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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 13 de outubro de 2024

Extrema-direita Notas sobre uma falsificação - AUGUSTO DE FRANCO

Extrema-direita Notas sobre uma falsificação AUGUSTO DE FRANCO ID, OUT 13 A esquerda - origem da clivagem esquerda x direita como esquema explicativo universal - insinua que a direita é, no fundo, a mesma coisa que a extrema-direita; ou os fascistas - sendo que todos os que não são de esquerda são ou serão fascistas (ou serão capturados por eles). O que chamam, porém, de extrema-direita é o populismo-autoritário ou nacional-populismo (Trump, Salvini, Farage, Wilders, Chrupalla, Le Pen, Orbán, Bukele, Erdogan, Bolsonaro), mas quantos países no mundo de hoje são governados por esses líderes? Revista ID é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga. Faça upgrade para a versão paga Pouquíssimos países são governados hoje por populistas-autoritários ditos de extrema-direita. Dificilmente acharemos meia dúzia (na verdade, achamos três ou quatro, se não incluirmos Putin - aliado também da esquerda). Orbán na Hungria, Bukele em El Salvador e, talvez, Erdogan na Turquia. Como exceção, Meloni - que, todavia, não alterou o regime político da Itália (que continua sendo uma democracia liberal). Trata-se de um inimigo universal construído (a tal "internacional fascista") para justificar que todos devem se juntar ou se subordinar à esquerda para não sucumbir ao ataque da direita (tomada como extrema-direita) e "salvar a democracia". O objetivo da falsificação é claro. É para que esqueçamos as 89 autocracias reais (V-Dem 2024), boa parte das quais de esquerda (como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coréia do Norte, China, Vietnam, Laos) ou fundamentalistas religiosas, que atacam igualmente as democracias liberais (como as ditaduras de Irã, Gaza, Síria, Afeganistão, Arábia Saudita, Bareim, Catar, EAU, Iémen, Jordânia, Kuwait, Líbia, Marrocos, Omã, Somália e Sudão, para não falar da Cisjordânia, com a AP e de partes do Líbano, com o Hezbollah e do Iraque, com as milícias xiitas). É bom estudar o relatório 2024 do V-Dem (da Universidade de Gotemburgo), um dos mais reconhecidos institutos que monitoram os regimes políticos no mundo. Clique no link para baixar o PDF (em português): Relatório da Democracia 2024. Revista ID é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, considere tornar-se uma assinatura gratuita ou uma assinatura paga. Faça upgrade para a versão paga Atualmente você é assinante gratuito da Revista ID. Para uma experiência completa, atualize sua assinatura. Upgrade to paid CURTIR COMENTAR RESTACK © 2024 Inteligência Democrática 548 Market Street PMB 72296, San Francisco, CA 94104 Cancelar inscrição

terça-feira, 18 de junho de 2024

Extrema direita e extrema esquerda: semelhanças e diferenças - Paulo Roberto de Almeida

Extrema direita e extrema esquerda: semelhanças e diferenças 

Vejamos: pessoas de direita e de esquerda, nas extremas, cultuam regimes autoritários.

Na Extrema-direita eles costumam ser:

Antiabortistas, antivacinais, negacionistas climáticos e, sobretudo, criacionistas anticientíficos. Representam o retrocesso educacional, a negação dos direitos humanos. São preconceituosos e favoráveis a regimes autoritários!

Na Extrema-esquerda eles costumam ser:

Estatizantes, nacionalistas tacanhos (na direita também, as duas coisas), pelas liberdades coletivas e contra liberdades individuais, direitos humanos seletivos aos defensores do coletivismo, preconceituosos contra a propriedade e os ricos em geral, pretensos defensores dos pobres pelas vias erradas de restringir plenas liberdades econômicas.

As duas correntes são marcadamente autoritárias.

Nisso são anti-Iluministas e antiliberais.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 18/06/2024