O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador queda do chanceler acidental. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador queda do chanceler acidental. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de abril de 2021

A volta do Cronista Misterioso: semi-rejubilante (moderadamente) com a saída do chanceler acidental: vai continuar a série? - Ereto da Brocha, Paulo Roberto de Almeida

 49. Xarab Sai (semana 49)

 

[Nota PRA: Nosso Cronista Misterioso rejubila-se com a saída do histriônico personagem que envergonhou a diplomacia profissional brasileira durante mais de dois anos, praticamente desde antes do dia 14 de novembro de 2018, quando ele foi confirmado como o encarregado de operar uma “diplomacia sem ideologia” – e só ofereceu ideologia e NENHUMA diplomacia –, até o último dia 29 de março de 2021, quando, para alívio de TODOS os diplomatas – OK, menos um ou dois – resolveu finalmente pedir demissão do cargo que NUNCA deveria ter assumido, e no qual só emporcalhou o ministério e a imagem externa do Brasil. O nosso Batman diz que abriu um champagne e mandou acender um cubano, mas eu não seria capaz de gastar nem um espumante ordinário com essa excrescência antidiplomática: no máximo fiz uma caipirinha com pisco, pois que nem aguardente brasileiro quis gastar com aquele que foi chamado pela Senador Katia Abreu de “Ex-nesto”. Vamos ver até onde vai a verve do nosso Cronista misterioso, pois seu principal personagem saiu, aparentemente, de cena. Desconfio, pessoalmente, que ao ser lotado na Secretaria de Administração, ele pretende pilotar a política externa e a diplomacia a partir de um MREdoB. Vamos ver.] 

 

 

Há uns bons meses, temos indagado, eu e você, caro leitor, até quando estaríamos fadados a lamentar a presença nefasta de nosso psicopata-chanceler. Foram meses difíceis, nos quais os próprios limites do real foram testados. Foram meses de tristeza, desespero, desaforo e destruição da casa e do espírito de Rio Branco, bem como de algumas troças e risadas que arrancamos das asneiras que vivemos.

 

Mas a tão aguardada hora chegou. Você que aguardou ansiosamente o espocar da champanha e o retinir das taças! Você, inimigo mortal da angústia e do desespero, esteja preparado... Prepare o seu coração para a emoção, para o grito silencioso que eu, você e todos nós temos guardado há mais de dois anos dentro do peito! Ernesto caiu! E temos de celebrar! Sirvam-me uma taça da champanha e acendam-me um daqueles puros. 

 

É dia de festa na casa de Rio Branco! Gritemos aos quatro cantos desta redonda Terra, que o pior chanceler da história já não é mais! Vamos festejar o sofrer e o penar da chancelaria estapafúrdia e da queda patética do pior e do mais baixo entre nós! Celebremos, também, o fracasso das tentativas cafonas e insipientes do ministrículo de tentar manter-se no cargo por meio de mentiras sobre o Senado da República. Celebremos a burrice de quem dobra a aposta quando já sabe que uma carta salvadora não virá.

 

Xarab sai e entra um substituto não ideológico. Um novo ministro menos afeito à loucura, com mais dignidade. Isso deve, sim, ser festejado. Mas devemos lembrar que acabou-se a chuva nos arcos deste palácio e o preguiçoso do astro-rei mostra-nos apenas uma cara pálida e sombria, como de quem esteve a dormir por muito tempo e acordou contra a vontade. Pudera, pois, com sol ou chuva, os hábitos de nosso genocida, desleal e covarde governo não se alteram.

 

Por isso, bebam e celebrem, mas lembrem-se que ainda há nuvens escuras no céu desta capital.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN