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sexta-feira, 2 de março de 2018

Trump e sua guerra comercial: os primeiros prejudicados são os EUA - RFI

A Radio France Internationale me telefonou esta manhã para pedir comentários sobre as medidas de Mister Trump. Falei muito, mas a jornalista retirou algumas citações apenas, e fez uma matéria equilibrada com diversas outras entrevistas.
Mister Trump vai terminar afundando os EUA.
Gostaria de saber se os trumpistas brasileiros, supostamente "liberais" (será?), o apoiam nessa medida claramente estúpida...
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, 2/03/2018

Medida protecionista de Trump terá efeito cascata no comércio internacional


Azevêdo disse estar “claramente preocupado” com os projetos do presidente americano. O Canadá, maior exportador de aço para os EUA, está furioso: os dois países estão ligados por um acordo de livre comércio que proíbe esse tipo de medida protecionista, o Nafta, do qual também também faz parte o México. O Brasil, segundo maior exportador, com 13% do valor total comprado pelos americanos, indicou que não descarta adotar “ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses”. A União Europeia, por sua vez, indicou que se caso Trump confirmar a medida, poderá impor tarifas de salvaguarda do setor no bloco, impondo as próprias barreiras. 
“Haveria uma derrogação dos Estados Unidos a acordos internacionais, sem contar as reclamações na OMC. O Brasil e provavelmente outros países vão entrar com queixa, e os parceiros nos acordos vão querer saber o que vai acontecer com eles”, afirma o diplomata Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (Ipri), do Itamaraty, e professor de economia política do Uniceub (Centro Universitário de Brasília). “Além disso, pode haver retaliações imediatas. A China, por exemplo, é uma grande importadora de produtos agrícolas americanos. Talvez agora a China queira comprar muito mais soja brasileira do que dos Estados Unidos”, observa. 
OMC em situação delicada
Para aplicar a medida, que promete adotar na semana que vem, Trump alega questões de segurança nacional. Na sua visão, a parcela de importações colocaria não só em risco os empregos do setor nos Estados Unidos, como atende a um setor estratégico e sensível para o país, o da Defesa. Este argumento, explica o professor de comércio internacional da Escola de Economia de Paris Lionel Fontagné, não pode ser refutado na OMC – o que coloca a organização em uma situação embaraçosa. A própria relevância da entidade seria questionada. 
“O conjunto de regras da OMC será ameaçado por esse ataque de Trump. Se os países atingidos reclamarem na OMC e ganharem os procedimentos, os Estados Unidos vão querer sair da organização. Mas se os países que atacarem perderem, vai significar que a OMC não serve para nada”, analisa Fontagné. “É possível que os países não ataquem os Estados Unidos, mas neste caso significaria que há um grande problema porque o sistema autoriza o aumento das tarifas com o argumento da segurança nacional, mas não se previa que essa cláusula pudesse ser usada desta maneira que Trump utilizou.”
O anúncio de Trump ocorre no dia seguinte ao governo brasileiro encerrar uma missão a Washington para tentar convencer os americanos a deixar o país de fora do aumento das tarifas, já que 80% do aço exportado é semiacabado, ou seja, ainda recebe tratamento em solo americano.  Inicialmente, o governo americano avaliava a aplicação de uma taxa ainda maior, de 53% sobre o metal importado. 
“O anúncio de 1º de março, de que o Brasil será enquadrado na tarifa de importação de aço de 25%, corrige essa distorção, mas ainda não atende o que consideramos ser uma relação comercial justa. Portanto, o Brasil vai recorrer”, informa nota divulgada pelo Instituto Aço Brasil.
Mais prejudica do que ajuda a economia americana
Paulo de Almeida nota que a justificativa da ameaça à segurança é insustentável e muito difícil de ser provada. O diplomata duvida que o Congresso americano deixe a medida passar, porque traria mais danos do que benefícios à economia americana. A margem de manobra do presidente é limitada, já que o Congresso detém a autoridade econômica do país em comércio exterior, finanças, câmbio, entre outras áreas.
“Trump pode adotar essa medida de salvaguarda, mas ela pode ser contestada e derrogada pelos congressistas. Ele quer proteger alguns empregos na siderurgia, só que o resultado será o aumento dos preços na construção civil, no setor automotivo e de infraestruturas, que precisam do aço e do alumínio”, ressalta o professor brasileiro. “Isso terá efeitos em cadeia, porque haverá destruição de empregos em outros setores quando os produtos americanos ficarem mais caros interna e externamente, para a exportação de máquinas e equipamentos.”
“É um paradoxo porque os setores que Trump mais quer desenvolver são aqueles que mais sofrerão as consequências dessa medida. É uma péssima decisão econômica para os Estados Unidos”, resume o especialista francês.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Le Bresil dans l'Economie Mondiale - interview a Radio France Culture - PRAlmeida

Acabo de dar uma entrevista para a Radio France Culture, que vai ao ar na próxima segunda-feira, 20/01/2014, as 06h45 da manhã, em Paris, ou seja, 03h45 de Brasília, em plena madrugada, portanto.
Quando dispuser do link da emissão, comandada pelo jornalista e professor Thierry Garcin, vou informar aqui.
No momento, permito-me transcrever abaixo, mas em francês, pois foi feito diretamente nessa língua, o texto que havia preparado como apoio a minha intervenção. Não falei exatamente o que vai abaixo, nem tudo o que aí está, mas seguiu mais ou menos essa linha.
O jornalista também fez menção a um outro artigo meu que ainda vai ser publicado, este aqui:

« Géoéconomie du Brésil : un géant empêtré? », Géoéconomie 
(n. 68, Février 2014, p. 101-114; ISSN : 1284-9340).

Seguem as notas de referência para a entrevista radiofônica:

Le Brésil dans l’économie mondiale

Paulo Roberto de Almeida
Notes pour un interview à la radio France Culture, 15 Janvier 2014
Journaliste Thierry Garcin (Thierry.GARCIN@radiofrance.com)


1) Comment le Brésil a-t-il traversé la crise économique mondialisée, depuis 2008 environ ?

PRA : Le Brésil a précisément connu une situation confortable de 2004 jusqu’à 2009, non exactement en fonction des vertus supposées de ses politiques économiques – qui ont continué plus ou moins dans la ligne du gouvernement précédent, celui de Fernando Henrique Cardoso – mais grâce à la forte demande pour ses produits primaires de la part de la Chine, qui est devenue le principal partenaire commercial du Brésil en 2009, justement. À la veille de la crise, la plupart des commodities étaient à leur plus haut niveau, avec des prix à 600 dollars la tonne de soya, ou 180 dollars la tonne de minerai de fer, et aussi des records pour la plupart des autres produits primaires. En fait, le Brésil a surfé dans la demande chinoise, avec une moyenne de croissance de près de 4% par an. Mais, en 2009, le taux de croissance a plongé, moins de 1%, pour rebondir à un niveaux presque « chinois » en 2010, à plus de 7%, ce qui a permis à Lula, entre autres, d’élire sa candidate, Dilma Rousseff, au mois d’Octobre.
Depuis lors, hélas, l’économie semble avoir rentré dans une phase de croissance médiocre, avec moins de 2% par an. Cela est dû, en partie, à la modération des prix de ses produits primaires d’exportations, devenus à nouveau la principale source de devises dans le commerce extérieur, mais aussi au fait que le Brésil est devenu un pays trop cher – et pas seulement pour un problème du change – et a beaucoup perdu en compétitivité internationale. Le grand débat actuellement au Brésil, en fait depuis quelques années, touche au processus de désindustrialisation dont le Brésil serait affecté. La vérité est que le Brésil est devenu très peu compétitif sur la scène internationale entièrement en fonction de ses propres erreurs de politique économique, et pas comme résultat d’une crise internationale qui est déjà en processus de réabsorption.
Il y a, d’abord, une incroyable charge fiscale, typique de pays riche, de près de 38% du PIB, mais pour un revenu par tête cinq ou six fois moindre à celui des pays de l’OCDE. Il y a aussi, ensuite, une ambiance de négoce terriblement difficile pour les investisseurs et les hommes d’affaires, en fonction des instincts interventionnistes et dirigistes des leaders du Parti des Travailleurs. Mais il y a surtout le fait que l’État dépense toujours plus que la croissance du PIB et de l’inflation, et dépense mal, avec peu d’investissements productifs, presque tout en dépenses courantes, en spécial des salaires des fonctionnaires. Au lieu de procéder à des réformes, les gens au pouvoir ont ressort à des subsides sectoriels et à des mesures protectionnistes, qui ne font qu’aggraver la situation, car elles provoquent de l’inflation et encore moins de compétitivité externe pour l’industrie. Celle-ci reste ainsi confinée au Mercosur, qui n’est pas non plus à l’abri, soit de la compétition extérieure, surtout de la Chine, soit des réactions encore plus protectionnistes de l’Argentine, qui est le troisième partenaire individuel du Brésil, après les Etats-Unis. Avec ce pays, précisément, le Brésil a connu le pire déficit de son commerce extérieur dans l’année qui vient de s’écouler, avec un résultat négatif de plus de 16 milliards de dollars, en annulant tout son surplus avec la Chine et avec beaucoup d’autres pays.
La balance commerciale est, donc, presque en équilibre, et elle constitue le seul recours d’un pays qui a un déficit chronique, historique, dans la balance des services, ce qui donne un résultat négatif de plus de 88 milliards de dollars, ce qui est énorme, même si les réserves du Brésil soient énormes (mais elles sont presque toutes appliquées en Treasury-bonds, qui donnent un retour insignifiant). Les Brésiliens dépensent toujours plus à l’extérieur, surtout aux Etats-Unis, mais aussi en Europe, car le Brésil est devenu, il faut le réaffirmer, trop cher. On est, donc, dans une situation difficile, avec une stabilisation dans la croissance très médiocre, et une inflation renaissante.

2) Quelles sont les principales forces et faiblesses du pays, pour affronter les défis économiques majeurs des prochaines années ?

PRA : Le Brésil à des énormes ressources naturelles, ce qui, couplé avec des innovations technologiques et des ressources de marketing, peut en faire un très gros exportateurs de produits alimentaires, pas seulement en gros, mais aussi élaborés. Je crois qu’il y a là, avec les possibilités de production d’énergie renouvelable – je pense à l’éthanol et au biodiesel – de très grandes possibilités de croissance, sur la base de ces avantages comparatifs et compétitifs. L’agrobusiness brésilien est un killer absolu dans les marchés mondiaux, seulement retenu par une infrastructure vraiment pitoyable, mais qu’il est possible d’améliorer dans les prochaines années, grâce à l’ouverture des concessions et à des investissements brésiliens et étrangers. Justement, jusqu’il y a très peu, les staliniens au Parti des Travailleurs étaient tout à fait contraires à des privatisations ou à des simples concessions ; ils ont rebroussé chemin, non pas par conviction, mais parce qu’il n’y avait pas d’autre solution, faute des ressources et de compétence au gouvernement de la nouvelle Nomenklatura. Il y a là, donc, des forces importantes, qui peuvent aider le Brésil dans un monde qui semble s’acheminer vers 9 milliards de personnes, ayant donc besoin de beaucoup plus d’aliments et de l’énergie. Il y au monde seulement deux grands pays qui peuvent augmenter considérablement l’offre alimentaire et de l’énergie, et ce sont les Etats-Unis et le Brésil, le premier du côté de la productivité et des technologies, le second par l’extension de ses terres arables encore disponibles, et aussi d’une productivité croissante, au moins dans le domaine agricole et minier.
Regardez que je ne mise pas sur les ressources en pétrole off-shore, car il y a parfois une malédiction du pétrole associée à une très grande abondance de ce produits, qui a le pouvoir d’attiser l’esprit rentier de beaucoup de politiciens, ce qui est déjà arrivé au Brésil ; mais, avec les nouvelles technologies en développement aux Etats-Unis, et les difficultés d’extraire l’huile qui est à plus de 7 mille mètres de profondeur, il ne faut pas être trop optimiste là dessus. Si le prix du baril tombe, par exemple, à mois de 80 dollars, on peut dire adieux au pétrole des couches plus profondes.
Du côté des faiblesses, bien, elles sont nombreuses, et commencent par le poids démesuré de l’État dans l’économie et dans la vie des entrepreneurs et des simples citoyens en général. Comme les Français, le Brésiliens aiment l’État, veulent plus d’État, rêvent de devenir des employés du secteur public – qui paye, en moyenne, six fois plus que le secteur privé, pour des fonctions équivalentes – et ne se rendent pas compte qu’on est en train de construire une sorte de fascisme corporatif qui va beaucoup peser dans les possibilités futures de développement au Brésil. En fait, l’État brésilien, qui dans le passé était le principal inducteur de la croissance, est devenu, avec sa charge fiscale monstrueuse et ses régulations byzantines, le principal obstacle au développement du pays. Prenez les rapports de compétitivité mondial, ou le Doing Business de la Banque Mondiale pour vous en convaincre : le Brésil est presque un enfer pour les entrepreneurs, et pas seulement pour les impôts.
Mais, le principal facteur, et là je dois être absolument pessimiste, se situe dans le domaine de l’éducation, où le Brésil occupe toujours les dernières places dans les examens de comparaison internationale menés par l’OCDE. L’enseignement public est vraiment défaillant dans les deux premiers niveaux, et il semble que même à l’université on arrive à avoir des analphabètes fonctionnels. Il n’y a pas moyen de corriger les niveaux très réduits de productivité du travail humain au Brésil si l’on n’améliore pas substantiellement la qualité de l’éducation en général, aussi bien publique que privée. Or, des résultats dans ces secteurs n’arrivent pas avant dix ou 15 années, et cela si on commence par corriger ce qui est erroné, ce qui est loin d’être encore le cas au Brésil. Le Parti des Travailleurs a des conceptions tout à fait équivoques dans ce secteur, y compris avec la tromperie des quotas sociaux et raciaux, qui sont en train de construire un nouvel Apartheid au Brésil.

3) Le Brésil peut-il devenir à moyen ou à long terme un pays émergé à part entière ?

PRA : Oui, certainement, comme beaucoup d’asiatiques l’ont fait déjà, ou comme le Chile semble en train de le faire. Cela dépend, bien sur, de beaucoup de réformes internes – surtout au niveau de l’éducation, de la législation du travail, de la diminution du poids de l’État dans l’économie et dans la vie des citoyens, dans la sécurité sociale, et aussi dans les politiques dites sociales – et d’une nouvelle mentalité du côté des leaders politiques. Il n’est pas possible, dans l’état actuel de la mondialisation, de vouloir maintenir son industrie isolée du monde, comme aux vieux temps du stalinisme industriel des militaires. Tout comme il n’est pas possible de devenir vraiment un pays émergé tant que la politique officielle maintient plus d’un quart de la population dans l’assistance publique : cela n’est pas soutenable à cause de son coût, qui n’est pas vraiment le problème majeur, avec autour de 1,5% du PIB alloué aux programmes de subsides à la consommation des plus pauvres.
Cela n’est pas acceptable au point de vue du marché du travail et, surtout, au niveau de la psychologie sociale : beaucoup de Brésiliens commencent à consolider une mentalité nationale qui les fait attendre de l’État n’importe lequel bénéfice social ou prestation de services : emploi, habitation, culture, santé, éducation, transport, tout ; les gens se sont habitués à espérer que l’État leur procure n’importe quoi dans la vie, y compris la capote et le Viagra. Cela n’est pas possible, et tant que cette mentalité perdure, aussi bien du côté des citoyens les plus pauvres que du côté des politiciens, le Brésil ne sera jamais un pays développé.
Le plus grave problème, j’insiste à nouveau, c’est l’éducation, mais aussi un État qui est devenu un prédateur de la richesse produite dans le secteur privé. Tant que l’ogre famélique ne sera pas contenu, il y a très peu de chance pour que le Brésil augmente son taux d’épargne et d’investissement, et pour que les gens soient libérés de ce fascisme corporatif qui est en train d’être construit dans l’inconscience générale. Rome n’a pas été vaincue par les Barbares : sa décadence avait commencé beaucoup de temps auparavant, et elle avait des causes profondément internes, des comportements abusifs de la classe dominante – comme au Brésil, d’ailleurs, et je n’exclue pas la nouvelle Nomenklatura du Parti des Travailleurs des profiteurs – et un sens perdu des vertus économiques faites de travail et de productivité, en faveur de la consommation et des subsides de l’État, comme au Brésil, d’ailleurs.
Espérons que le gens en prennent conscience, mais la responsabilité principale en incombe, en tout premier lieu, à la classe dirigeante. Or, au Brésil, elle s’est révélée, jusqu’ici tout à fait irresponsable. On a besoins des véritables hommes d’État.

Hartford, 11 Janvier 2014.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Le Brésil a France Culture - interview P.R. Almeida le 13/03/2012


Les Enjeux internationaux

Syndiquer le contenupar Thierry GarcinEric LaurentLe site de l'émission
Emission Les Enjeux internationaux
du lundi au vendredi de 6h45 à 6h57
Ecoutez l'émission12 minutes

Brésil. Les chances du pays de devenir une puissance internationale

13.03.2012 - 06:45



Paulo-Roberto de Almeida est diplomate et professeur d’économie politique au Centre universitaire de Brasilia


http://www.franceculture.fr/emission-les-enjeux-internationaux-bresil-les-chances-du-pays-de-devenir-une-puissance-international

Paulo-Roberto de Almeida Syndiquer le contenu

Docteur en Sciences Sociales à l'ULB(Université Libre de Bruxelles), Maître en Planning Economique (Université d'Anvers) et diplomate de carrière depuis 1977. Professeur à l'académie diplomatique du Brésil (Instituto Rio Branco) et au Centre Universitaire de Brasília (Uniceub). Depuis 2003, il est Conseiller auprès de l'Unité d'Affaires Stratégiques de la Présidence de la République du Brésil, après avoir été Ministre-Conseiller à l'Ambassade du Brésil à Washington (1999-2003).
Auteur de plusieurs livres publiés au Brésil et à l'étranger.




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Paulo Borba Casella: livro sobre BRICS, na França - RFI


BRASIL/FRANÇA - 
Artigo publicado em 15 de Setembro de 2011 - Atualizado em 16 de Setembro de 2011

Radio França Internacional, Portugues

Especialista brasileiro lança livro sobre BRICS em Paris

O vice-diretor da faculdade de Direito da USP, Paulo Borba Casella, durante lançamento em Paris do livro BRIC - Uma Perspectiva de Cooperação Internacional",
O vice-diretor da faculdade de Direito da USP, Paulo Borba Casella, durante lançamento em Paris do livro BRIC - Uma Perspectiva de Cooperação Internacional",
Julia Assef/RFI

No lançamento do seu livro “BRIC - Uma Perspectiva de Cooperação Internacional”, nesta quinta-feira em Paris, o vice-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Paulo Borba Casella, destacou que o grupo nasceu com a proposta de contribuir para melhorar o estado de direito no mundo.

Julia Assef, em colaboração para a RFI
“Há um interesse de pensar nos BRICS não só como um quadro de trocas entre os participantes, mas sobretudo de ação em relação ao conjunto da comunidade internacional. Há um interesse de alavancar, com a ação conjunta, mudanças de alcance multilateral o mais amplas possível. Aí está o diferencial que acredito que os BRICS podem trazer para o quadro mundial nos próximos anos”, disse Casella.
Os países do grupo vão discutir na próxima semana, em Washington, uma possível ajuda financeira à União Europeia, que em troca poderia adotar medidas que beneficiariam os emergentes. “Existe liquidez e existe interesse do lado europeu, aparentemente. Isso refletiria um aumento da participação das cotas do FMI, do Banco Mundial, que pode repercutir em maior disponibilidade para emprestar recursos para este ou aquele país. E um momento extremamente interessante de observar essa mudança de equilíbrio de poder no mundo, o que seria impensável há três anos”, afirmou.
Julia Assef, especial para a RFI
 
15/09/2011
 
 

Para Casella, os BRICS devem interagir com os outros Estados como um grupo, a fim de construir uma nova ordem mundial mais estável e mais aberta, com base nos princípios do direito internacional. No contexto internacional atual, o professor sinaliza que os Estados Unidos e a União Europeia estão mergulhados em questões internas, deixando espaço para que os países emergentes tomem uma posição de maior destaque. “Enquanto Estados Unidos e União Europeia estão temporariamente mais voltados para o seu contexto interior, cria-se a necessidade de uma governança global, e os BRICS tem pontuado alguns parâmetros do que poderia vir a acontecer”, concluiu.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Le Brésil dans l’économie mondiale: interview PRA, radio France Culture

Hoje, sexta-feira 16 de setembro, concedi uma entrevista telefônica à Radio France Culture, uma das emissoras do sistema nacional francês de rádio, para ser transmitida proximamente no quadro da emissão  diária “Les Enjeux internationaux”. Como o jornalista Thierry Garcin tinha enviado previamente algumas questões para orientar o debate, eu tive o cuidado de preparar, desde  o dia 7/09/2011, algumas notas para apoiar minha fala. Entretando, no curso da gravação, discorri livremente sobre os temas, falando o que me vinha à mente.
Quando o programa for radio-difundido, dentro de uma semana, aproximadamente, informarei as coordenadas para sintonizar.
Radiodiffusée le 29/09/2011 (link: http://www.franceculture.com/emission-les-enjeux-internationaux-bresil-les-ressorts-d%E2%80%99une-economie-emergee-apres-trois-ans-de-cri).
Abaixo transcrevo minhas notas de apoio.

Paulo Roberto de Almeida
interview à la Radio France Culture,
journaliste Thierry Garcin, pour l'émission quotidienne

1) Quelles méthodes adoptées pour affronter les conséquences de la crise surgie en 2007-2008 ?
Le président Lula a d’abord essayé d’ignorer la crise, en disant qu’il ne s’agissait que d’une petite vague, incapable de provoquer de grandes secousses au Brésil. Tout de suite après, avec une chute remarquable de la production industrielle et la plongée des prix de matières premières exportées par le Brésil, le gouvernement s’est finalement réveillé et a commencé à adopter des mesures classiques de style keynésien. La Banque Centrale a réduit les taux d’intérêt tout comme les réserves obligatoires des banques (au Brésil à des niveaux anormalement élevés, de 45% des dépôts à vue). Le ministère des finances, de son côté, a réduit certains impôts – mais seulement les impôts fédéraux, ceux qui sont répartis avec les états et municipalités, pas les contributions qui sont détenues exclusivement par le Exécutif fédéral – et a permis beaucoup d’opérations de crédits par les banques d’État (Banque Nationale de Développement, Banco do Brasil et Caixa Econômica Federal), qui sont responsables d’une part considérable du marché financier.
Des allégements spéciaux ont été concédés à des secteurs privilégiés par Lula, comme l’industrie automobile, et du même coup son cher ancien syndicat des métallurgistes. Le raisonnement était classiquement keynésien : maintenir le niveau de la demande et de l’emploi. Sauf que beaucoup d’autres mesures n’étaient pas exactement anticycliques, comme l’augmentation des salaires des fonctionnaires d’État – qui provoquent des effets durables dans les dépenses publiques – ou la correction du salaire minimum au-dessus de l’inflation, ainsi que l’offre généreuse des crédits consignés, tous provoquant une augmentation exagérée de la demande, en suscitant donc des pressions inflationnistes.
Tout de même, la croissance est chuté a zéro en 2009, avant de rebondir a 7,5% en 2010 ; dans la moyenne, la croissance pendant les années Lula n’a pas dépassé, en moyenne, 4%, fruit d’un taux d’investissement inférieur à 20%, ce qui est le résultat d’un taux d’épargne très médiocre, entre 17 e 18% seulement, étant donné le très haut niveau de la charge fiscale au Brésil, à prés de 35% du PIB, équivalent à celle de l’OCDE (dont les pays, pourtant, exhibent un revenu par tête qui est cinq ou six fois supérieur au revenu moyen des Brésiliens).

2) L’état des lieux économique.
Le Brésil, en dépit de taux de croissance relativement modestes par rapport aux pays dynamiques d’Asie, a été énormément bénéficié par la croissance globale entre 2002 et 2008, compte tenu surtout de son insertion dans les circuits internationaux d’offre de produits de base, dont il continue à être, encore et toujours, un très grand exportateur. Il a aussi profité de l’exceptionnelle croissance chinoise, pays qui est devenu son premier partenaire commercial, devançant les États Unis dès 2009  – ainsi que d’autres pays émergeants qui ont pris de l’importance dans ses relations commerciales extérieures.
Certains économistes calculent la demande externe comme étant responsable pour au moins un tiers de la croissance brésilienne – les autres sources étant l’expansion du crédit interne à la consommation, ainsi que les investissements et les achats gouvernementaux, y compris les entreprises d’État, comme Petrobras, aujourd’hui une des cinq premières dans l’exploitation pétrolifère. Il est vrai que l’augmentation des exportations est due beaucoup plus à la hausse de prix des produits – donc la valeur – qu’à l’expansion des volumes, compte tenu de la valorisation significative de la plupart des commodities exportées par le Brésil, qui ont atteint des prix records entre 2003 et 2008 (surtout les produits alimentaires, dont le Brésil est un champion mondial).
En effet, beaucoup d’économistes au Brésil – et même certains observateurs étrangers – commencent à parler de la « réprimarisation » de l’économie brésilienne, étant donné l’importance accrue des exportations de produits de base, ainsi que d’une « désindustrialisation », vue la diminution de la part de l’industrie dans la formation de la valeur ajoutée. Il s’agit, en fait, d’un phénomène complexe, qui combine des facteurs positifs – soit, la grande demande internationale pour des produits dont le Brésil est exceptionnellement bien placé pour fournir, sur la base de ses avantages comparatifs – et des facteurs négatifs, comme le poids absurde des impôts sur les industries – et les consommateurs, en général – et la valorisation de la monnaie brésilienne par rapport au dollar et autres monnaies du commerce international.
Il est vrai qu’il y a, actuellement, un processus administré de dévaluation du dollar, mais la valorisation du Real est bien plus importante, étant provoquée par le niveau excessivement élevé du taux d’intérêt au Brésil, pratiquement le double ou le triple des moyennes internationales, et cela – tout comme le poids des tributs – par la faute exclusive du gouvernement, qui dépense toujours plus que les recettes disponibles. Le déficit budgétaire ainsi que la dette publique sont relativement en ligne avec les critères de Maastricht (autour de 3% et 75% du PIB, respectivement), mais leur coût de financement est anormalement élevé, tout comme l’augmentation des dépenses publiques, qui se fait à un niveaux deux à trois fois plus élevé que celui du PIB, toujours en dessous de 4% annuels (pour une expansion des recettes publiques d’au moins 10%).

3) Les ressorts, internes et externes, de la croissance.
Pour ce qui est des sources externes de la croissance, cela ne fait pas de doute : le Brésil, comme une bonne partie de l’Amérique Latine, est devenu dépendant de la demande chinoise, la plus importante du monde pour tous ses produits d’exportation, sauf pour les manufacturés, dont la concurrence des produits chinois est brutale pour l’industrie brésilienne et un peu partout ailleurs dans la région. La Chine est devenue le premier partenaire commercial du Brésil et c’est elle qui maintient les prix des commodities agricoles et minières à de niveaux historiquement élevés (sauf dans la brève plongée de 2008). Ce qu’il faut remarquer, donc, c’est que le Brésil a été beaucoup plus « acheté », qu’il n’a vendu à l’extérieur. Une décroissance chinoise, dans ce cas, risque de mettre à mal l’économie brésilienne, ainsi que d’autres ailleurs. Même si la Chine n’est pas encore la locomotive de la croissance mondiale, elle l’est certainement en ce qui concerne le Brésil et d’autres pays latino-américains (et asiatiques, vraisemblablement).
En ce qui touche les sources internes de la croissance brésilienne, il y a tout d’abord l’expansion du crédit, dont l’importance est passée de moins de 20% du PIB à plus de 35% dans les années Lula, avec le risque d’endettement des familles pour ne rien dire des pressions inflationnistes qui sont déjà là : les indicateurs officiels d’inflation ont tous dépassé le but officiel de 4,5% annuel, touchant déjà le toit de 6,5%, ce qui pourra précipiter un retour aux temps malheureux de réalimentation automatique des prix et des salaires.
Mais le Brésil a aussi reçu des apports significatifs d’investissements étrangers, en partie pour profiter des intérêts élevés des titres gouvernementaux, mais aussi pour des projets de nouvelles compagnies, vue l’expansion et l’ampleur naturel du marché interne. De même, des capitalistes brésiliens ont accéléré leur mouvements en direction de nouvelles opportunités dans les pays voisins, qui sont les plus grands consommateurs de produits manufacturés brésiliens (pour le moment, au moins). Tout cela dit, il faut rappeler que le Brésil, pendant la phase de haute croissance de l’économie mondiale, entre 2002 et 2008, a vu son PIB s’accroître en dessous de la moyenne mondiale, et trois fois moins que les émergeants dynamiques d’Asie. Actuellement, il est dans la moyenne mondiale, et au dessus des pays avancés – naturellement – mais toujours la moitié moins que les nouvelles « locomotives » économiques. Cela est toujours dû a ses taux d’épargne insuffisants pour soutenir un taux d’investissement compatible avec une croissance à plus de 4 ou 5%, et la raison fondamentale est, encore et toujours, le crowding-out provoqué par le gouvernement, soit, la pression des recettes publiques sur les revenus privés. Si tous les recueillements obligatoires du gouvernement – notamment liés au travail et à la sécurité sociale, ainsi que d’autres impôts spécifiques – étaient alloués à l’épargne et à l’investissement, les taux du Brésil pourraient s’approcher de ceux de certains pays asiatiques.

4) Secteurs forts et faibles de l'économie brésilienne.
En dépit d’un formidable effort d’industrialisation dans le dernier demi siècle, le Brésil est un cas typique du modèle « ricardien », soit le succès par la spécialisation lié à ses avantages comparatifs notoires, qui sont tous situés dans le secteur primaire et basés sur des ressources naturelles. En effet, l’agrobusiness capitaliste est aujourd’hui responsable de la plupart des recettes en devises dans la balance de payements et concentre beaucoup des innovations techniques qui font du Brésil un très puissant concurrent international dans la plupart des produits tropicaux et même tempérés.
Evidemment, l’industrie est aussi très puissante au Brésil, mais dans les dix dernières années elle a été victime d’une mauvaise conjonction de facteurs, qu’il faut séparer par ordre de responsabilité. Tout d’abord, le processus d’industrialisation a été conduit beaucoup plus avec accent sur le marché interne qu’en tenant compte des pressions de la compétition étrangère, tenue à l’écart par une politique commerciale résolument protectionniste : quand le Brésil – dans le Mercosur, il est vrai – a réduit modérément les tarifs à l’importation, la concurrence de produits bon marché a commencé a éroder la confortable situation des industriels brésiliens.
Certes, comme pour tout autre pays au monde, la concurrence chinoise est implacable, mais cela n’explique pas tous les problèmes de la perte de vitesse, et d’importance, de l’industrie au Brésil. D’après les indicateurs de « liberté économique » dans le monde, la Chine est, économiquement parlant, un pays plus libre que le Brésil, toujours dirigiste et régulateur à outrance, presque socialiste en le comparant avec la Chine dans cet aspect. En plus des chaînes bureaucratiques, l’industriel brésilien se bât contre un niveau d’imposition fiscale qui est 50% plus élevé de celui enregistré en Chine : plus de 40%, en moyenne, contre un peu plus de 20% (surtout en charges du travail, mais aussi un jungle cumulative de tributs qui ne sont pas seulement lourds, mais aussi exigeants en matière de procédures et déclarations). Il faut ajouter à cela une infrastructure précaire, des services de communications très chers et toute sorte d’entraves aux entrepreneurs, comme on peut le constater par les rapports annuels Doing Business de la Banque Mondiale. Les services associés à l’industrie sont aussi défaillants ou trop chers, étant donné le peu de concurrence du fait de la fermeture à l’extérieur.
À tout cela, s’ajoute le coût du capital, en partie compensé par les emprunts subsidiés de la Banque Nationale de Développement, mais qui vont de préférence aux plus grandes compagnies seulement. Beaucoup de micro et petites entreprises restent dans le secteur informel et ne se bénéficient donc de certaines largesses gouvernementales à l’industrie, qui existent, mais sont plutôt marquées par un esprit défensif et frileux de la concurrence étrangère. Finalement, il y a le problème du taux de change, spécialement défavorable dans les dernières années, mais cela est aussi dû, en partie, à la politique gouvernementale de taux d’intérêt élevés, en fonction des constants déficits budgétaires et d’autres déséquilibres dans les comptes publics.

5) Les grands aléas pour les prochaines années.
Le plus grand défi brésilien, actuellement et dans les prochaines années, est celui de résoudre, en bases permanentes, le déséquilibre fiscal, qui menace de provoquer une crise domestique, vue la croissance toujours démesurée des dépenses publiques par rapport à une expansion somme toute très modeste du PIB. Pour cela, le gouvernement est « obligé » de extraire une fraction toujours croissante des revenus privés, processus qui a conduit la charge fiscale à augmenter continuellement depuis les années 1990. Un exemple est donné par les dépenses avec les serviteurs d’État pendant la période Lula : le coût total du personnel fédéral est passé de 75 milliards de Reais, en 2002 , à 200 milliards en 2011, soit une augmentation de 166% par rapport à 2002.
À cela s’ajoute une inégalité frappante entre les revenus du personnel public, de 8.000 Reais en moyenne, contre seulement 1.500 Reais dans le secteur privé, quand c’est celui-ci qui produit les richesses et le revenu qui sert à payer les premiers. Le fait est que le secteur public est en train d’étouffer le secteur privé au Brésil, et cela constitue le plus grand danger pour son avenir, en plus de certains problèmes structurels, tous liés à des défaillances dans le fonctionnement de l’État. Par exemple : il n’est un secret que la qualité – si le mot s’applique – de l’éducation au Brésil est une des pires au monde, et les scores des étudiants brésiliens en lecture, sciences et mathématiques dans les examens internationaux du programme Pisa de l’OCDE se situent toujours aux cinq dernières places, parmi une cinquantaine d’autres pays.
Cette situation est terrible pour l’avenir du pays, car le Brésil a déjà accompli sa transition démographique dès les années 1980 – soit, des taux de croissance, de mortalité et d’espérance de vie assez satisfaisants – et que le nombre de vieux s’accroît maintenant à des taux soutenus. Mais le Brésil va disposer encore, pour une génération à peu près du phénomène connu comme « bonus démographique », c’est-à-dire, la plus haute proportion de population active par rapport au nombre de dépendants. Mais, du fait de la qualité déplorable de son système éducationnel, le Brésil ne va pas accumuler des gains de productivité suffisants pour augmenter rapidement son revenu moyen par tête, de manière à pouvoir payer les cotisations sociales et les frais de santé pour sa population de vieillards d’ici 20 ou 30 ans. Cela sera dramatique sur le plan économique et social.

6) Les priorités actuelles de la nouvelle présidence.
Les priorités ne sont pas différentes de celles d’un ordre du jour normal, de tout gouvernement désireux de se faire réélire et de disposer du soutien populaire : croissance économique, augmentation du nombre d’emplois, expansion des revenus, diminution de la pauvreté, du chômage, de gains de compétitivité internationale, combat à l’inflation et précaution envers les menaces venant d’une crise extérieure. En cela, le gouvernement Dilma Rousseff ne se distingue pas de l’antérieur – d’ailleurs entièrement responsable pour l’élection d’une personne qui n’avait jamais disputé aucune – ou d’un quelconque autre gouvernement : il s’agit de conduire les affaires courantes et d’imprimer sa marque par quelques politiques nouvelles.
Son début, néanmoins, a été marqué par une espèce d’« héritage maudit », qui est constitué par l’augmentation irresponsable des dépenses publiques conduite de manière systématique pendant toute l’administration Lula, à la fin plus encore, précisément pour pouvoir élire sa dauphine. La présidente est alors obligé de couper dans le budget, ce qui affecte surtout les services de santé et d’éducation, ainsi que les investissements publics, déjà très réduits en dehors de ceux de Petrobras, qui a reçu des apports formidables du Trésor national, via Banque Nationale de Développement (y compris au moyen des manipulations comptables, pour cacher l’expansion de l’endettement public).
L’autre problème – qui n’est pas une priorité du gouvernement, mais auquel il est contraint par l’opinion publique – et le combat à la corruption dans la sphère gouvernementale (Exécutif et Législatif, surtout, mais aussi dans le Judiciaire), qui s’est disséminé énormément avec la tolérance démontrée par Lula envers se phénomène par ailleurs commun au Brésil, surtout dans le secteur public. Les ministres déchus jusqu'à présent étaient tous hérités du gouvernement Lula, mais des nouveaux cas se présentent. Cela est le reflet d’un système politique sclérosé, qu’il faudrait réformer à fond, mais le gouvernement n’a pas vraiment un programme de réformes consistantes. La réforme fiscale, avec un allégement des impôts serait la première à être entreprise, mais il est douteux que le gouvernement réussisse dans ce domaine ; le plus probable, d’ailleurs, sera la création d’une nouvelle contribution, cumulative, soi-disant pour financer les dépenses de santé.
Les priorités conjoncturelles, imposées en partie du dehors, sont la lutte contre la crise internationale, qui peut affecter le Brésil par les canaux commercial et financier, et le maintien de l’activité interne, pour soutenir la croissance et l’emploi. La croissance exagérée des dépenses publiques est plutôt un problème pour la société, qui paye la facture, que pour le gouvernement, qui cherche toujours des nouvelles sources de financement (y compris par des nouveaux impôts ou au moyen des recettes du pétrole du pré-sel, qui vont tarder encore quelques années à venir). Le gouvernement continue à travestir le peu d’efficacité dans la gestion publique au moyen de beaucoup de publicité autour de quelques programmes officiels d’accélération de croissance (PAC I et PAC II), ainsi que dans la construction de logements sociaux, même quand l’expérience précédente n’a pas eu le succès escompté ; en cela aussi, le nouveau gouvernement ne fait qu’imiter l’antérieur.
Sur le plan structurel, le gouvernement Dilma veut réduire la pauvreté extrême, aujourd’hui limité à moins de 16 millions de personnes, selon les statistiques officielles ; dans ce domaine, il n’y a pas vraiment de nouveauté, sauf confirmation des programmes de distribution de subsides aux plus pauvres, qui ont commencé avec une nette inclinaison électorale, pour devenir, selon le gouvernement, le plus grand programme social au monde. Il se peut qu’il soit cela, mais il représente aussi une dérivation populiste du Parti des Travailleurs, qui avait toujours condamné, avant d’arriver au pouvoir, ce genre de pratique « assistancielle ». Aujourd’hui cela lui garantit quelques millions de votes, et dans le Brésil arriéré de l’intérieur, le PT s’est substitué aux anciens oligarques, tout en pratiquant une politique économique dite « néolibérale » mais la critiquant dans les discours et documents officiels.

7) Quelles interactions entre politique économique et politique étrangère ? Comment se renforcent-elles l'une l'autre ?
De l’aveu même de ses dirigeants, la politique étrangère n’a pas vraiment changé, si ce n’est pour une question de style ; certaines inflexions ont été observées dans la question des droits de l’homme, mais les tests véritables restent encore à venir. Du reste, la politique tourné vers le Sud doit continuer, tout comme l’accent mis sur l’intégration sud-américaine, en essayant de faire du Mercosur une plateforme pour le renforcement de l’Union des Nations Sud-Américaines, une création de l’administration Lula, même si Hugo Chávez a influencé quelque peu son contenu et ses institutions. Il est peu probable que la personnalité de la présidente la pousse à entreprendre les mêmes initiatives dont Lula avait le goût : sommets avec les leaders africains et arabes, « paix » dans le Moyen Orient, « bons offices » dans la question nucléaire iranienne, ou d’autres encore.
Le moment est d’ailleurs délicat, avec la perspective d’une nouvelle récession ou de croissance lente dans les principaux marchés, ce qui recommande une bonne coordination entre les politiques extérieure et économique, précisément. À ce titre, il faut attendre pour voir si les négociations commerciales multilatérales vont vraiment reprendre, ce qui est douteux, mais le Brésil, comme beaucoup d’autres pays, a adopté une politique commerciale plutôt défensive dernièrement, compte tenu de la perte de compétitivité de ses produits, non seulement dans de marchés externes, mais dans le marché brésilien lui-même. Cette caractéristique inquiète beaucoup industriels et technocrates ; les uns et les autres attribuent les problèmes au taux de change défavorable – et le ministre des finances s’est référé à une hypothétique « guerre cambiale », en suggérant qu’elle venait des Etats-Unis, non de la Chine – ou à la « concurrence prédatrice » de la Chine, maintenant visée par tous. Aucun responsable gouvernemental ne se réfère à la lourde charge d’impôts ou au rôle des taux d’intérêt dans la valorisation du Real, et pour cause : ce serait condamner les pratiques et politiques officielles.
Il est peu probable que les politiques économiques brésiliennes soient radicalement changées dans l’avenir prévisible, tout comme il est peu probable que le G20 financier soit capable de proposer des solutions miracles à la crise actuelle, ou même simplement d’opérer ce qui justifie son existence : la coordination des politiques économiques nationales des pays membres. Le Brésil a toujours insisté, au sein du G20, pour la « réforme des institutions économiques internationales », en entendant par là l’élargissement des instances de décision dans les deux organisations de Bretton Woods, en concédant plus de pouvoir à des pays comme le Brésil. Il est connu que l’un des principaux obstacles à une réorganisation du pouvoir de vote est constitué par des petits pays européens, qui ne veulent pas perdre leurs privilèges, qui ne correspondent plus aux réalités économiques du monde actuel. Or, à la première opportunité pour que des changements réels soient accomplis, lors de la désignation du successeur du directeur-gérant du FMI Dominique Strauss-Kahn, le Brésil a, contradictoirement, choisi d’appuyer la candidate française, au lieu de soutenir le candidat mexicain, qui pouvait somme toute représenter une chance de transformation de la structure politique de l’organisation. On peut se demander, ainsi, si l’interaction entre politique étrangère et politique économique existe effectivement, et si le Brésil est prêt pour assumer des nouvelles responsabilités sur le plan mondial.
Dans un autre chapitre, mais toujours dans ce domaine, le nouveau ministre de la Défense brésilien, l’ex-ministre des affaires étrangères Celso Amorim, a annoncé – avant même de prendre la charge du ministère – qu’il avait l’intention de retirer les troupes brésiliennes de l’opération de stabilisation de l’ONU en Haïti, la Minustah, vraisemblablement pour des raisons économiques, puisque le même ministre, quand il était à la tête de l’Itamaraty, imaginait que cette opération pouvait donner au Brésil le billet d’entrée au Conseil de Sécurité de l’ONU. Il est vrai que l’Armée brésilienne a appuyé l’engagement en Haïti, mais quelques centaines des millions de dollars après, elle doit réviser les pertes et profits de l’opération, surtout dans un moment de coupes budgétaires et de restrictions sévères aux dépenses de cette force. C’est là encore un exemple des problèmes de coordination interne entre les secteurs diplomatique et économique au Brésil.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 7/09/2011