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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Academia.edu: impacto em um ano dos papers Paulo Roberto de Almeida

Apenas consultando o Analytics do Academia.edu, quanto ao impacto global de meus arquivos no espaço de um ano:

Your Impact from February 01, 2017 to January 31, 2018
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ambientalistas sensatos propoem metas modestas, mas ambiciosas, para os problemas do clima

Não sou especialista na questão, sequer um grande conhecedor do tema, apenas um curioso querendo aprender. Algo me diz, ao ler o artigo abaixo, que a visão dos três brasileiros é razoável e interessante, mas que ela carece de sustentação entre os principais países, o que significa que as soluções propostas não serão adotadas.
Ou seja: o mundo vai piorar antes de começar a melhorar. Talvez não seja uma má solução, pois persistem muitas dívidas sobre os efeitos reais das mudanças climáticas e sobre a capacidade de os sistemas econômicos (isto é, os mercados) de absorverem os desafios e transformarem os insumos "negativos" em materiais de reconversão e adaptação, combinando assim elementos positivos e negativos numa mesma equação adaptativa.
Paulo Roberto de Almeida 

Uma nova arquitetura para o clima
Israel Klabin, Rubens Ricupero e José Goldemberg
O Globo, 1/12/2010

"A opinião pública já começa a entender que os impactos das mudanças climáticas afetarão nossas vidas"

No atual cenário internacional, que une crise econômica a impasses nas negociações sobre meio ambiente, só temos uma certeza: o fim do modelo Kioto de negociações internacionais e dos mecanismos de implementação do princípio do "poluidor-pagador".
Não estamos sós na avaliação. Em fevereiro de 2010, um grupo acadêmico produziu um relatório sobre políticas climáticas chamado Hartwell Paper. O objetivo era reavaliar as políticas climáticas após a grave crise econômica de 2008-2009.
Esse documento foi uma parceria do Instituto de Ciência, Inovação e Sociedade da Universidade de Oxford, com a London School of Economics. "Uma boa crise não deve ser desperdiçada", é um dos conselhos que o Hartwell Paper fornece, com a nossa total aquiescência. O foco central está na crítica às políticas climáticas atuais, à maneira pela qual são negociadas e como são compreendidas e praticadas por vários governos sob o guardachuva da Convenção do Clima.
As conclusões do Hartwell Paper são: essas políticas falharam e não controlaram ou reduziram as concentrações de gases de efeito estufa; o acordo que emergiu em Copenhague tem status incerto, seus compromissos e consequências não são claros; nenhum acordo de grande conseqüência foi alcançado, e o próprio mecanismo de diplomacia  multilateral passou a ser questionado.
O peso dos emergentes não pode mais ser ignorado, e países como China, Brasil, Índia e África do Sul tomaram iniciativas e expressaram visões distintas. Alguns procuram implementar políticas domésticas ou bilaterais, cujos resultados podem ser mais facilmente alcançados. O que deverá acontecer em Cancún?
Nenhum de nós acredita que algo diferente seja proposto e, muito menos, mecanismos importantes sejam implementados a tempo de reduzir as emissões no curto prazo. Devemos reavaliar as soluções preconizadas até agora para a questão ambiental. O desafio é como alcançar objetivos ambiciosos com harmonia política. Propomos abordagens específicas para cada aspecto do problema ambiental.
Devemos distinguir as questões: florestas, qualidade do ar, poluição das águas, adaptação às mudanças climáticas, energia, etc, cada qual seguindo sua própria agenda. Os objetivos principais de uma nova agenda climática deveriam ser três: energia adequada (limpa, acessível, segura e de baixo custo), modelos de desenvolvimento que não comprometam os sistemas naturais e adaptação das sociedades aos impactos de eventos climáticos extremos.
Apesar do estabelecimento de mercados de crédito de carbono e do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), as emissões aumentaram nos últimos 20 anos. O aumento das emissões em países em desenvolvimento, que não têm compromissos de redução em Kioto, é a principal explicação.
Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, em 2015 a emissão resultante da queima de combustíveis fósseis desses países ultrapassará pela primeira vez as emissões dos países ricos somados. Dessa maneira, não podemos ser coniventes com o mau uso da tese de responsabilidade diferenciada, isto é, por serem menos ricos e por terem iniciado seu processo econômico tardiamente, os países em  desenvolvimento teriam um direito moral à poluição, e que impor restrições seria uma espécie de dumping ambiental por países de economia avançada.
Não é preciso, para que os países pobres se desenvolvam, gerar a poluição que os ricos produziram em dois séculos. Os perigos iminentes implicam responsabilidades conjuntas. Devemos procurar mecanismos aplicados nacionalmente que promovam o desenvolvimento, dentro de conceitos de uma economia limpa, a serem debatidos e apresentados na Rio+20.
É possível um salto na renda e bem-estar ao adotarmos tecnologias já disponíveis e práticas da nova economia. O Brasil tem por hábito se apropriar depressa de evoluções tecnológicas e conceituais que alimentam o modelo econômico e os padrões de consumo do mundo desenvolvido.
Foi essa também a espoleta que a China usou para a rápida evolução e absorção da modernidade de seu desenvolvimento. Isso ainda é possível para nós, porém em outro modelo de mercado e de novos conceitos de soberania que, em vez de nacional, se apresentaria como co-responsabilidades de um sistema global com baixa emissão de gases-estufa. Podemos aprender com bons modelos pelo mundo.
O Brasil tem exemplos para apresentar. O programa de etanol de cana-de-açúcar, a redução do desmatamento da Amazônia nos últimos anos e o acesso à eletricidade em zonas rurais conseguiram resultados positivos na área socioambiental.
Acreditamos que outros países podem dividir experiências exitosas em prol de uma verdadeira mudança de paradigma. Mudança climática é um problema perverso: não é facilmente identificável, sua complexidade não se reduz a modelos simples, as causas estão entranhadas nos sistemas sociais e econômicos que adotamos.
Uma "guerra à mudança climática" não chegará a lugar algum. É utópico pensar que há uma razão científica única. O que tentamos hoje é administrar a situação da melhor maneira possível e evitar cenários de maior risco.
A opinião pública já começa a entender que, embora difusos, os impactos das mudanças climáticas afetarão nossas vidas nos próximos anos. Os autores do Relatório Hartwell fizeram uma proposta interessante, que converge com nossas próprias ideias sobre mudanças no modelo econômico vigente.
O ponto central é o mecanismo de precificação do carbono, inicialmente pequeno, porém progressivo, de acordo com os custos do impacto ambiental produzido por cada setor que iria para um Fundo Global vinculado à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias limpas. Com esse mecanismo será possível propiciar energia barata universal, motor fundamental para a inclusão social sustentável - não é pouca coisa, mas é possível.

Israel Klabin e Rubens Ricupero são membros do Conselho Curador da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável; José Goldemberg é professor da Universidade de São Paulo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

RBPI: uma grande revista com alto fator de impacto na area

Estou satisfeito, por estar satisfeito com um amigo, com o seu trabalho, e por suas realizações como editor da

Revista Brasileira de Política Internacional
RBPI

Abaixo a mensagem que ele me mandou, comunicando a "elevação", ou promoção, como quiserem, da RBPI como revista de impacto em sua área de atuação (avaliação dada pelo Institute for Scientific Information - ISI).
Mais abaixo a minha mensagem a ele de cumprimentos.
Sou tanto mais feliz em fazê-lo pois sou um dos responsáveis, talvez O responsável, pela sobrevivência da revista, quando ela inevitavelmente soçobraria, no Rio de Janeiro, no seguimento da morte de seu editor, Cleantho de Paiva Leite, e sua transferência para Brasília, em 1992-1993.
Os pesquisadores, leitores e "curiosos" da área fariam bem em conhecer melhor a revista, tomar uma assinatura e, quem sabe até?, colaborar com um artigo.
Hoje, como Editor-Adjunto, mas afastado de funções executivas, sou um mero parecerista da revista, mas eu a tenho do lado esquerdo do peito, como se diz.
Longa vida à RBPI e cumprimentos ao Professor Antonio Carlos Lessa.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 29.06.2010)

On Jun 29, 2010, at 7:44 PM, Antonio Carlos Lessa wrote:

Estimado Paulo,

Seja lá qual forem os resultados dos jogos do Brasil, eu já ganhei a minha Copa do Mundo!
A RBPI ganhou pela primeira vez Fator de Impacto no ISI. Apenas dez revistas brasileiras da área de humanidades têm fator de impacto neste ano (eram três até o ano passado). Veja a lista em attachment.
Depois precisamos conversar sobre as consequências disso. Em síntese, precisamos de citações dos trabalhos publicados na RBPI nos artigos de colegas do exterior. Simples assim.

Abraco grande,
A.

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FATOR DE IMPACTO
É uma medida técnica, universalmente adotada, que indica a relevância de uma determinada publicação na sua área. É um indicador polêmico, mas realmente universal. Com ele se dão as sentenças de sobrevida oude morte de muitas publicações científicas pelo mundo afora, especialmente nas ciências duras. Apenas três publicações brasileiras da área de humanidades e ciências sociais têm fator de impacto - a Dados é uma delas. Vejam abaixo:
"O Fator de Impacto (FDI) é calculado levando-se em conta fatores como o número de artigos publicados em determinado periódico e o número de citações a estes artigos no mesmo intervalo de tempo. Dentre diversas possibilidades, o FDI ajuda: a) bibliotecários a administrar e manter coleções de periódicos e verbas para assinaturas e b) autores a identificar periódicos nos quais publicar, confirmar status de periódicos nos quais já publicaram e identificar periódicos relevantes as suas pesquisas."

Vale também uma leitura por alto do conceito na Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fator_de_impacto
--


Estas são as informações constantes do ranking acima, das revistas brasileiras que possuem o Fator de Impacto. Na área das humanidades, apenas a Dados e a RBPI estão listadas:
1 CAD SAUDE PUBLICA
2 DADOS-REV CIENC SOC
3 MANA-ESTUD ANTROPOL
4 PSICOL-REFLEX CRIT
5 REV BRAS POLIT INT
6 REV BRAS PSIQUIATR
7 REV ESC ENFERM USP
8 REV LAT-AM ENFERM
9 REV SAUDE PUBL
10 TEMPO SOC
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Agora, minha mensagem de cumprimentos ao Professor Antonio Carlos Lessa:

GRANDE NOTICIA, meu caro Lessa, INTEIRAMENTE devida a seus esforcos, a sua direcao intelectual e executiva da RBPI e que vai entrar nos anais, nao apenas da RBPI, mas das publicacoes academicas brasileiras, e na trajetoria dos estudos e da pesquisa de RI do Brasil.
Meus cumprimentos enfaticos, pois de fato sua conquista é muito grande, ENORME, se pensarmos nos recursos limitados da RBPI, sem todo aquele aparato secretarial dos journals americanos, ou das grandes editoras universitarias americanas e inglesas. Realmente, é um desempenho excepcional para a exiguidade de meios de que dispoe a RBPI e a parcimonia de apoios externos.
Tudo se deve a voce e a sua pequena equipe de voluntarios, que tambem devem ser cumprimentados pelo fato.
Meus parabens sinceros e entusiasmados pelo sucesso alcancado e que isto seja um dos primeiros e grandes galardoes de sua trajetoria academica e de sua carreira intelectual.
O grande abraco do
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Paulo Roberto Almeida

Leiam a RBPI.