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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quarta-feira, 9 de junho de 2021

Ereto da Brocha: o cronista misterioso do Itamaraty - Luigi Mazza (revista Piauí)

Revista Piauí

esquina

O CRONISTA MISTERIOSO DO ITAMARATY

O diplomata anônimo que zomba de Ernesto Araújo e sua trupe


LUIGI MAZZA 

Andrés Sandoval, 2020

Quando Joe Biden virou o jogo no estado da Geórgia e a derrota de Donald Trump ficou evidente, uma crônica começou a circular no WhatsApp de diplomatas brasileiros. O texto, intitulado E agora, José?, se dirigia ao chanceler Ernesto Araújo. “E depois de dias de agonia, chefe, a festa da democracia acabou no país em que tanto te espelhas”, dizia a mensagem, parafraseando o poema de Carlos Drummond de Andrade. “Mundo, mundo, vasto mundo, você que acredita em uma predestinação medieval pré-iluminista, viu esse mundo girar. Não digo que teu Deus esteja morto, mas estará, em breve, sem mandato.”

A crônica de seis parágrafos foi assinada por um pseudônimo satírico: ministro Ereto da Brocha. Desde o começo da pandemia, esse cronista misterioso – ao que tudo indica, um diplomata – vem produzindo um burburinho entre aqueles que se opõem a Ernesto Araújo dentro do Itamaraty. Ele escreve textos semanais, geralmente ridicularizando o chanceler e, por tabela, o governo Bolsonaro. O primeiro deles começou a circular em meados de abril. Na ocasião, Da Brocha se apresentou como “ombudsman da psicose de Ernesto” e anunciou que escreveria textos periódicos “sobre esta nova idade das trevas acéfala”. Pediu desculpas antecipadamente aos jumentos, burros e asnos – “nobres bestas” – porque teria que usar seus epítetos para descrever o governo e seu “chanceler-esquizofrênico”.

Como numa espécie de diário, as crônicas são sempre numeradas – “semana 1”, “semana 2” e assim por diante. O texto sobre Trump foi o da 28ª semana. Pouco antes, em outubro, Ereto da Brocha havia feito galhofa com o discurso que Araújo proferiu durante a formatura de novos diplomatas no Instituto Rio Branco. No evento em Brasília, ao lado de Bolsonaro, o ministro afirmou que, “se falar em liberdade nos faz um pária internacional, então que sejamos um pária”.

“Se ser pária é tão bom”, retrucou seu ombudsman dias depois, “vossa excelência poderá ser pária dentro de seu próprio ministério, recolhendo-se a sua aventura imaginária contra moinhos, orgias comunistas e dragões do mal”. Cobrou que Araújo se atenha a seu mundinho e deixe para os embaixadores os “assuntos atinentes à realidade”. E terminou o texto como sempre termina: convidando os diplomatas a refletir. “Para acordarmos desse romance épico de baixa qualidade, reflitam”, assinalou Da Brocha.

As crônicas circulam rapidamente pelos grupos de mensagens dos diplomatas. “Eu recebo de um amigo e repasso para todo mundo. O pessoal adora. A gente só evita passar os textos para a turma alinhada ao Ernesto, por pudor”, conta um diplomata com poucos anos de carreira, que prefere não se identificar para não sofrer retaliações no trabalho. “Tudo que é crítica ao Ernesto tem grande receptividade entre nós”, afirma outro diplomata.

Ninguém sabe ao certo quem está por trás do pseudônimo. Suspeita-se de que seja um diplomata aposentado, por causa do vasto repertório cultural e das referências à velha guarda do Itamaraty. Além do mais, tem um jeito meio resmungão. “Queria eu ignorar os obtusos e voltar ao meu Homero”, reclamou, em um de seus primeiros textos, ao espinafrar os “terroristas do intelecto” que acreditam em globalismo.

Em abril, uma das crônicas foi escrita em forma de carta a Rubens Ricupero, embaixador aposentado e ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. “Veja você, Rubens, por esses dias senti uma pontada nas costas, e das fortes. Bem na lombar, como comentávamos outro dia. Achei que fosse a hérnia. Mas era só o texto que lia no celular. Tratava de um ‘comunavírus’.” Dias antes, Araújo usara esse neologismo para alertar que a pandemia poderia servir como porta de entrada para o “pesadelo comunista” – já que, segundo ele, o vírus faz parte de uma conspiração marxista em escala planetária. Ricupero diz não fazer ideia de quem está por trás de Ereto da Brocha.

O embaixador Paulo Roberto de Almeida, empolgado com a sátira, compilou todos os textos de Ereto da Brocha em seu blog pessoal, o Diplomatizzando. Em março de 2019, ele foi demitido do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Ipri), órgão vinculado ao Itamaraty, após publicar no blog críticas a Olavo de Carvalho, a Eduardo Bolsonaro e aos ideólogos da política externa bolsonarista.

Hoje, Almeida trabalha no arquivo do Ministério das Relações Exteriores e continua a ser o adversário mais barulhento de Araújo dentro do Itamaraty. “O Ernesto Araújo é tão ridículo que merece ser objeto de riso mesmo, de gozação. Mas as pessoas circulam os textos de maneira discreta”, diz. “O pessoal tem medo do gabinete do ódio. Um embaixador com quem eu troco mensagens já me pediu para apagar toda a nossa conversa no WhatsApp. Ele acha que podem invadir o aplicativo.” Segundo Almeida, os diplomatas mais velhos têm se divertido com as tiradas de Ereto da Brocha.

Ele nega os boatos de que seria o autor das crônicas, como supõem alguns. Almeida diz ter tomado conhecimento dos textos por intermédio de um ex-aluno. “Dá para ver que a pessoa que escreveu é muito culta, das antigas, e que tem uma bagagem muito grande. Mas não procurei saber quem era. É bom que ele seja misterioso”, diz o embaixador. Em seu blog, Almeida se refere ao cronista como o Batman do Itamaraty. O apelido vem a calhar, já que ele não gosta do pseudônimo escolhido pelo cronista. “O ‘Ereto’ eu entendo, é um trocadilho com Ernesto. Mas ‘Da Brocha’ é horrível, dá ideia de impotente”, reclama o embaixador.

Outros diplomatas mais antigos compartilham do mesmo incômodo. Mas há quem veja um significado mais profundo por trás do nome. “Acho que essa escolha foi de caso pensado. Com esse pseudônimo, ele quis dizer que o Ernesto, como chefe do Itamaraty, é ao mesmo tempo vulgar e impotente”, interpreta um jovem diplomata. Fã incondicional de Ereto da Brocha, ele sempre salva as crônicas no computador para não perdê-las. “São documentos históricos”, afirma.


LUIGI MAZZA

Repórter da piauí

terça-feira, 30 de março de 2021

48. Antes que seja tarde (semana 48) - Ereto da Brocha

 48. Antes que seja tarde (semana 48)

Ereto da Brocha   

 

[Nota PRA: Não tão tarde quanto das vezes anteriores, mas ainda assim me chegando quando o drama já se encerrou – pelo menos uma parte dele –, nosso Cronista Misterioso do Itamaraty escreveu uma simples recomendação ao infeliz, patético, idiota chanceler acidental, mas refletindo a grotesca “inquisição” (perdão pelo termo) desse personagem risível e lamentável pelos senadores na fatídica sessão que selou seu destino já traçado por ele mesmo: ser um pária, mas fora do Itamaraty. Não sei se a partir de agora nosso Batman do Itamaraty vai continuar sua obra memorável, já que o espantalho e o estropício já se foi, mas suponho que teremos pelo menos mais uma crônica para saudar sua saída. Pronto: a loucura terminou, pelo menos dentro da Casa de Rio Branco. EA poderá continuar suas loucuras por aí, provavelmente dentro de algum bunker bolsolavista, mas pelo menos os diplomatas, 99,9% deles, já não terão o desprazer, o desgosto, a infelicidade de serem representados por criatura tão canhestra, tão bizarra, tão desvio-padrão, no itinerário bissecular de nossa instituição. Nas tabelas estatísticas, a falta de dados é sinalizada por ... ou (...), ou ainda –. Pois é isso que EA, o chanceler acidental, o PIOR ministro de toda a nossa história, deve merecer na lista ou na galeria dos chanceleres; ele foi o buraco negro que quase tragou todo o serviço exterior. Mas atenção, o inepto que comandou o circo ainda continua no poder e pretende continuar infelicitando o Brasil e os brasileiros. Aguardo o próximo petardo, talvez o definitivo, do nosso Cronista Misterioso, a quem saúdo pela sua obra de desconstrução – com a minha contribuição – desse ser bizarro que o levou a conceber um nom de plume ainda mais bizarro. Até a próxima.]

 

 

Peço vênia, camarada leitor, para fazer uma breve digressão, talvez um desabafo, no relato de hoje. Depois, abordarei sem falta o descalabro que foi a sabatina do chanceler do horror em nosso Senado Federal.

 

Lutamos durante décadas, desde os tempos do Silveirinha, quiçá desde antes, para consolidar uma diplomacia pragmática, realista, responsável, independente, justa, alinhada com o desevolvimento do país, etc… Seja lá qual alcunha cada um queira dar, nossa diplomacia gerou frutos indiscutivelmente positivos para o país e tornou o Itamaraty um pináculo ante as casas diplomáticas. Obviamente tivemos discordâncias ao longo do caminho… Discordamos sobre rumos a serem tomados, sobre regiões a serem enfocadas e sobre picuinhas menores, mas operávamos com base na razão, na razoabilidade e na continuidade positiva e propositiva. 

 

ANOS de uma lenta e indiscutivelmente correta caminhada rumo ao desenvolvimento nacional. Quando de repente, não mais que de repente, Ernesto e sua récua de acéfalos, em dois anos e pico, destruiram tudo aquilo que construímos… Até me corre um arrepio de ódio e desespero pela espinha ao escrever estas linhas, mas o terrível dever é continuar. NUNCA, e eu repito, NUNCA, nos deparamos com tamanha loucura na política externa. Aproveito para me desculpar de antemão com os loucos, mas me falta vocabulário para tudo que vivemos. E a era da loucura no Itamaraty precisa acabar.

 

Ernesto é, antes de tudo, um bobo. E entrou em um lodaçal com nosso Senado. Foi o mais humilhante episódio de um diplomata no Senado. Não se tratou, porém, de uma humilhação injusta ou de uma armadilha, tratou-se de um correto esculacho aplicado pelos senadores a um homem que envergonha a diplomacia, o Itamaraty, a cadeira de Rio Branco, o Brasil e, principalmente, a inteligência como instituição.

 

Vivenciamos cinco horas excruciantes de balbuciantes ataques irracionais de Ernesto, desculpas esfarrapadas e birras chorosas de uma criança mal-criada e descompensada. Amigos, Ernesto chorou com a pressão (justa) dos senadores. Não soube justificar sua louca política de ataques à China e de lealdade incondicional a Trump. Ouviu da unanimidade dos senadores que deveria renunciar para o bem do Brasil e do mundo. Como se não bastasse, levou a tiracolo o menino Filipe Martins, representante do olavismo no planalto. Este, como uma criança que esconde travessuras, julgando-se genial, acenou a supremacistas brancos, enquanto fingia, quase corado, que ajeitava seu paletó. 

 

Mas os senadores ecoaram a voz do interesse nacional, que, em meio a 300 mil cadáveres, não pode mais tolerar brincadeiras de criança no Gabinete do Barão. Ernesto, saia antes que seja tarde.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN


sexta-feira, 19 de março de 2021

O Brasil Virou Pária Internacional?: 4a edição, ampliada, revista, atualizada, dos famosos petardos do Cronista Misterioso do Itamaraty


 O nosso Cronista Misterioso is still alive and kicking. Ou seja, está vivo e cada vez mais sarcástico nas suas crônicas desabusadas dirigidas principalmente contra o patético chanceler acidental, o submisso capacho dos aloprados que parecem ter uma especial gana contra o Itamaraty e o seu corpo de diplomatas profissionais, que eles julgam muito globalistas. 

Ereto da Brocha

(o cronista misterioso do Itamaraty)

 


O Brasil virou um pária internacional?


4ª. edição mais que autorizada do

empreendimento gargantuesco-kafkiano

assinado por Ereto da Brocha, 

um diplomata não identificado

também conhecido pelo apelido de

Cronista Misterioso do Itamaraty

devidamente lido, interpretado, anotado por

Paulo Roberto de Almeida, 

um anarco-diplomata perfeitamente identificado

e totalmente comprometido com o trabalho de

Resistência Intelectual que convém exercer num

Itamaraty destruído pelos Novos Bárbaros,

apoiados sabujamente por um chanceler acidental,

que constitui o objeto preferido de derrisão do dito

Resistente anônimo da Casa de Rio Branco.

  

Estado da Arte destas Crônicas Desabusadas

colocadas em estado de leitura até

o dia da pouca graça de 19 de março 

ano da desgraça de 2021

(que se prolonga desde 2019)

Recebi, extemporaneamente, duas crônicas com numeração repetida (34bis e 40bis) e duas mais recentes, que já postei individualmente no Diplomatizzando.

Mas, resolvi compor uma nova edição, como expliquei no prefácio ligeiramente ampliado: 

 Nota liminar à 4ª. edição dos 

petardos do cronista misterioso do Itamaraty

 

Paulo Roberto de Almeida

 

Esta 4ª edição – pertencente talvez ao universo das FakeNews – em quase nada se distingue da 3ª edição, liberada para o distinto público em 13 do corrente mês do segundo ano da desgraça do desgoverno Bolsonaro e da administração do seu chanceler acidental, aquele mesmo que entregou a política externa às mãos e pés daqueles que eu chamo de Novos Bárbaros, uma patota de desmiolados que já teve mais influência sobre a dita cuja do que tem hoje, pois que estão parcialmente controlados por gente mais sensata no bunker do Planalto e adjacências.

Por adjacências eu me refiro ao Poder Legislativo que, certamente escandalizado pelo manancial de despautérios emanando continuando de uma antiga Casa circunspecta, dita do Barão do Rio Branco, transformada em laboratório de experiências alquímico-diplomáticos dos referidos aloprados, resolveu tomar em mãos a condução dos aspectos mais essenciais da nossa política externa e da diplomacia (as duas juntas fica melhor), o que compreende as relações do Brasil com os principais parceiros: Estados Unidos, China, União Europeia, vizinhos regionais e o que mais tiver pelo caminho. Já nem se nota a falta do dito chanceler acidental, pois ele só se envolvia em trapalhadas, como seu alucinado antiglobalismo, com o seu cruzadismo contra o “communavirus”, contra a “ideologia do gênero” e outras bobagens semelhantes, similares e parecidas.

Por pouco diferenciada da 3ª edição eu quero dizer que a quase totalidade das crônicas segue como dantes no quartel d’Abrantes, salvo que acabei recebendo, com total surpresa, duas crônicas do arco da Velha – “34bis. Eu nem sei quem sou? (semana 34-bis)” e “40bis. O Passado (semana 40-bis)” –, que devem ter ficado perdidas nos meandros obscuros por onde se esconde nosso Cronista misterioso, e mais duas da mais recente safra: “44. 250 mil mortos (semana 44)” e “45. O extraordinariamente estarrecedor capitão Bolsonaro e seus miquinhos adestrados (semana 45)”, com o que me dou satisfeito até este dia 19 de março de 2021 (mais de dois anos de desgraça e não sabemos mais quanto tempo teremos de aturar Novos Bárbaros e seus assessores amestrados).

Com estas quatro suplementações, duas extemporâneas, retomo o fio do prefácio da 3ª edição, quando eu tinha reclamado do desaparecimento do Cronista e seus também misteriosos intermediários e voluntários engajados nos nossos serviços de comunicação pedestres e improvisados. Digo isto porque as crônicas devem passar por diferentes circuitos pedregosos antes de desembarcarem na minha mesa, um pouco como era a antiga Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, que começou a funcionar, muito precariamente, com quatro correios a cavalo para levar as missivas e despachos ao Ministro de Estado e deste ao Imperador ou ao presidente do Conselho. Pois retomo, então, o que eu estava dizendo no dia 11 de março deste ano tresloucado como nunca.

(...)


Acesso no seguinte link: 

https://www.academia.edu/45583715/O_Brasil_Virou_Paria_Internacional_Ereto_da_Brocha_4a_edicao_


Eis as duas páginas do Índice:



terça-feira, 16 de março de 2021

Cronista Misterioso do Itamaraty: 45. Uma viagem rigorosamente inútil a Israel (Ereto da Brocha conteve os palavrões)

[Nota PRA: O próprio Ereto da Brocha confessa que teve vontade de soltar os mais escabrosos palavrões contra o bando de idiotas, capachos do genocida, que viajou a Israel, gastando o dinheiro dos contribuintes para rigorosamente NADA: tudo o que fizeram foi assinar um acordo de cooperação técnica, que poderia TER SIDO FEITO em Brasília, a CUSTO ZERO. Realmente não existem palavras para classificar todos os atos execráveis desse desgoverno assassino, que fica buscando expedientes para não fazer o que todos os especialistas sanitários recomendam, e simplesmente ORDENA a um bando de carneiros idiotas que partam à busca da solução milagre. Triste!]


O extraordinariamente estarrecedor capitão Bolsonaro e seus miquinhos adestrados (Semana 45) 

 

O amigo leitor já percebeu que não sou afeito dos xingamentos diretos, das palavras de baixo calão e das maledicência sem fundamentos. Prefiro mais as argúcia de pensamento, os circunlóquios humorísticos e as patadas com ferraduras de pelica. É coisa de diplomata. Nos ensinam desde muito cedo que o diplomata deve sempre se portar como um lorde, cordato e respeitoso, mesmo ante as asneiras mais atrozes. Sempre me pautei por esses preceitos e percebo que eles se introjetaram em minha alma de forma indelével. Mas esta semana… Me faltou controle. Acredito que consegui limpar bem este texto e elevar um pouco o calão de minhas palavras antes de publicá-lo, mas se tratou de um esforço hercúleo não dar o nome correto aos absurdos desta semana.

 

O que fizeram os palhaços que se apossaram do governo brasileiro esta semana? O que fizeram esses micos adestrados em uma semana que se confirmou mais uma vez a incompetência federal para se adquirir vacinas? Foram, em bando, a Israel atrás de um spray nasal experimental para curar o monstruoso vírus que nos assola. Não cabe a mim, obviamente, tecer um parecer científico sobre a eficiência dessa maravilha científica, mas cabe a mim notar que mesmo com tantas mortes e com tanta destruição nossos comediantes ainda buscam uma bala de prata que acabará com os problemas que eles mesmo criaram. 

 

A comitiva foi composta pelo carimbador maluco, Ernesto “o asno” Araújo, por Eduardo “tresloucado” Bolsonaro, por Filipe “sorocabannon” Martins e por Hélio negão. É perigoso juntar mentes tão limitadas num lugar só, cria-se um vórtex de burrice tão poderoso que suga qualquer sinal de vida inteligente nas imediações. E o que fizeram, amigo leitor, estes pesos-pesados da desintelectualide? Passaram vergonha.

 

Descobriram, em Israel, que o segredo de Bibi foi vacinar sua população. Descobriram que o spray ainda é totalmente experimental e que a nossa USP está desenvolvendo a mesma tecnologia, logo ali em São Paulo (aquela terra comunista governada pelo Fidel Doria, como disse nosso Chanceler). Tomaram pito da diplomacia israelense por não usarem máscara. Ainda falaram asneiras ao comparar o isolamento social a campos de concentração nazistas (como se não fossem eles os nazistas).

 

Em tempos de crise pandêmica o que fazem esses comediantes de política externa? Destroem ainda mais a imagem internacional do Brasil. Vamos lembrar disso quando os adesistas vierem pedir guarida no pós-bolsonarismo. Lembraremos de tudo.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

  



Batman Returns, quero dizer, o Cronista Misterioso está de volta com duas novas postagens: 44: Tristeza pelos 250 mil mortos

[Nota PRA: Confirmando a decolagem temporal com que recebo os petardos antes chistosos, agora cada vez mais lamuriosos ou raivosos, do Cronista misterioso, ele fala nesta sua crônica de 250 mil mortos, quando já caminhamos, aceleradamente para os 300 mil mortos (e depois teremos mais, pois o ministro da "saúde" real é o capitão genocida. O cronista misterioso até esquece do seu constante objeto de derrisão, o chanceler acidental, e se concentra no verdadeiro responsável pela tragédia brasileira, o horroroso e asqueroso dirigente que nos desgoverna.]

250 mil mortos (Semana 44)

 

Há umas 20 semanas eu escrevi aqui um lamento sentido pela morte de 150 mil compatriotas que haviam perdido a vida para o desgoverno brasileiro, ainda que o meio tenha sido a pandemia de covid.   Eu mesmo havia perdido pessoas conhecidas para esse desgoverno e estava muito compadecido por tudo que nos cercava. Mas, admito, que nutria ainda alguma ponta de esperança, uma naïveté, que me fazia crer que nossa dor haveria de passar. Acreditava que havíamos chegado ao fundo do poço e, mesmo com a incompetência total e absoluta de Bolsonaro e seus comediantes, a doença daria mais e mais trégua. Fiz um lamento ingênuo de quem acreditava que estávamos saindo do vale das trevas e poderíamos nos dar ao luxo de prantear por nossos mortos.

 

Há 20 semanas eu fui um tolo, um ingênuo conformado e desinformado. Me deixei levar pela emoção e por aquele pensamento que sempre chega com o desespero: as coisas hão de melhorar… Fui um parvo.

 

Nesta semana, quatro meses e meio depois, completamos um ano de pandemia no Brasil e vimos mais 100 mil brasileiros tombarem. A pandemia não deu trégua, mesmo ante os esforços de poucos cientistas e governadores por vacinarem a população contra os desejos maléficos de Bolsonaro, as mortes passaram a aumentar novamente e batemos novos recordes diários de casos, já rumamos a passos largos para recuperar a posição de segundo país com o maior número de infectados e não temos nenhum plano do bolso-olavismo que não seja propagar mentiras e insistir em feijões mágicos, como a tão falada cloroquina.

 

Cansei. Não há mais tempo para ser tolo e para ingenuidades sentimentalistas. Não há tempo para chorarmos os mortos (até disso a incompetência desses assassinos nos roubou). Há que ir à luta, pois apenas com a queda deste desgoverno de palhaços haverá esperança. 

 

Para aqueles que acham que estou exagerando e que mesmo que mudemos o governo a luta contra a covil seguirá na mesma toada, peço que olhem os dados americanos e percebam a já notável queda no número diário de mortes e o exponencial crescimento no número de vacinados que a saída de Trump causou. 

 

Há que se mudar o presidente, ou todos morreremos.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN


domingo, 14 de março de 2021

Sucesso do chanceler acidental, devidamente "interpretado" pelo cronista misterioso do Itamaraty

Sucesso absoluto de EA, a Era dos Absurdos, graças a Ereto da Brocha, o cronista misterioso do Itamaraty. Vejam vcs: postei a brochura sobre o Brasil como "pária internacional" menos de dois dias atrás, e ela já subiu para terceira posição na lista dos mais vistos, sendo que o primeiro ainda é a 2a. edição  da brochura, sob o simpático nome de "Um Ornitorrinco no Itamaraty". 

EA deve estar orgulhoso de seu sucesso, ainda que seja sob a forma da troça, da derrisão, da gozação, do sarcasmo, e isso graças ao humor, a graça, o talento literário e a ironia combinados do Batman do Itamaraty, que não conheço, mas de quem tive o prazer de editar e divulgar suas crônicas desabusadas.

Que o sucesso continue. Adelante EA, o chanceler bizarro, mostre todo o seu talento em fornecer matéria prima para os petardos contundentes do diplomata que se esconde sob o também bizarro nom de plume de Ereto da Brocha.

Paulo Roberto de Almeida


 

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Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)

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A Constituicao Contra o Brasil: Ensaios de Roberto Campos

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O Brasil virou um paria internacional? - Ereto da Brocha, o cronista misterioso do Itamaraty (2021)

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Permito-me referir aqui à outra brochura que também recolhe material similar, editado pela Afipea, o sindicato dos funcionários do IPEA, que também produziu uma bonita brochura com base no material que eu lhe forneci. Vejam aqui:


https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/03/cronicas-tragicomicas-de-um-diplomata.html 


Divirtam-se, graças ao EA, o chanceler acidental da Era dos Absurdos...

Paulo Roberto de Almeida