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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 14 de março de 2021

Entrada e fuga de capitais do Brasil - Ricardo Bergamini, Eudes Lima (ISTOÉ)

 Se me perguntassem sobre o nível do debate econômico no país, eu diria que é uma razoável aproximação do Q.I. das amebas (Roberto Campos).

 

Prezados Senhores

 

De 1995 até 2002 (FHC) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 22,2 bilhões; de 2003 até 2010 (Lula) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 210,5 bilhões; de 2011 até 2018 (Dilma/Temer) o Brasil gerou uma entrada líquida (captação) de US$ 65,7 bilhões; de 2019 até janeiro de 2021 (Bolsonaro) o Brasil gerou uma saída líquida (fuga) de US$ 69,8 bilhões. 

 

Os brasileiros terão que aprender, de uma vez por todas, que os discursos internos que empolgam os seus súditos (não são eleitores), não servem para o público externo, por isso o mundo está assustado com o Brasil. 

 

Cabe lembrar que essas informações macroeconômicas divulgadas pelo governo são destinadas ao público externo, não para o público interno, que não tem nenhum interesse no assunto.

 

Em 2019, sem pandemia, já havia ocorrido uma fuga de US$ 44,7 bilhões. 

 

Qual grupo econômico racional iria aguardar o destino do Brasil, que será travado entre dois sindicalistas primatas (Bolsonaro e Lula)? Somente ficarão no Brasil os especuladores.

 

Estamos num país de imbecis, onde alguns falsos liberais, que estão na folha de pagamento do SECOM do Bolsonaro, pregam a ditadura militar como solução. O capital estrangeiro se pirulita.


Ricardo Bergamini

 

A fuga das multinacionais

 

Empresas estrangeiras fogem dos riscos da economia brasileira e migram para outros mercados. A instabilidade política e jurídica soma-se ao “Custo Brasil”, cada dia mais alto por conta das medidas erráticas do governo e da falta de reformas estruturantes

  

Eudes Lima

ISTOÉ, 12/03/21

 

 Empresa japonesa anuncia fechamento da sua fábrica na Zona Franca de Manaus: 300 empregos cortados 


“As marcas se reposicionam conforme as suas necessidades. Ninguém quer ficar no Brasil, um País cheio de incertezas” Vladimir Maciel, professor de economia

 

Há uma onda de empresas estrangeiras que fogem do Brasil. Depois de 48 anos a Sony anunciou o fechamento da indústria na Zona Franca de Manaus, com o fim de 300 empregos diretos. Mais a crise envolvendo companhias de capital internacional no País não se limita à fabricante japonesa. A indústria automobilística talvez seja a que mais falta fará à economia nacional: Ford, Audi e Mercedes estão deixando o País em busca de novos mercados. O grupo suíço do ramo farmacêutico Roche já havia comunicado, em 2019, que entre quatro ou cinco anos deixará o Brasil. Tantas outras empresas seguem o mesmo caminho e também já saíram, como é o caso da Nike, Fnac, Walmart, Nikon, Brasil Kirin, Häagen-dazs, Glovo, RR Donnelley, Lush Cosméticos, Kiehl’s e Eli Lilly. É um verdadeiro êxodo. O economista da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vladimir Maciel, diz que a desindustrialização no Brasil corre de forma acelerada, sobretudo depois da pandemia que agilizou mudanças nos processos de produção e consumo. “As marcas se reposicionam conforme as suas necessidades. O problema está na relação entre saídas e entradas. Ninguém quer ficar no Brasil, um País cheio de incertezas”, explica.

 

 



 

Motivos para investir aqui são menores dos que para sair. Os empresários reclamam dos altos custos de produção, especialmente quanto à elevada carga tributária e ausência de reformas que reduzam o “Custo Brasil”. A falta da Reforma Tributária e a Administrativa deixam o País em permanente crise fiscal, o que cria grande instabilidade econômica. Apenas em 2020, 5.500 indústrias fecharam as portas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Também há a insegurança jurídica causada com a novela da operação Lava Jato como um dos fatores que afasta o investidor externo.

 

“Bolsonaro deixou claro não se importar com seus principais parceiros internacionais, nem com as consequências de uma pandemia global” Gustavo Braga, economista

 

A década perdida de 1980 está sendo revivida de acordo com economistas e é como se o Brasil não tivesse avançado nada em 10 anos. A instável política econômica do ministro Paulo Guedes e a insensibilidade do presidente da República, que ignora a necessidade de crescimento, consolida a descrença no País. Para o economista Gustavo Braga, “o presidente da República deixou claro não se importar com seus principais parceiros internacionais, nem com as consequências econômicas de uma pandemia global”, afirmou.

 

Muitas das empresas que estão deixando o País o fazem por total desinteresse no mercado com consumidores de renda mais baixa, preferindo países com desenvolvimento mais acelerado. A Roche programou sua saída a partir de 2023. Patrick Eckert, presidente da Roche Farma Brasil, diz que “a estratégia global da empresa para o segmento de medicamentos sintéticos é concentrar os esforços em produtos inovadores de alta complexidade e baixo volume de produção”. Multinacionais avaliam a situação econômica de longo prazo, e de nada adianta colocar a culpa na Covid-19. O mercado nacional está muito atrás dos países emergentes. Prova disso é que não figura mais entre as 10 principais economias mundiais. O PIB caiu 4,1% em 2020 e o levantamento da Austin Rating – agência de classificação de risco – de 9ª economia em 2019, o Brasil irá para 14º lugar em 2021. A queda é temerária. Em 2015 e 2016, o PIB já havia caído 3,5% e 3,3%, respectivamente. Não há nada que aponte para uma recuperação maior no curto e médio prazo.

 

O achatamento da classe média e o empobrecimento da nação acentua a fuga de empresas. O economista Vladimir Maciel lembra que marcas de luxo perdem a cada dia o sentido de continuar produzindo em um País que reduz a massa de compradores de produtos com grande valor agregado. Os carros de luxo são os melhores exemplos. “A multinacional prefere ir para onde tem consumidor com alto poder de compra, sem desemprego e com poder aquisitivo em elevado”, diz Maciel.

 

O incentivo ao empreendimento de novas indústrias também é um obstáculo. A burocracia não estimula a produção. Nada há planejado por uma política de industrialização mínima. Exceção feita ao agronegócio, que caminha com as próprias pernas, a produção interna não tem nenhum norte institucional a seguir. O isolamento internacional, seja nas questões de acordos multilaterais, seja na imagem nas políticas voltadas para o meio ambiente, saúde e educação são fatores que pesam negativamente na atração de novos investimentos. O melhor cenário de retomada após a pandemia não anima para que empresas de todo o mundo voltem a olhar com algum apreço e respeito ao País. O encanto acabou.

 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Brasil: Fuga de capitais? - InfoLatam

Brasil divisas

Brasil registra en 2013 la mayor fuga de dólares desde 2002

Infolatam/Efe
Río de Janeiro, 8 de enero de 2014

Las claves
  • Marzo, abril, mayo y noviembre fueron los únicos meses que registraron números positivos durante el año, que cerró con un déficit de 8.780 millones de dólares en diciembre.
Brasil registró en 2013 un flujo cambiario negativo de 12.261 millones de dólares, la mayor fuga de la divisa estadounidense desde 2002, según divulgó el Banco Central.
La cifra contrasta con los 16.753 millones de dólares a favor con los que el país suramericano terminó el año de 2012.
Marzo, abril, mayo y noviembre fueron los únicos meses que registraron números positivos durante el año, que cerró con un déficit de 8.780 millones de dólares en diciembre.
El resultado del año fue acentuado por el déficit de la cuenta financiera, que incluye la inversión extranjera y la participación en mercados de capital, con un saldo negativo de 23.396 millones de dólares.
La cuenta corriente, referente a exportaciones e importaciones, se saldó con 11.136 millones de dólares a favor.
En diciembre, la cuenta financiera presentó un déficit de 6.898 millones de dólares y la comercial un saldo negativo de 1.881 millones para el mes.
La fuga de dólares obedeció en gran parte a la depreciación acumulada en 2013, del 15,49 %, del real frente al “billete verde”, que cerró el año negociado a 2,355 reales para la compra y 2,357 reales para la venta en el tipo de cambio comercial.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Argentina: caes farejadores de dolares e inconsciencia do desastre...

Que as autoridades econômicas, policiais, e sobretudo fiscais, precisem treinar cachorros farejadores de dólares nas fronteiras do país, para evitar fuga de capitais, é um sinal significativamente poderoso para indicar o estado da confiança da população na política econômico do governo, e o desespero para escapar da moeda nacional.
Quando falta confiança na própria moeda, é sinal de que o futuro não é brilhante para o pais em questão.
Talvez as autoridades brasileiras venham um dia requisitar, no quadro dos acordos de cooperação bilateral ou no âmbito do Mercosul, esses tais cães farejadores de dólares, mas o problema agora é o excesso de dólares, não sua escassez. Por isso mesmo o governo está controlando a entrada, não a saída de dólares.
Ironias do destino econômico na América Latina...
Paulo Roberto de Almeida


Move on Oil Company Draws Praise in Argentina, Where Growth Continues




But for many Argentines, the nationalization does not go far enough.
“They should expropriate 100 percent, not just a part of it,” said Fernando Solanas, a congressman and filmmaker who belongs to an opposition party. “Oil is a public interest.”
In seizing control of YPF, Mrs. Kirchner has adroitly shifted attention away from her country’s soaring inflationcapital flight and her own falling approval ratings, focusing instead on a longstanding subject of resentment here: the market-oriented policies of the 1990s, which preceded a severe economic crisis at the start of the last decade.
The nationalization has been so warmly received here that Argentina’s Senate voted 63 to 3 early Thursday to take control of YPF, the country’s leading energy company, during a lengthy special session in which most senators used their allotted time to laud Mrs. Kirchner’s initiative. Some members of the political opposition from oil and gas-producing provinces came close to tears expressing gratitude for the measure. The expropriation bill will be taken up on May 3 by Argentina’s lower house of Congress, where it is also expected to pass by a large margin.
Even Carlos Menem, the former president who oversaw the start of YPF’s privatization in 1992, now supports the takeover. “The scenario has changed,” said Mr. Menem, now a senator.
To critics here and abroad, the nationalization — and the readiness of many Argentines to invite a clash with Spain, one of their nation’s largest trading partners — is the kind of step that has made Argentina seem like a “truant of economic management,” in the words of Walter Molano, an American financial expert.
Indeed, some here contend that Argentina has gone to the dogs, literally. So many nervous citizens have taken their money out of the country that Argentina’s tax agency now uses Labrador retrievers trained to detect the ink used to print dollar bills in an effort to stanch capital flight at the airports, ferry terminal and bus terminal in Buenos Aires.
“It’s a marvel to watch them,” Ariel Viola, a tax agent at the Buquebus terminal, where ferries travel to Uruguay, said of the dogs. “They’re incredibly effective. They’ve smelled out millions of dollars travelers were attempting to smuggle.”
Capital flight accelerated to $22 billion in 2011 as fears spread over soaring inflation. Unofficial measures suggest that annual inflation is between 20 percent and 25 percent. But the authorities have fined researchers for disseminating such figures, and the official estimate stands at 9.8 percent.
Dollar-sniffing dogs and fines for publishing statistics might point to an economy in crisis. But Argentina’s is growing robustly, albeit at a slower pace than in recent years. A decade-long recovery has given Mrs. Kirchner broad support to pursue nationalist policies that sometimes perplex — and enrage — foreign banks, companies and governments, not to mention some Argentines who view her moves as a return to the protectionism that long hobbled the economy.
Riding an export boom for commodities like soybeans, Argentina’s economy grew at an average rate of 7.7 percent from 2004 to 2010, almost twice the average annual growth of 4.3 percent in Chile, a country often cited as a model for economic policies, over the same period.
Some controversy also swirls over the way Argentina officially measures economic growth, which the government said reached 9.2 percent in 2011. But even the I.M.F. sees Argentina growing 4.2 percent this year, a rate outstripping the 3 percent growth foreseen for Brazil, the region’s economic powerhouse.
Argentina’s postcollapse boom underscores the shifting fortunes on both sides of the Atlantic.Thousands of young Spanish emigrants have recently made their way to Buenos Aires; in the hipster restaurants of the city’s Palermo district, Spanish accents are heard among the wait staff and bartenders.
After Mrs. Kirchner was elected in 2007, succeeding her husband, Néstor Kirchner, as president, she increased social spending on programs like the “universal allocation per child,” which provides poor families with monthly cash stipends.
These programs, along with other antipoverty initiatives, reduced inequality, helping Mrs. Kirchner cruise to re-election in 2011. At the same time, the buying power of Argentines soared as incomes climbed and the government maintained controls on energy prices.
Meanwhile, YPF and other oil companies, wary of investing in a country where low energy prices curb profitability, limited spending that could have lifted energy production. The result: Argentina went from being an energy exporter to importing fuel from countries as far away as Qatar.
This reliance on foreign energy sources grew acute in the past year. The authorities now struggle with a $3 billion energy deficit to meet domestic demand for oil and natural gas, according to Esteban Fernández Medrano, an independent economist.
In addition to giving the government more control over Argentina’s energy industry, seizing YPF from Repsol also allows Mrs. Kirchner to tap into lingering bitterness over the policies that allowed many state companies to be sold more than a decade ago to private investors.
This sentiment, described as “anti-noventista” (roughly “anti-1990s”), is symbolized by the rise of La Cámpora, a nationalist youth organization led by Mrs. Kirchner’s 34-year-old son, Máximo. Members of La Cámpora now hold supervisory or senior management positions in nationalized companies like YPF and the state airline.
But the nation is also sharply divided politically, as symbolized by Mrs. Kirchner’s clashes with two leading newspapers, Clarín and La Nación, and her strengthening of an array of pro-government media organizations. Some here question whether the nationalizations, which have already encompassed seven companies in the two Kirchner administrations, will stop at YPF.
One company in Mrs. Kirchner’s cross hairs is Papel Prensa, Argentina’s only newsprint manufacturer. A new law calling newsprint a “commodity of public interest” allows the government to increase its stake in Papel Prensa, potentially taking control of the company away from Clarín and La Nación.
“We’re extremely concerned by the government’s maneuvering on this issue,” said Eduardo Lomanto, La Nación’s director. “It fits within a systematic plan for the domination of the media.”
Broadly popular social policies, like keeping energy prices low, have pleased Mrs. Kirchner’s constituents. But they come with costs, as reflected in Argentina’s yawning energy imports and the nationalization of YPF.
Galloping inflation is yet another cost, and price increases are absorbed largely by people without the means to try slipping packages of dollars past the dogs at the ferry terminal.
Ramona González, 43, a maid who lives in Florencio Varela, a city on the southern outskirts of Buenos Aires, said she was well aware of the state takeover of YPF. “What is Argentine should be Argentine.”
But she has other concerns. “Inflation is what is worrying me the most, not YPF,” she said.
Charles Newbery and Emily Schmall contributed reporting.