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sábado, 27 de março de 2021

O chanceler acidental encontrou alguém que se condói de sua situação - Autor desconhecido

Recebi de um amigo, mas de fonte não identificada (PRA) 


Obrigado Ernesto! Não esqueça suas pantufas De dentro de um taxi vazio, sai Ernesto Araújo. O indivíduo ocupando a posição de chanceler nunca chegou a ser chanceler. Se consumiu tanto na preparação e construção de uma realidade que teimava em não aparecer (ora..), e se tornou um adjetivo. Não um adjetivo como o do Barão do Rio Branco, que se tornou sinônimo de visão para o Itamaraty. Nem um adjetivo como "Lampreia", sinônimo de elegância, inteligência e conhecimento. "Ernesto" é sinônimo do vácuo,  do nada, da ausência de conhecimento do próprio papel. Completamente ativo e eficiente numa realidade paralela onde a Hungria e a Polônia são gigantes globais, Ernesto nunca entendeu o porquê nos, como sociedade e como comunidade internacional, não nos jogamos de cabeça nesse delírio. Assim, a culpa era nossa, por não embarcar numa viagem que de divertida, intelectual, brilhante e reformadora, não tinha nada. No entanto, não seremos injustos! O legado de Ernesto no Itamaraty permanecera. Talvez não como ele imaginou, mas sua passagem ensinou a duras penas à diplomatas brilhantes a sua volta, que um erro como esse não deverá nunca se repetir. Afinal, aquilo que se torna o simbolo do pior, no extremo contrário de Lampreia entre outros, também tem sua função. Não existe ranking que exalte os melhores sem um firme representante dos piores. Nisso, Ernesto sim é um chanceler. O chanceler do grupo dos fantasmas vivos que afugentou (temporariamente) a credibilidade do nosso glorioso Itamaraty.  

Por fim, não podemos analisar uma política externa que não houve. Não podemos mensurar tentativas de acerto, quando muitos acertos (mesmo partindo de dentro do Itamaraty) não envolveram Ernesto. Seu toque de Midas ao contrário pode sim ser avaliado, mas não nas execuções, pois até mas ideias precisam de alguém capaz para executá-las. Podemos avaliá-los pelas intenções e elocubracoes pseudo-intelectuais, como as de um aluno de filosofia no primeiro semestre da faculdade tentando impressionar. Essas não morrerão com sua demissão, pois Ernesto seguirá produzindo -em quantidade industrial- distorções da realidade em linguagem chula, mascarada com linguajar complexo.  Essas produções são educativas para nosso país, pois quando definimos o que é ruim, sabemos que o único caminho a seguir é longe dali. Obrigado, Ernesto. 


A irresistível queda do chanceler acidental: uma tentativa de perfil psicológico - Paulo Roberto de Almeida

A irresistível queda do chanceler acidental: uma tentativa de perfil psicológico

  

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivorefletir sobre o estado psicológico do chancelerfinalidadedebate público]

 

 

Desde o início do desgoverno do Bolsovirus (mas ele só se tornou genocida um ano depois), as notícias sobre política externa e diplomacia brasileira que eu sempre recebi pelos Alertas do Google eram invariavelmente negativas, com as poucas exceções da imprensa comprada e daqueles setores ideológicos identificados com a direita burra.

Agora a coisa se tornou avassaladora, não apenas contra a diplomacia, mas contra o próprio chanceler acidental, o capacho preferido da família que desmanda no país, como se pode constatar abaixo

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Ernesto Araujo

Daily update  March 27, 2021

NEWS 

Brazil's Foreign Minister Faces Possible Demission

Folha de S.Paulo

According to interlocutors, Bolsonaro understood that it will be difficult to keep Ernesto on the Esplanade—although he only wants to make the switch ...

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Brazil's Foreign Minister hangs on to his job as pressure for his departure mounts

MercoPress

Tags: COVID-19, Ernesto Araujo, Jair Bolsonaro. Top Comments. Disclaimer & comment rules. No comments for this story. Please log in or register (it's ...

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After meeting with Bolsonaro, Pacheco increases the pressure, says foreign policy 'is always ...

KSU | The Sentinel Newspaper

Senate President Rodrigo Pacheco (DEM-MG) has returned to ask President Jair Bolsonaro for changes in Brazilian foreign policy, which the senator ...


Agora se trata da credibilidade do Itamaraty e da diplomacia profissional, que foram ambas emporcalhadas pela gestão não apenas lamentável do chanceler acidental, mas especialmente desastrosa, terrivelmente catastrófica, para o MRE, para o Brasil e até para a região e o mundo. Nem tudo é culpa dele, claro, pois, como capacho obediente, ele faz, dá continuidade prática, segue caninamente, sabujamente o que lhe mandam fazer ou dizer. É um capacho falante e ambulante, dos mais fiéis para a franja lunática que manda nesse setor no desgoverno do capitão degenerado. 

Acredito que EA deve se sentir desconfortável com essa situação, pois é isso que se vê por suas hesitações – dezenas de "eh...", "hum...", "é...", "ah..." – pelos seus balbuciamentos irracionais e gaguejamentos repetidos, pela incapacidade de formular seu pensamento numa frase simples, obedecendo às regras elementares da língua e da gramática – com sujeito, predicado, verbo e complemento –, e também pelo fato, evidente, de ficar voltando sempre ao mesmo assunto, tentando se justificar, geralmente de forma canhestra. Esse desconforto também se revela na gestualidade, no olhar, na transpiração, naquela busca de algum socorro em papeis dispersos à sua frente, enfim, na confusão mental que só faz se aprofundar com o avanço das acusações, das críticas, das recomendações para demissão ou renúncia.

Conheço pouco esse personagem ímpar da carreira diplomática – ele não tem precedentes, é absolutamente inédito –, só tendo resenhado uma obra da qual ele participou nos anos 1990, ainda jovem secretário, e não posso dizer que eu partilhe de sua estima, sequer convivência ou qualquer outro gesto de aproximação: somos tão distantes quanto podem ser Mercúrio e Plutão, e não creio que jamais voltaremos a falar novamente: ele tem ódio de mim, pelas críticas que fiz ainda antes de sua assunção (já antecipando o desastre que seria) e sobretudo depois dos desastres evidenciados desde sua posse, com o discurso mais alucinado que se ouviu no Itamaraty. 

Não gostaria de estar nos seus sapatos, e na verdade nunca estaria, não só no desgoverno fanático do capitão degenerado, mas em qualquer outro governo também. Não sou apegado a cargos, só a livros, e não aspiro a servir o poder, apenas observá-lo, com toda a liberdade para avaliar suas obras e criticar no que for preciso. Eu era completamente indiferente ao que ele pudesse pensar, até que, num convite que fiz, quando diretor do IPRI-MRE, em 2017, para que ele comentasse questões atinentes à política comercial do governo Trump, eu o vi retirar um maço de papeis no bolso e começar a desfilar a sua litania sobre Trump como “salvador do Ocidente”. Era inconveniente e não tinha nada a ver com a palestra do convidado americano, um professor da George Washington, e não servia aos propósitos para os quais eu o havia convidado, ou seja, debater sobre o tema para introduzir a sessão de perguntas e respostas posteriormente, como encarregado do Departamento que cuidava da América do Norte (agora existe um, que ele criou, exclusivamente para os EUA, com duas divisões, por mais louco que possa parecer).

Mas, não cortei sua palavra e deixei-o falar por tempo quase equivalente ao do palestrante convidado. Eu apenas "desliguei", e fiquei escrevendo em meu computador ou em algum Moleskine, que sempre trago comigo. Muito posteriormente soube que ele tinha dito verdadeiros absurdos, tanto que uma das perguntas sobre os "conspiradores do globalismo" (Google, Facebook, Amazon) lhe tinha sido dirigida, e não ao palestrante, o que me surpreendeu. Quando EA confirmou que pensava aquilo mesmo, ouviu-se aquele zumbido na audiência, e alguns risos sardônicos. Mais, passons... 

Depois, recebi um artigo inteiro para publicar na revista da qual eu era editor, os Cadernos de Política Exterior. A despeito do assunto não ser exatamente enquadrável na temática da revista, pois era o depois tristemente famoso “Trump e o Ocidente”, não me opus a que ele fosse publicado na revista: achei simplesmente que ninguém prestaria muita atenção naquela peça absurda e também muito ridícula.

Mas, só vim a saber muito depois, só após que ele tivesse sido escolhido para ser o chanceler da “diplomacia sem ideologia”, que EA havia retirado vários exemplares da revista com esse seu artigo e levado pelas mãos de Nestor Forster, então ministro-conselheiro na embaixada em Washington, a uma visita ao guru da extrema-direita no Brasil, aquele guru presidencial, sofista expatriado na Virgínia, que eu chamo de Rasputin de Subúrbio (embora reconhecendo que ele tem 10% de artigos razoáveis, sendo o resto material dispensável ou lixo completo). 

Foi aí que eu percebi que EA, de forma dissimulada e clandestina, tinha preparado desde muito tempo antes sua ascensão ao cargo, juntando-se à tropa de meliantes políticos que manipulou redes sociais, mobilizou apoios no submundo dos saudosistas da ditadura militar, conquistou franjas lunáticas e fanáticas do eleitorado e tratou de enganar liberais, empresários, classe média e todos aqueles que tinham ficado horrorizados com a extensão da corrupção mafiosa do PT.

Fiquei aliviado quando fui exonerado do IPRI, pois eu me sentiria extremamente mal se continuasse a servir o bando de aloprados do desgoverno. Até demorou: foi só no Carnaval de 2019 (3 de março), quando eu estava esperando já no dia 2 de janeiro. Deve ter sido porque não tinham ninguém para colocar no meu lugar. Mas, me proibiram de fazer qualquer coisa desde o dia 1/01/2019, ou seja, eu não poderia implementar NENHUM dos programas legalmente aprovados pela Funag em dezembro de 2018: tudo congelado e assim ficou por muito tempo, bem como interromperam, desmantelaram, eliminaram diversos projetos que eu mantive de forma regular de agosto de 2016 ao final de 2018 (o último evento, em dezembro, e corri extraordinariamente para que ficassem prontos, foram os dois volumes com os textos do ex-ministro Celso Lafer sobre relações internacionais). 

As surpresas do novo regime não se fizeram esperar, e começou logo no dia 2/01, com o extraordinário, patético discurso de posse do chanceler acidental: não foi um policy statement de política externa e sim um manifesto às imbecilidades da nova direita, ainda que enfeitadas por referências eruditas e alguma com ar de popularidade. Mas já em novembro e dezembro de 2018, o patético serviçal do novo regime começou a atacar seus colegas diplomatas, nos acusando de termos sido convivente com a esquerdalha dos governos anteriores, com o marxismo cultural, com o comunismo mundial, de sermos alienados em relação a uma "política externa para o povo" e um aglomerado de outras bobagens que devem ter chocado todos os diplomatas, e até o corpo diplomático estrangeiro. 

Não faltaram, claro, os adesistas, os cúmplices, os oportunistas na carreira que começaram a elogiá-lo (pela "inteligência"), e correram atrás daquelas coisas que os medíocres sempre sabem fazer: promoção, boas remoções, boas chefias, distinção, a glória de fazer parte do inner circle (mas são poucos, menos do que uma dúzia, com o resto da Casa permanecendo silente, submissa, acovardada). 

A coisa toda continuou se agravando pelas semanas e meses seguintes, numa sequência de absurdos que estão todos refletidos nos quatro livros que já produzi desde que esse bando de loucos, dirigidos de forma canhestra pelo chanceler capacho, começou a DESTRUIR a diplomacia brasileira e DESMANTELAR a política externa: Miséria da Diplomacia (2019), O Itamaraty num labirinto de sombras e Uma certa ideia do Itamaraty (ambos de 2020), seguidos agora por este que estou publicando: Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (2021, em revisão editorial).

Foi sofrível, por exemplo, ver pelo YouTube do MRE, o chanceler acidental dar uma “aula magna” (mínima, na verdade), em sala fechada do Instituto Rio Branco, quando o normal fosse que isso se fizesse em auditório aberto a todo o corpo diplomático. Foi um sofrimento assistir, e imagino que os estudantes tenham sofrido ainda mais. Eventos como esse, com tiradas subfilosóficas atiradas contra políticos, empresários e jornalistas, passaram a ser um exercício contínuo de constrangimentos gerais.

O que pode estar na origem das loucuras atuais? 

Existe a parte objetiva, ou externa ao EA, que se refere à loucura geral dos Bolsonaros e dos fanáticos que apoiam sua postura destrambelhada no plano externo, e disso não se pode acusar o patético serviçal capacho que se aproximou deles, que pode sim, ser acusado de se aliar e de servir, caninamente a esse bando de aloprados. 

E existe o componente pessoal, intelectual, psicológico, doentio, próprio a EA, que interpreto como sendo o resultado de um profundo desconforto dele, sendo um reacionário sincero, um fundamentalista religioso legítimo, ao ter de conviver com um Itamaraty progressista e alguns governos até esquerdistas, quando não laicos e “abortistas”, entre eles marxistas, comunistas, anarquistas e até contrarianistas, como este que aqui escreve.

EA deve ter atravessado 30 anos de progressismo e de esquerdismo na diplomacia profundamente angustiado, com todos aqueles ateus esquerdosos mandando na diplomacia do seu Brasil cristão e profundamente conservador. Deve ter sido um sofrimento ficar no armário durante tanto tempo, e até fingindo que concordava com todas aquelas coisas horrorosas, toda aquela conivência com ditaduras comunistas e convivência com gramscianos da academia, todos eles comprometidos com uma visão do mundo, uma Weltanschauung como ele diria, profundamente contrária a tudo o que ele defende.

Mas, atenção, EA é um sujeito preparado, até culto em suas leituras e reflexões, mesmo partilhando, legitimamente a meu ver, de uma visão do mundo distorcida pelos instintos direitistas e carolas que herdou do pai e dos intelectuais da direita. Imagino que deva ter sido um enorme sofrimento para ele ter de se rebaixar ao nível do capitão degenerado e ignorante, do 03 totalmente despreparado para qualquer assunto de política internacional, ter de se submeter a ordens, instruções e diretivas que ele sabia, OBJETIVAMENTE, que eram contrárias não apenas com uma prática diplomática NORMAL, mas também contra o BOM SENSO e a racionalidade.

Imagino que todo esse sofrimento interior, ao ter de decorar com palavras bonitas, com referências intelectuais, o besteirol crasso que emergia desse bando de idiotas deva ter atuado em seu intelecto, deixando em tremenda confusão interior, o que se refletia inteiramente em sua gestualidade angustiante. 

Mas, uma parte do horror a que assistimos durante todos esses meses também refletiu o seu desequilíbrio mental, suas angústias existenciais, sua confusão verbal, suas incertezas intelectuais, justamente quando precisava aderir ao horror produzido pelo capitão ignorante e grosseiro e ainda ter de gritar "MITO! MITO! MITO!", de forma até descontrolada e aparentemente entusiasta. Confesso que foi novamente sofrível, para mim, assistir a um colega até preparado intelectualmente, protagonizar aquelas cenas degradantes, não só para a inteligência de pessoas normais, mas ofensivas para diplomatas profissionais. 

Imagino, novamente, que tudo isso foi se acumulando nessa mente perturbada, mas fazendo com que EA insistisse nas demonstrações de sabujismo exemplar, mesmo tendo consciência de que estava prejudicando o Brasil, a diplomacia, a sua própria carreira profissional e seu status pessoal. Uma degradação dessas não passa impunemente na vida de qualquer quadro especializado, qualquer mandarim do Estado de uma das corporações mais preparadas da burocracia federal. 

EA sabe que deu um passo em falso, que se atirou na cova dos leões, que começou a andar na beira do precipício, mas agora já era tarde e, em lugar de honestamente renunciar, ele insistiu em ficar, e em aprofundar a sua indignidade e covardia, sua extrema submissão a um bando de parvos, de ignorantes, de fanáticos reacionários, uma tropa de energúmenos que está destruindo o Brasil.

Ele foi muito longe, e agora terá de pagar um pesado preço por isso, que não é nem uma degradação ou expulsão da carreira: apenas o DESPREZO dos colegas!

Não o desprezo, pois sei que se trata de pessoa preparada intelectualmente e eu valorizo muito o debate de ideias. Até me permiti comentar seu patético artigo “Trump e o Ocidente” em meu primeiro livro do ciclo: Miséria da diplomacia, tentando mostrar onde estavam os erros. Ele respondeu com raiva, até com ódio, mandando cortar todo o meu salário de janeiro de 2020, me cobrando mais R$ 23 mil por supostas “horas não trabalhadas”, e iniciando um processo por “faltas injustificadas” (em algumas, eu até estava com ele em cerimônias na Defesa), que deveria, se não fosse a pandemia, levar à minha demissão sumária, por causa justificada, e à expulsão do serviço público sem NENHUM direito. Esse é o EA vingativo e intolerante, talvez nesse caso pressionado pelo bando de fanáticos que o tem no laço e o obriga a tomar atitudes contra os “inimigos” do desgoverno. 

Eu teria muito mais coisas a dizer do lado “psicológico” do chanceler acidental, pois todo o seu desequilíbrio é absolutamente transparente, mas não tenho qualificação técnica para fazê-lo. Só posso lamentar pelo Itamaraty e pelo Brasil, o fato de termos tido, neste desgoverno, o PIOR CHANCELER de todos os tempos, em qualquer época, em qualquer lugar, de qualquer diplomacia que se possa pensar. EA não tem precedentes na história do Itamaraty, nem terá sucessores. Podemos até ter pessoas medíocres, enquanto durar o desgoverno do capitão, novamente a envergonhar a nossa diplomacia, mas acredito que capacho desequilibrado como EA nunca mais.

Eis meu depoimento, sincero, aberto, franco, sobre o patético chanceler acidental, anum momento em que todos pedem a sua saída, e ainda quando o capitão teimoso insistirá em mantê-lo. Eu entendo: ninguém conseguiria ser tão capacho quanto foi EA, ninguém aceitaria se diminuir tanto ao nível de ignorância crassa da Bolsofamiglia, ninguém conseguiria suportar durante tanto tempo tantas humilhações acumuladas e aceitas com tanta disposição para o auto-rebaixamento. É difícil chegar a esse nível de indignidade pessoal, e por isso vai aqui até um gesto de solidariedade compassiva com quem suportou tão humildemente a escória com que lhe obrigavam a conviver. 

Vai também um RIP ritual, para que ele descanse em paz em algum posto secundário, talvez até nos Arquivos, onde ele me lotou com raiva, unicamente para me humilhar. Aliás, tenho de agradecer: a impossibilidade de trabalhar em algo útil para o ministério e para o Brasil me deu lazer suficiente para escrever quatro livros, incontáveis artigos, muitas notas, sobre o horror do governo a que ele serviu com orgulho, mas imagino também que com enorme DESCONFORTO.

Vá em paz EA, retire-se aos seus livros e observe o desastre que vocês fizeram no Brasil, que você faz na imagem internacional do nosso país e da nossa diplomacia.

Adeus!

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3879, 27 de março de 2021

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

Chanceler acidental foi atropelado por um tanque, mas faz de conta que nada aconteceu - matérias de imprensa

 Ernesto Araújo é cobrado em reunião no Alvorada: ‘Itamaraty precisa funcionar’, diz Lira

Valor Econômico | 24/3/2021, 12h04

Sob pressão política crescente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi cobrado de forma contundente na reunião realizada nesta quinta-feira, no Palácio do Alvorada, para definir a montagem de um comitê de crise contra a pandemia. Segundo apurou o Valor, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse ao chanceler que o Itamaraty “precisa funcionar”.

Lira se referia à tímida atuação da diplomacia brasileira na busca por vacinas pelo mundo. De acordo com participantes da reunião, Araújo foi chamado pelo primeiro nome em duas ocasiões, demonstrou um certo desconforto com a reprimenda e deixou o encontro pouco tempo depois. Ainda nesta quarta-feira, ele é aguardado em audiências virtuais na Câmara e no Senado, ontem também deve ouvir questionamentos.

A cobrança pública durante a reunião só reforçou a percepção de que Araújo está na linha de tiro. Como o titular da Saúde, Marcelo Queiroga, acabou de assumir, o do Itamaraty acabou sendo o principal alvo no encontro entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o presidente do Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro do TCU, Bruno Dantas, e sete governadores: Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG), Claudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Renan Calheiros Filho (AL), Wilson Lima (AM) e Marcos Rocha (RO), além dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fernando Azevedo (Defesa), Augusto Heleno (GSI) e José Levi (AGU).

Mais enfático da reunião, o presidente da Câmara disse que é preciso "correr uma maratona com a velocidade de uma prova de 100 metros". Lira pediu ao governo maior transparência com as informações sobre as vacinas e um levantamento diário sobre os estoques de imunizante e de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).

Ele afirmou que a Câmara irá votar um projeto de lei para permitir que o setor privado compre cerca de 2 mil leitos de UTI e que, para isso, haja abatimento no Imposto de Renda. Também falou em alteração da lei para que as empresas possam vacinas funcionários e familiares de funcionários.

Confirmado oficialmente no cargo ontem, Queiroga falou na criação de uma secretaria específica para tratar da covid-19. Também defendeu uma aproximação maior da pasta com as comunidades científicas e a ampliação da telemedicina.

Dantas, do TCU, pediu uma definição mais clara das metas e prazos do governo, objetivos mais claros e maior transparência na forma pela qual as políticas serão implementadas.

Fux sugeriu um controle prévio dos atos do comitê de crise, e o procurador-geral Aras defendeu maior centralidade nas decisões relativas à pandemia.

Os presentes receberam uma tabela com o cronograma atualizado para a entrega de vacinas. O documento aponta mais 38 milhões de doses até o final de março; 47,3 milhões até o final de abril e outras 47 milhões até o final de maio.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/03/24/ernesto-arajo-cobrado-em-reunio-no-alvorada-itamaraty-precisa-funcionar-diz-lira.ghtml

Ernesto Araújo nega que vá sair do Itamaraty e afirma que relações com China vão muito bem

Yahoo Notícias | 24/3/2021, 16h02

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, negou, nesta quarta-feira, que vá deixar o cargo, ao participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Araújo assegurou que as relações do Brasil com a China jamais foram abaladas pelos atritos que teve com o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming. Para o ministro, o diplomata asiático teve uma reação desproporcional, ao rebater declarações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)em relação a Pequim.

— Em relação a declarações de ex-ministros e comentários de jornalistas, só queria citar, acho que li em algum lugar, que "o opróbio dos ímpios enaltece o homem tanto quanto o louvor dos justos". Quando quero ser bem informado, não leio o que diz a imprensa — afirmou, em referência às notícias de que crescem as pressões para que o presidente Jair Bolsonaro troque o comando do Itamaraty.

— A grande tradição do Itamaraty é saber renovar-se. Na minha interpretação e do presidente da República, era o momento de inovar o Itamaraty, de inovar a diplomacia brasileira. Isso que tentamos fazer e estamos obtendo resultados — completou.

Araújo disse que o Brasil mantém boas relações com os Estados Unidos, a Índia, a China e outros países. Cobrado pelos deputados da oposição que participaram da audiência pública, por causa dos problemas entre o Itamaraty e Yang Wanming, o ministro disse que, hoje, o embaixador chinês tem sido "bastante colaborativo".

Em duas ocasiões, em março e novembro do ano passado, o embaixador da China exigiu retratação do governo brasileiro, devido a declarações do filho do presidente. Na primeira vez, Eduardo Bolsonaro colocou em xeque a transparência de Pequim na divulgação de dados sobre a Covid-19. Em novembro, o filho do presidente insinuou que haveria espionagem no Brasil pelo Partido Comunista da China se o governo brasileiro permitisse a participação da empresa chinesa Huawei nos serviços de 5G de telefonia móvel. Ernesto Araújo reagiu duramente às respostas do embaixador.

— O embaixador da China reagiu de forma desproporcional. Retuitou [compartilhou no Twitter] uma reportagem ofendendo o presidente da República e sua família em março do ano passado. Em novembro, o embaixador falava em tom ameaçador. Hoje, temos uma relação melhor com a China do que qualquer outro país do mundo — afirmou, acrescentando que o embaixador se achou no direito de questionar a liberdade de expressão de personalidades brasileiras.

O chanceler leu um trecho de uma carta enviada a ele pelo chanceler chinês, Wang Yi, em resposta ao pedido de ajuda do governo brasileiro para que fossem liberadas mais rapidamente as exportações de insumos para a fabricação de vacinas para o Brasil. No documento, Wang Yi disse que as autoridades de seu país fariam o possível para ajudar o país.

Durante meses, em 2020, Bolsonaro criticou a China e a vacina do laboratório chinês Sinovac, que vem sendo produzida pelo Instituto Butantan e representa hoje a ampla maioria das doses aplicadas no país.

https://br.financas.yahoo.com/noticias/ernesto-ara%C3%BAjo-nega-que-v%C3%A1-190226814.html

Após 300 mil mortes, Araújo elogia trabalho de Pazuello: “Magnífico”

Ministro das Relações Exteriores participa de sessão no Senado Federal para discutir aquisição de vacinas contra a Covid-19

Metrópoles | 24/3/2021, 17h07

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, elogiou nesta quarta-feira (24/3), em sessão remota do Senado Federal, o trabalho do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no combate à pandemia do novo coronavírus. “Trabalho magnífico”, resumiu o chanceler.

Ernesto Araújo iniciou sua fala ressaltando o “maravilhoso clima” da reunião entre o governo federal e demais poderes realizada na manhã desta quarta. No encontro, ficou definida a criação de um comitê nacional de enfrentamento à pandemia. “Maravilhoso clima que vivemos hoje nessa reunião desta manhã”, disse.

De acordo com o chanceler, os esforços do governo federal “permitem a vacinação da totalidade da população brasileira até o fim do ano”. “Já existe o planejamento, que é resultado de uma estratégia que começou a ser montada no ano passado. Ministro Eduardo Pazuello realizou trabalho magnífico na montagem dessa estratégia”, defendeu.

O ministro defendeu que o país já obteve, com governos estrangeiros, mais de 30 milhões de doses para aplicação, das quais 14 milhões de imunizantes já foram aplicados. Do total, são 25 milhões de unidades Covaxx e cinco milhões da AstraZeneca, conforme informado por Araújo.

“Desses cinco milhões, quatro chegaram de duas levas da Índia e um milhão foi produzido pela Fiocruz a partir do ingrediente farmacêutico ativo importado da China”, explicou o ministro, afirmando que o IFA importado será usado na produção de outras duas milhões de doses.

Ele negou que o processo de produção de imunizantes no Brasil sofra de retaliações externas e falta de insumos. “Nenhuma questão política está impedindo nenhum tipo de importação, seja de vacinas, seja de insumos”, enfatizou.

Chanceler pressionado

Na abertura da reunião de debates temáticos, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), questionou a atuação da pasta chefiada por Araújo na aquisição de vacinas.

“O fornecimento das vacinas no Brasil está aquém do esperado. [A escassez de imunizantes] Nos colocou em situação de extrema vulnerabilidade”, disse.

Pacheco afirmou que a Casa estará disposta a participar de “todos os esforços no sentido de buscar soluções para o enfrentamento do difícil momento que o país apresenta”. Segundo o presidente, o país enfrenta cenário caótico e “de sofrimento”.

Pacheco também mandou um recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Presidente da República não pode se furtar a esta obrigação nacional republicana e constitucional de conduzir os destinos da nação de grave crise social, política, econômica e sobretudo humanitária.”

Na Câmara

Na Câmara dos Deputados, o chanceler afirmou, mais cedo, que conversa com os Estados Unidos para a aquisição de excedentes da vacina contra a Covid-19 e de “kit intubação”, sem dar detalhes sobre negociações ou eventuais prazos de recebimento. 

O movimento de Araújo ocorre após alguns atores brasileiros articularem com norte-americanos para adquirir imunizantes.

O presidente Joe Biden anunciou que doaria os excedentes após imunizar a população do país. “Há boa perspectiva de que tenhamos isso [insumos de intubação e máquinas de oxigênios] proximamente. Também há perspectiva de que tenhamos vacinas dos EUA, mas isso pode demorar por causa dos excedentes”, afirmou Araújo, durante reunião na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Na última semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez aceno a Biden, em entrevista à CNN, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), enviou carta à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, por excedentes de vacinas.

https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/apos-300-mil-mortes-araujo-elogia-trabalho-de-pazuello-magnifico


quarta-feira, 24 de março de 2021

O patético chanceler acidental MASSACRADO no Senado, com razão: Ernesto: CAIA FORA! - Congresso cobra demissão imediata de Araújo - Daniel Rittner, Murillo Camarotto e Renan Truffi (Valor)

 Congresso cobra demissão imediata de Araújo

Em um depoimento de quase quatro horas, Araújo alternou momentos em que desafiou parlamentares com outros nos quais parecia acuado, gaguejando e com suor escorrendo pela testa
Por Daniel Rittner, Murillo Camarotto e Renan Truffi, Valor — Brasília, 24/03/2021
Mais de dez senadores -- de diferentes partidos -- cobraram duramente o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pela condução errática da política externa e elevaram a pressão por sua saída imediata do cargo. Em um depoimento de quase quatro horas, Araújo alternou momentos em que desafiou parlamentares com outros nos quais parecia acuado, gaguejando e com suor escorrendo pela testa.
"Com toda a humildade, faço um apelo: renuncie. O senhor não tem mais condições de continuar à frente do ministério", pediu o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). "Pode ser um excelente diplomata, mas não é o seu momento. Pelos brasileiros, renuncie a esse ministério".
Durante toda a audiência, Araújo foi questionado sobre sua postura em episódios como a demora em reconhecer a vitória eleitoral de Joe Biden nas eleições americanas, a invasão do Capitólio (na qual chamou manifestantes de "cidadãos de bem"), as rusgas públicas com o embaixador da China em Brasília, o uso do termo "comunavírus" e da expressão "pária internacional" para designar a forma como o Brasil deveria ser visto no mundo.
"O senhor realmente cursou o Instituto Rio Branco?", questionou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES). Ele reclamou que faltavam sujeito, verbo e predicado na maioria das respostas de Araújo. "O senhor faria bem ao corpo diplomático brasileiro se deixasse o seu posto".
Em vários momentos, Araújo questionou as "fontes" que subsidiavam os questionamentos dos senadores e usou um tom desafiador. Em uma ocasião, ironizou: "Deixe eu tentar encontrar alguma pergunta objetiva aqui".
"Nós não somos 80 idiotas", retrucou Tasso. A senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) queixou-se da "falta de respeito" e apontou confusão do chanceler em suas intervenções. "Não sei se o chanceler não entende ou se faz-se de desentendido. Provavelmente seja assim nas nossas relações exteriores", disse Daniella. Jorge Kajuru (Cidadania-GO) veio em seguida: "Saia do Ministério das Relações Exteriores!".
Pela manhã, durante a reunião convocada pelo presidente Jair Bolsonaro para a criação de um comitê de crise sobre a pandemia, Araújo ouviu uma reprimenda pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar cobrou uma atuação mais incisiva da diplomacia brasileira para a busca de vacinas no exterior e chegou a dizer que “o Itamaraty precisa funcionar”.
Segundo autoridades que participaram dessa reunião, o chanceler demonstrou desconforto com as declarações de Lira, mas não respondeu. Saiu antes do término e seguiu para o Congresso, onde ouviu ataques e sugestões de demissão por horas a fio, especialmente no Senado Federal.
"Vossa Excelência é unanimidade em rejeição e incompetência nesta Casa", disse, em tom forte, a senadora Simone Tebet (MDB-MS). "Faço um desafio: peça exoneração por 30 dias. Veja se, com esse gesto, não conseguimos mais rapidamente as vacinas da Pfizer e [o excedente de vacinas] dos Estados Unidos. Com esse gesto, estaríamos nos redimindo perante a China e os americanos".
Simone atribuiu ao chanceler uma "guerra ideológica desnecessária" e a "a radicalização ao extremo de irmãos brasileiros que hoje não se sentam à mesma mesa". "Não é pessoal. O senhor não foi bom para o Brasil. Peça para sair e durma com a consciência tranquila", completou Mara Gabrilli (PSDB-SP).
O ambiente da sessão no Senado, que já era de cobrança, ficou ainda mais tenso com um episódio no meio do depoimento. O assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, irritou senadores ao fazer um gesto considerado "obsceno" durante a audiência pública. O gesto com as mãos foi feito durante o discurso do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), num momento em que Filipe Martins aparecia ao fundo da transmissão, na TV Senado.
O líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chamou atenção para o fato e pediu providências. "Eu estou acompanhando aqui a sessão quando, também pelas redes sociais, tenho conhecimento de que, durante a fala de Vossa Excelência, o senhor que estava localizado logo atrás, o Filipe Martins, que é analista político e assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Jair Bolsonaro, estava demonstrando gestos obscenos. No meu sentir, [foram] gestos obscenos", afirmou Randolfe.
O senador do Amapá sugeriu que Filipe Martins explicasse o movimento com as mãos. "Eu não sei qual o sentido do gesto do senhor Filipe. Era bom que ele explicasse, mas isso é inaceitável, presidente".
Araújo tentou se defender. "Nós não somos perfeitos, mas estamos convencidos de que estamos defendendo os interesses nacionais, estabelecidos pela Constituição. Eu tenho a certeza de que tenho feito tudo, absolutamente tudo, para ajudar o meu país. Tenho um amor profundo pelo povo brasileiro e não admito que ninguém questione", disse o ministro, emocionando-se e segurando lágrimas.
"Saia do Ministério das Relações Exteriores!", afirmou o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores, falou em uma condução "desastrosa" da política externa e lamentou o "tratamento descortês" dado ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, durante a pandemia.
Enquanto os senadores repudiavam a postura de Araújo, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, pediu a palavra e repreendeu o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, que acompanha Araújo na audiência pública e estava sentado ao fundo da sala.
Em um vídeo que circulava entre os senadores, Martins foi flagrado fazendo gestos considerados obscenos enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), conduzia a sessão. Randolfe pediu retratação imediata do assessor presidencial ou sua condução imediata pela polícia legislativa para fora da Casa. "É um circo de horror que eu nunca vi", completou Rose de Freitas (MDB-ES).
Gaguejante e aparentemente nervoso, o chanceler repetiu sua tradicional cartilha, repudiando avaliações de que o Brasil foi subserviente aos Estados Unidos durante a gestão de Donald Trump e buscando ilustrar os esforços do governo em busca da viabilização da oferta de mais vacinas.
Em vários momentos, no entanto, ele questionou as "fontes" que subsidiavam os questionamentos e usou um tom desafiador. Em uma ocasião, ironizou: "Deixe eu tentar encontrar alguma pergunta objetiva aqui".
Araújo também se emocionou num trecho do depoimento. "Nós não somos perfeitos, mas estamos convencidos de que estamos defendendo os interesses nacionais, estabelecidos pela Constituição. Eu tenho a certeza de que tenho feito tudo, absolutamente tudo, para ajudar o meu país".
"Tenho um amor profundo pelo povo brasileiro e não admito que ninguém questione", ainda disse o ministro, segurando lágrimas.
Gestos obscenos
O gesto com as mãos foi feito pelo assessor Filipe Martins durante o discurso de Rodrigo Pacheco, num momento em que Filipe Martins aparecia ao fundo da transmissão, na TV Senado.
Logo após o ocorrido, Randolfe chamou atenção para o fato e pediu providências. "Eu estou acompanhando aqui a sessão quando, também pelas redes sociais, tenho conhecimento de que, durante a fala de vossa excelência, o senhor que estava localizado logo atrás, o Filipe Martins, que é analista político e assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Jair Bolsonaro, estava demonstrando gestos obscenos. No meu sentir, [foram] gestos obscenos", afirmou Randolfe.
O senador do Amapá sugeriu que Filipe Martins explicasse o movimento com as mãos. "Eu não sei qual o sentido do gesto do senhor Filipe. Era bom que ele explicasse, mas isso é inaceitável, presidente. Em uma sessão do Senado Federal, durante a fala do presidente do Senado, um senhor está procedendo com gestos obscenos, está ironizando o pronunciamento do presidente da nossa Casa. Isso é inaceitável, é intolerável", complementou.
Em resposta, Pacheco afirmou que iria pedir à Secretaria-Geral da Mesa e à Polícia Legislativa que identificassem o fato apontado, mas optou por dar seguimento aos trabalhos. "Não prejudicarei o andamento desta sessão do Senado Federal, porque é muito importante nós ouvirmos o ministro de Estado das Relações Exteriores, que aqui comparece para poder fazer os esclarecimentos necessários aos senadores", afirmou.
Filipe Martins é um dos principais integrantes da chamada ala "ideológica" do governo e foi promovido a assessor-chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (Sae) da Presidência da República no ano passado. Ele é bem próximo dos filhos de Bolsonaro e um dos principais auxiliares do presidente, tendo acompanhado Bolsonaro em diversas de suas missões ao exterior.
O gesto feito pelo assessor durante a sessão lembra a representação de "OK". Segundo a BBC Brasil, esse sinal de mão ganhou nova conotação para grupos extremistas e, por isso, foi adicionado recentemente a uma lista de símbolos de ódio. O gesto com forma arredondada entre o indicador e o polegar, que também é um emoji popular, foi classificado como "uma verdadeira expressão da supremacia branca" pela Liga Antidifamação, organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio. Os três dedos esticados simbolizam a letra "w" (em referência à white, do inglês para branco), enquanto o círculo formado significaria a letra "p" (power, do inglês para a palavra poder).

sexta-feira, 19 de março de 2021

O Brasil Virou Pária Internacional?: 4a edição, ampliada, revista, atualizada, dos famosos petardos do Cronista Misterioso do Itamaraty


 O nosso Cronista Misterioso is still alive and kicking. Ou seja, está vivo e cada vez mais sarcástico nas suas crônicas desabusadas dirigidas principalmente contra o patético chanceler acidental, o submisso capacho dos aloprados que parecem ter uma especial gana contra o Itamaraty e o seu corpo de diplomatas profissionais, que eles julgam muito globalistas. 

Ereto da Brocha

(o cronista misterioso do Itamaraty)

 


O Brasil virou um pária internacional?


4ª. edição mais que autorizada do

empreendimento gargantuesco-kafkiano

assinado por Ereto da Brocha, 

um diplomata não identificado

também conhecido pelo apelido de

Cronista Misterioso do Itamaraty

devidamente lido, interpretado, anotado por

Paulo Roberto de Almeida, 

um anarco-diplomata perfeitamente identificado

e totalmente comprometido com o trabalho de

Resistência Intelectual que convém exercer num

Itamaraty destruído pelos Novos Bárbaros,

apoiados sabujamente por um chanceler acidental,

que constitui o objeto preferido de derrisão do dito

Resistente anônimo da Casa de Rio Branco.

  

Estado da Arte destas Crônicas Desabusadas

colocadas em estado de leitura até

o dia da pouca graça de 19 de março 

ano da desgraça de 2021

(que se prolonga desde 2019)

Recebi, extemporaneamente, duas crônicas com numeração repetida (34bis e 40bis) e duas mais recentes, que já postei individualmente no Diplomatizzando.

Mas, resolvi compor uma nova edição, como expliquei no prefácio ligeiramente ampliado: 

 Nota liminar à 4ª. edição dos 

petardos do cronista misterioso do Itamaraty

 

Paulo Roberto de Almeida

 

Esta 4ª edição – pertencente talvez ao universo das FakeNews – em quase nada se distingue da 3ª edição, liberada para o distinto público em 13 do corrente mês do segundo ano da desgraça do desgoverno Bolsonaro e da administração do seu chanceler acidental, aquele mesmo que entregou a política externa às mãos e pés daqueles que eu chamo de Novos Bárbaros, uma patota de desmiolados que já teve mais influência sobre a dita cuja do que tem hoje, pois que estão parcialmente controlados por gente mais sensata no bunker do Planalto e adjacências.

Por adjacências eu me refiro ao Poder Legislativo que, certamente escandalizado pelo manancial de despautérios emanando continuando de uma antiga Casa circunspecta, dita do Barão do Rio Branco, transformada em laboratório de experiências alquímico-diplomáticos dos referidos aloprados, resolveu tomar em mãos a condução dos aspectos mais essenciais da nossa política externa e da diplomacia (as duas juntas fica melhor), o que compreende as relações do Brasil com os principais parceiros: Estados Unidos, China, União Europeia, vizinhos regionais e o que mais tiver pelo caminho. Já nem se nota a falta do dito chanceler acidental, pois ele só se envolvia em trapalhadas, como seu alucinado antiglobalismo, com o seu cruzadismo contra o “communavirus”, contra a “ideologia do gênero” e outras bobagens semelhantes, similares e parecidas.

Por pouco diferenciada da 3ª edição eu quero dizer que a quase totalidade das crônicas segue como dantes no quartel d’Abrantes, salvo que acabei recebendo, com total surpresa, duas crônicas do arco da Velha – “34bis. Eu nem sei quem sou? (semana 34-bis)” e “40bis. O Passado (semana 40-bis)” –, que devem ter ficado perdidas nos meandros obscuros por onde se esconde nosso Cronista misterioso, e mais duas da mais recente safra: “44. 250 mil mortos (semana 44)” e “45. O extraordinariamente estarrecedor capitão Bolsonaro e seus miquinhos adestrados (semana 45)”, com o que me dou satisfeito até este dia 19 de março de 2021 (mais de dois anos de desgraça e não sabemos mais quanto tempo teremos de aturar Novos Bárbaros e seus assessores amestrados).

Com estas quatro suplementações, duas extemporâneas, retomo o fio do prefácio da 3ª edição, quando eu tinha reclamado do desaparecimento do Cronista e seus também misteriosos intermediários e voluntários engajados nos nossos serviços de comunicação pedestres e improvisados. Digo isto porque as crônicas devem passar por diferentes circuitos pedregosos antes de desembarcarem na minha mesa, um pouco como era a antiga Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, que começou a funcionar, muito precariamente, com quatro correios a cavalo para levar as missivas e despachos ao Ministro de Estado e deste ao Imperador ou ao presidente do Conselho. Pois retomo, então, o que eu estava dizendo no dia 11 de março deste ano tresloucado como nunca.

(...)


Acesso no seguinte link: 

https://www.academia.edu/45583715/O_Brasil_Virou_Paria_Internacional_Ereto_da_Brocha_4a_edicao_


Eis as duas páginas do Índice:



terça-feira, 16 de março de 2021

Chanceler acidental terá de informar exatamente os custos e os retornos da aloprada visita para nada em Israel (UOL)

 Araújo terá de revelar emails, custos e documentos de viagem para Israel

UOL | 16/3/2021, 4h

O chanceler Ernesto Araújo recebeu um requerimento para apresentar todos os documentos, telegramas, emails e custos da viagem que ele liderou na para Israel. O pedido foi apresentado pela bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e, entre os pedidos, o grupo solicita todos os informes científicos que basearam a missão, além do material técnico que teria servido para justificar a aproximação com os institutos israelenses.

"No início da semana passada, em plena pandemia com recordes diários de mortes, o país foi surpreendido com o anúncio de uma comitiva do governo brasileiro Israel", afirma o requerimento obtido pela coluna.

"Em um contexto de afastamento da respeitada tradição diplomática brasileira, de ataques ao multilateralismo e de um aparelhamento ideológico, acientífico e inconsequente das relações exteriores, urge que este Parlamento e a sociedade em geral tenham acesso às informações aqui solicitadas", insiste o requerimento assinado pela deputada Talíria Petrone, além de outros deputados.

A Constituição prevê que o Itamaraty é obrigado a prestar as informações, de maneira clara e objetiva, sob pena de cometimento de crime de responsabilidade. Caso a documentação seja reservada ou sigilosa, o governo precisa justificar a medida.

Os parlamentares querem saber quando e por iniciativa de quem se decidiu realizar a viagem. "Solicitam-se cópias de todos os documentos e comunicações preparatórias e da agenda de reuniões e eventos em que houve participação da comitiva", pedem.

Ciência?

Outro destaque do requerimento é a questão científica. "Houve base científica para justificar a preferência por relações de cooperação com Israel sobre possíveis tratamentos contra a Covid-19 ainda em fase incipiente de testes? Em caso afirmativo, solicita-se o detalhamento destas razões e envio de relatórios e pesquisas que as comprovem", dizem os deputados. "Se não, por que o Brasil assume esta preferência e não realiza movimentos de aproximação com outros países com pesquisas semelhantes ou mais avançadas?", questiona.

Os parlamentares ainda destacaram como o deputado federal Eduardo Bolsonaro justificou o interesse de Israel em testar no Brasil em virtude da "miscigenação" de nossa população. "Solicitam-se cópias de todos os estudos, relatórios e comunicações a respeito do referido medicamento em posse deste Ministério", pediram.

O grupo também quer saber quantos e quais cientistas, técnicos, acadêmicos e pesquisadores da área de epidemiologia e infectologia participaram da delegação.

"Solicita-se a lista exaustiva de todos os membros da referida comitiva, com a descrição de seus cargos e detalhamento de todos os eventos, reuniões e demais compromissos aos quais atenderam durante a viagem", pedem.

Gastos

Outro trecho do requerimento exige do Itamaraty explicações sobre o custo da viagem. "Considerando o agravo estágio da pandemia global de Covid-19, o que justifica a realização da viagem em questão em detrimento da realização de reuniões virtuais?", questiona.

"Qual o valor total gasto na referida viagem? Solicita-se a descrição exaustiva de todos os custos relativos a sua realização", diz o documento. Também são solicitados do Itamaraty cópias da íntegra dos instrumentos assinados com o Instituto Weizman, Hadassa e o Ichilov.

Os deputados também querem saber se tecnologias, políticas públicas ou empresas brasileiras na área de saúde foram de algum modo promovidas durante a viagem.

Constrangimento do chanceler

Os protocolos estabelecidos pelo governo de Israel também foram motivos de questionamento, assim como o "pito" que Araújo recebeu das autoridades locais por não levar a máscara.

"Quais protocolos sanitários - testes, uso de máscara, distanciamento, isolamento, dentre outros - foram adotados pelos membros da comitiva antes, durante e depois da viagem? A comitiva foi instruída por autoridades israelenses a utilizar máscaras ao chegar naquele país?", pedem.

"Qual a avaliação deste Ministério sobre o constrangimento diplomático causado pela repreensão ao ministro Ernesto Araújo por não utilizar máscara em evento durante a comitiva?", questionam.

Mas os parlamentares também pediram ao Itamaraty detalhes sobre todos os demais assuntos tratados durante a viagem. "Solicita-se uma lista exaustiva de todos os temas abordados, com identificação dos interlocutores envolvidos, descrição dos posicionamentos apresentados e detalhamento dos eventuais encaminhamentos", indicaram.

No documento, os deputados lembraram que, durante a comitiva, o ministro das relações exteriores israelense agradeceu ao Brasil por sua posição contrária à investigação pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre os crimes de guerra perpetrados por Israel contra o povo palestino.

"Pergunta-se: o Brasil reconhece Israel como potência ocupante na Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, sujeita, portanto, às disposições da IV Convenção de Genebra? O Brasil possui posicionamentos sobre outras investigações em curso no TPI?", questionam.

"Durante a comitiva, abordou-se a discriminação imposta a palestinos e palestinas no processo de vacinação empreendido em Israel e no Território Palestino Ocupado, onde residem milhares de colonos israelenses?", completam.

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/03/16/araujo-tera-de-revelar-emails-custos-e-documentos-de-viagem-para-israel.htm


domingo, 14 de março de 2021

Sucesso do chanceler acidental, devidamente "interpretado" pelo cronista misterioso do Itamaraty

Sucesso absoluto de EA, a Era dos Absurdos, graças a Ereto da Brocha, o cronista misterioso do Itamaraty. Vejam vcs: postei a brochura sobre o Brasil como "pária internacional" menos de dois dias atrás, e ela já subiu para terceira posição na lista dos mais vistos, sendo que o primeiro ainda é a 2a. edição  da brochura, sob o simpático nome de "Um Ornitorrinco no Itamaraty". 

EA deve estar orgulhoso de seu sucesso, ainda que seja sob a forma da troça, da derrisão, da gozação, do sarcasmo, e isso graças ao humor, a graça, o talento literário e a ironia combinados do Batman do Itamaraty, que não conheço, mas de quem tive o prazer de editar e divulgar suas crônicas desabusadas.

Que o sucesso continue. Adelante EA, o chanceler bizarro, mostre todo o seu talento em fornecer matéria prima para os petardos contundentes do diplomata que se esconde sob o também bizarro nom de plume de Ereto da Brocha.

Paulo Roberto de Almeida


 

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Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)

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A Constituicao Contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos

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3,027

841

O Brasil virou um paria internacional? - Ereto da Brocha, o cronista misterioso do Itamaraty (2021)

80

60

13

81

13

 



Permito-me referir aqui à outra brochura que também recolhe material similar, editado pela Afipea, o sindicato dos funcionários do IPEA, que também produziu uma bonita brochura com base no material que eu lhe forneci. Vejam aqui:


https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/03/cronicas-tragicomicas-de-um-diplomata.html 


Divirtam-se, graças ao EA, o chanceler acidental da Era dos Absurdos...

Paulo Roberto de Almeida