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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cenario economico preocupante - Ubiratan Jorge Iorio (IL)

Não preciso acrescentar mais nada. Talvez eu tivesse muita coisa a acrescentar, mas no terreno político -- pois conheço os companheiros, de dentro, se ouso dizer -- mas prefiro deixar todos vocês com esta excelente análise da atual situação econômica brasileira.
Eu apenas agregaria isto: o mundo, o capitalismo, os especuladores internacionais, a China, ninguém tem nada a ver com a nossa situacão. Ela foi inteiramente construída pelo governo, 150% de responsabilidade petista, tudo o que ocorreu tinha de ocorrer porque os gajos estavam no comando e manobraram as alavancas das políticas econômicas e sociais nesse exato sentido.
A HISTÓRIA NÃO OS ABSOLVERÁ!
Paulo Roberto de Almeida

Nem pessimismo, nem “terrorismo”, apenas realismo!

Ubiratan Jorge Iorio*


realidade-bemvindo

Fundamentos econômicos lamentavelmente destruídos. Do lado fiscal, agigantamento do Estado, aparelhamento partidário deste, gastos permanentemente crescentes estraçalhando as possibilidades de equilíbrio orçamentário que, mesmo sem nunca ter sido atingido, ao menos não era explosivo. Em maio, o maior déficit primário desde muitos anos; déficit nominal já ultrapassando os 4% do PIB. Na esfera cambial, abandono do regime de câmbio flutuante e consequente “administração” da taxa de câmbio mediante intervenções do Banco Central, mantendo o real sobrevalorizado em relação ao dólar (e ao Euro) para, repetindo um erro mais velho do que Matusalém, “controlar” a inflação de preços; contas externas em queda livre. Regime monetário também espicaçado: metas de inflação lenientes e mesmo assim descumpridas; inflação de preços efetiva, descontadas as pajelanças para engessá-la mediante represamento de tarifas, beirando os 8% ao ano, acima, portando, do limite superior da meta; falta de discernimento entre causa e efeito, para saber que inflação não é o crescimento dos preços, mas sim a emissão de moeda; crédito recentemente estimulado em tempos de alta dos índices de preços; taxa Selic apontando para o alto nos próximos meses, após cerca de seis anos de sucessivas baixas do Copom, movidas politicamente para “estimular” a economia. Política externa completamente escrava da ideologia, acordos danosos à nossa economia com parceiros que em pouco ou nada podem beneficiá-la; tarifas especiais contra produtos de parceiros comerciais tradicionais, como “castigo” por serem capitalistas; alinhamento com países do MERCOSUL e outros de economias praticamente rupestres, sem qualquer ganho para nosso país; afugentamento de investimentos externos, pelas restrições às liberdades e mudanças frequentes na política econômica.
Obstáculos à livre iniciativa e desestímulos a investimentos e à busca pela eficiência. Ações de empresas estatais despencando como resultado de operações danosas ao patrimônio dos acionistas (e dos pagadores de tributos). E nem quero escrever sobre a questão, endêmica, da corrupção. Quero me ater tão somente a esse quadro da economia. Um quadro preocupante, sem qualquer dúvida.
Tudo isso – e muito mais – não é invenção, ou picuinha entre economistas, ou simples oposição política ao governo, ou mera antipatia pelos que estão no poder. São fatos concretos, frios, indiscutíveis e irrefutáveis. Quando olhamos para o futuro, qualquer economista com formação razoável, seja “austríaco”, monetarista ou mesmo keynesiano, sabe o que eles significam.
A verdade é que temos uma bomba relógio, que vem sendo armada desde a metade do segundo mandato do governo anterior, quando, para enfrentar a crise internacional – que foi então diagnosticada como uma “marolinha” – se estimulou o crédito barato se reduziu a taxa Selic para “puxar” a demanda (e para vencer as eleições de 2010). Essa bomba está prestes a explodir. Nada de alarmismos, de previsões de fuga astronômica de capitais, de hiperinflação, de superdesemprego, de confiscos de poupança, de congelamentos de preços, de calotes do governo ou de caos generalizado. O economista que disser isso, ou pensa que tais fenômenos podem ser previstos com precisão (o que não é verdade) ou está querendo apavorar clientes potenciais para vender-lhes consultoria.
Mas, em respeito às leis da economia, sinto-me na obrigação de alertar que os minutos para que a bomba relógio exploda estão minguando e que, portanto, estamos nos aproximando de uma situação econômica muito difícil. Não sei se o artefato montado pela incompetência da equipe do atual governo vai explodir já, ou seja, ainda no mandato que expirará em 31 de dezembro, ou se vai estourar nas mãos do próximo presidente, seja ele quem for.
O quadro para o futuro, como já escrevi, embora não possa ser mensurado, já pode ser vislumbrado com certeza e resumido em uma palavra estagflação! Para quem não conhece o economês, isso significa simplesmente que os aumentos de preços vão se acelerar e o desemprego vai aumentar. Mas quanto, só Deus sabe…
Se a taxa de crescimento do PIB em 2014 chegar a 1%, já será muito, o mesmo se podendo dizer se a inflação anual de dezembro ficar abaixo dos 8%. A inadimplência vai aumentar, as vendas e o crédito vão sofrer baques, as contas externas vão se deteriorar mais, o Real vai se desvalorizar perante o dólar, as taxas de juros vão subir e a produtividade, bem como as taxas de poupança e investimentos, na melhor das hipóteses, não vão crescer. Provavelmente, cairão.
Relatórios recentes de bancos nacionais e estrangeiros apontam claramente para esses efeitos, embora, obviamente, tenham desagradado ao governo, que insiste em afirmar que tudo está sob o seu controle e que essas projeções não passam de “terrorismo eleitoral”.
Não se trata de terrorismo, nem de pessimismo, gente! É apenas realismo, resultante da aplicação da boa teoria econômica. Ninguém pode se sentir feliz escrevendo essas coisas que estou colocando neste artigo, porque são tristes. Mas a economia é uma ciência que, mesmo não sendo exata, possui leis que não podem ser atropeladas, porque cedo ou tarde a conta da incompetência terá que ser paga.
O próximo presidente terá uma tarefa árdua pela frente, sem qualquer dúvida. A casa está semidestruída e precisando de uma reforma completa. Realmente, é uma pena, mas nos últimos seis anos regredimos pelo menos uns vinte.

*Doutor em Economia, Presidente-Executivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Argentina: nacionalismo energetico, receita para o desastre - The Economist

Argentina and YPF: Flogging a Dead Cow
The Economist, 26/07/2013

The recently nationalised oil company agrees on a big foreign investment

LITTLE more than a year ago President Cristina Fernández de Kirchner announced the nationalisation of YPF, an oil company owned by Spain’s Repsol. Ms Fernández called it a victory for “energy sovereignty”, claiming that Repsol had plundered its Argentine holding for quick profits without investing in exploration or development. But on July 16th, after a year in which YPF’s oil and gas production continued to disappoint, the government announced that it had agreed on a big joint venture between YPF and a different foreign oil giant, Chevron.

Argentina’s energy industry is in a sad state. In 2011 the country became a net importer of energy for the first time since 1984, further eroding its foreign-currency reserves, now at their lowest in six years. Nationalisation has not helped: in the first quarter of this year YPF’s output of crude oil fell by 0.7% and of natural gas by 3.7%. April saw a fire at a refinery. Energy imports are expected to reach $14 billion this year, up from $9.2 billion in 2012.

The great hope is vast shale-oil and gas reserves in Neuquén province, which Repsol discovered shortly before the government expropriated YPF. The Vaca Muerta (“Dead Cow”) field is estimated to hold 16 billion barrels of shale oil and 308 trillion cubic feet (8.7 trillion cubic metres) of shale gas, which would give Argentina the world’s fourth-largest reserves of shale oil and second-largest of shale gas.

Extracting the deeply buried spoils is complicated, costly work. Jorge Ferioli of the World Energy Council, an industry research group, estimates that developing Vaca Muerta will require $68 billion-89 billion. YPF lacks such funds, and Argentina’s borrowing costs in effect bar it from seeking international financing.

As well as bringing expertise, Chevron has promised an initial investment of $1.24 billion in Vaca Muerta as part of its joint venture with YPF. The deal was announced after Ms Fernández issued a decree seemingly tailor-made for Chevron, which states that energy companies that invest over $1 billion will, after five years, be allowed to sell 20% of their production abroad without paying export taxes or being forced to repatriate profits.

Opposition parties, which backed the expropriation, have labelled the Chevron deal a “re-privatisation” and challenged the legality of the decree. They will make the most of the controversy in the run-up to congressional elections due in October. “A year ago the government considered energy sovereignty to mean ‘Spanish, get out’, whereas now it seems to mean ‘Yankees, come in’,” says Daniel Montamat, a former energy secretary and former head of YPF (under opposition governments).


YPF faces obstacles to attracting more collaborators. For one thing there is runaway inflation and a distorted exchange rate. More pressing is the government’s unfinished business with Repsol. Argentina has yet to compensate the company a peso for the $10.5 billion it claims it is owed. Last year, anticipating its deal with YPF, Repsol sued Chevron in Spain and the United States; on July 24th it sought an injunction to halt the deal. Keeping the lights on in Argentina is not getting any easier.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Venezuela 2013: crescimento Zero; inflacao: 40 por cento (e ainda vai piorar)

Venezuela economía

S&P baja calificación de Venezuela a “B”

Reuters
Nueva York, 17 junio 2013
Las claves
  • S&P dijo que la ajustada victoria del presidente Nicolás Maduro, el consiguiente desafío de legisladores opositores y señales de desacuerdos en el Gobierno hacen más difícil contener las presiones inflacionarias.
La agencia Standard & Poor’s bajó el lunes la calificación soberana de Venezuela en moneda extranjera a “B” desde “B+”, argumentando que las turbulencias políticas son un obstáculo para realizar reformas que permitan frenar una caída de la actividad económica.
La decisión de S&P pone la calificación en línea con la nota B2 de Moody’s Investors Service y un escalón por debajo que el “B+” de Fitch Ratings. Tanto Moody’s como Fitch tienen perspectivas negativas para la calificación.
“La creciente incertidumbre política está debilitando la implementación de las políticas económicas y posiblemente erosione la gobernabilidad”, dijo S&P en un comunicado. La perspectiva de la calificación es negativa, lo que significa que puede bajar nuevamente en seis meses a dos años.
S&P dijo que la ajustada victoria del presidente Nicolás Maduro, el consiguiente desafío de legisladores opositores y señales de desacuerdos en el Gobierno hacen más difícil contener las presiones inflacionarias.
“El crecimiento del PIB (producto interno bruto) se está desacelerando fuertemente en el 2013 y esperamos que se aproxime a cero. La inflación se acelera y puede acercarse a un 40 por ciento para fin de año”, dijo S&P.
“Las crecientes restricciones a la liquidez externa, por la menor producción de petróleo de PDVSA y la perspectiva más incierta para los precios del crudo, seguirán limitando la capacidad de Venezuela para lidiar con los crecientes desafíos políticos y económicos”, añadió.
El Consejo Nacional Electoral confirmó la semana pasada su auditoría de votos de la elección de abril, que declaró que Maduro ganó por 1,5 por ciento al líder opositor Henrique Capriles.
Maduro sucedió al fallecido líder socialista Hugo Chávez, cuyo peculiar estilo de hacer política dio vida al “chavismo”, un movimiento que volcó el dinero del Estado hacia los pobres y encabezó una amplia expropiación de empresas y propiedad privada.

sábado, 8 de setembro de 2012

Relato do Horror: o grande salto para tras da China, e o canibalismo


LETTER FROM CHINA

A Great Leap Into the Abyss

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Brasil-Argentina: delongando o inevitável...

A Argentina é ciclotímica: a cada dez anos entra em crise, e no intervalo alterna as políticas, com um resultado previsível: ela sempre fica um pouco pior do que era. O cenário atual lembra o da fase pré-crise, quando o Brasil também se mostrou compreensivo com uma situação que já era inviável desde o início.
Porque dirigentes escolhem ser cegos?
Vai lá saber...
Paulo Roberto de Almeida 


Brasil reduzirá superavit comercial com Argentina
NATUZA NERY, LUCAS FERRAZ
Folha de S.Paulo, 4/07/2012

BRASÍLIA - O governo Dilma Rousseff admite ganhar cerca de R$ 2 bilhões menos no comércio bilateral com a Argentina para ajudar o país vizinho num momento de agravamento de sua situação econômica.
A Argentina vive fuga de capitais, inflação em alta e desaceleração da indústria --e o Brasil sabe que terá de socorrer seu terceiro maior parceiro comercial.
Setores da economia brasileira --como automobilístico, têxtil e de alimentos-- serão prejudicados se a economia argentina se deteriorar mais. E é justamente o temor de contágio em áreas estratégicas que a Esplanada dos Ministérios tenta espantar.
Segundo a Folha apurou, há uma decisão não declarada oficialmente do Brasil de reduzir o superavit com a Argentina de R$ 5,8 bilhões em 2011 para R$ 4 bilhões.
A assessoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nega, mas a proposta já foi até apresentada ao lado argentino e prevê a fixação de cotas extraoficiais de exportação de produtos brasileiros.
Atualmente, diversos itens vendidos ao vizinho sofrem barreiras protecionistas. A ideia das cotas informais é justamente livrar produtos desse entrave, mesmo que haja um limite de venda.
As dificuldades enfrentadas pela Casa Rosada vêm erodindo a popularidade da presidente Cristina Kirchner.
Em Brasília, o sinal de alerta aparece também nos telegramas confidenciais emitidos por diplomatas brasileiros. A Folha teve acesso a algumas dessas mensagens oficiais. Em telegrama de janeiro deste ano, a embaixada brasileira em Buenos Aires prevê a continuidade da fuga cambial ao longo de 2012.
Dilma Rousseff também já ouviu relatos de assessores de que a taxa de câmbio apreciada na Argentina resultou em perda de competitividade, diminuindo as reservas.
NOVO TOM
A opção de superavit com a Argentina é uma mudança de tom em relação ao início do ano, quando ministros brasileiros falavam em represálias ao país vizinho. Revela, portanto, o nível de preocupação com o parceiro.
Apesar de as economias estarem interligadas, a Fazenda não faz diagnóstico apocalíptico dos efeitos de uma crise cambial sobre o Brasil.
Para Tristán Rodríguez, economista do Cadal (Centro para Abertura e Desenvolvimento da América Latina), o esfriamento da indústria brasileira afeta mais a Argentina do que o contrário.

Editoria de Arte/Folhapress

sábado, 30 de junho de 2012

O presidente dos prejuizos (nos pagamos...)

Um dia, algum economista vai fazer um balanco, estimar os prejuizos e contabilizar as perdas, diretas e indiretas, da presidencia do "nunca antes". Nunca antes no Brasil tivemos alguem capaz de produzir tantos danos em tao pouco tempo. 
Provavelmente, os maiores danos nao sao exatamente materiais: se trata do atraso mental e do fechamento da inteligencia que o iluminado provocou em tanta gente. 
Paulo Roberto de Almeida 


‘Custo Lula’ 
Carlos Alberto Sardenberg 
O Globo, 28/06/2012 


 Há menos de três anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista ao jornal Valor Econômico. Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobrás não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008. “Convoquei o conselho” da empresa, contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo. 
 Em 25 de junho último, a Petrobrás informa oficialmente aos investidores que, das quatro, apenas uma refinaria, Abreu e Lima, de Pernambuco, continua no plano com data para terminar. E ainda assim, com atraso, aumento de custo e sem o dinheiro e óleo da PDVSA de Chávez. Todas as metas de produção foram reduzidas. As anteriores eras “irrealistas”, disse a presidente da companhia, Graça Foster, acrescentando que faria uma revisão de processos e métodos. Entre outros equívocos, revelou que equipamentos eram comprados antes dos projetos estarem prontos e aprovados. 
 Nada se disse ainda sobre os custos disso tudo para a Petrobrás. Graça Foster informou que a refinaria de Pernambuco começará a funcionar em novembro de 2014, com 14 meses de atraso em relação à meta anterior, e custará US$ 17 bilhões, três bi a mais. Na verdade, as metas agora revistas já haviam sido alteradas. 
O equívoco é muito maior. Quando anunciada por Lula, a refinaria custaria US$ 4 bilhões e ficaria pronta antes de 2010. Como uma empresa como a Petrobrás pode cometer um erro de planejamento desse tamanho? A resposta é simples: a estatal não tinha projeto algum para isso, Lula decidiu, mandou fazer e a diretoria da estatal improvisou umas plantas. Anunciaram e os presidentes fizeram várias inaugurações. 
 O nome disso é populismo. E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobrás, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem. Tem mais na conta. 
Na mesma entrevista, Lula disse que mandou o Banco do Brasil comprar o Votorantim, porque este tinha uma boa carteira de financiamento de carros usados e era preciso incentivar esse setor. O BB comprou, salvou o Votorantim e engoliu prejuízo de mais de bilhão de reais, pois a inadimplência ultrapassou todos os padrões. Ou seja, um péssimo negócio, conforme muita gente alertava. Mas como o próprio Lula explicou: “Quando fui comprar 50% do Votorantim, tive que me lixar para a especulação”. 
 Quem escapou de prejuízo maior foi a Vale. Na mesma entrevista, Lula confirmou que estava, digamos, convencendo a Vale a investir em siderúrgicas e fábricas de latas de alumínio. Quando os jornalistas comentam que a empresa talvez não topasse esses investimentos por causa do custo, Lula argumentou que a empresa privada tem seu primeiro compromisso com o nacionalismo. A Vale topou muita coisa vinda de Lula, inclusive a troca do presidente da companhia, mas se tivesse feito as siderúrgicas estaria quebrada ou perto disso. 
Idem para o alumínio, cuja produção exige muita energia elétrica, que continua a mais cara do mundo. Ou seja, não era momento, nem havia condições de fazer refinarias e siderúrgicas. Os técnicos estavam certos. Lula estava errado. As empresas privadas foram se virando, mas as estatais se curvaram. Ressalva: o BNDES, apesar das pressões de Brasília, não emprestou dinheiro para a PDVSA colocar na refinaria de Pernambuco. Ponto para seu corpo técnico. 
 Quantos outros projetos e metas do governo Lula são equivocados? As obras de transposição do rio São Francisco estão igualmente atrasadas e muito mais caras. O projeto do trem bala começou custando R$ 10 bilhões e já passa dos 35 bi. Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobrás, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras. 
Mas há um outro ponto, político. A presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobrás. Graça Foster era diretoria da estatal. Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma. Ora, será que as duas só tomaram consciência dos problemas agora? Ou sabiam perfeitamente dos erros então cometidos, mas tiveram que calar diante da força e do autoritarismo de Lula?
 De todo modo, o custo Lula está aparecendo mais cedo do que se imaginava. Inclusive na política.

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40 Comentários

 CLAUDIUS - 30/06/2012 às 2:35 Tá aí pessoal. Desde a sua criação o dinheiro torrado na Petrobrás daria para comprar as reservas da Arábia Saudita uma vez e meia. Desde o início ela era cabide de empregos para filhos e apaniguados de militares. Depois eles sairam, passaram a receber generosas aposentadorias pela PETROS Assumiram os compadres do PT.Virou PETROSINDICATO. Veio o delírio do ApeDELTA Lula e anunciou que o Brasil abasteceria o Mundo de álcool, biodiesel e petróleo do pré-sal. Se não fosse o Tio Sam, tão odiado e maltratado pelos petistas, não teríamos álcool, o deles feito de milho, para importar e tocar a frotoa. A Empresa anunciou que já comprou este ano 80 milhões de litros de gasolina, diesel, óleo pesado para caldeiras e lubrificantes. E para continuar com 3 anos de atraso na produção precisa de mais dinheiro que o Páis não tem. E Dilma, o triunfo da vontade de Herr Lüla, era do Conselho Consultivo da Petrobrás, atualmente petrobhosta. Adivinhem para onde se dirige o Brasil? República Socialista Bolivariana depois da febre tifóide.

 esther correa - 30/06/2012 às 2:03 Caro Augusto O aprendiz de caudilho não dá uma dentro. Quando era presidente ainda dissimulava, mas agora não dá mais. Acho que as empresas do Eike Batista são virtuais, como o pré sal de Lula. Ninguém sabe, ninguém viu.

 FM - 30/06/2012 às 0:56 O artigo de C.A. Sardenberg explica o descalabro da nossa maior estatal e demonstra como age ditatorialmente L.I.L.S. quando se trata de gastar o dinheiro que não é dele para se promover. Pelo que nos relata Sardenberg, Dona Graça Foster, técnica, e Dilma Housseff ministra, botaram a viola no saco e vestiram a camisa, calção, meias e chuteira, do governo Lula e dane-se a Petrobras e o Brasil seguindo a linha petralha, primeiro os desvarios de Lula para continuar popular. Agora Graça Fortes, que bom para o Brasil, resolveu usar a camisa de técnica por baixo da camisa da Dilma e essa sabendo que a situação já está preta e que o tempo de blindar seu antecessor já passou, afinal farinha pouca meu pirão primeiro, resolveu se calar, apenas balançando afirmativamente com a cabeça para Graça Foster, como se dissesse vai que é sua.

 Cajucy Cajuman - 30/06/2012 às 0:49 Ótimo artigo. Simples, objetivo e sem papas na língua. parabéns. jb amaral gurgel - 30/06/2012 às 0:45 Revelador e contundente o artigo do Sardemberg. Fecha o circulo. O chefe dos mensaleiros e do mensalão nao estará no banco dos reus, no Supremo.O que aconteceu na Petrobrás precisa de um inquérito de algum procurador da Italia ou da Espanha.Independente. Há uma plataforma no Rio com mais de mil petistas que não trabalham mas recebem da estatal. Todos terceirizados. Nem a CGU,TCU ou MPF conseguiram saber quantos terceirizados estão na Petrobrás. Os desmandos se espalham em volta da estatal, onde o braço da sra. Foster nao alcançou. A bandalha em estaleiros,plataformas e Transpetro envolve a cupula do PMDB.O rolo é maior do foi feito na Eletrobras e Furnas. O custo Lula é o custo Brasil.

 veiaco - 29/06/2012 às 23:39 Os investidores de Eike Batista que o digam. Sumiram, será que sabem de alguma coisa que não sabemos? Alguma estatização bem ao estilo Cristhina ou à la Chaves? Algum endurecimento político à la Che, sem perder la ternura, jamais?

 Renato - 29/06/2012 às 23:21 Taí pra todos verem. Lula é o maior enganador da história desse paíz. Quando era presidente parece que houve um lavagem cerebral de boa parte dos brasileiros. Do povo… Vá lá. Este é facilmente enganado, mas do empresariado é um verdadeiro absurdo!!!

 Adilton - 29/06/2012 às 23:21 E o patrimônio do apeDELTA, doutor em nada, pós-doutor em mentiras e família, aumentou quanto?

 LABOR - 29/06/2012 às 23:11 No âmbito social esse cara já custou muito, nas relações internacionais também. A economia não vai bem. O tempo nos trará surpresas nada agradáveis.

 Chico - 29/06/2012 às 23:03 Esse nunca me enganou. Deveria ser processado e preso por crime de lesa-pátria. 

mateus rio de janeiro - 29/06/2012 às 22:42 Uma COPA 2014 e OLIMPÍADAS 2016 para os contribuintes comunizados pelo PT pagarem, apesar da petralhada antes dos anúncios desses eventos no BRASIL terem afirmado que não haveria desvio de dinheiro público para financiar a COPA e a OLIMPÍADA. Dilmá não teve a humildade de reconhecer os erros e gasta dinheiro público sem controle em obras superfaturadas, humilhando aposentados e servidores públicos com congelamento das aposentadorias e salários, com a desculpa da crise na EUROPA para não respeitar os trabalhadores comunizados, porém gasta bilhões para receber e bajular os olhos azuis bancando o custo de eventos esportivos…

 João Filho - 29/06/2012 às 22:41 A Dillma já prevendo a demência psiquiátrica do Lulla, quer voo solo para a sua reeleição. indignada - 29/06/2012 às 22:15 O Lula conseguiu destruir o Brasil. Esse crápula é um demente e deve ser banido da vida pública. Lula está acabado junto com o Brasil. A Petrobrás foi privatizada pelos pelegos. Lula vivia dizendo que o PSDB queria privatizar a Petrobrás, o que seria melhor para o país, pior foi essa privatização do PT. Parece que o rei está nu e agora muitos que calaram quando esse crápula era presidente, hoje já começam a tecer opiniões contrárias, mostrando o quanto Lula foi nefasto para o Brasil. Dilma não é diferente de Lula, pois na época era o braço direito dele. Mas, antes tarde do que nunca, e é bom que esses jornalistas que estavam no armário começam a opinar verdadeiramente em favor do Brasil arrancando a máscara e mostrando as mentiras desse ser abjeto.

 João - 29/06/2012 às 22:04 E a nossa autossuficiência em petróleo? É também outra bravata?

 José Figueredo - 29/06/2012 às 19:53 Pois é,e a refinaria vai para os trinta bilhões e não fica pronta.El Chavito deu um nó cego e nós ficamos acarcando o chapéu.Com este dinheirão todo,dava para alugar um navio,ir buscar no oriente e abastecer todo o sul de gasolina por dez anos.

 tonhão - 29/06/2012 às 19:42 Se ufanar da Petrobras? A PIOR e a mais CARA gasolina do mundo. É isso que dá ter uma ex-favelada, um ex-torneiro mecânico e uma ex-guerrilheira dirigindo e metendo o bedelho na maior empresa brasileira.

 Zé Maria - 29/06/2012 às 19:29 Augusto, o caso é simplesmente de polícia! Eu mesmo tenho dito em toda parte onde posso e piso, no teu blog, no do Reinaldo. A passagem desse apedeuta pelo governo foi – continua sendo – um flagelo semelhante à de Átila pela Europa medieval. É caso gravíssimo que deveria ocupar o Ministério Público da União de modo a enquadrar esse facínora e sua cambada em crime de lesa pátria, de responsabidade. Trata-se de uma mega quadrilha que tomou de assalto o nosso País e conseguiu o notável feito de enquadrar-se em praticamente todos os artigos do Código Penal. No entanto, nada foi nem é feito e os facínoras estão aí soltos, livres, absolutamente confiantes na impunidade. Os estragos desses bárbaros estão por toda parte, restando pouca coisa ainda de pé. O Legislativo totalmrente anulado, submisso; o Judiciário, visivelmente de cócoras – que o digam os tourinhos e os ricardões de todas s instâncias; as outrora , atentas e ativas entidades representativas influentes, como OAB e ABI, jazem aí silentes, omissas, numa miopia muito conveniente…a situação está de vaca não reconhecer o bezerro. É assustador o desmando, o despautério, a irresponsabilidade. Sinceramente, não consigo vislumbrar uma luz no fim desse túnel.

 Santeófilo - 29/06/2012 às 19:25 Alguém pode pensar que eu sou um ressentido ou na melhor das hipóteses um sem noção. Porque digo isso? Simples: por mais que me esforce fica cada vez mais difícil ler com certo prazer e respeito esses artigos que vez ou outra aporta aqui no blog. Não!! Pelo amor de Deus o que acabei de dizer não tem nada a ver com a qualidade do texto. O artigo está bem escrito. Afinal o jornalista Sardenberg alem de competente é muitíssimo bem informado. Ocorre que isso que ele escreveu, para nós, pessoas bem informadas, não é nenhuma novidade, portanto é absolutamente inútil. Na verdade na verdade o que eu desejaria que o grande jornalista fizesse era aproveitar o tempo (2 horas) que ele dispõe diariamente na radio CBN para informar aos seus carentes ouvintes o que ele só tem coragem de dizer nos jornais. O Sardenberg é um jornalista íntegro e independente, grande Santeófilo. Gente assim é cada vez mais rara na imprensa. abração

 Luís Roberto SBO - 29/06/2012 às 18:47 Será q.ella tá querendo pular fora do barco????? …o barco que está à deriva nos últimos 10 anos….Se um ou uma pullar fora do barco o restante vem tudo atrás….háháhá….num barco q.está afundando qual bicho nojento que é 1º. à saltar fora???????

 Luís Roberto SBO - 29/06/2012 às 18:44 Nós q.pensamos, sabíamos de tudo isso. o des-governo do lulla palanqueiro foi a maior fraude do Mundo e q.está continuando com a neurônio-zero. Nunca, elles foram o meu presidente. O meu grande e enorme Presidente de um País chamado BRASIL, chama-se FHC, o resto(lulla/dilma)não passam de agentes fraudadores de dados e história.

 Nelson - 29/06/2012 às 18:39 Eu tenho a ligeira impressão que temos uma oposição “comprada”, pois as coisas estão acontecendo contra o nosso país e o que vemos é uma leniência daqueles políticos que deveriam liderar o “grito” contra as barbaridades todo dia anunciadas aos nossos olhos e ouvidos. O povo que raciocina está esperando uma reação, que seja forte, aos desmandos e incompetências jamais vistos em tempo nenhum no nosso país por este (des)governo que aí está. É muita incapacidade, muito comodismo, muita roubalheira. E a nossa esperança recai exatamente na Oposição. Vamos Oposição, grite! Seja a nossa voz! Reaja! Denuncie!

 Claudio Manoel - 29/06/2012 às 18:18 Meu caro Sardenberg, a verdadeira herança maldita, é a deixada por Lula…

 Silvio - 29/06/2012 às 17:41 Claro que sabiam. E aposto que deram apoio ao títere na época. É que agora a água subiu muito,como era de se esperar.A Petrobrás não tem dinheiro para o investimento no pré-sal, suas ações se desvalorizaram dramaticamente,a produção caiu e a importação de gasolina vem crescendo assustadoramente com forte impacto nas contas da estatal.O preço da gasolina vem sendo mantido artificialmente pelo governo, que não o quer aumentar para o consumidor com medo da inflação.Ocorre que a tábua salvadora da CIDE está no fim e o aumento para o consumidor virá logo. Dilma é tão responsável ( ou irresponsável ) como Lula. Humdia Elles Caem - 


29/06/2012 às 17:12 Lula é SADIM, o MIDAS invertido, todo ouro que toca, vira pudim 

 ana soriano - 29/06/2012 às 16:51 A Marta já rompeu. Falta falar. A Dilma se não tomar cuidado pode ser responsabilizada pela corrupção instituída. O Lula sempre foi ruim. Um irresponsável como estamos vendo pelo artigo. Mas o prejuízo é muito maior. As pessoas decentes estão desmotivadas. Esta semana quando foi aprovada a medida provisória 13/12, na qual foi embutido um artigo alheio à lei e que determinando o fim das concorrênias para as obras do PAC, vi com muita tristeza o abatimento do senador Álvaro Dias. É muito difícil tentar moralizar a política quando o maior dos custos Lula, que é o loteamento de nosso parlamento, está acabando com a ética e rifando o patrimônio da nação. O Renan Calheiro redator do projeto não teve argumentos para justificar a inclusão de emendas lesivas a nação. A oposição não pode fazer nada. Foram 46 votos contra 11. Está tudo dominado. O pior presidente que o Brasil já teve deveria ser responsabilizado por todas esses erros mencionados no artigo. A presidente Dilma é responsável por essa emenda. Estão zombando de todos nós: os que acompanham e os alienados.

 Razumikhin - 29/06/2012 às 16:20 Deixar um semianalfabeto (2 anos na escola); aprendiz de torneiro mecânico (mais 2 anos até perder o dedo e ser aposentado) e sindicalista (de porta de fábrica em dia de greve) definir o plano de investimentos de uma empresa do tamanho da Petrobrás dá nisso, ou melhor niço. Lula nunca mais.

 NENNO G. - 29/06/2012 às 15:54 Eu fico imaginando, como pode certos indivíduos, que nunca administraram um simples boteco, nunca venderam um copo de cachaça para alguem, de um dia para o ou- tro, passam a administrar o patrimonio público, que é de todos. Alguns, como o individuo em questão, não administra a propria casa, que segundos intímos da família, é feito pela mulher. Como é que estes des- preparados passam a manipular o bem público, ao seu bel-prazer e ninguem dos que o cercam, tenham a co- gem de corrigi-lo. A era lula, ficara na história do pais, como um tempo de desmando e ignorancia. Não é possivel, que ainda haja que não queira ver estas barbaridades e defenda a conduta do energúmeno.

 Alexandre Roncador - 29/06/2012 às 15:52 As eleições estão chegando, está mais do que na hora de refletir, e ele só continua dando tiro no próprio pé. Ainda tem muita podridão que virá a tona por aí e não vai demorar muito. Marcus Borelli - 29/06/2012 às 15:50 O brasileiros estão sendo enganados desde o dia 1 de Janeiro de 2003 quanto este apedeuta começou a fingir que governa alguma coisa. Ninguém governa só com saliva. É um mentiroso falastrão.

 Eduardo - 29/06/2012 às 15:27 Hoje ele levou mais uma tremenda botinada mesmo no lugar onde a Marta lhe havia dado um tiro no pé. O homem parece que vai escorregando para a lata de lixo da história mais rápido do que se imaginava mesmo!

 Antonio - 29/06/2012 às 15:17 O Brasil está acordando!!!!!!!

 Joao Jose Ribeiro Neto - 29/06/2012 às 14:59 Me espanta quando se publicam as mazelas de nossos governantes e as pessoas ficam com cara de Maria Arrependida, como se não fosse sabido que são”obras” que movimentam a corrupção e que fazem o dinheiro publico mudar para de mãos indo parar nas cuecas, malas, meias e sabe-se la onde mais não importando que estas obras nunca termimem pois enquanto durarem nossos bolsos é que vão esvasiando. O custo é Brasil mais quem paqa por ele somos nós os contribuintes. Acorda Brasil!!!

 Oliver - 29/06/2012 às 14:47 O CUSTO MULA Vamos combinar: que raio de democracia é esta que permite um celerado no poder por tantos anos sem a menor oposição ? Cadê o “corpo técnico” de nossas instituições ? Cadê as pessoas PAGAS COM O NOSSO DINHEIRO para dizer para este imbecil que as coisas tem que ser feitas de acordo com planejamento ? Que inveja do Paraguay, meus amigos. Uma a uma, as democracias dessa américa latrina vão se livrando dos seus populistas boquirrotos juntados num Foro de São Paulo, uma coisa estúpida parida por esquerdatozóides igualmente estúpidos, em busca de uma causa para lhes encher as cuecas de grana alheia. Mas a que preço ? O texto brilhante e oportuno de Sardenberg é a lápide do resultado de todos estes anos de falatório, pré-sais, etanóis, marolinhas, auto suficiências, democracia em excesso e mordidas na canela de um idiota que já mereceu ser impeachado sem dó nem piedade. Que sociedade abanando o rabinho emerge dessa sem cerimônia com o nosso dinheiro, de todas as claques políticas ? De todos os poderes ? Mancomunados com a causa do dinheiro fácil, sem dono, sangrando a nação com a esmola farta distribuída a fundo perdido pelo curral eleitoral mais desavergonhado que está banânia já pariu latindo. O custo do vigarista não é só dele; é o custo de um bando de vagabundos aboletados em cargos onde não trabalham, não merecem estar, estão lá por missão, não por vocação e agem como aviõezinhos da quadrilha, na porteira dos desvios de grana que atordoam os honestos que ainda nos restam. Minha única esperança é saber que ainda teremos uma país inteiro para reconstruir, depois que essa gangue for apeada do poder. O problema, no entanto, continua sendo o excesso da política nas áreas eminentemente técnicas. Políticos aparentemente bons administradores se convencem de soluções picaretas, cuja única intenção é causar polêmica e alavancar reputações pelo lado torto da administração séria e honesta de nossas instituições. Vão derrubando tabuletas, exterminando sacolinhas plásticas, criando controlares e regorgitando asfalto pelas vias públicas, para ficarmos eternamente dependentes de milhares de engenheirinhos e tecnocratas encostados nas tetonas públicas, mamando fácil em nossos bolsos combalidos. Mérito, meus amigos. Onde está o mérito ? O capitalismo, ao menos, enriquece quem trabalha. Já este socialismo chinfrim, capitalista do capital alheio e adminstrador da conversa mole e do trabalho pouco, vai se instalando placidamente em nosso berço esplêndido, dividindo um bolo que nem assado foi. Estão fugindo com a farinha !!!

 glaucia dias - 29/06/2012 às 14:37 É uma pena que esperam tamanho prejuízo para poder mudar a rota, devido ao popululismo.

 antonio - 29/06/2012 às 14:22 Lula, deveria ir para a Cadeia, pois isto se chama irresponsabilidade fiscal, e apropriacao indebita.LULA CANALHA.

 Luiz - 29/06/2012 às 14:21 A quem esse Lobão quer enganar HEIN? Os acionistas ou ao povão que vota no apeDELTA? Vão dar uma tremenda prensa na Graça Forte e obrigar ela aparecer em cadeia nacional afirmando que não e nada disso e que ela e uma mentirosa desde pequenina nééé. O PT e isso ai… Se vacilar a VALE também vai pro brejo. Por Mônica Bergamo – A DIRCEUSISTA JURAMENTADA Lobão diz que declarações da presidente da Petrobrás não foram entendidas. http://bandnewsfm.band.com.br/Colunista.aspx?COD=82&Tipo=Poder,%20cotidiano,%20moda%20e%20celebridades

 Kenia - 29/06/2012 às 14:09 Agusto, um dos melhores textos que já li no sei blog foi um que comparava JK a Lula. Você já escreveu algum que compara Lula e FHC? Estou farta de ouvir de gente ignorante com tendencias esquerdoides mal resolvidas dizer que Lula fez muito pelos pobres (populismo barato) enquanto sabemos que só colheu os frutos do plano Real. Abraços Cara Kenia, há inúmeros posts que comparam Lula a FHC, entre eles, este é ótimo: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/fhc-merece-adversarios-menos-bocais-e-aliados-mais-corajosos/. Um abraço, Júlia Rodrigues.

 Antonio Carlos Roos - 29/06/2012 às 13:45 Lulla !! A maior enganação de todos os tempos!!

 MarceloF - 29/06/2012 às 13:05 Vai ver a bichinha palanqueira está dando um aviso para o chefe intrometido. Não dá em nada. O povão não quer nem saber o que é déficit orçamentário, lucros cessantes ou coisa que o valha. Os acionistas minoritários deveriam processar a Petrobras pelos desmandos da gestão anterior, incluindo a responsabilidade dos seus ex-diretores. Aliás o BNDES só não bancou a PDVSA pq. esta não apresentou as garantias solicitadas. Sds., de MarceloF.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Argentina: caes farejadores de dolares e inconsciencia do desastre...

Que as autoridades econômicas, policiais, e sobretudo fiscais, precisem treinar cachorros farejadores de dólares nas fronteiras do país, para evitar fuga de capitais, é um sinal significativamente poderoso para indicar o estado da confiança da população na política econômico do governo, e o desespero para escapar da moeda nacional.
Quando falta confiança na própria moeda, é sinal de que o futuro não é brilhante para o pais em questão.
Talvez as autoridades brasileiras venham um dia requisitar, no quadro dos acordos de cooperação bilateral ou no âmbito do Mercosul, esses tais cães farejadores de dólares, mas o problema agora é o excesso de dólares, não sua escassez. Por isso mesmo o governo está controlando a entrada, não a saída de dólares.
Ironias do destino econômico na América Latina...
Paulo Roberto de Almeida


Move on Oil Company Draws Praise in Argentina, Where Growth Continues




But for many Argentines, the nationalization does not go far enough.
“They should expropriate 100 percent, not just a part of it,” said Fernando Solanas, a congressman and filmmaker who belongs to an opposition party. “Oil is a public interest.”
In seizing control of YPF, Mrs. Kirchner has adroitly shifted attention away from her country’s soaring inflationcapital flight and her own falling approval ratings, focusing instead on a longstanding subject of resentment here: the market-oriented policies of the 1990s, which preceded a severe economic crisis at the start of the last decade.
The nationalization has been so warmly received here that Argentina’s Senate voted 63 to 3 early Thursday to take control of YPF, the country’s leading energy company, during a lengthy special session in which most senators used their allotted time to laud Mrs. Kirchner’s initiative. Some members of the political opposition from oil and gas-producing provinces came close to tears expressing gratitude for the measure. The expropriation bill will be taken up on May 3 by Argentina’s lower house of Congress, where it is also expected to pass by a large margin.
Even Carlos Menem, the former president who oversaw the start of YPF’s privatization in 1992, now supports the takeover. “The scenario has changed,” said Mr. Menem, now a senator.
To critics here and abroad, the nationalization — and the readiness of many Argentines to invite a clash with Spain, one of their nation’s largest trading partners — is the kind of step that has made Argentina seem like a “truant of economic management,” in the words of Walter Molano, an American financial expert.
Indeed, some here contend that Argentina has gone to the dogs, literally. So many nervous citizens have taken their money out of the country that Argentina’s tax agency now uses Labrador retrievers trained to detect the ink used to print dollar bills in an effort to stanch capital flight at the airports, ferry terminal and bus terminal in Buenos Aires.
“It’s a marvel to watch them,” Ariel Viola, a tax agent at the Buquebus terminal, where ferries travel to Uruguay, said of the dogs. “They’re incredibly effective. They’ve smelled out millions of dollars travelers were attempting to smuggle.”
Capital flight accelerated to $22 billion in 2011 as fears spread over soaring inflation. Unofficial measures suggest that annual inflation is between 20 percent and 25 percent. But the authorities have fined researchers for disseminating such figures, and the official estimate stands at 9.8 percent.
Dollar-sniffing dogs and fines for publishing statistics might point to an economy in crisis. But Argentina’s is growing robustly, albeit at a slower pace than in recent years. A decade-long recovery has given Mrs. Kirchner broad support to pursue nationalist policies that sometimes perplex — and enrage — foreign banks, companies and governments, not to mention some Argentines who view her moves as a return to the protectionism that long hobbled the economy.
Riding an export boom for commodities like soybeans, Argentina’s economy grew at an average rate of 7.7 percent from 2004 to 2010, almost twice the average annual growth of 4.3 percent in Chile, a country often cited as a model for economic policies, over the same period.
Some controversy also swirls over the way Argentina officially measures economic growth, which the government said reached 9.2 percent in 2011. But even the I.M.F. sees Argentina growing 4.2 percent this year, a rate outstripping the 3 percent growth foreseen for Brazil, the region’s economic powerhouse.
Argentina’s postcollapse boom underscores the shifting fortunes on both sides of the Atlantic.Thousands of young Spanish emigrants have recently made their way to Buenos Aires; in the hipster restaurants of the city’s Palermo district, Spanish accents are heard among the wait staff and bartenders.
After Mrs. Kirchner was elected in 2007, succeeding her husband, Néstor Kirchner, as president, she increased social spending on programs like the “universal allocation per child,” which provides poor families with monthly cash stipends.
These programs, along with other antipoverty initiatives, reduced inequality, helping Mrs. Kirchner cruise to re-election in 2011. At the same time, the buying power of Argentines soared as incomes climbed and the government maintained controls on energy prices.
Meanwhile, YPF and other oil companies, wary of investing in a country where low energy prices curb profitability, limited spending that could have lifted energy production. The result: Argentina went from being an energy exporter to importing fuel from countries as far away as Qatar.
This reliance on foreign energy sources grew acute in the past year. The authorities now struggle with a $3 billion energy deficit to meet domestic demand for oil and natural gas, according to Esteban Fernández Medrano, an independent economist.
In addition to giving the government more control over Argentina’s energy industry, seizing YPF from Repsol also allows Mrs. Kirchner to tap into lingering bitterness over the policies that allowed many state companies to be sold more than a decade ago to private investors.
This sentiment, described as “anti-noventista” (roughly “anti-1990s”), is symbolized by the rise of La Cámpora, a nationalist youth organization led by Mrs. Kirchner’s 34-year-old son, Máximo. Members of La Cámpora now hold supervisory or senior management positions in nationalized companies like YPF and the state airline.
But the nation is also sharply divided politically, as symbolized by Mrs. Kirchner’s clashes with two leading newspapers, Clarín and La Nación, and her strengthening of an array of pro-government media organizations. Some here question whether the nationalizations, which have already encompassed seven companies in the two Kirchner administrations, will stop at YPF.
One company in Mrs. Kirchner’s cross hairs is Papel Prensa, Argentina’s only newsprint manufacturer. A new law calling newsprint a “commodity of public interest” allows the government to increase its stake in Papel Prensa, potentially taking control of the company away from Clarín and La Nación.
“We’re extremely concerned by the government’s maneuvering on this issue,” said Eduardo Lomanto, La Nación’s director. “It fits within a systematic plan for the domination of the media.”
Broadly popular social policies, like keeping energy prices low, have pleased Mrs. Kirchner’s constituents. But they come with costs, as reflected in Argentina’s yawning energy imports and the nationalization of YPF.
Galloping inflation is yet another cost, and price increases are absorbed largely by people without the means to try slipping packages of dollars past the dogs at the ferry terminal.
Ramona González, 43, a maid who lives in Florencio Varela, a city on the southern outskirts of Buenos Aires, said she was well aware of the state takeover of YPF. “What is Argentine should be Argentine.”
But she has other concerns. “Inflation is what is worrying me the most, not YPF,” she said.
Charles Newbery and Emily Schmall contributed reporting.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cuba: uma economia a beira do colapso (sem ajuda externa...)

Quem diz isso não sou eu, mas um economista cubano, vivendo em Cuba, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Havana, ex-funcionário do Banco Central -- não é mencionado porque saiu, já que se imagina que trabalhar no BC cubano deva ser algo mais próximo do objeto mais valorizado atualmente em Cuba, do que simplesmente ser professor universitário, com salário menor, provavelmente, do que um taxista -- e ele confirma o que já se sabia: sem os soviéticos, e sua generosa ajuda, a economia cubana entrou em colapso; aí, providencialmente, apareceu Chávez, o anjo enviado dos céus (com perdão dos crentes); ou seja, se Chávez desaparece, a economia cubana, que já está virtualmente em colapso, entrará definitivamente em colapso.
Bela obra esse socialismo de 50 anos, que ainda pretende continuar sob uma forma atenuada durante mais alguns anos, tentando entrar no capitalismo à la China ou Vietnã, ou seja, preservando o monopólio do Partido Comunista e toda a autocracia que vem junto.
O próprio economista confirma que se teria de fazer uma desvalorização cambial ainda maior, ou seja, deixar o povo cubano ainda mais pobre do que já é.
Será que é por isso que os companheiros estão tentando ajudar seus companheiros cubanos?
Certamente, mas eles poderiam pelo menos reconhecer o fracasso completo da experiência cubana, e renegar não só o modelo econômico como a ditadura que o sustenta.
Paulo Roberto de Almeida 



Entrevista da 2ª: Pavel Alejandro Vidal
Saída de Hugo Chávez provocaria um choque tremendo em Cuba
Economista diz que, sem a Venezuela, havana perde óleo barato e divisas com médicos, que rendem mais que turismo
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Folha de S.Paulo, 2/04/2012  – pág. A18

Sem Hugo Chávez na Venezuela, Cuba mergulharia em uma crise social e política difícil de superar. Viveria um choque tremendo -mais um, duas décadas após perder sua aliada carnal URSS.
O vaticínio -quando o discípulo de Fidel Castro se trata de um câncer e enfrenta eleições em outubro- pode ser repetido por muitos analistas, mas, na boca de Pavel Alejandro Vidal, economista da Universidade de Havana, ele se traduz em números.
O impacto do fim da cooperação com a Venezuela seria duplo. Por um lado, Havana perderia facilidades financeiras para comprar petróleo, que representou metade das importações da ilha em 2010.
Mas há mais que petróleo em jogo: os mais de 30 mil profissionais de saúde trabalhando nos programas sociais de Chávez na Venezuela rendem para Havana ao menos duas vezes mais que o turismo na ilha.
Ao menos US$ 6 bilhões, estima Vidal, ante US$ 2 bilhões de divisas provenientes dos turistas em 2010. Pelos acordos assinados há dez anos, Chávez paga um salário aos médicos cubanos em seu país e outra parte diretamente ao Estado cubano.
"É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo [ausência da cooperação com a Venezuela], dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários."
O economista de 36 anos, até 2006 funcionário do Banco Central de Cuba, faz parte do Centro de Estudos de Economia Cubana da Universidade de Havana, o mais importante do país e com considerável produção a respeito das reformas em curso.
Ele divulgará nas próximas semanas o resultado de sua mais recente pesquisa: um estudo sobre as reformas no Vietnã e o que da experiência pode ser aplicado em Cuba.
Leia trechos da entrevista.

Folha - O que o sr. encontrou nas reformas no Vietnã que pode ser útil para Cuba?
Pavel Alejandro Vidal - Fomos buscar no Vietnã qual foi a velocidade das reformas. Nos final dos anos 80, o país aplicou uma desvalorização da taxa de câmbio de dez vezes -Cuba, provavelmente, vai ter que desvalorizar mais do que isso. Lá houve reformas em duas velocidades. Apesar disso, embora as reformas nesse ponto monetário tenham sido um choque muito parecido ao que aconteceu no leste da Europa, os resultados foram distintos.
No Vietnã, foi um sucesso, e lá foi um desastre. Por que a diferença de resultados?
Tem a ver, especificamente no tema monetário, com a estrutura das economias.
No Leste Europeu, eram grandes empresas estatais, indústrias. Esse tipo de economia costuma reagir muito mal a um choque monetário. São empresas em que há muita burocracia, muita inércia e pouca flexibilidade.
Já no Vietnã, a economia estava baseada em empresas familiares, na agricultura, em pequenos negócios. A economia respondeu muito bem a desvalorização da moeda, acompanhada de um processo de liberalização.
Cuba tem um tipo de economia muito mais parecido com o do Leste Europeu que com o do Vietnã e, portanto, não poderia aplicar um choque monetário. Existe um modelo de fazer a desvalorização gradualmente, mas a questão é saber se Cuba, especialmente os líderes da revolução, tem esse tempo.
Essa é uma das contradições e por isso o tema da velocidade é tão importante.
O melhor seria uma reforma gradual, mas não há tempo para isso. Se Cuba tivesse começado a reforma ao mesmo tempo que o Vietnã, poderia ser aplicada a gradualidade, mas agora não.
A recomendação que faremos ao governo, à luz dessa experiência, é fazer as reformas em duas velocidades. Acelerar muito mais as mudanças em vários setores como a agricultura.
A abertura, a liberalização deveria ser muito mais rápida, com acesso à importação, acesso a capital externo, maior flexibilidade de comercialização. E passar de pequenas empresas para pequenas e médias.
Mas nas diretrizes há barreiras a empresas maiores, se prega contra a concentração de riquezas...
Vão ter de permitir pequenas e médias empresas porque em Cuba o principal ativo para enfrentar com otimismo o futuro econômico é o capital humano. Não se tira muito proveito do capital humano na microempresa. Para isso, é preciso empresas de maior tamanho, que utilizem conhecimento, tecnologia.
Esse é o nosso diferencial positivo ao Vietnã. Aqui o capital humano tem mais possibilidades. Foi nisso que o país investiu nos últimos 40 anos. E agora o que é necessário é uma política econômica que use isso eficientemente.
O que impede que as reformas sejam aceleradas? Falta consenso no governo?
Reformas precisam de consenso, de apoio popular. O interessante é que a falta de consenso não é só no governo, é também na população. Estamos há 50 anos num modelo econômico, isolados de tudo, dos meios de comunicação.
Há um consenso de que é preciso mudar, mas não sobre para onde ir. As novas gerações estão mais preparadas para as mudanças, claro.
Não sou sociólogo, mas tenho a ideia de que parte dos cubanos tem como ideal os anos 80. Querem que as mudanças nos levem para o sistema de subsídios que vigorava na época soviética. Uma economia socialista especializada, com mais recursos. Mas isso não é replicável.
E o governo, o que busca como ideal? Uma economia "socialista de mercado", como China, Vietnã?
O modelo está sendo buscado de forma pragmática, mas não há uma crítica profunda ao modelo soviético. O modelo econômico cubano ainda depende muito dele, e isso dificulta pensar em um novo. Essa é uma das debilidades: parte do sistema de direção macroeconômico está baseada na noção de uma economia planificada. E não vejo com clareza que queiram mudar isso. Está se tentando mesmo aperfeiçoar.
Isso pode ser o pior equívoco das reformas: tentar aperfeiçoar o esquema de planificação centralizado que nunca funcionou.
Vamos adivinhando o novo modelo, por meio do que vai acontecendo na política. Nem eles mesmos sabem para onde vai. O período das diretrizes é o ano de 2015, mas 2015 está aí.
O sr. diz que a idade dos dirigentes cubanos é uma pressão para que acelerem as reformas. Mas há também o fator Chávez. Ele está doente e há eleições na Venezuela em outubro. Como fica Havana sem Caracas?
A dependência não chega a ser igual a que havia com a URSS. Cuba tem comércio e investimento mais diversificados agora, mas uma mudança de situação na Venezuela que tivesse impacto nos acordos com Cuba provocaria uma crise que seria política e socialmente muito difícil de superar. Um choque tremendo.
É muito difícil imaginar como lidar com uma crise desse tipo, dado o cansaço social que há, os baixos níveis de salários.
Não há reservas para enfrentar uma crise dessa magnitude. Os acordos de médicos respondem por três vezes do que entra por conta do turismo. Estima-se que seja mais de US$ 6 bilhões.
Seria um choque duplo, então, por causa do petróleo...
Sim, teria os dois impactos. Cuba deixaria de ganhar por serviços médicos e teria de pagar mais por importações de petróleo sem facilidades financeiras existentes.
Há nervosismo no governo?
Há quem diga que quem quer que substitua Chávez não vai poder romper completamente os acordos, que a Venezuela também teria uma dependência de Cuba, o que matizaria um pouco as coisas. Mas o fato é que sem isso seria muitíssimo mais complicado. O cenário das reformas considera que Chávez continua e que não se descubra petróleo. Talvez uma coisa compense a outra.
Uma das variáveis para a velocidade das reformas é manter um ritmo que não comprometa o sistema político. O sr. concorda?
Sim, para manter a estabilidade é necessário priorizar a economia. Não obstante, as mudanças econômicas implicam mudanças políticas. Em 2015, como se diz nas diretrizes, espera-se que 30% ou 40% da população esteja empregada no setor não estatal. Isso implica uma mudança política importante. Será uma parte importante da população com uma relação com o governo de muito mais autonomia e independência, então a política terá de ser manejada de forma diferente.
Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/no1070062