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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Delfim: conselheiro da presidente nao esta' aconselhando bem (valor de mercado diminuiu?)

Qualquer que seja a empresa que paga pelos conselhos de ex-todo poderoso czar da economia brasileira, deveria começar a pensar quanto valem os seus conselhos.
Aparentemente pouco, pois se ele aconselha os companheiros petistas desde o início, ou os companheiros não aceitam os seus conselhos, ou os aplicam estupidamente, ou os conselhos não são muito bons assim.
Em todo caso, eu diminuiria o valor de mercado desse economista, que fica sempre enrolando os outros e não diz coisa com coisa... ou só diz o óbvio...
Paulo Roberto de Almeida

Delfim estima que País vai crescer apenas 1%
Ricardo Leopoldo, Tássia Kastner
O Estado de S. Paulo, 7/08/2014

Ex-ministro da Fazenda estima ainda que quadro ficará mais grave por causa da inflação que, segundo ele, 'deve ter subido 30% em quatro anos'

Delfim Netto destacou que o Brasil só tem acordos bilaterais com três parceiros internacionais: Egito, Israel e Autoridade Palestina
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano deve registrar uma fraca expansão, ao redor de 1%. "O País está crescendo muito pouco, e isso é um grande problema."
Na avaliação de Delfim, esse quadro fica mais grave porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) "deve ter subido 30% em quatro anos" e a inflação é "muito alta". Segundo ele, a inflação está perto do teto do sistema de metas de inflação, mas isso não significa que ela sairá do controle. "O governo controla a gasolina para combater a inflação, mas destrói o setor do etanol", disse Delfim, durante evento do Fórum Lideranças da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
De acordo com Delfim Netto, também é um destaque negativo da economia o fato de que a indústria de transformação apresenta um nível de atividade semelhante ao registrado em 2009, o que representa estagnação. Um efeito negativo dessa realidade é o registro de um déficit de contas correntes de US$ 270 bilhões. "Não é bom financiar a economia com capital externo dessa forma", disse. "O credor é um canalha que vai querer seus recursos de volta."
Política cambial. Delfim afirmou que a política de utilizar o câmbio para combater a inflação é um "equívoco grave", pois só é viável controlar sua variação, mas não o nível. "A intervenção do Banco Central está mantendo o câmbio abaixo do seu equilíbrio", comentou. "Mas a inflação volta, pois (o BC) está só escondendo a inflação. Temos entre 1,5% e 2% de inflação escondida. E para combatê-la, precisa em primeiro lugar fazer com que as pessoas acreditem que ela vai cair."
Embora tenha destacado o quadro de crescimento baixo, inflação alta e déficit de transações correntes elevado, o ex-ministro ponderou que esses fatores não vão levar o País a uma crise econômica como a do passado. Mas ponderou que houve "certo descuido" do Poder Executivo na gestão das contas.
"A prioridade do governo tem sido a ampliação do custeio e não dos investimentos", disse. Segundo ele, houve, talvez, excesso no emprego de recursos do Tesouro para repasses ao BNDES, o que acabou ajudando a elevar a dívida bruta. "Ocorreu uma confusão de achar que dívida pública é recurso."
Delfim criticou "o abandono da política comercial" pelo Brasil. "Nos amarramos à estrutura do Mercosul, que não funciona. Temos de ser uma zona de livre-comércio", destacou. "Transformamos o Atlântico Sul num cemitério. Abandonamos o comércio exterior como um vetor do crescimento."
Delfim Netto destacou que o Brasil só tem acordos bilaterais com três parceiros internacionais: Egito, Israel e Autoridade Palestina.
Sensibilidade. O ex-ministro afirmou que o governo "está muito sensível, reage a qualquer crítica com certa violência", ao lembrar o documento do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na semana passada, que colocou o Brasil na lista de países economicamente vulneráveis. "Estava certo o FMI quando disse que o Brasil é relativamente vulnerável. Não significa que vamos ter crise e que ela está nos esperando no curto prazo."
O ex-ministro ressaltou ainda que a dívida de curto prazo sobre as reservas no Brasil é de 8,7%, bem menor que Índia (31,1%) e Turquia (84,6%), por exemplo, também listados como vulneráveis.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Conselhos de tia Dilma aos europeus: "malucos e hipocritas" (Financial Times)

Nem todo mundo se encanta com nossa extraordinária capacidade de dar conselhos sobre como arrumar a casa dos outros, mesmo a nossa sendo suja e bagunçada.
É um pouco isso que esta jornalista do Financial Times está dizendo à nossa extraordinária presidente.
Vejam só: 
- "The country that is ranked 152nd by the World Bank for its unwieldy and heavy tax system is advising against restrictive taxes".
- "...many of his fellow countrymen were a little surprised by the suggestion that Brazil should bail out countries such as Italy, whose GDP per head is three times higher than their own."
- "Aside from unrealistic, the advice coming from Brazil has also sounded somewhat hypocritical."
- "Dilma recently spoke out about the need to combat protectionism only a week after increasing the tax on foreign-built cars by a whopping 30 percentage points."
- "Even the complaints over currency manipulation are rather rich given that Brazil’s central bank has intervened in its spot currency market nearly every day since the crisis by buying dollars..."
- "...Brazil now feels it has the right to dole out so much advice — however wacky."


A jornalista esqueceu, ou parece não saber, que na semana anterior, o ex-presidente, um homem extraordinário da ciência universal, tendo contribuído com descobertas e inovações importantíssimas, que beneficiaram milhões de habitantes deste nosso planetinha redondo, ao receber seu "enésimo" (desculpem, perdi a conta) doutorado Horroris Causa, também deu extraordinários conselhos aos europeus, dizendo, genialmente, que eles não podiam confiar em mercados desregulados, e sim em Estados ultra-regulados, como o Brasil, por exemplo.
Não há dúvida: se o mundo fosse menos como o mundo e mais como o Brasil, seria um lugar muito melhor, muito mais rico, menos violento, mais justo, mais desenvolvido, menos liberal, enfim, e bem mais regulado, como compete a um país organizado como o Brasil, em lugar dessas bagunças que se vêem na Europa, EUA e adjacências...
Paulo Roberto de Almeida 


Dilma: agony aunt to the EU

“REUTERS – Brazil’s Rousseff warns EU against restrictive taxes”. Yes, you read that right. The country that is ranked 152nd by the World Bank for its unwieldy and heavy tax system is advising against restrictive taxes.
Dilma Rousseff issued the warning on Monday as she kicked off her first visit to Europe as Brazilian president.
“In our case, extremely restrictive fiscal measures only deepened the process of stagnation and loss of opportunity,” she said, in reference to Latin America’s debt crisis during the 1980s. “It is difficult to exit crisis without increasing consumption and growth.”
Brazilian politicians have recently taken it upon themselves to solve the global financial crisis, doling out advice to the developed world.
Guido Mantega, Brazil’s finance minister, has been one of the pioneers in this regard. After rising to fame thanks to his ‘currency war’ discourse, Mantega last month proposed a slightly wacky ‘Bric’ rescue package for the eurozone.
The problem was that he had failed to consult the other Bric countries such as China, which holds the majority of the bloc’s foreign exchange reserves. Even many of his fellow countrymen were a little surprised by the suggestion that Brazil should bail out countries such as Italy, whose GDP per head is three times higher than their own.
Aside from unrealistic, the advice coming from Brazil has also sounded somewhat hypocritical.
Dilma recently spoke out about the need to combat protectionism only a week after increasing the tax on foreign-built cars by a whopping 30 percentage points. Even the complaints over currency manipulation are rather rich given that Brazil’s central bank has intervened in its spot currency market nearly every day since the crisis by buying dollars (the reason behind its impressive foreign exchange reserves).
But while it is all too easy to mock, Brazil’s new-found global voice is, in itself, a sign of greater economic stability at home. After all, in the wake of the 2008 collapse of Lehman Brothers, the country was too busy trying to prop up its own finances to worry about anyone else’s.
With one of the world’s most sound banking systems, a huge capacity for counter-cyclical stimulus measures, and those hefty foreign exchange reserves, no wonder Brazil now feels it has the right to dole out so much advice — however wacky.