares.

A humanidade começou a mudar no Iluminismo, quando se passa a reconhecer direitos humanos ou sociais, aliás desde a Magna Carta (1215), depois consolidados em novos documentos (Bill of Rights), sobretudo  na Declaração da Independência americana (1786) e na famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa (26/08/1789).

Independente desses progressos, porém, cabe reconhecer que TODOS os impérios (assírios, babilônicos, persas, egípcios, etc.) praticaram a escravidão legalmente e persistentemente. O império romano praticou durante séculos a escravidão eslava e africana, o que também era comum nos próprios povos africanos durante séculos e séculos, da Antiguidade até tempos recentes, para uso próprio ou para as “exportações”, junto com quaisquer outras mercadorias. Na Arábia Saudita, por exemplo, se praticou a escravidão legalmente até o início dos anos 1960, na Mauritânia até meados dos anos 1970 (na prática até hoje).

O tráfico atlântico europeu - ao lado do muçulmano no Indico - subsistiu durante séculos desde o fim da Idade Média, até a era contemporânea, atravessando toda a era Moderna. Foi enorme: milhões de africanos capturados pelos próprios africanos e vendidos aos mercadores europeus e muçulmanos, embarcados nas costas do Atlântico e do Índico, para as colônias do Novo Mundo e para os reinos do Oriente Médio (durante muito mais tempo).

Fortunas se fizeram, desgraças ocorreram. 

Essa foi a história da humanidade durante gerações passadas. Ainda hoje desgraças acontecem, com escravidão e formas análogas sendo praticadas correntemente. O Iluminismo ainda não atingiu plagas recuadas, mesmo no Brasil atual.

 

Pergunto então: as gerações atuais de brasileiros, latinos, americanos, europeus e asiáticos emigrados (geralmente camponeses pobres transplantados, convidados, comprados, levados) para o Novo Mundo, devem, precisam ou terão de pagar pelo tráfico e escravidão feitos por gerações anteriores de praticantes de um comércio tido por legal, até humano e “cristão” (segundo certas doutrinas religiosas), mantido por comerciantes habilitados nessas práticas admitidas nesses tempos e lugares?

Pergunto mais: qual a responsabilidade de imigrantes pobres europeus (como meus avós e bisavós), que vieram justamente substituir, nas fazendas de café, os escravos emancipados pela Abolição?

Por que seus netos e bisnetos deveriam hoje pagar por algo que eles jamais praticaram, sobre o qual jamais tiveram qualquer responsabilidade?

E porque a reparação teria de ser cumprida apenas por europeus, latinos e americanos contemporâneos, e não pelos sobas africanos e pelos mercadores muçulmanos que também enriqueceram no tráfico e na escravidão de seus ancestrais?

A vontade punitiva está seriamente enviesada e corre o risco de incorrer em novas ilegalidades e injustiças.

Não se pode corrigir um passado de séculos.

Mas se pode corrigir o presente e o futuro de gerações vitimadas, pela educação, pela ajuda, pela solidariedade cristã que não se exerceu no tempo certo.

Esta é a minha visão do processo histórico e sobre o atual debate em torno de uma suposta “dívida moral” e de sua reparação.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4643, 25 abril 2024, 2 p.