47 Moléstia Brasileira (semana 47)
[Nota PRA: O Cronista Misterioso já decretou: “A moléstia brasileira tem um nome: o Bolsonarismo.” Ele acha que essa grave doença nos infectou em outubro de 2018 e segue contaminando todo mundo. O Brasil não tem salvação se não eliminar essa doença terrível, que invade o cérebro, paralisa o pensamento e torna os contaminados como que abestalhados. Ele não tratou da questão de uma vacina para esse mal, mas eu acho que o Bolsovirus precisa ser eliminado completamente, erradicado totalmente, extirpado da vida da nação, como a varíola.]
O Brasil está doente. Não me refiro aqui apenas à óbvia destruição que o covid vem nos causando. A moléstia brasileira não é a causadora da pandemia, mas é, ao menos, sua agravadora. Trata-se de uma doença da alma, da política e da sociedade. Algo que deixamos que nos dominasse sem que pudéssemos lutar contra. Obviamente houve alertas e houve aqueles que buscaram tratamentos de conscientização da população, mas, mesmo assim, a maioria foi contaminada em outubro de 2018 e acabou por os infectar a todos. Agora, todos pagamos o preço.
Temos dois ministros da saúde que, em tempos normais, deveriam nos auxiliar a combater todas as moléstias que afligem essa pátria, já tão exaurida de por percalços históricos. Contudo, o ministro demissionário é um lambe-botas incompetente e cúmplice do excelentíssimo senhor genocida da República e o futuro ministro é mais um assecla acéfalo do bolsonarismo tacanho. E mais, Queiroga já prometeu que seguirá todas as ordens do poderoso chefinho, bem como irá pessoalmente a hospitais investigar se as pessoas estão realmente morrendo de covid ou se seria mais um complô do comunismo internacional.
Eu me daria por aliviado se esses fossem os únicos problemas no horizonte, mas não, o “terra a vista” desta nau infectada ainda está muito longe. Uma odisseia própria ainda nos aguarda. Nesse meio tempo, ainda temos que lidar com os efeitos colaterais da moléstia brasileira.
Mais do que os quase 300 mil que já perderam suas vidas, somos obrigados a ver os militares se recusando a oferecer leitos para covid em seus hospitais. É tamanho o grau de canalhice desses estrupícios que, além de defenderem o genocídio bolsonarista e de emitirem notinhas repugnantes onde fazem ameaças pouco veladas de que podem fazer um golpe a qualquer momento, ainda se recusam a ceder seus leitos ociosos para a salvar a vida da população (isso não sou eu quem diz, são, sim, as investigações do TCU). Peço perdão pela digressão, mas absurdos como esse me tiram do prumo…
Somos obrigados a ver Bolsonaro recorrendo ao STF para barrar acertadas políticas de lockdown postas em prática pelos governadores. Somos obrigados a ver, vez após vez, a redução das previsões de vacina que serão oferecidas. Somos obrigados a ver a defesa desenvergonhada do absurdo. Somos obrigados a ver os mortos tombando pelas filas de UTIs…
A moléstia brasileira tem um nome: o Bolsonarismo. Resta saber se ela nos consumirá até os ossos ou se tomaremos o antídoto de razão que expurgará este facínora.
Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN