Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
iPad2?: estao querendo nos tratar como idiotas...
iPad2, a partir de R$ 1.649,00, em até 10x de R$ 164,90, sem juros no cartão de crédito.
Mas, se você pedir para pagar à vista, o preço é o mesmo, ou seja, estão chamando os consumidores de idiotas, pois só idiotas acreditam que um objeto pago à vista ou comprado em "suaves prestações mensais" durante dez meses custe a mesma coisa. Algo está errado, e não é a matemática, é a falta de vergonha de comerciantes e do próprio governo, que permite que tal propaganda enganosa, e tal fraude contra os consumidores, se mantenham impunemente.
Só em países ANORMAIS, esse tipo de coisa, "dez vezes sem juros", existe. Em países normais, existe um preço corrente, de mercado, de fábrica ou de loja, e depois, se você não pode comprar à vista, aplicam-se juros proporcionais ao tempo de financiamento, 3, 6, "n" vezes, subindo proporcionalmente o custo desse financiamento, segundo juros de 3, 3,5 ou 4 a 5% por cento.
Só em países ANORMAIS, o juro do financiamento eleva-se a mais de 50% ao ano, ou o do cartão de crédito e do cheque especial supera 100% ao ano.
O governo pretende nos tratar como IDIOTAS?
Infelizmente parece que sim...
Apenas para angustiar os aflitos, algumas evidências:
Esse iPad2, que é vendido aqui ao preço fixo de R$ 1.649,00 (ou seja, o equivalente mais de mil dólares, ou mais exatamente US$ 1.030), é oferecido nas lojas dos EUA a US$ 499, ou seja, apenas R$ 798,00.
Concluindo, caro consumidor, você está pagando mais do que o preço de DOIS iPads (que representariam, portanto, o valor total de R$ 1.596,80, nos EUA), mas levando só um para casa...
Você gosta de ser tratado como idiota?
Eu não...
Não posso fazer nada, apenas protestar mas mostrar a evidência de como os brasileiros são lesados todos os dias, em todos os assuntos econômicos.
E o governo ainda lança um "Brasil Maior" para ajudar a indústria.
Sabem o que isso vai significar para você, caro consumidor?
Um "Brasil Menor", bem menor no seu bolso, pois você vai pagar mais caro por bens de menor qualidade. Também vai ser um "Brasil Menor" para a indústria como um todo, pois o setor vai ficar defasado em relação ao resto do mundo, vai perder competitividade e, ao fim e ao cabo, vai ser destruída pela concorrência de qualquer forma, aqui e lá fora.
É isso que nos promete o governo com suas políticas extorsivas e protecionistas: está afundando a indústria e, por extensão, a economia brasileira.
Quando os brasileiros vão aprender?
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Para os iPad-maniacos: nao esperem preço baixo...
Apple prepara lote de iPads brasileiros
Camila Fusco, de São Paulo
Folha de S. Paulo, sábado 09/04/2011
Contêiner inicial de componentes já está a caminho do país; produção permanente dependerá de isenção fiscal
Fabricação será "teste" de mercado enquanto se discute incentivo e deve acontecer em unidade da Foxconn em SP
Em meio às negociações com o governo brasileiro por incentivos à fabricação de tablets, a Apple já enviou ao país os primeiros lotes de componentes para montagem local do iPad.
Segundo a Folha apurou, um carregamento com componentes já está a caminho do Brasil em contêineres embarcados a partir da Ásia, que hoje concentra a fabricação dos produtos Apple.
A previsão de chegada é de até dois meses, tempo suficiente para que as várias instâncias de governo formalizem as políticas de incentivo.
Além de redução de 9,25% de PIS e Cofins, que a Apple poderia aproveitar com a classificação dos tablets como computadores - como já sinalizado pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo-, há a possibilidade de a produção também ser beneficiada por incentivos fiscais dos Estados.
Hoje, o ICMS aplicado sobre a cadeia de distribuição chega a 33%.
O candidato natural à produção da Apple é São Paulo, na região de Jundiaí e Indaiatuba, onde estão unidades da Foxconn, fabricante do iPad, do iPhone e do iPod.
No Estado, o governo já ratificou benefícios fiscais para fabricantes de eletrônicos como isenção de IPI, redução de ICMS de 18% para 7% e incentivos sobre máquinas para a produção local.
Se a Apple decidir fazer do país um polo de exportação de seus produtos para a América Latina, poderá complementar os incentivos estaduais com as medidas federais já previstas para PCs.
"Esses incentivos combinados para a importação de máquinas e equipamentos poderiam permitir corte de preços de até 40% no preço do tablet", afirma Julio Semeghini, secretário de Gestão Pública de São Paulo.
O percentual estaria em linha com as expectativas da Apple. Hoje, se houver só a redução de PIS e Cofins, os iPads teria redução de apenas 5% no varejo.
Segundo Semeghini, o governo estadual está empenhado em incentivar as empresas a fazer do Estado tanto um polo para exportação quanto um centro para abastecer o mercado interno.
Questionado diretamente sobre o acordo com a Apple, o secretário preferiu não comentar o assunto.
MONTAGEM LOCAL
Esse primeiro lote de componentes tem a intenção de "testar" o mercado e vai gerar os primeiros iPads brasileiros enquanto acontece a negociação dos tributos.
Eles devem ser produzidos nas fábricas já operacionais da Foxconn, que fabricam para Sony e HP, já que o volume inicial para iPad não deve ser expressivo.
Estudo da Apple no país mostra que há demanda por ao menos 5.000 iPads mensais. Se combinadas com incentivos, até questões sensíveis, como mão de obra -4,5 vezes mais cara que na China-, são resolvidas.
NEGOCIAÇÕES
O futuro da produção dos produtos da Apple no Brasil pode depender do encontro de Dilma Rousseff com o líder global da Foxconn, Terry Gou, na China.
Segundo a Folha apurou, está na pauta oficial reunião com Gou, que está interessado em trazer ao Brasil a produção de outros eletrônicos, incluindo o iPhone e o Mac.
Para fabricar os produtos, a Foxconn procura terreno em Jundiaí para montar nova unidade, na qual também poderia ser feito o iPad.
Procurada, a Apple não comenta a informação.
Incentivo para tablet no país ainda é dúvida
Embora a Apple já tenha dado os primeiros passos para trazer os componentes para fabricar o iPad no Brasil, os incentivos para a fabricação ainda são uma incógnita.
Segundo a Folha apurou, fabricantes como Positivo, Itautec, Samsung e da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) estiveram na semana passada com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, para discutir estímulos à produção nacional, mas nada foi definido.
O principal objeto de discussão é o PPB (Processo Produtivo Básico) que vai determinar quais partes podem ser importadas e os incentivos fiscais.
Os fabricantes pedem classificação de notebooks, com isenção de 9,25% de PIS e Cofins.
No entanto, para a Receita, notebooks são apenas os aparelhos que possuem teclado.
Outra possibilidade é que os tablets tenham um PPB próprio, o que os faria perder a isenção.
Barreto pediu 15 dias para discutir o tema.
A importação dos componentes do iPad, porém, não foi "no escuro".
A opção da Foxconn foi trazer os componentes desmontados no formato conhecido pela indústria como CKD, em que todas as etapas de montagem são feitas por aqui.
Com isso, não haveria o risco de perder os incentivos caso o governo decida pela montagem completa local, em vez dos formatos importados pré-montados (SKD).
quinta-feira, 10 de março de 2011
My next device: iPad 2 (not yet, but very soon)...
Appeal of iPad 2 Is a Matter of Emotions
By DAVID POGUE
The New York Times, March 9, 2011
A Pogue Family Review of the New iPad
“An utter disappointment and abysmal failure” (Orange County Design Blog). “Consumers seem genuinely baffled by why they might need it” (Businessweek). “Insanely great it is not” (MarketWatch). “My god, am I underwhelmed” (Gizmodo).
Good heavens! What a critical drubbing! Whatever it is must be a real turkey. What could it be?
Only the fastest-selling gadget in the history of electronics: the Apple iPad.
All right, let’s not pile onto the tech critics. The thing is, they were right, at least from a rational standpoint. The iPad was superfluous. It filled no obvious need. If you already had a touch-screen phone and a laptop, why on earth would you need an iPad? It did seem like just a big iPod Touch.
But as it turns out, the iPad’s appeal is more emotional than rational. Once you get it in your hands, you get caught up in the fascination of manipulating on-screen objects by touching them. Apple sold 15 million iPads in nine months, created a mammoth new product category and started an industry of copycats. Apparently, it doesn’t pay to bet against Steve Jobs’s gut instinct.
On Friday the iPad 2 goes on sale, for the same price as the old one (from $500 for the Wi-Fi-only model with 16 gigabytes of storage, to $830 with 64 gigabytes and both Wi-Fi and cellular Internet connections). And if you thought there was an intellectual/emotional disconnect before, wait till you see this thing.
On paper, Apple didn’t do much. It just made the iPad one-third thinner, 15 percent lighter and twice as fast. There are no new features except two cameras and a gyroscope. I mean, yawn, right?
And then you start playing with it.
My friends, I’m telling you: just that much improvement in thinness, weight and speed transforms the experience. We’re not talking about a laptop or a TV, where you don’t notice its thickness while in use. This is a tablet. You are almost always holding it. Thin and light are unbelievably important for comfort and the overall delight. So are rounded edges, which the first iPad didn’t have.
The iPad 2 is now 0.34 inches thick. Next to it, the brand-new Motorola Xoom — the best Android competitor so far — looks obese. Yet somehow, the new iPad still gets 10 hours of battery life on a charge.
Some of the iPad’s new features play industry catch-up. There’s a camera on the back (no flash) that can record hi-definition video. If you’ve never used a tablet as a camera, you’re in for a treat; the entire screen is your viewfinder. It’s like using an 8-by-10 enlargement to compose the scene. Bafflingly, though, the stills are only 0.7 megapixels.
There’s also a low-resolution front camera that’s useful for video calls, like clear, sharp Wi-Fi calls to iPhone 4, Touch, iPad 2 and Mac owners using Apple’s FaceTime software.
You can now connect the iPad to a hi-def TV, thanks to a single H.D.M.I. adapter ($40) that carries both audio and hi-def video. What you see on the TV mirrors whatever is on the iPad, which makes it a great setup for teaching, slide shows, presentations, YouTube and movies. It works automatically and effortlessly.
The more expensive iPad 2 models can also go online using either AT&T’s or Verizon’s cellular networks, but figuring out the right pricing plan requires a graduate degree in forensic accounting. With AT&T, for example, you can pay $15 a month for 250 megabytes of data, or $25 for two gigabytes. Verizon’s plans are 1 gigabyte for $20, 3 for $35, 5 for $50 or 10 for $80. O.K., but how are you supposed to know how many megabytes a bunch of Web pages and YouTube videos are going to consume?
On the bright side, both AT&T and Verizon let you sign up for cell service right from the iPad, only when you need it — no two-year contract. You can turn on service only when you’ll be traveling, for example.
Now, about Apple’s new iPad screen cover. Ordinarily, devoting time to a technology review of a screen cover would indicate that the columnist was a few sandwiches shy of a picnic. But Apple’s new cover is a perfect symbol of its fondness for high-tech magic tricks.
You attach this single sheet by drawing it across the iPad’s face as though you’re making a bed. With a satisfying clicking sound, hidden magnets anchor the thing solidly to the iPad’s face.
“But Dad,” my 6-year-old son pointed out, “you’re supposed to keep magnets away from electronics!”
“I know,” I replied sagely. “But this is Apple.” And then I showed him how opening the cover turns the iPad on automatically, and closing it again puts the thing back to sleep.
This cover ($40 for polyurethane in five colors, or $70 for leather in five other colors) is not for protecting the screen, whose hardened glass doesn’t need much help. It’s for fashion, for cleaning (Apple says that the cover’s microfibers mop away dust) and for propping up the iPad. Clever hinges in the cover’s rigid panels prop up the iPad at two different angles, so you can watch movies or freely use the on-screen keyboard with both hands.
There’s a gyroscope in the iPad, too, just as in the iPhone 4. You notice it only when you play games that have been written to exploit it. For example, you can look behind you in the Nova 2 shoot-’em-up environment by moving the iPad around you, or “walk around” the tower of wood blocks in Jenga.
Now, the coming months will bring a blizzard of tablets that are meant to compete with the iPad. And they’ll offer some juicy features that the iPad still lacks. On an Android tablet, you can speak to enter text into any box that accepts typing. You also get an outstanding turn-by-turn navigation app — and GPS maps are a different experience on a 10-inch screen. It’s like being guided to your destination by an Imax movie.
Furthermore, new Android tablets will be able to play Flash videos and animations on the Web, something that both Apple and Adobe (maker of Flash) assure us will never come to the iPad (or iPhone). Flash on a tablet or phone can be balky and battery-hungry, but it’s often better than nothing. Thousands of news and entertainment Web sites still rely on Flash, and the iPad, iPhone and iPod Touch simply can’t display them.
But you know what? The iPad will still dominate the market, because it dominates in all the most important criteria: thinness, weight, integration, beauty — and apps.
Oh, yes, the apps: there are 65,000 apps already available for the iPad (not including the 290,000 iPhone apps that run at lower resolution on the iPad’s screen). But Google’s programming kit for tablets just came out, so there are very few apps written for larger Android screens.
The kicker, though, may be the price. Apple is at the top of its game these days — and at the top of the industry. The rap, of course, is that you often pay extra for Apple elegance.
But the shocker here, though, is that the iPad 2 actually costs less than its comparably equipped Android rivals, like the Xoom and the Samsung Galaxy Tab. That twist must have something to do with Apple’s huge buying clout — when you order five million of some component at a time, you can usually persuade the vendor to cut you a deal.
But that price detail may turn a lot of heads. It means that for the first time, your heart can succumb to the iPad mystique — without having to ignore the practical input from your brain.
E-mail: pogue@nytimes.com