“Há um interesse de pensar nos BRICS não só como um quadro de trocas entre os participantes, mas sobretudo de ação em relação ao conjunto da comunidade internacional. Há um interesse de alavancar, com a ação conjunta, mudanças de alcance multilateral o mais amplas possível. Aí está o diferencial que acredito que os BRICS podem trazer para o quadro mundial nos próximos anos”, disse Casella.
Os países do grupo vão discutir na próxima semana, em Washington, uma possível ajuda financeira à União Europeia, que em troca poderia adotar medidas que beneficiariam os emergentes. “Existe liquidez e existe interesse do lado europeu, aparentemente. Isso refletiria um aumento da participação das cotas do FMI, do Banco Mundial, que pode repercutir em maior disponibilidade para emprestar recursos para este ou aquele país. E um momento extremamente interessante de observar essa mudança de equilíbrio de poder no mundo, o que seria impensável há três anos”, afirmou.
Para Casella, os BRICS devem interagir com os outros Estados como um grupo, a fim de construir uma nova ordem mundial mais estável e mais aberta, com base nos princípios do direito internacional. No contexto internacional atual, o professor sinaliza que os Estados Unidos e a União Europeia estão mergulhados em questões internas, deixando espaço para que os países emergentes tomem uma posição de maior destaque. “Enquanto Estados Unidos e União Europeia estão temporariamente mais voltados para o seu contexto interior, cria-se a necessidade de uma governança global, e os BRICS tem pontuado alguns parâmetros do que poderia vir a acontecer”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário