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segunda-feira, 7 de junho de 2021

Semana 56 e derradeira do Cronista Misterioso do Itamaraty: um ano de desabusadas crônicas antibolsolavistas

[Nota PRA: Acabou-se o que era doce (por vezes amargo): nosso cronista misterioso, o Batman do Itamaraty, aquele que se chamava pelo estranho nome de Ereto da Brocha, e se classificava como Ombudsman (foi mais do que isso) se despede de seus inúmeros leitores, a maior parte diplomatas, que se sentiram vingados pelas suas ferinas diatribes contra aquele que já ganhou o galardão de "PIOR CHANCELER" de toda a história do Itamaraty (impossível que tenha havido alguém tão ruim no passado, improvável que um idiota semelhante se apresente novamente (ainda que o Brasil tenha o péssimo costume de nos surpreender para tudo o que é ruim).

Vamos dar adeus a nosso impoluto guerreiro de capa e espada (neste caso uma pluma acerada, embora o mais provável seja um computador anódino), nosso vingador mascarado, nunca revelado e até hoje procurado incessantemente pelos esbirros da ABIN, daquele escritório ridículo que é feito para a segurança de um energúmeno, cercado de novos bárbaros, que não conseguiram ainda se vingar do nosso Pimpinela Escarlate, nosso Arsène Lupin, nosso Zorro (sem o Tonto), um Lone Ranger dos bons, que nos divertiu durante um ano inteiro, e que sempre li defasado e perdido numa cronologia não explícita.

Mixed feelings nesta despedida: por um lado, aliviado que o objeto obscuro e medíocre destas crônicas desabusadas já não forneça matéria-prima gratuita para os lances mais ousados do cronista misterioso; por outro lado, preocupado em que ainda tenhamos motivos para requisitar os serviços do nosso Chapolim diplomático.

Adieu Batman, o que posso prometer é que farei um volume sintético com todas as suas crônicas, coisa para ficar na memória dos viventes e dos infelizes diplomatas destes tempos ainda mais infelizes, pois é preciso registrar para as futuras gerações que nem todos foram passivos e indiferentes; a chama da resistência aliviou nossas agruras de dois anos e três meses de recuerdos miseráveis.

Paulo Roberto de Almeida, um resistente de primeira hora.


 56 O fim (Semana 56 - a derradeira)

 

Nestas 56 semanas, pouco mais de um ano completo, pelas quais submeti você, companheiro leitor, às minhas 61 lamúrias e ressentimentos (56 semanais e mais 5 desaforos adicionais), tive a honra de receber elogios de irmãs e irmãos diplomatas e o escárnio de parasitas da casa de Rio Branco. Juntos, leitora e leitor, reclamamos, choramigamos, rimos e lamentamos. Pusemos uma pedra, ainda que pequeníssima, no sapato, quiçá ferradura, de Ernesto. É pouco, mas acalenta a alma.

 

Só posso agradecer aos que me acompanharam até aqui e pedir perdão pelas por vezes porcas linhas que escrevi. É nesse tom que digo, é chegada a hora de parar. É chegada a minha hora de repousar e lamentar os amigos que perdi nesta pandemia. É chegada a hora de relegar Ernesto e sua corja à lata de lixo da história. É chegada a hora de abraçar a esperança de que nosso povo não reeleja Bolsonaro. É chegada a hora de propor ao invés de reclamar. 

 

Sei que alguns jovens, bravas e bravos colegas, têm preparado uma série de propostas interessantes para uma política externa pós-Bolsonaro e, por esta razão, não adentrarei nessas questões, já que os jovens sabem melhor como lidar com elas. Farei apenas três sugestões, quiçá três conselhos, mais ao sabor da tradição do Itamaraty, que, embora singelos, acredito indispensáveis para a reconstrução que se faz imprescindível. A eles.

 

1 - Parece óbvio, mas devemos cumprir os Princípios de Relações Internacionais elencados no artigo 4º de nossa carta magna. Os 10 princípios neste artigo elencados foram defenestrados por Ernesto e devem ser recuperados com a força da lei.

 

2 -  Não deve mais haver a possibilidade de que o Chanceler de turno tome decisões evidentemente deletérias ao interesse nacional. Assim, deve tornar-se regra que as posições tomadas na política externa tenham embasamento em estudos substantivos realizados por diplomatas especializados em cada tema e coordenados por uma análise holística das áreas geográficas (novamente uma obviedade, mas que vem sendo desrespeitada). Para isso, será necessário abandonar a ideia do “craque” do Itamaraty que mata tudo o peito e que, com tacadas de suposto “brilhantismo” e pouquíssimo trabalho, tem epifanias geniais, pois isso, meus caros amigos, não existe. Será necessário criar áreas analítica de inteligência comercial, social, política e etc… Embasadas, sempre, por aálises estatísticas, qualitativas e qualitativas. Além do fim do “craquismo”, incompatível com o mundo atual, aproximações moralísticas a governos (como ao trumpismo) e a ideologias (como o olavismo) não podem mais serem aceitas como premissas válidas para a elaboração de políticas.

 

3 - O prefeito do palácio, nosso calado SG, mostrou que não podemos mais contar com a sabedoria do Chanceler da vez para garantir o bom funcionamento desses dois pilares que sustentam nossa casa. Me parece que é chegada a hora de mudarmos. Devemos aprender com alguns dos outros órgãos da República e propor tanto mandato determinado quanto ampla votação da casa para a formação de lista tríplice para o cargo de SG. Trata-se de um cargo técnico que exige confiança da casa e que deve ter a força para contornar possíveis ingerências estapafúrdias dos governos. Obviamente o Chanceler é um cargo político e deve continuar de livre indicação da presidência, mas o SG deveria ter mandato fixo (quiçá dois anos com possível recondução para mais dois) e ser escolhido por meio de lista tríplice elaborada por meio de votação da casa.

 

É assim que me despeço, companheiro leitor, com os parcos e óbvios conselhos de um velho. 

 

Adeus e ao futuro.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

 

sábado, 22 de maio de 2021

O resistente Ereto da Brocha homenageia o resistente Paulo Roberto de Almeida (Semana 18bis)

[ Nota preliminar PRA: Incrível: apenas nesta data — 21/05/2021, quando redijo esta curta introdução a mais uma crônica do nosso herói desconhecido da casta dos diplomatas, o autointitulado Ombudsman Ereto da Brocha, a quem eu carinhosamente apelidei de “Batman do Itamaraty” —, me dou conta que ele a fez na 18a. semana de grande combate contra a estupidez ideológica que se abateu sobre a Casa de Rio Branco desde os primeiros dias de janeiro de 2019, e que aparentemente se encerrou no dia 29 de março de 2021. Como eu sempre recebi estas crônicas da resistência clandestina por vias traversas, e de maneira muito errática, havendo sempre um descompasso, uma decalagem temporal entre sua redação, nunca datada, e minhas reproduções neste quilombo de resistência intelectual, depois assembladas numa brochura, só agora me dou ao cuidado de publicá-la, ousando fazê-lo com uma introdução um pouco mais longa, pois esta crônica foi a mim dirigida, no título e na substância. O fato é que esta “pièce de résistence” leva a numeração “18bis”, o que indica que ela foi produzida ainda na primeira leva de petardos bem humorados contra o destruidor do Itamaraty e que eu reuni no primeiro conjunto de crônicas do nosso Cronista Misterioso do Itamaraty, uma pequena brochura divulgada em meados do segundo semestre de 2020, quase duas dúzias completas destas peças corrosivas contra o nosso verdugo finalmente defenestrado de uma cadeira na qual nunca deveria ter sido autorizado a sentar, e de onde nos envergonhou a todos, nós os diplomatas profissionais, nestes dois anos e três meses em que durou um indizível e inimaginável sofrimento diplomático. Ora, o cronista misterioso já se aproxima do final de sua obra mais que meritória de Defensor Geral da Diplomacia e dos Diplomatas Profissionais, tendo eu recebido já a 53a. crônica, que preciso ainda divulgar, e eu recém posso acusar recebimento desta peça que leva a ordem cronológica 18bis, embora não datada pelo calendário, cabendo-me, portanto, somente agora respondecer e agradecer com atraso aos elogios que o mosso Cronista Misterioso me faz. Sim ele esclarece que estivemos em campos opistos no passado — pois que dado meu caráter contrarianista eu nunca me deixei seduzir pelas bobagens ideológicas, ainda que memais amenas do que o horror esquizofrênico do bolsolavismo diplomático, representadas pelo que eu chamei de lulopetismo diplomático, uma moderada distorção de nossa política externa, comparada à destruição a que assistimos a partir de janeiro de 2019. Tanto é assim que eu intitulei meu livro de 2014 sobre o lulopetismo diplomático de “Nunca Antes na Diplomacia”, ao passo que minha mais recente peça de resistência contra os despautérios contra a nossa diplomacia leva o titulo de “O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021”. Reforço ainda a diferença abissal entre as duas “eras” pelo fato de que meu próximo livro sobre os itinerários diplomáticos das últimas três décadas deverá se chamar “Apogeu e Demolição da Política Externa”, e que o lulopetismo diplomático integra antes a primeira fase do que o infeliz ciclo bolsolavista na diplomacia e que agora parece perto de se encerrar. Agradeço pois ao Cronista Misterioso, já antecipando que recolherei suas derradeiras “pièces de résistence” numa quinta e última brochura de síntese abrangente de toda a sua defesa da nossa instituição, cujo título ainda vou definir. Somos ambos resistentes ao trabalho  de sapa do ex-chanceler acidental e de seu inepto chefe, o Cronista de modo “misterioso”, eu de peito aberto, sofrendo todas as retaliações que o infeliz e desequilibrado ex-chanceler e seu nefando capataz de gabinete me impuseram. Continuaremos atentos aos desenvolvimentos desta aventura e prometo acelerar a produção de uma última brochura, assim que receber as duas ou três crônicas finais.]


Carta ao Paulo Roberto (Semana 18-bis)

O amigo leitor deve já ter percebido que, muito em função da idade, não sou lá muito afeito ao mundo digital. Conto, assim, com a ajuda indispensável de alguns fiéis colaboradores que repassam estas insólitas crônicas pelos corredores virtuais de nosso Ministério, quase como item de contrabando intelectual. Afinal, como que caçados pelo Ministério da Verdade, há perigo por todos os lados e nos sentimos sempre vigiados.

Qual não foi minha surpresa quando um amigo querido, com quem trabalhei por duas vezes, uma no exterior e outra na Secretaria de Estado, perguntou se eu conhecia o autor de umas tais crônicas que o Paulo Roberto estava divulgando. Fiquei pasmo. Meus contrabandistas do intelecto haviam, depois de certo tempo, conseguido fazer chegar meus solilóquios às mãos de nosso Enfant Terrible, quiçá, hoje, nosso Aîné Terrible (perdoe a troça Paulo Roberto, trata-se, sim, de um elogio, pois estamos todos velhos de corpo e temos que aceitar a velhice com leveza para permanecermos jovens de espírito, algo que você soube fazer como poucos).

Ainda maior que a surpresa deste velho, foi o brio de que me imbuí com as elogiosas linhas que você, Paulo Roberto, a mim dedicou. Acariciou-me, em especial, o ego o apelido que me destes: O Batman do Ministério (só ressalvo que, apesar de rir-me do apelido, renego qualquer ligação aos Batmans togados de nosso país). Malgrado as carícias a minha vaidade, fiquei especialmente tocado de perceber que meus desabafos encontravam ecos nos ouvidos de ilustres colegas com os quais muitas vezes discordei. 

Muitas vezes discordamos, Paulo Roberto, e nos colocamos em campos opostos no âmbito de nossa política externa, embora sempre com respeito. Hoje, contudo, estamos juntos em oposição às ignóbeis asneiras que escorrem como pus das feridas abertas do gabinete. Trata-se de uma união óbvia, pois sempre estivemos contra à barbárie. Ainda que tenhamos discordado ao longo da carreira, estamos juntos contra as trevas.

Não me resta nada, senão agradecê-lo pelos elogios e pela propaganda que fizeste das balbuciantes baboseiras deste velho.

Juntos contra as trevas, reflitam a luz do pensamento.

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

terça-feira, 6 de abril de 2021

A volta do Cronista Misterioso: semi-rejubilante (moderadamente) com a saída do chanceler acidental: vai continuar a série? - Ereto da Brocha, Paulo Roberto de Almeida

 49. Xarab Sai (semana 49)

 

[Nota PRA: Nosso Cronista Misterioso rejubila-se com a saída do histriônico personagem que envergonhou a diplomacia profissional brasileira durante mais de dois anos, praticamente desde antes do dia 14 de novembro de 2018, quando ele foi confirmado como o encarregado de operar uma “diplomacia sem ideologia” – e só ofereceu ideologia e NENHUMA diplomacia –, até o último dia 29 de março de 2021, quando, para alívio de TODOS os diplomatas – OK, menos um ou dois – resolveu finalmente pedir demissão do cargo que NUNCA deveria ter assumido, e no qual só emporcalhou o ministério e a imagem externa do Brasil. O nosso Batman diz que abriu um champagne e mandou acender um cubano, mas eu não seria capaz de gastar nem um espumante ordinário com essa excrescência antidiplomática: no máximo fiz uma caipirinha com pisco, pois que nem aguardente brasileiro quis gastar com aquele que foi chamado pela Senador Katia Abreu de “Ex-nesto”. Vamos ver até onde vai a verve do nosso Cronista misterioso, pois seu principal personagem saiu, aparentemente, de cena. Desconfio, pessoalmente, que ao ser lotado na Secretaria de Administração, ele pretende pilotar a política externa e a diplomacia a partir de um MREdoB. Vamos ver.] 

 

 

Há uns bons meses, temos indagado, eu e você, caro leitor, até quando estaríamos fadados a lamentar a presença nefasta de nosso psicopata-chanceler. Foram meses difíceis, nos quais os próprios limites do real foram testados. Foram meses de tristeza, desespero, desaforo e destruição da casa e do espírito de Rio Branco, bem como de algumas troças e risadas que arrancamos das asneiras que vivemos.

 

Mas a tão aguardada hora chegou. Você que aguardou ansiosamente o espocar da champanha e o retinir das taças! Você, inimigo mortal da angústia e do desespero, esteja preparado... Prepare o seu coração para a emoção, para o grito silencioso que eu, você e todos nós temos guardado há mais de dois anos dentro do peito! Ernesto caiu! E temos de celebrar! Sirvam-me uma taça da champanha e acendam-me um daqueles puros. 

 

É dia de festa na casa de Rio Branco! Gritemos aos quatro cantos desta redonda Terra, que o pior chanceler da história já não é mais! Vamos festejar o sofrer e o penar da chancelaria estapafúrdia e da queda patética do pior e do mais baixo entre nós! Celebremos, também, o fracasso das tentativas cafonas e insipientes do ministrículo de tentar manter-se no cargo por meio de mentiras sobre o Senado da República. Celebremos a burrice de quem dobra a aposta quando já sabe que uma carta salvadora não virá.

 

Xarab sai e entra um substituto não ideológico. Um novo ministro menos afeito à loucura, com mais dignidade. Isso deve, sim, ser festejado. Mas devemos lembrar que acabou-se a chuva nos arcos deste palácio e o preguiçoso do astro-rei mostra-nos apenas uma cara pálida e sombria, como de quem esteve a dormir por muito tempo e acordou contra a vontade. Pudera, pois, com sol ou chuva, os hábitos de nosso genocida, desleal e covarde governo não se alteram.

 

Por isso, bebam e celebrem, mas lembrem-se que ainda há nuvens escuras no céu desta capital.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN


sábado, 27 de março de 2021

O Cronista Misterioso já decretou: “A moléstia brasileira tem um nome: o Bolsonarismo.” - Tem Vacina para esse mal horrível?

 47 Moléstia Brasileira (semana 47)

 

 

[Nota PRA: O Cronista Misterioso já decretou: “A moléstia brasileira tem um nome: o Bolsonarismo.” Ele acha que essa grave doença nos infectou em outubro de 2018 e segue contaminando todo mundo. O Brasil não tem salvação se não eliminar essa doença terrível, que invade o cérebro, paralisa o pensamento e torna os contaminados como que abestalhados. Ele não tratou da questão de uma vacina para esse mal, mas eu acho que o Bolsovirus precisa ser eliminado completamente, erradicado totalmente, extirpado da vida da nação, como a varíola.]

 

 

O Brasil está doente. Não me refiro aqui apenas à óbvia destruição que o covid vem nos causando. A moléstia brasileira não é a causadora da pandemia, mas é, ao menos, sua agravadora. Trata-se de uma doença da alma, da política e da sociedade. Algo que deixamos que nos dominasse sem que pudéssemos lutar contra. Obviamente houve alertas e houve aqueles que buscaram tratamentos de conscientização da população, mas, mesmo assim, a maioria foi contaminada em outubro de 2018 e acabou por os infectar a todos. Agora, todos pagamos o preço.

 

Temos dois ministros da saúde que, em tempos normais, deveriam nos auxiliar a combater todas as moléstias que afligem essa pátria, já tão exaurida de por percalços históricos. Contudo, o ministro demissionário é um lambe-botas incompetente e cúmplice do excelentíssimo senhor genocida da República e o futuro ministro é mais um assecla acéfalo do bolsonarismo tacanho. E mais, Queiroga já prometeu que seguirá todas as ordens do poderoso chefinho, bem como irá pessoalmente a hospitais investigar se as pessoas estão realmente morrendo de covid ou se seria mais um complô do comunismo internacional.

 

Eu me daria por aliviado se esses fossem os únicos problemas no horizonte, mas não, o “terra a vista” desta nau infectada ainda está muito longe. Uma odisseia própria ainda nos aguarda. Nesse meio tempo, ainda temos que lidar com os efeitos colaterais da moléstia brasileira. 

 

Mais do que os quase 300 mil que já perderam suas vidas, somos obrigados a ver os militares se recusando a oferecer leitos para covid em seus hospitais. É tamanho o grau de canalhice desses estrupícios que, além de defenderem o genocídio bolsonarista e de emitirem notinhas repugnantes onde fazem ameaças pouco veladas de que podem fazer um golpe a qualquer momento, ainda se recusam a ceder seus leitos ociosos para a salvar a vida da população (isso não sou eu quem diz, são, sim, as investigações do TCU). Peço perdão pela digressão, mas absurdos como esse me tiram do prumo…

 

Somos obrigados a ver Bolsonaro recorrendo ao STF para barrar acertadas políticas de lockdown postas em prática pelos governadores. Somos obrigados a ver, vez após vez, a redução das previsões de vacina que serão oferecidas. Somos obrigados a ver a defesa desenvergonhada do absurdo. Somos obrigados a ver os mortos tombando pelas filas de UTIs…   

 

A moléstia brasileira tem um nome: o Bolsonarismo. Resta saber se ela nos consumirá até os ossos ou se tomaremos o antídoto de razão que expurgará este facínora.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

Atenção: as novelas vão salvar o Brasil: pelo menos é o que espera o Cronista Misterioso do Itamaraty: ele gosta de novelas...

 46 Deus nos Acuda (semana 46)

 

[Nota PRA: Nosso Cronista Misterioso tem uma cultura enciclopédica, que atinge vários campos do conhecimento humano, material, vegetal e animal, e até literário, da mais refinada literatura às novelas da TV. Aqui ele se socorre de uma dessas novelas dos velhos tempos, “Deus nos Acuda”, para sinalizar que o Brasil já não tem mais salvação a não ser com alguma intervenção divina, a menos que a população se levante contra o degenerado, ou seja, o inominável dirigente do qual eu não digo o nome, mas o considero Genocida (agora pode; o STF disse que tempos liberdade para xingar o sujeitinho). Novelas, como vocês sabem, são coisas extremamente poderosas no Brasil, capazes até mudar a realidade do mundo lá fora, provocar golpes de Estado, assassinatos, sei lá; eu, por exemplo, estou bastante convencido de que, muito mais do que a pílula anticoncepcional, foram as novelas as principais responsáveis pela transição demográfica no Brasil, provocando baixas significativas nas taxas de fertilidade, de natalidade, e quem sabe até de mortalidade. Chute meu, claro...] 

 

 

Quem me conhece sabe que eu sou um convicto e desenvergonhado admirador da teledramaturgia brasileira. Não se trata de uma “confissão” que faço encalistrado, pois as telenovelas são a mais típica forma de expressão audiovisual brasileira, são a nossa verdadeira Hollywood. Traduzem nossos anseios e desesperos, nossas esperanças e paixões e nossa mais pura brasilidade, em todas as suas qualidades e defeitos. 

 

Já falei nestas crônicas de algumas obras indiscutíveis de Dias Gomes, mas hoje me veio à mente uma novela que acompanhei em uma das minhas encarnações em Brasília, no início dos anos 90, e que acredito ser estranhamente atual. Eram os anos do Governo Collor (1990-1992), do confisco da poupança, da hiperinflação galopante, do desespero. Mas também foram os anos do Impeachment e do início do governo de reconstrução de Itamar (1992-1995), da esperança. Em 1992, entre mais um escândalo e os passos rumo ao impedimento de Collor — a quem ainda nutro rancor, embora incomparavelmente menor ao desprezo que nutro pelo calhorda Bolsonaro —, Silvio de Abreu trouxe à tela “Deus nos Acuda” (1992-1993).

 

Na novela, Deus está preocupado com o tamanho do cataclisma em que se enfiou o Brasil ao longo das décadas que foi supervisionado pela Anja Celestina, Dercy Gonçalves. Ante o desleixo de Celestina, Deus faz um ultimato à Anja, ou arruma o país ou será condenada à mortalidade e, pior, uma mortalidade de aposentada brasileira. Desesperada com o prospecto, sem seguridade social nem acesso à saúde, Celestina passa a interferir na vida dos brasileiros e tenta salvar o país do lodaçal. Havia quem dizia à época que fora Deus, Sarney e até o PT quem acelerara o Impeachment, mas eu creio que foi Celestina 

 

Além da Anja, a trama contou com um divertidíssimo personagem arquetípico que emulava as mazelas socioeconômicas do país, símbolo dos erros que nos trouxeram até aqui. Aqui não, até lá no governo Collor (acho que as similaridades podem ter me confundido). Brasílio da Silva, o Brasil, interpretado por Jorge Fernando, também diretor da novela, era um bêbado que vivia largado nas mesas das boates e que sempre era hostilizado pelos outros personagens, os brasileiros.

 

Os brasileiros, em catarse épica,  gritavam  “Levanta, Brasil!” E diziam que Brasil era um preguiçoso e uma vergonha para seus filhos que, há muito, fugiam para outros países por vergonha do pai. Barbudo, sujo, bêbado e com roupas que emulam as cores da seleção brasileira (em notável semelhança com a atualidade), Brasil era a visão que tínhamos daquele país.

 

Muito tempo se passou e o orgulho de ser brasileiro foi sendo lentamente reconstruído depois dos 21 de ditadura militar e dos 7 anos e meio de governos Sarney e Collor. Aquela novela já não deveria fazer mais nenhum sentido depois de quase 30 anos de sua estreia, mas aparentemente faz. Vamos reconstruir, disso tenho certeza, mas quanto tempo hemos de demorar? Não sei, mas sei que demoraremos tanto mais quanto deixarmos Bolsonaro agir livre e desimpedido. 

 

Levanta, Brasil!

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

sexta-feira, 19 de março de 2021

O Cronista Misterioso fala do Itamaraty das antigas, que não era perfeito, e do atual, ARRASADO pelo chanceler acidental

[Nota PRA: Mais um petardo que me chega defasado, e novamente com número duplicado, o que indica que deu comichão no Cronista Misterioso, sentiu necessidade de retomar da pluma, como um saudosista irado, contra o nefando capacho que está destruindo não só nossa imagem internacional, mas a própria credibilidade da diplomacia profissional, cujo corpo permanente, entre os quais eu me incluo, contempla com horror o desprezo que esse submisso de aloprado devota às nossas mais sensatas tradições. Ereto da Brocha não deixa de mencionar todos os vícios e deformações de uma Casa que eu sempre chamei de FEUDAL, mas ele reconhece que o capacho dos Bolsonaros se encarregou de chutar seus méritos e qualidades. O Itamaraty agoniza, mas como naquela famoso samba, não morre: vai renascer...]


40bis O Passado (semana 40-bis)

 

Agarro-me desesperadamente ao passado, às glórias que tivemos, às tradições e às histórias luminosas sobre um Itamaraty que me envaidasse e me aquece a alma. “Não tire de mim esse amor louco por aquilo que não é mais. O que foi é esplendidamente mais bonito do que tudo o que é!”, clamo aos berros as palavras do Imperador Juliano às paredes de meu apartamento, em português, pois nem eu, nem o leitor, nem meus pobres vizinhos, somos obrigados a saber as minúcias do Latim Bizantino.

 

Essa paixão louca pelo passado me domina pouco a pouco. Sou um saudosista, confesso. Ainda ouço meus discos do Cartola na Technics que comprei em Nova Iorque, ainda mando cartões postais e ainda lembro de um Itamaraty de glórias. Tudo isso remonta a um passado igualmente longínquo, tão distante quanto ficcional. Por vezes me pergunto se deveras vivi, ou se imaginei essa instituição que servi por tantos anos.

 

Lembrar do passado é uma tentação, mas não nos deixemos cair em tentação. Chuto esse saudosismo para fora e lembro que o Itamaraty é uma geringonça com enormes defeitos. Exclusão social, racismo, sexismo, violência moral, favoritismos e ignóbeis hierarquizações. Essa é verdade que não pode ser ignorada. 

 

Pergunto-me, então, o porquê de estarmos tão enamorados de um passado que, malgrado reais glórias e contribuições ao progresso do país, é tão maculado por atitudes tão condenáveis? A resposta é simples… o presente é muito pior. Ernesto parece não somente ser capaz de potencializar todos os defeitos intrínsecos ao Itamaraty, que são muitos, mas também capaz de destruir todas as boas qualidades desta casa e, quiçá, criar novas e mais perniciosas mazelas de nossas almas.

 

Em nome de um Itamaraty ereto, reflitam. 

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

 

Batman volta, conclamando à resistência de TODOS os servidores do Itamaraty, contra o chanceler aloprado e os destruidores da política externa

 [Nota PRA: Este petardo de Ereto da Brocha, o Cronista Misterioso do Itamaraty, acaba de me chegar, hoje (19/03/2021), com uma numeração duplicada, 34bis, quando na contagem geral, ainda que defasada, já passamos da semana 46. Pela primeira vez, nosso Batman se refere aos que estão na linha de frente da resistência, entre ativos e aposentados, sendo que eu recebo a distinção de ser mencionado entre os primeiros. Ao agradecer ao nosso colega resistente, conclamo todos os demais colegas a sinalizarem, da forma que acharem apropriada, sua REPULSA ao chanceler submisso, capacho, aloprado e alucinado, que está DESTRUINDO O ITAMARATY. Fica aqui minha mensagem: CHEGA E.A., BASTA, apresente sua renúncia, para não passar definitivamente aos anais como o diplomata que DESTRUIU A DIPLOMACIA brasileira. Já deu, ninguém lhe aguenta mais...]


34bis Eu nem sei quem sou? (semana 34-bis)

 

Regozijo-me, devo admitir amigo leitor, que estas babozeiras que tenho dedicado a vossos olhos tenham tido aderência entre jovens e velhos diplomatas. Alegro-me, devo também admitir, de perceber que estas linhas tenham sido consideradas, bem ou mal, críticas apropriadas ao desgoverno que vivemos em nosso Itamaraty. É-me, contudo, necessário reforçar que minha exultação vem não só dos sopapos que tenho trocado com o bolso-olavismo, mas também das indagações sobre minha verdadeira identidade. 

 

Essas elocubrações sobre minha identidade têm se espalhado até mais do que minhas críticas. Infelizmente, pois parece que tenho gerado mais curiosidade do que insuflado os espíritos contra os asnos que nos dominam. Minhas críticas tornam-se apenas mais um bricabraque da vida, enquanto eu nem sei quem sou.É uma pena. 

 

Farei uso, todavia, desta curiosidade para permanecer na batalha, pois quem sou é uma obviedade. Sou mulheres e homens. Sou índios, negros, brancos, pobres e ricos. Sou homossexuais, evangélicos e militantes. Sou os erros e os acertos. Sou o passado condensado com o futuro que recuperaremos. Sou secretárias, conselheiros, ministros e embaixadoras; quiçá, todos ou quase todos os diplomatas. Como legião, somos uma ideia e não uma pessoa. 

 

Nossa legião, como não poderia ser diferente, são Celsos, Teresas, Rubens, Jobims, Viottis, Escoréis, Paulo Robertos, Samucas, Barões, Maria Celinas, Viscondes, Merquiores, Azambujas, San Tiagos, Lampreias, Azeredos, Synésios, Telles Ribeiros, Abdenures e tantos outros que construíram as paredes desta casa. Mas somos também as bases das estruturas. Somos jovens diplomatas e ofchans que construirão nosso futuro, seguramente mais justo e igual que este. Também menos lunático, menos hierárquico e menos facistóide que este.

 

Ora, quem sou, senão eu? Sou todos aqueles que desprezam o bolso-olavismo e repudiam Ernesto e sua claque. E apesar de vocês, ainda que a nossa gente ande falando de lado e olhando pro chão, quando chegar o momento, esse nosso sofrimento vamos cobrar com juros. E você, Ernesto, vai pagar e é dobrado cada lágrima rolada no penar do nosso povo. 

 

Todos juntos, somos fortes. 

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

32) Tecito de Moringa (Semana 32): a venezualização de direita no Brasil, pelos próprios novos bárbaros no poder - Cronista Misterioso

Nota PRA: Suprema ironia: o patético chanceler, inimigo imortal da ditadura chavista, recebe uma lição do seu contraparte venezuelano. Permito-me reproduzir o que disse o chanceler chavista, que já tinha lido no ano passado, mas que é sempre um prazer reler, pois ele se dirige a nós, diplomatas profissionais: 

"Sei que você estão em resistência, que tem vergonha das posições de seu chanceler. Mas, tranquilos. Isso é temporal e que, no final, nenhum governo, nenhum chanceler pode derrotar a excelência do que representa o Itamaraty. No final, esses anos serão apenas uma má lembrança e nada mais”. (Jorge Arreaza, chanceler da Venezuela)


32) Tecito de Moringa (Semana 32)

 

Você se lembra, amigo leitor, quando nosso asno-in-chief gritava sobre os perigos da venezualização (SIC) do Brasil? Você se lembra quando nosso execrável chanceler dizia que nos salvaria do comunismo internacional e, também, quando louvou as belezas de sermos párias? Pois é… Parece, contudo, que viramos mesmo párias, uma Venezuela da direita, sem nenhuma qualificação técnica em seus quadros.

 

Longe de mim vir defender o regime Maduro, mas é preciso notar que seu alto escalão diplomático é, no mínimo, muito mais qualificado que nosso Beato Salu. Durante a reunião virtual extraordinária de ministros da Organização de Estados Ibero-Americanos, Salu nos envergonhou mais uma vez ao utilizar TODA a sua intervenção para tecer acusações ao governo venezuelano e a um suposto complô globalista. Foi isso o que Salu disse? Não sei ao certo, pois é difícil entender o que ele diz... Por alguma razão, meus ouvidos bloqueiam a voz de Ernesto. Autopreservação, talvez?

 

Não convém entrar em detalhes de conteúdo, debruçar-me-ei, sim, sobre a forma. Independentemente do que tenha dito em detalhes, Salu foi TÃO inábil que acabou por tomar uma ensaboada moralista de Jorge Arreaza, pasmem, o Chanceler Venezuelano. Arreaza, do qual discordo, mas reconheço ser um exímio diplomata, abrandou as saraivadas de disparates desconexos que seu governo recebeu com bofetadas de pelica.

 

Lembrou que nosso excelentíssimo se orgulha de dizer que o erro da ditadura militar brasileira foi torturar e, não, matar, bem como rememorou que Salú era o porta-voz de um governante que disse ser incapaz de amar um filho homossexual. Por fim, arrematou com a seguinte pérola: 

 

"Queria recomendar ao chanceler do Brasil uma receita. O comandante Fidel Castro estudou muito a moringa, uma planta extraordinária, com propriedades curativas e também tranquilizante", disse. "Eu quero recomendar um chá de moringa, com um pouco de valeriana. Já vai ver como se abre o espaço para a tolerância ideológica, para que possamos inclusive debater", disse. "Podemos inclusive debater eu e o senhor, sozinhos. Eu desafio. Moringa, nos sentamos, falamos de democracia, direitos humanos, da Amazônia, de mudanças climáticas, de geopolítica”.

 

Com essa pérola diplomática, Arreaza bateu mais um prego na tampa do caixão da supostamente “nova” política externa ernestiana. Rebaixou, com bom humor, o Brasil de Bolsonaro à merecida insignificância mundial e histórica. Por fim, foi além do tecito de moringa e mandou uma mensagem para nós, diplomatas brasileiros, que deixo registrada aqui… Quiçá como palavras de esperança…

 

"Sei que você estão em resistência, que tem vergonha das posições de seu chanceler. Mas, tranquilos. Isso é temporal e que, no final, nenhum governo, nenhum chanceler pode derrotar a excelência do que representa o Itamaraty. No final, esses anos serão apenas uma má lembrança e nada mais”.

 

Para que não sejamos mais admoestados pela Venezuela, reajam. 

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN 

31) Banana Split (Semana 31): não é gastronomia, e sim a banana da realidade

Nota PRA: O Cronista Misterioso compara o dirigente a uma banana, o que me parece ofender a banana, que é pelo menos uma fruta útil. Vejamos o que ele diz: "Já tivemos péssimos governantes, mas, pela primeira vez em nossa história, elegemos a mais podre das bananas e escolhemos mandar uma banana para a banana da realidade."

Está chegando o dia em que vamos dar uma banana para cada um dos aloprados que destróem o Brasil, e tudo o que tem dentro.

Paulo Roberto de Almeida


  31) Banana Split (Semana 31)

 

Uma das minhas mais queridas memórias é de quando visitávamos meu avô em São Paulo. Sempre passávamos pela Sorveteria Alaska, a mais tradicional da pauliceia. Era glorioso poder pedir uma Banana Split como aquelas maravilhas que eu via nos filmes americanos. Cada colherada era um testemunho de que a vida poderia ser perfeita, ainda que só até o final da taça. 

 

Deambulando por estas memórias, em uma forma de escapismo saudosista, peguei-me a elucubrar sobre as quase infinitas combinações que a Banana Split comporta. Podemos escolher o comedimento de uma bola de sorvete, a tradição das três bolas ou até a ousadia de quatro bolas. Podemos mesclar sabores populares, como a minha combinação favorita de flocos e chocolate, ou atermo-nos a um sabor refinadamente burguês, como pistache. Podemos enfeitá-la com a ortodoxa cereja em conserva no topo ou podemos ser inventivos, optando pela heterodoxia dos morangos frescos, ou até mesmo framboesas, mais neokeynesianas. Podemos optar pela reprodução do clássico americano com chantilly ou podemos arriscar uma reviravolta nacionalista com doce de leite ou ainda, quem sabe, os dois!

 

Podemos escolher a perfeição de ver a banana split em uma taça em formato de canoa ou podemos ser iconoclastas ao utilizar uma taça de sundae. Podemos optar pela abundância da banana nanica, pelo sabor balanceado da banana prata, pela doçura da banana ouro ou até pelo exotismo da banana maçã! Podemos aceitar a banana em sua integridade na taça, fatiá-la longitudinalmente ou até, como heréticos, picá-la em pedacinhos. São tantas opções… Mas há um limite para a Banana Split, a banana. Sem banana não há Banana Split! Sem Banana Split não há paz!

 

O amigo leitor deve estar a se perguntar se este que vos fala é apenas gordo ou se chegará a algum ponto com estas deambulações. Ora, sou gordo sim, mas também tenho um ponto! Meu ponto é que o Estado é a Banana Split e banana do Estado é a realidade! Esse é nosso limite!

 

Assim como sem banana não há Banana Split, sem os limites do real, não há Estado. Quando abrimos mão disso, toda a lógica que estrutura o Estado rui e encontramo-nos entregues aos lobos. Já tivemos péssimos governantes, mas, pela primeira vez em nossa história, elegemos a mais podre das bananas e escolhemos mandar uma banana para a banana da realidade.

 

O problema do Brasil bolso-olavista, bem como do Itamaraty ernesto-olavista, não é nem com a esquerda, nem com o centrão, nem com a direita. É com a banana da realidade. 

 

Lembrem-se que não há escapatória para a banana e reflitam.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.

 

30) Xarab Fica? (Semana 30): Cronista Misterioso - o capitão degenerado sustenta seu capacho obediente

 Nota PRA: Xarab Fica é o titulo de um dos romances ditos "distópicos" do patético chanceler acidental. Nunca soube de algum colega diplomata que o tenha lido, e nem pretendo perder tempo com essa coisa, pois já li uma resenha de um jornalista, que leu por obrigação, e que confessou que não entendeu nada. 

Na verdade, a crônica do nosso Batman se refere à permanência do chanceler acidental mesmo com a derrota do adorado ídolo de ambos. A manutenção do nosso personagem não depende dele, e sim dos seus chefes, que o tratam, segundo o cronista misterioso, como Canis Familiaris, o que me parece apropriado.

Paulo Roberto de Almeida


30) Xarab Fica? (Semana 30)

 

No auge de meu masoquismo intelectual, adentrei pela leitura das obras ficcionais (ou talvez fictícias, já que a qualidade das mesmas há de relegá-las à inexistência) de nosso esquizofrênico chanceler. Não passei das primeiras páginas. Em nenhuma das três (A Porta de Mogar, Xarab Fica e Quatro 3) a vontade de entender o autor-criatura foi maior do que a ânsia provocada pelas serpenteantes passagens malfeitas, pelos elogios velados a um totalitarismo ufanista e pelos intermináveis diálogos mal-elaborados. 

 

Tudo falta em Ernesto. Falta alma, falta inteligência, falta criatividade e falta talento. Sabemos que são essas faltas que lhe qualificam para Chanceler do Excelentíssimo Ignóbil da República, mas é aquilo que está presente nele que poderia desqualificá-lo, agora, para o cargo. Esse amor louco por aquilo que não é mais, pelo tropismo religioso, isso, de fato, está presente em Ernesto. Mas, com a vitória de Biden sobre esse obscurantismo, como ficará no picaresco anti-herói? 

 

Nosso Xarab fica? Acredito que sim. Acredito que sua desqualificação total e, agora, absoluta para o cargo o cacifará para uma permanência indeterminada. Como um bom Canis Familiaris sempre pronto a servir seu mestre, o Kakistos Chanceler naufragará com o capitão desta canoa furada em que nos metemos. Ou, ao menos, este é seu desejo.

 

Resta saber se o poder neutralizador do centrão agirá para balançar e contrabalancear a sempre inconstante e incoerente mente de seu mestre. Quem assumiria, caso Ernesto venha a óbito político, nossa canoa? Quem seria tão louco, tão servil, tão abjeto, tão imprudente? Isso é uma indagação para outra hora, pois….

 

Por hora, Xarab fica.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN

29) Sozinho (semana 29): o chanceler acidental e seu chefe se desesperam com a derrota de seu ídolo - Cronista Misterioso

Nota PRA: uma curta nota, apenas para registrar a tristeza do chanceler acidental e seu chefe com a derrota do Grande Mentecapto nas eleições presidenciais dos EUA.

Deve ter sido de fato um choque, o primeiro perder o seu "I love you Trump", o segundo perder o seu segundo, talvez primeiro, chefe, seu guia espiritual.

Essa fatura o eleitorado americano já liquidou; nós ainda nos debatemos na dúvida.


29) Sozinho (semana 29)

 

Às vezes no silêncio da noite, deves imaginar vocês dois. Deves sonhar ali acordado, juntando o antes o agora e o depois… 

 

Imagino que nosso dendrófobo presidente esteja desnorteado, pois esta semana soubemos que ainda acredita em uma vitória eleitoral de seu amor. Andou meio perdido, meio confuso, meio acabrunhado. Deu patadas pra cá e pra lá. Orgulhou-lhe de vetar a vacina, ameaçou militarmente os EUA (!) e, last but not least, ocupou-se do jet-ski. Seguramente, sofre com a derrota, ainda inadmitida, de seu bem querer.

 

Não riam. Nosso chefe está de luto. É duro perder um ídolo, ainda mais quando não se tem pensamento próprio e apenas se segue o líder. 

 

É, amigo, é duro. Você fala que o ama, e sabemos que não é da boca para fora. Ou ele te engana ou não está maduro, iei, iei, iei, iei, ié.

 

Onde está seu Deus agora?

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.


Crônicas 26, 27 e 28 do Cronista Misterioso já publicadas: aqui os links - Introdução Paulo Roberto de Almeida

Ao retomar a série das crônicas do nosso Batman, constato que, ademais da semana 26, eu já havia postado as duas seguintes, e possivelmente também algumas outras, mas a profusão de mensagens, postagens, obrigações acadêmicas, notas de leituras, comentários a matérias da mídia que atravessam, perpassam, invadem meus espaços não me permitiram manter a ordem natural das coisas.

Informo aqui, para eventuais interessados, sobre estas três, antes de retomar a série a partir do número 29. Cada uma destas postagens integram pequenas notas introdutórias de minha parte, pois tenho essa mania de sempre introduzir textos e matérias de terceiros: 

26) É bom ser pária! (Semana 26) 

            Link (29/01/2021): https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/01/26-e-bom-ser-paria-semana-26-ereto-da.html

 

27) O dragão da maldade contra o santo guerreiro (Semana 27)

            Link (13/11/2020): https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/o-dragao-da-maldade-contra-o-santo.html

 

28) E Agora José? (Semana 28)

            Link (13/11/2020): https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/o-cronista-misterioso-ataca-de-drummond.html

 

Divirtam-se...

Paulo Roberto de Almeida


25) A Estagnação Freudiana do Bolsonarismo: Ereto da Brocha, o Cronista Misterioso do Itamaraty bolsolavista; Introdução a nova série: Paulo Roberto de Almeida

Minhas desculpas aos meus 18 leitores, pela organização quase caótica desta transcrição das crônicas sobre o Itamaraty bolsolavista e sua triste figura que faz de conta que é chanceler. Em primeiro lugar, eu dependo de segundos e terceiros intermediários, que nem sempre recebem as ditas crônicas em ritmo regular, pois imagino que o Cronista Misterioso, nosso Batman – ou Arsène Lupin, ou Fantômas, como vocês preferirem –, prefira resguardar sua identidade dos esbirros do poder, sobretudo aquele bando de bárbaros que integra o chamado Gabinete do Ódio (por razões que lhe são próprias).

A segunda edição da brochura que preparei, reunindo as duas dúzias de crônicas recebidas em três ou quatro etapas, dando-lhe o simpático título de Um ornitorrinco no Itamaraty, foi colocada por mim na plataforma Academia.edu e informada neste blog, nesta postagem: 

Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (o cronista misterioso)

(https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/11/um-ornitorrinco-no-itamaraty-cronicas.html)

Como essa brochura continha apenas as 24 primeiras crônicas, passo agora a divulgar as quinze subsequentes que acabo de receber, com alguma eventual repetição de uma ou outra que já posso ter postado. 

Tenho uma reclamação a fazer ao Cronista Misterioso, que não sei se me lerá ou não: ele costuma apenas indicar a série numérica dos seus textos, sem datar cada uma delas específica e precisamente. Como existe uma decalagem temporal entre a sua escritura e meu recebimento e publicação, ficamos sem saber quando exatamente foi escrita uma determinada crônica, a menos de uma indicação qualquer (semana de Natal, por exemplo, ou primeira crônica de 2021). Vou pedir ao nosso Batman que ele coloque a data precisa de sua redação, mas não se ele me lerá, ou acatará a sugestão.

Por que faço essa transcrição individual e ainda tenho a pachorra de compor um livreto? Por puro divertimento.

A situação que estamos vivendo no Itamaraty é tão absurda, tão maluca, que só a derrisão, o escárnio, a gozação pode trazer um pouco de alento aos desalentados diplomatas, que desprezam o seu falso chefe, mas precisam aparentar disciplina e obediência, pois o desequilibrado é dado a retaliações raivosas (ele gostaria de me esganar, estou certo disso). 

Então, retomo a série de publicações, e paralelamente vou coletar todas as 43 dezenas de crônicas recebidas numa terceira edição. Alguém já me indagou sobre copyright, algo impossível de determinar neste momento. Haverá um dia em que o Batman virá à luz, mas no momento cabe apenas atribuir-lhe direitos morais, o que faço com prazer. Fico aguardando novas crônicas, e imagino que elas só cessarão quando o alucinado e alucinante chanceler acidental deixar os diplomatas (e o Brasil), em paz, recolhendo-se à sua mediocridade, ou desaparecendo em algum buraco negro da política brasileira.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 30 de janeiro de 2021


25) A Estagnação Freudiana do Bolsonarismo (Semana 25)

 

Peço de antemão vênia ao amigo leitor, pois é-me necessário abordar questões um tanto quanto vulgares e que exigem vocabulário inferior. Não sou nenhum puritano, mas a análise do bolsonarismo faz com que eu deva debruçar-me sobre questões que podem ruborizar os mais sensíveis. Às favas, pois é o dever do Ombudsman.

 

É conhecida a obsessão de Bolsonaro com o aparelho excretor humano. Refere-se em demasia a seu produto principal, como repetido tantas vezes na famigerada reunião de ministros. Ou como na parábola do sábio líder que orientava seus discípulos: “Quando se fala em poluição ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida também, está certo?” 

 

É conhecido também seu envolvimento passado com cloacas - dada sua confissão pública de zoofilia com aves. 

 

Não me posso portanto furtar da meditação sobre a origem de tamanha obsessão pelo orifício excretor. Pergunto em voz alta aos Sigmunds na estante se o excelentíssimo se encontra estagnado na fase anal. Ao que me respondem silenciosamente, na voz que me imagino a Freud, que indivíduos excessivamente preocupados com o controle e a manipulação das precondições de sua realidade, crentes de que tudo podem e que todos devem dobrar-se a suas preconcepções, estão sim estagnados na fase anal da evolução psicointelectual (apenas a segunda fase desse processo).

 

Para além do freudianismo elementar, o bolsonarismo é famoso por essa obsessão de seu ídolo, muitas vezes referida como o fator de aproximação do excelentíssimo com o guru da loucura, Olavo de Carvalho. A identificação excremental de ambos é curiosa e parece pautar todo o plano de governo desta era sombria. Quiçá uma coprokakistocracia, termo que ouso cunhar, mas que não explicarei, pois me envergonha. Peço apenas que pesquisem o prefixo latino “copro-“ e prefixo grego “kákistos-“.

 

Assim, não foi surpresa que o vice-líder do governo, o Senador Chico Rodrigues, com quem Bolsonaro afirma ter uma relação “quase estável”, no sentido jurídico da coisa, fosse também afligido por essa estagnação anal. Seriam os R$ 17.900 que o vice-líder escondeu na “cueca” apenas mais um episódio de corrupção deste governo, ou também sintoma dessa obsessão freudiana? Não sei, mas sei que ninguém esconde R$17.900, esconde R$18.000. Resta saber onde permaneceu entalada a nota de R$ 100 faltante?

 

Não são só R$ 100. Reflitam.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

26) "É bom ser pária" (semana 26) - Ereto da Brocha (Cronista Misterioso) - O Batman do Itamaraty está de volta!

 O Batman do Itamaraty está de volta!

Ou melhor: meus agentes secretos, 005 e 006, voltaram de férias ou do descanso, e conseguiram me desovar as saborosas — algumas angustiantes — crônicas do Cronista Misterioso das últimas semanas do ano miserável de 2020 e as primeiras de um ano, 2021, que promete ser mais miserável ainda.
Em todo caso, preciso preparar uma terceira edição destes petardos anti-EA, para ampla disseminação e circulação entre o público interessado.
Começo pela primeira desta terceira safra e depois vou alinhando paulatinamente as 14 seguintes, aproveitando para desejar ao Cronista Misterioso meus melhores votos de felicidades em 2021 (só desejo um ano pior, desgraçado, a quem vcs sabem quem).
Brasília, 29/01/2021

É bom ser pária (semana 26)
Escreveu o poeta que devemos ter nossos corações palpitantes de amor patriótico para enfrentar o dragão da mal. Não me refiro a nenhum conto infantil, mas a recente discurso de nosso chefe, que, falando para os formandos da turma João Cabral, convocou-os para uma “aventura nacional e mundial de proporções históricas”! “No sentido medieval” mesmo, como esclareceu.
Não estou plenamente seguro de que os jovens formandos tinham a consciência de que ingressavam não em uma tradicional carreira de estado, mas em uma “aventura épica”, em um “combate de gigantes pela essência humana”! Pensando cá com meus botões, lutar contra dragões… Não tenho certeza se estava nos planos desses jovens.
No romance heroico de nosso chanceler, o globalismo e o politicamente correto, a mando “sabe-se lá de quem” - pois há de ter um toque conspiratório nisso tudo - construíram um ser humano artificial, sem sexo. Pois é, sem sexo - não atribua a mim esse recalque, leitor, foi ele quem disse. A propósito, todas essas referências lascivas a “orgias” e “acasalamento” podem até ser uma forma de agradar o chefe, é verdade, ou de “libertar a linguagem”, mas tenho cá pra mim que… Bom, tirem suas próprias conclusões; ainda me apego a esse incômodo “politicamente correto”.
A saudosa Ms. Walker, professora de inglês de todos nós, proferiu, na mesma ocasião, discurso a um só tempo sóbrio e grandioso. Multilateralismo, democracia e redução das desigualdades sociais. Ah, que saudades que tenho de nossa real diplomacia, em que conceitos racionais estavam também na palavra do Ministro, em lugar de críticas fantasiosas a inimigos imaginários.
Mas a ele uma coisa não se lhe pode negar. Sabe que somos párias, objeto de desconfiança, descrédito e piada. Chacota mesmo. Chalaça. Sabe que cada vez mais nosso trabalho é dificultado no exterior e torna-se por vezes até perigoso. Reconhece, e com orgulho. Diz que é bom ser pária. Acredita que somos heróis virtuosos, lutando sozinhos para libertar o mundo “sabe-se lá de quem”. Só mesmo em seu mundo lírico e confuso, cheio de vilões, aventura e magia.
Se ser pária é tão bom, senhor Ministro, Vossa Excelência poderá ser pária dentro de seu próprio Ministério, recolhendo-se a sua aventura imaginária contra moinhos, orgias comunistas e dragões do mal. Poderá dedicar-se a sua poesia épica e deixar que os assuntos atinentes à realidade sejam conduzidos por embaixadores respeitáveis, enquanto ainda há tempo de salvar a dignidade de nossa Casa.
Para acordarmos desse romance épico de baixa qualidade, reflitam.
Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.

Batman returns: o Cronista Misterioso do Itamaraty está de volta...

O Batman do Itamaraty está de volta!

Ou melhor: meus agentes secretos, 005 e 006, voltaram de férias ou do descanso, e conseguiram me desovar as saborosas — algumas angustiantes — crônicas do Cronista Misterioso das últimas semanas do ano miserável de 2020 e as primeiras de um ano, 2021, que promete ser mais miserável ainda.

Em todo caso, preciso preparar uma terceira edição destes petardos anti-EA, para ampla disseminação e circulação entre o público interessado. 

Começo pela primeira desta terceira safra e depois vou alinhando paulatinamente as 14 seguintes, aproveitando para desejar ao Cronista Misterioso meus melhores votos de felicidades em 2021 (só desejo um ano pior, desgraçado, a quem vcs sabem quem).

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 29/01/2021


É bom ser pária (semana 26)

Escreveu o poeta que devemos ter nossos corações palpitantes de amor patriótico para enfrentar o dragão da mal. Não me refiro a nenhum conto infantil, mas a recente discurso de nosso chefe, que, falando para os formandos da turma João Cabral, convocou-os para uma “aventura nacional e mundial de proporções históricas”! “No sentido medieval” mesmo, como esclareceu. 

Não estou plenamente seguro de que os jovens formandos tinham a consciência de que ingressavam não em uma tradicional carreira de estado, mas em uma “aventura épica”, em um “combate de gigantes pela essência humana”! Pensando cá com meus botões, lutar contra dragões… Não tenho certeza se estava nos planos desses jovens.

No romance heroico de nosso chanceler, o globalismo e o politicamente correto, a mando “sabe-se lá de quem” - pois há de ter um toque conspiratório nisso tudo - construíram um ser humano artificial, sem sexo. Pois é, sem sexo - não atribua a mim esse recalque, leitor, foi ele quem disse. A propósito, todas essas referências lascivas a “orgias” e “acasalamento” podem até ser uma forma de agradar o chefe, é verdade, ou de “libertar a linguagem”, mas tenho cá pra mim que… Bom, tirem suas próprias conclusões; ainda me apego a esse incômodo “politicamente correto”. 

A saudosa Ms. Walker, professora de inglês de todos nós, proferiu, na mesma ocasião, discurso a um só tempo sóbrio e grandioso. Multilateralismo, democracia e redução das desigualdades sociais. Ah, que saudades que tenho de nossa real diplomacia, em que conceitos racionais estavam também na palavra do Ministro, em lugar de críticas fantasiosas a inimigos imaginários.

Mas a ele uma coisa não se lhe pode negar. Sabe que somos párias, objeto de desconfiança, descrédito e piada. Chacota mesmo. Chalaça. Sabe que cada vez mais nosso trabalho é dificultado no exterior e torna-se por vezes até perigoso. Reconhece, e com orgulho. Diz que é bom ser pária. Acredita que somos heróis virtuosos, lutando sozinhos para libertar o mundo “sabe-se lá de quem”. Só mesmo em seu mundo lírico e confuso, cheio de vilões, aventura e magia.

Se ser pária é tão bom, senhor Ministro, Vossa Excelência poderá ser pária dentro de seu próprio Ministério, recolhendo-se a sua aventura imaginária contra moinhos, orgias comunistas e dragões do mal. Poderá dedicar-se a sua poesia épica e deixar que os assuntos atinentes à realidade sejam conduzidos por embaixadores respeitáveis, enquanto ainda há tempo de salvar a dignidade de nossa Casa.

Para acordarmos desse romance épico de baixa qualidade, reflitam.

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Sucesso absoluto do Cronista Misterioso do Itamaraty, quase 2000 visualizações em pouco tempo

1825 visualizações até aqui: 

Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)

2020, Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista
1,825 Views35 Pages

https://www.academia.edu/44437505/Um_Ornitorrinco_no_Itamaraty_cronicas_do_Itamaraty_bolsolavista_Ereto_da_Brocha_2020_

Academia.edu

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Um Ornitorrinco no Itamaraty: cronicas do Itamaraty bolsolavista - Ereto da Brocha (2020)
Paulo Roberto de Almeida byPaulo Roberto de Almeida, Ministry of External…
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Um Ornitorrinco no Itamaraty: crônicas do Itamaraty bolsolavista Ereto da Brocha (um diplomata desconhecido) Índice: Nota liminar à 2ª. edição das Crônicas...
 
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