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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Homenagem a José Guilherme Merquior: documentário, lives, seminário - seleção de Paulo Roberto de Almeida

Encerrou-se hoje, sexta-feira 10/12/2021, uma série inteira de homenagens ao grande intelectual José Guilherme Merquior, com a participação de seus amigos, familiares e estudiosos. Faço aqui uma seleção dos materiais disponíveis aos interessados, que não puderam seguir tudo. Começo pelo documentário de 2015, quando a Editora É Realizações deu continuidade ao seu projeto de reedições das obras de Merquior, e vou para os materiais que eu pude colher aqui e ali, sem que eu pudesse evitar certa repetição de meus próprios textos e postagens sobre ele (mas ao final, apenas).

Antes um esclarecimento, que foi solicitado por alguém, sobre a origem do nome Merquior. Quem esclarece é sua filha: 

Julia Merquior : (9/12/2021)

O sobrenome Merquior veio de Marchiori, o bisavô do meu pai, Ermenegildo Marchiori, teria nascido em Padua, Italia, em 1852 e veio ao Brasil por volta de 1890 com sua esposa Domenica Liberalón Marchiori. Aqui tiveram mais dois filhos, o último, nascido em 1892, Dermevale Marchiori é q virou Merquior em algum cartório...


1) Documentário "José Guilherme Merquior - Paixão pela Razão" (2015)

Link: https://www.youtube.com/watch?v=3frJg5gVdqo


2) José Guilherme Merquior: um intelectual brasileiro, pelo Livres -#Merquior80 (abril 2021)

Link: https://www.youtube.com/watch?v=mtJJu_0eBeg


3) Bate-papo sobre José Guilherme Merquior, com Joel Pinheiro e João Cezar de Castro Rocha

Link: https://www.youtube.com/watch?v=zs9ejVx__0c


4) Série de lives do Seminário Internacional José Guilherme Merquior, da É Realizações (9 e 10 de dezembro de 2021) 

(1) Mesa de abertura: Depoimentos | Seminário Internacional José Guilherme Merquior

Link: https://www.youtube.com/watch?v=AazuJaT1a4U

 

(2) Merquior, leitor único (I) | Seminário Internacional José Guilherme Merquior

(3) Merquior, leitor único (II) | Seminário Internacional José Guilherme Merquior

Transmissão da terceira mesa do dia 09/12 do Seminário Internacional José Guilherme Merquior, com a participação de Andrea Almeida Campos (UNICAP), Valter Sinder (UERJ / PUC-RJ), Lucia Granja (UNICAMP) e mediação de João Cezar de Castro Rocha.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=gQOyoIoE6y4



(4) Merquior, pensador (I) | Seminário Internacional José Guilherme Merquior


(5) Merquior, pensador (II) | Seminário Internacional José Guilherme Merquior


(6) Merquior e o universo hispano-americano | Seminário Internacional José Guilherme Merquior


(7) Merquior e literatura brasileira | Seminário Internacional José Guilherme Merquior

Transmissão da terceira mesa do dia 10/12 do Seminário Internacional José Guilherme Merquior, com a participação de Antonio Carlos Secchin (UFRH,ABL, Poesia), Peron Rios (Colégio de Aplicação da UFPE, Crítica) e Regina Lúcia de Faria (UFRRJ, História da Literatura), e mediação de João Cezar de Castro Rocha..

Link: https://www.youtube.com/watch?v=wCWvUXKbOb4

(9) Mesa de encerramento: Depoimentos | Seminário Internacional José Guilherme Merquior

Transmissão da mesa de encerramento do Seminário Merquior, com Edson Filho, Manuela Carneiro da Cunha, embaixada Heloísa Vilhena e Julia Merquior

Link: https://www.youtube.com/watch?v=xx_Flmv96cU

 

E mais: 

Aula Online: Pensamento Liberal de José Guilherme Merquior, com Kaio Felipe

Transmitido ao vivo em 15 de abr. de 2015Kaio Felipe, Doutorando em Sociologia, Mestre em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ). Graduado em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) fala sobre o pensamento liberal de José Guilherme Merquior.

- Lançamento de "Formalismo e Tradição Moderna": 

Link: https://www.youtube.com/watch?v=xOR7HOk3zow&list=RDCMUC5iFfItjg9_9ADZSm9vzPhQ&index=11

- Merquior: O Liberalismo antigo e moderno – Mateus Fugita

20 de jul. de 2020 • José Guilherme Merquior é muito possivelmente um dos maiores autores que o Brasil já teve. Crítico de arte, acadêmico mundialmente reconhecido e escritor agudo sobre política foram algumas das suas diversas atribuições durante sua curta, mas produtiva, vida. É mais do que merecida, portanto, uma série apenas para ele em nosso canal. Decidi expor capítulo a capítulo do livro O Liberalismo: Antigo e Moderno, um material extremamente preciso e instigante.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=rCjNRhsWxCI



Finalmente, remeto a textos meus, para o seminário internacional, assim como postagens diversas neste blog Diplomatizzando: 


4038. “Inéditos de José Guilherme Merquior: amostras da ‘máquina de pensar’”, Brasília, 7 dezembro 2021, 19 p. Apresentação sumária dos textos inéditos ou pouco conhecidos de José Guilherme Merquior: prefácio às edições brasileiras dos Estudos Políticos de Raymond Aron (1980) e do Dicionário Crítico da Revolução Francesa, de François Furet e Mouna Ozouf (1988), e conferências feitas na Universidade de Harvard, El Otro Occidente (1988) e no Centre de Recherches sur le Brésil Contemporain, “Brésil: cent ans de bilan historique” (1990). Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63761861/4038_Ineditos_de_Jose_Guilherme_Merquior_amostras_da_maquina_de_pensar_2021_) e no blog Diplomatizzando (10/12/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/ineditos-de-jose-guilherme-merquior.html).

 

4040. “Apresentação sobre os inéditos de José Guilherme Merquior no Seminário Internacional em homenagem aos seus 80 anos”, Brasília, 7 dezembro, 12 slides. Capas de seus livros mais importantes e dos inéditos sendo apresentados. Seminário apresentado no YouTube da É Realizações (https://www.youtube.com/editorae). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/63769579/4040_Apresentacao_no_Seminario_Jose_Guilherme_Merquior_2021_), informado no blog Diplomatizzando (10/12/2021; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/apresentacao-sobre-ineditos-de-jose.html). 


Postagens diversas: 


José Guilherme Merquior: 80 anos - Seminário Inter...

José Guilherme Merquior, 80 anos (1): uma recapitu...

José Guilherme Merquior, 80 anos (2): um intelectu...

José Guilherme Merquior, 80 anos (3): coletânea de...

José Guilherme Merquior, 80 anos (4): prefácio à b...

José Guilherme Merquior, 80 anos (5): apresentação...

José Guilherme Merquior, 80 anos (6): textos relat...



Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 10/12/2021



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Juca Paranhos: bon vivant... - Alexandre Belmonte

Há diversos equívocos neste artigo, a começar pelo título: Juca Paranhos nunca foi barão; quando este "surgiu', o personagem já não era mais o Juca Paranhos, e sim o cônsul-historiador, filho do seu pai, ou seja, o Visconde...
Não vamos nos enganar, nem exagerar, nem misturar as coisas...
Esta matéria, aliás, já foi postada aqui, em outro formato...
Paulo Roberto de Almeida
Juca Paranhos: o barão bon-vivant

Patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco - cujo centenário da morte é lembrado este ano - curtiu muito a vida até ter atuação fundamental na consolidação do território nacional

Alexandre Belmonte
Revista de História da Biblioteca Nacional6/2/2012
Corre o ano de 1862 e a boemia acadêmica está no seu apogeu: o Romantismo está em toda a parte. No quarto de uma república na esquina do Beco dos Cornos, em São Paulo, o futuro barão dorme com a cabeça apoiada num velho paletó, enfiado a socos numa fronha, após uma noite de algazarra. A luz é de velas, postas em gargalos de garrafa. Uma ruidosa comemoração acaba de acontecer.
Sim, estamos falando de José Maria da Silva Paranhos Junior, o barão do Rio Branco – ou Juca Paranhos, para os íntimos. Como lembra Marcio Tavares D’Amaral, em "O Barão do Rio Branco" (Editora Três, 1974), as bagunças aconteciam “a qualquer propósito ou sem propósito algum”. Nada que um banho frio não curasse: Juca costumava se banhar, nu em pelo, no rio Tamanduateí.
Saraus literários, serenatas noturnas com flauta, violão e cavaquinho, e um jovem pela primeira vez longe dos pais, numa cidade estranha. O futuro barão vivia numa república com outros jovens, que o definiam como um “colega agradável, sempre alegre, pronto para as festas e brincadeiras”. A cavalo, ia até a Penha, a Pinheiros e ao Ipiranga. Presença constante em teatros, circos, corridas de cavalo, bailes, e também em procissões e missas cantadas. Na livraria Garraux ou em alguma confeitaria, passava horas a conversar. Vai para o Recife, conclui o bacharelado e parte para a Europa, com um prêmio de loteria de 12 contos de réis nos bolsos!

'Uma vida perdida de boêmio'
Seus hábitos pareciam incomodar muita gente. Era vaidoso, usava cabelos longos, penteados para trás, e uma solene sobrecasaca. Gostava de vestir-se bem, e dizem que era elegante e polido, de uma beleza quase feminina. Luís Viana Filho, um de seus biógrafos, chega a dizer que “nada o deliciava mais do que a indiscrição de um decote, permitindo-lhe avançar o olhar sobre um belo colo”. Ainda no Colégio Pedro II, o futuro barão iniciava sua vida sentimental de mãos dadas com uma menina da sua idade – mas era ainda tão criança que seu pai, o visconde do Rio Branco, ia buscá-lo na saída da escola.
No Rio, o barão passava várias noites em teatros e cafés, e muitos diziam que levava “uma vida perdida de boêmio”. Almoçava às 3 da tarde e jantava de madrugada, na companhia das atrizes do Teatro Alcazar. É aí que, em 1872, apaixona-se pela atriz belga Marie Stevens. O primeiro filho do casal nasce um ano depois, em Paris, e Juca faz com que ela regresse prontamente ao Brasil. Somente após dois anos é que sua mãe aceita batizar o pequeno Raul, e mesmo assim por procuração.
Nascem mais filhos, e a princesa Isabel, valendo-se da ausência do pai, assina seu ato de nomeação de cônsul em Liverpool. Marie vai para Paris com as crianças, enquanto Juca se prepara para ir a Liverpool. Nesse ínterim, apaixona-se pela sobrinha do Duque de Caxias, Maria Bernardina, “um anjo de beleza” de apenas 15 anos. Vai para Liverpool e passa seu tempo entre seus afazeres na cidade inglesa e sua vida familiar em Paris. Escreve a um amigo italiano, em 1877, dizendo que a situação não vai bem com a “marechala”: não consegue romper seu casamento com Marie e desposar Maria Bernardina. “É muito difícil, muito doloroso para um pai não saber qual será o destino e o futuro dos seus filhos”, desabafa.
Na edição impressa você confere um artigo sobre a atuação fundamental do barão na consolidação do nosso território no início da República, incluindo ainda uma foto pouco conhecida do jovem Juca Paranhos, aos 17 anos. Veja também as homenagens ao barão marcadas para este ano no Rio de Janeiro e em Brasília.
Alexandre Belmonte é pesquisador da Revista de História da Biblioteca Nacional
Grande orador, Rio Branco discursa na abertura da 3ª Conferência Pan-Americana, no Palácio Monroe, em agosto de 1906.
Foto: Wikimedia Commons
Foto: Wikimedia Commons