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sábado, 30 de janeiro de 2021

31) Banana Split (Semana 31): não é gastronomia, e sim a banana da realidade

Nota PRA: O Cronista Misterioso compara o dirigente a uma banana, o que me parece ofender a banana, que é pelo menos uma fruta útil. Vejamos o que ele diz: "Já tivemos péssimos governantes, mas, pela primeira vez em nossa história, elegemos a mais podre das bananas e escolhemos mandar uma banana para a banana da realidade."

Está chegando o dia em que vamos dar uma banana para cada um dos aloprados que destróem o Brasil, e tudo o que tem dentro.

Paulo Roberto de Almeida


  31) Banana Split (Semana 31)

 

Uma das minhas mais queridas memórias é de quando visitávamos meu avô em São Paulo. Sempre passávamos pela Sorveteria Alaska, a mais tradicional da pauliceia. Era glorioso poder pedir uma Banana Split como aquelas maravilhas que eu via nos filmes americanos. Cada colherada era um testemunho de que a vida poderia ser perfeita, ainda que só até o final da taça. 

 

Deambulando por estas memórias, em uma forma de escapismo saudosista, peguei-me a elucubrar sobre as quase infinitas combinações que a Banana Split comporta. Podemos escolher o comedimento de uma bola de sorvete, a tradição das três bolas ou até a ousadia de quatro bolas. Podemos mesclar sabores populares, como a minha combinação favorita de flocos e chocolate, ou atermo-nos a um sabor refinadamente burguês, como pistache. Podemos enfeitá-la com a ortodoxa cereja em conserva no topo ou podemos ser inventivos, optando pela heterodoxia dos morangos frescos, ou até mesmo framboesas, mais neokeynesianas. Podemos optar pela reprodução do clássico americano com chantilly ou podemos arriscar uma reviravolta nacionalista com doce de leite ou ainda, quem sabe, os dois!

 

Podemos escolher a perfeição de ver a banana split em uma taça em formato de canoa ou podemos ser iconoclastas ao utilizar uma taça de sundae. Podemos optar pela abundância da banana nanica, pelo sabor balanceado da banana prata, pela doçura da banana ouro ou até pelo exotismo da banana maçã! Podemos aceitar a banana em sua integridade na taça, fatiá-la longitudinalmente ou até, como heréticos, picá-la em pedacinhos. São tantas opções… Mas há um limite para a Banana Split, a banana. Sem banana não há Banana Split! Sem Banana Split não há paz!

 

O amigo leitor deve estar a se perguntar se este que vos fala é apenas gordo ou se chegará a algum ponto com estas deambulações. Ora, sou gordo sim, mas também tenho um ponto! Meu ponto é que o Estado é a Banana Split e banana do Estado é a realidade! Esse é nosso limite!

 

Assim como sem banana não há Banana Split, sem os limites do real, não há Estado. Quando abrimos mão disso, toda a lógica que estrutura o Estado rui e encontramo-nos entregues aos lobos. Já tivemos péssimos governantes, mas, pela primeira vez em nossa história, elegemos a mais podre das bananas e escolhemos mandar uma banana para a banana da realidade.

 

O problema do Brasil bolso-olavista, bem como do Itamaraty ernesto-olavista, não é nem com a esquerda, nem com o centrão, nem com a direita. É com a banana da realidade. 

 

Lembrem-se que não há escapatória para a banana e reflitam.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN.

 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Sobre uma eventual e ainda incerta mudança no Itamaraty - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre uma eventual e ainda incerta mudança no Itamaraty 

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 22/01/2021


Sim, o atual chanceler acidental ultrapassou todos os limites do razoável e da dignidade pessoal, ao defender, e até mesmo recrudescer, no tocante às posturas absolutamente alopradas dos donos do poder em matéria de política externa e de diplomacia.

Sim, ele é o PIOR chanceler em 200 anos de história, mas mesmo tal escala comparativa é inaplicável na prática, pois NUNCA tivemos profissional tão desequilibrado e tão medíocre na gestão de área tão sensivel não só para a imagem do Brasil no mundo, mas também para a defesa concreta dos interesses nacionais e dos resultados econômicos para a comunidade de negócios. 

Sim, ele se mostrou indigno com respeito a valores e princípios tão caros na tradição dos altos padrões de trabalho seguidos pela diplomacia profissional, e até com respeito a cláusulas constitucionais que ele violou seguidamente, notadamente no campo da não intervenção nos assuntos internos de outros países e, sobretudo, na defesa da independência nacional, pois que sacrificou o interesse nacional ao se subordinar de forma vil a dirigentes de uma potência estrangeira.

Sim, ele demonstrou não possuir nenhum laivo de racionalidade, ou até de auto estima, ao se submeter de forma canina, servil, como um capacho indigno, às piores loucuras antiplomáticas de assessores ineptos do círculo do poder e mesmo às idiossicrasias claramente prejudiciais ao Brasil defendidas pelos ignaros da família presidencial em assuntos externos.

Sim, ele representa tudo o que os diplomatas profissionais mais rejeitam, e por isso tem sido objeto do desprezo dos colegas de carreira, a ponto de ser alvo de zombarias clandestinas e de ter sido agraciado com epítetos depreciativos, entre eles o de Beato Salu, personagem histriônico da literatura novelesca.


E, no entanto, acaba de ser defendido pelo degenerado dirigente máximo da obra execrável na política externa, dizendo que ela é “excepcional”. Mas isso era esperado, pois o inepto capitão teima em se contrapor a todo o mundo.

E o que conta, finalmente, é que o chanceler acidental se esmera ao máximo em seguir caninamente seus chefes, obedecendo servilmente aos ainda mais ineptos controladores imediatos, o filho 03, um despreparado completo em temas internacionais e um aspone apelidado de Robespirralho.


Existe o precedente de “cair para cima”, como no caso do inacreditavelmente estúpido Weintraub, premiado com um cargo no exterior totalmente acima e além de sua notória incapacidade.

Pode ser o caminho do desequilibrado chanceler acidental, mas só no caso de problemas ainda maiores do que os já causados aos intereses dos grandes grupos econômicos, até aqui silentes e coniventes com os tremendos despautérios perpetrados por esse bando de ignorantes e despreparados.

Alguma pressão nesse sentido tem sido visível nos últimos tempos, e podem se acentuar com os desastres acumulados no combate à pandemia, e em face do extraordinário e inédito isolamento internacional do Brasil, cujo chanceler não tem diálogo com NENHUM dos grandes parceiros econômicos do Brasil.

Mas, justamente, o inepto e voluntarioso dirigente adora posar de “macho”, contrariando todas as opiniões alheias e até o senso comum e o consenso geral. 

De toda forma, os aloprados no poder precisam de um outro capacho no Itamaraty, o que pode ser difícil de conseguir; ninguém de fora, ou mesmo algum quadro profissional conseguiria ser tão indigno na subserviência quanto tem demonstrado ser o chanceler acidental; se existir, poderia ser apenas o prolongamento da demolição da política externa e da diplomacia. 


Paulo Roberto de Almeida