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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ipea: relembrando o desastre (produtividade do setor publico)

Este o artigo relativo aos comentários feitos dois posts abaixo, sobre o estudo estapafúrdio em torno da produtividade do setor público.
Neste link: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1395
Paulo Roberto de Almeida
Setor público mais produtivo do que o setor privado?
Mises Brasil, quinta-feira, 30 de agosto de 2012

 

IPEA.jpgO comunicado do Ipea "Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente" foi publicado em 2009, e gerou alguma revolta na época. Bem menos do que merecia. Por algum motivo, reapareceu nas redes sociais nestes últimos dias, gerando surpresa e compartilhamentos. Dois de seus resultados, de fato, causam espanto: no Brasil, o setor público seria mais produtivo do que o setor privado; e, dentro do setor público, os estados que promoveram choques de gestão tiveram pior aumento, ou até queda, de produtividade entre 1995 e 2006. Aos interessados, o estudo está aqui.

Alguns comentadores econômicos logo viram que tinha algo estranho. Roraima com crescimento vertiginoso de produtividade? Estados mais responsáveis com resultado pífio? Governo mais produtivo que empresas? Miriam Leitão e outros, ainda em 2009, apontaram os equívocos do estudo, mas de uma forma, digamos, discreta. Limitaram-se, em geral, a dizer que "não se compara a produtividade do setor público com a do setor privado". Isso é verdade — veremos por que mais a frente —, mas não diz tudo o que precisaria ser dito. Aproveitando o renascimento do estudo na rede, pretendo mostrar como suas falhas e omissões são tão graves que seria mais justo qualificá-lo de embuste.
Medindo produtividade
Produtividade é o quanto se consegue produzir com determinada quantidade de recursos. Nas palavras do estudo, que até aqui são verdadeiras:
"De maneira geral, a produtividade reflete a relação da produção de bens e serviços por unidade de tempo com o conjunto de fatores engajados nessa mesma produção, como máquinas, trabalhadores, matéria prima, entre outros.
Noutras palavras, o grau de eficiência no uso dos recursos produtivos termina sendo medido pela produtividade [...]."
Como medi-la? É uma conta que exigiria comparar coisas muito diferentes: utilizo plástico, máquinas mão-de-obra, energia elétrica, água, tempo; produzo um brinquedo. Outra empresa, com os mesmos insumos produz um brinquedo diferente; outra ainda produz um banquinho de bar. E uma quarta empresa usa insumos completamente diferente para me entregar um lanche no delivery. O que permite comparar coisas tão diferentes são os preços, que indicam, ademais, o quanto as pessoas valorizam os bens em questão. Se a razão entre o preço do produto final e o preço dos insumos é superior a 1, a empresa é produtiva, gera valor, tem lucro. Se a razão é inferior a 1, a empresa é improdutiva, destrói valor, tem prejuízo. Quanto maior a razão entre receita e despesa do processo de produção, mais produtiva é a empresa.
O setor público tem um grande problema na hora de medir sua produtividade: seu produto, os bens e serviços produzidos pelo governo, não tem preço de mercado. O estado é deficitário; precisa de impostos, dívida e criação de moeda para se financiar. Como então, comparar sua produtividade com a do setor privado? Se fôssemos usar o critério de criação de valor dado acima, o estado invariavelmente apareceria como um destruidor de valor. Ainda assim, costuma-se aceitar que os serviços prestados pelo Estado têm algum valor; e por isso a preocupação em encontrar uma maneira de medi-lo.
Como o Ipea lida com essa dificuldade? Usando uma metodologia aprovada pela ONU e padrão nas contas públicas: em vez de se medir o valor do produto, isto é, seu preço de mercado, mede-se seu custo de produção. Já que não temos receita para medir, medimos as despesas. Se um dado serviço provido pelo estado custou X (e nisso entram salários, manutenção do prédio, material do escritório, etc.), então ele vale X. É essa, inclusive, a metodologia usada para calcular a participação do estado no PIB.
Mas — e aqui mora o problema — se o valor do produto estatal é seu custo de produção, o que entraria como denominador para calcular a produtividade? Afinal, a produtividade no mercado é preço do produto/custo. A produtividade do governo, por essa lógica de igualar o valor do produto ao custo de produção, ficariacusto/custo. Como sair desse impasse? O Ipea, cuja engenhosidade nunca deixa de surpreender, encontrou uma saída criativa ao ressuscitar um princípio derivado do bom e velho marxismo: medição da quantidade de trabalho. Em vez de contabilizar as despesas da produção, conta-se o número de empregados. A escolha é tratada como uma opção entre várias possibilidades:
"A medida de dimensionamento da produtividade em si depende do enfoque prévio adotado, ou seja, a produtividade total dos fatores (capital e trabalho), a produtividade do capital (produção por unidade de capital investido), a produtividade do trabalho (produção por unidade de trabalho). Por isso, a aferição da produtividade numa economia não se mostra um fenômeno trivial [...]."
O que o estudo não diz é que o "enfoque prévio" por ele adotado não serve para nada. Vejam só: a grande vantagem de se trabalhar com valores em dinheiro é que isso permite a comparação de coisas muito diferentes. Como já mencionado, um banquinho de bar e um serviço de delivery, coisas completamente díspares, podem ser quantificadas e comparadas por meio de seus preços. As variáveis "fatores totais" ou "capital" são variáveis expressas em termos monetários. O "trabalho" também poderia ser assim expresso: basta pegar o valor da remuneração dos trabalhadores. Mas o estudo é explícito em utilizar a variável "unidade de trabalho", o que significará, na prática "a força de trabalho ocupada" medida pelo PNAD.

Enfoque fora de foco


Primeiro ponto: o trabalho não é o único fator produtivo: e todo o capital físico? Por que o Ipea limitou sua análise? Só posso supor que a exclusão foi feita porque, se não fosse, a análise seria impossível. Temos o dado de quantos indivíduos estão empregados; mas e a conta de quantos prédios, lâmpadas, aparelhos de ar condicionado etc. existem pelo país a fora? A escolha pelas variáveis físicas (trabalhadores e objetos) em vez de seus valores monetários leva a esse tipo de dificuldade. Para facilitar sua vida, então, o Ipea preferiu se ater aos trabalhadores, à "força de trabalho ocupada", mesmo sabendo perfeitamente que isso já compromete largamente sua análise.
Embora usemos uma única expressão — força de trabalho — para designar a variável, ela abarca coisas muito heterogêneas. Como comparar o trabalho de um faxineiro ao de uma CEO? O valor da remuneração revela uma diferença muito relevante entre eles. A mera contagem dos trabalhadores empregados reduz ambos a unidades indiferentes. Trabalhadores com produtividade muito diferente são igualados. Para se medir a produtividade, portanto, o número de trabalhadores, por si só, é conceitualmente inútil (a não ser que se definisse muito precisamente um tipo de trabalho que não admitisse variações, como "martelar 1000 pregos em uma dia" — o que não é o caso aqui).
O número de empregados não quer dizer rigorosamente nada para a produtividade. Se uma empresa, para produzir $ 1.000, contrata dois funcionários ao salário $ 200 (e supondo que este seja seu único custo), ela tem lucro de $ 600; é produtiva! Por outro lado, uma outra empresa que, para produzir os mesmos $ 1.000 contrata um único funcionário ao salário de $ 950, tem um lucro bem menor, de apenas $ 50. Ou seja, ela é muito menos produtiva que a primeira. Pela conta do Ipea, contudo, ela seria considerada como duas vezes mais produtiva.
Sigamos em frente, e vejamos a qual resultado esses dados nos levarão. O cálculo por trás dos belos gráficos da pesquisa do Ipea é simples. Assim se calcula produtividade do setor privado: valor de mercado dos bens e serviços / número de trabalhadores do setor privado. Do setor público: custo das operações do setor público / número de trabalhadores do setor público. Agora atentem para o detalhe mais grave, um verdadeiro requinte de perversidade dessa "metodologia": os salários e benefícios, isto é, tudo aquilo que o empregador desembolsa para manter o "trabalhador do setor público", é parte do "custo das operações do setor público"; com efeito, é sua parte mais significativa. Ou seja: quanto maiores forem os salários e os benefícios dos funcionários públicos, maior será a "produtividade" do setor público.
O alarde desonesto dos resultados
Reflita alguns segundos sobre esse resultado. Para o Ipea, que é supostamente o instituto mais respeitável de pesquisa econômica do Brasil, um funcionário público ganhar aumento de salário já constitui, por si só, um aumento da produtividade do governo. No setor privado, ocorre exatamente o contrário: se um funcionário de uma empresa ganha aumento e todo o resto fica constante, a empresa se torna menos produtiva. Afinal, aumentou seu custo de produção e o valor de seu produto permaneceu igual.
Tendo isso em mente, como justificar a decisão dos pesquisadores do Ipea de colocar em um mesmo gráfico a variação da tal medida de produtividade do setor público e a do setor privado? A segunda mede, mal e mal, a produtividade do setor privado por trabalhador. A primeira mede, sem mais nem menos, o custo do funcionário público, e não o valor por ele gerado. No processo de mercado, a tendência é que o custo do trabalhador sempre se aproxime do valor por ele criado. No setor público não: o salário é determinado, como bem sabemos, por negociatas e reivindicações políticas que nada têm a ver com a oferta e demanda dos serviços ofertados pelo estado.
O que ninguém disse, por desatenção ou timidez, mas que está absolutamente claro, é que a medida de produtividade do setor público usada pelo Ipea é, na verdade, uma medida da ineficiência do setor público. O governo mais produtivo, nessa definição, é aquele que gasta proporcionalmente mais. Quanto mais benefícios, quanto mais aumentos, quanto mais gastos desnecessários em geral, mais "produtivo". Dá para levar a sério?
O estudo do Ipea compara apenas a trajetória da produtividade, mostrando como a produtividade do setor público aumentou mais do que a do setor privado. O presidente do Ipea na época, Márcio Pochmann, foi muito além disso na divulgação dos resultados à imprensa. Citado pela Carta Maior, afirmou que "em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%. [...] Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso." Explicitando as definições da pesquisa, a fala de Pochmann diria o seguinte: "no setor privado, cada trabalhador cria $ 100 de valor; no setor público, cada funcionário custa $ 135 aos cofres públicos. Portanto, o setor público é 35% mais produtivo". Agora que sabemos o que significam os cálculos de produtividade a que Pochmann se referia, como encarar tal declaração feita à mídia? Seria possível caracterizá-la como intelectualmente honesta?
Os problemas não param aí. A "conclusão" de que os governos de estados que fizeram "choque de gestão" (isto é, cortaram gastos desnecessários em suas operações, algo sempre benéfico) tiveram piores ganhos de produtividade, longe de ser uma descoberta empírica como foi alardeado, é um resultado trivial dado pela própria construção da variável. Ao cortar gastos, o estado diminui a relação entre gastos e número de funcionários (supondo que seu corte de gastos envolva relativamente pouco corte de funcionários, o que é razoável de se supor dada a dificuldade de se demitir um funcionário público). Não era preciso coleta de dados para concluir essa obviedade matemática.
A "produtividade" do Ipea
Não é de hoje que o Ipea goza de pouca credibilidade. Embora ainda haja gente séria dentro dele, há anos que sua especialidade deixou de ser medir a realidade ou fazer previsões. É claro que um instituto austríaco como o IMB pode — e deve — questionar a abordagem empirista que o Ipea sempre teve, mesmo em seus melhores dias; mas essa divergência se dá no plano da discussão científica. Pesquisadores e cientistas igualmente sérios podem ter visões divergentes de como conduzir a ciência. O Ipea dos últimos anos, por outro lado, abandonou a seriedade científica e tem se dedicado cada vez mais a fazer propaganda vulgar do mais puro estatismo. Tudo com dinheiro de impostos, claro. De um estudo como o aqui analisado, não cabe divergir; cabe desmontar e acusar o embuste.
É notório que os gastos com esse questionável instituto, que saem do nosso bolso, não param de subir, chegando a mais de R$ 300 milhões anuais. Para que tanta verba? Acho que agora, finalmente, entendemos o motivo: pela definição do próprio Ipea, gastar mais dinheiro já é, por si só, aumento de produtividade. Todos os que prezam a ciência econômica podem apenas torcer para que a chegada do novo presidente, Marcelo Neri, mude os rumos da instituição

Joel Pinheiro da Fonseca é mestrando em filosofia, editor da revista Dicta&Contradicta e escreve no blog Ad Hominem. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Agronegocio brasileiro cresce; MST definha...

Esta é a agricultura da qual o MST tem ódio; seus líderes querem acabar com as exportações agrícolas, achando que pode faltar internamente. Na verdade, eles são contra o comércio de produtos agrícolas, achando que cada país deva ser autosustentável. São os maiores idiotas que podemos ter no Brasil, com exceção de vários outros idiotas econômicos, claro, que pululam por aí, para nos deixar mais pobres ou de crescimento mais lento. Se não fosse a agricultura comercial de exportação, o Brasil já teria enfrentado graves déficits de transações correntes.



Por Assis Moreira
Valor Econômico, 11/07/2012

A produtividade da agricultura brasileira cresceu o dobro da média mundial na ultima década, ou cerca de 4% ao ano, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que ilustra a potência do setor no país. O rendimento de culturas como milho, arroz e trigo aumentou bem mais do que em países produtores tradicionais, como Estados Unidos, Canadá, Japão e Rússia.
Conforme a OCDE, o aumento da produtividade na agricultura tem convergido entre as principais regiões do mundo para cerca de 2% ao ano depois da Segunda Guerra mundial. No entanto, alguns grandes países como Brasil, China, Indonésia, Rússia e Ucrânia conseguiram taxas muito mais altas, entre 3% e 5% ao ano. O crescimento da produtividade brasileira passou de 0,9% ao ano, em média, entre 1961 e 1970, para 4,04% entre 2001 e 2009. Rússia e Ucrânia, que saíram de níveis baixíssimos, conseguiram altas de 4,29% e 5,35% ao ano, respectivamente, na última década.
No caso dos EUA, um dos maiores produtores mundiais, o ganho médio de produtividade aumentou de 1,21% para 2,26% ao ano na última década. Mas houve um declínio em vários membros da ODCE, como Austrália, Canadá, Coreia do Sul e México. Isso se explicaria pelas mudanças no clima e nas políticas agrícolas, aumento das exigências ambientais e falta de investimento em inovações. A Austrália, por exemplo, diminuiu gastos com pesquisas e desenvolvimento.
A produtividade do trabalho agrícola cresceu mais rapidamente do que a da terra em vários países da OCDE. Já na América Latina e na China, o crescimento foi forte em ambos os casos, com cerca de 4,5% ao ano na China entre 1990 e 2005, e 3% na América Latina. Os índices contrastam com o restante da Ásia e da Africa, que tiveram expansão de apenas 1% ao ano.
O rendimento das principais culturas dobrou ou triplicou no mundo entre 1961 e 2010. A produção por hectare continua aumentando, mas ela não se reflete em alguns cereais que, por sinal, tiveram médias mais baixas nas duas últimas décadas do que as registradas no pós-guerra. Desde 1980, o crescimento no rendimento do trigo e do milho recuou de 2,4% para 1%. O milho subiu ligeiramente para 2% ao ano, mas a soja caiu de 1,6% em 1970 para menos de 1% na década passada no mundo.
Em relação ao Brasil, a produção por hectare de arroz cresceu 3,7% ao ano entre 2000 e 2010. Na Rússia, a alta de 4,8%, nos EUA de 1,2% e no Japão e no México, de apenas 0,3%, no mesmo período. A produtividade do milho cresceu 3,3% ao ano no Brasil, pouco se comparado aos 6% da África do Sul, mas superior aos aumentos dos EUA (1,6%) e do México (2,7%). O trigo registrou aumento na produtividade de 3,2% por ano no Brasil, quase o dobro em relação à década anterior, e acima de Canadá (2,1%), EUA (1,8%) e Rússia (2,5%).
Nas últimas décadas, o uso de terra em agricultura cresceu nas nações em desenvolvimento, mas diminuiu nos países ricos; globalmente, a agricultura representa 70% do uso de água fresca. Nos países da OCDE, a taxa cai para 45%.

domingo, 10 de junho de 2012

Em economia sempre existem os trade-offs...

Ou seja, o crescimento do emprego, em atividades de baixo valor agregado -- como são certos serviços comerciais -- acaba reduzindo o crescimento da produtividade. Durma-se com um barulho desses, certamente incômodo para os governantes (e para o futuro da renda e riqueza dos brasileiros).
Paulo Roberto de Almeida

Produtividade da economia brasileira encolhe pelo segundo ano consecutivo

Estimativa do Instituto Brasileiro de Economia mostra que o País está menos produtivo no governo da presidente Dilma Rousseff

Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo, 09 de junho de 2012
O Brasil está se tornando menos produtivo no governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produtividade da economia brasileira está caindo em 2012 pelo segundo ano consecutivo, após ter alcançado no governo Lula o seu melhor desempenho desde o milagre econômico da década de 70.
Silvia Matos, economista do Ibre, calculou que a queda da produtividade pode ter reduzido em quase dois terços o crescimento dos investimentos no Brasil em 2011, que ficou em 4,7%, depois de uma expansão média anual de 10% no segundo mandato de Lula. Ela projeta crescimento zero dos investimentos em 2012.

O números do Ibre mostram que a produtividade, após ter crescido uma média anual de 1,2% no governo Lula, e 1,9% no segundo mandato do ex-presidente, recuou 0,03% em 2011 e deve ter nova retração de 1% em 2012. Com isso, a taxa de investimento, que foi de 19,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, cairia para 18,9% em 2012, ficando mais distante dos 20% pretendidos pelo governo para este ano.

O indicador medido pelo Ibre é a chamada produtividade total dos fatores, considerada o componente mais importante do crescimento econômico no longo prazo. A queda da produtividade significa que a economia está produzindo menos com uma mesma quantidade de fatores de produção, que são o capital (fábricas, máquinas, imóveis, etc) e o trabalho, medido pelas horas trabalhadas.

O avanço da produtividade no segundo mandato de Lula, o mais veloz em décadas, não só ajudou o PIB a crescer mais rápido, mas também levou muitos analistas a projetarem que a economia poderia se expandir a um ritmo mais acelerado sem descontrole da inflação e outros desequilíbrios. O chamado "crescimento potencial" chegou a ser estimado pelos mais otimistas, incluindo o governo, na faixa de 4,5% a 5%.

Agora, porém, o pessimismo parece estar voltando sobre a capacidade de expansão da economia brasileira. Em 2011, o PIB cresceu apenas 2,7%, com a inflação batendo no teto do intervalo da meta, de 6,5%.

O decepcionante resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu apenas 0,2% ante o trimestre anterior, na série dessazonalizada, levou diversos analistas a rever para baixo suas projeções de crescimento em 2012, levando-as para perto de 2%.

O governo vê basicamente um problema de demanda, e tem tomado diversas medidas para estimular o consumo e o crédito. Alguns economistas, porém, enxergam no mau desempenho da produtividade - ligada às condições de oferta da economia - um dos possíveis motivos para o desapontador desempenho recente do Brasil.

terça-feira, 24 de abril de 2012

A queda (inevitavel) da produtividade no Brasil

Economistas, de qualquer tendência, são um pouco como esses magos de caldeirão, na era da transição da alquimia medieval para os rudimentos da química moderna: eles vão jogando elementos no caldeirão, e depois, dependendo do que aparece, eles formulam seus prognósticos sobre o que vai ocorrer com o tempo, com a vida dos que o consultam, sobre a fortuna do reino, etc.
Este abaixo faz muitas previsões sobre o que vai acontecer com os principais indicadores econômicos. Provavelmente não vai acontecer tudo o que ele prevê, pois os homens, as empresas, os governos vão reajustando suas políticas e decisões, em função do comportamento da conjuntura.
A única tendência que eu detecto como factível, e possível -- já que sobre câmbio, produção, preços e consumo, tudo pode variar -- é a queda de produtividade no Brasil, algo que vai pesar terrivelmente no futuro do país.
Paulo Roberto de Almeida 

A indústria mundial agradece

O Estado de S.Paulo, 23 de abril de 2012 | 3h 05
José Márcio Camargo, professor do Departamento de Economia da PUC-RIO, é economista da Opus Investimentos
O excesso de liquidez gerado pela reação dos bancos centrais dos países desenvolvidos à crise de 2008/2009 tem sido um importante fator de valorização das moedas dos países emergentes. Com o excesso de dinheiro no mercado e a ausência de oportunidades de investimento, os recursos se direcionam para os países emergentes em busca de retorno, exercendo forte pressão por valorização das taxas de câmbio desses países.
Nesse sentido, as reclamações do governo brasileiro quanto aos efeitos perversos das políticas monetárias excessivamente frouxas sobre a competitividade da indústria de transformação do País são totalmente procedentes. Entretanto, em razão da falta de opções para enfrentar a crise, não se deve esperar que os bancos centrais destes países mudem suas políticas no curto prazo.
Por outro lado, esse não é o único e, provavelmente, nem o mais importante responsável pela valorização do real. O aumento da demanda por commodities exportadas pelo Brasil (soja, carne, minério de ferro, etc.) e o aumento de seus preços no mercado internacional fizeram com que os preços dos produtos exportados pelo Brasil subissem a uma taxa muito maior do que os preços dos bens importados. O resultado foi um grande aumento da oferta de dólares e a desvalorização do dólar ante o real. Portanto, ainda que as políticas monetárias fossem menos frouxas, a tendência à valorização do real permaneceria, apenas com menos intensidade.
A reação do governo e do Banco Central brasileiros à valorização do real tem se mostrado bastante agressiva. Porém, a meu ver, essa reação tem se dirigido para resolver um falso problema - aumentar o consumo das famílias -, e não para o problema real, a queda da produtividade da indústria, o que pode gerar resultados negativos para o setor industrial no médio prazo. Esse aparente paradoxo decorre do forte aquecimento do mercado de trabalho brasileiro, com taxas de desemprego muito baixas, tanto para padrões históricos quanto em relação ao padrão internacional, e do fato de que os salários nominais no Brasil são bastante sensíveis às variações da taxa de desemprego. Analisemos alguns exemplos.
O aumento dos impostos sobre os bens importados deverá gerar uma elevação dos preços desses bens e criar espaço para que os similares produzidos no Brasil tenham seus preços aumentados - o que permitirá um crescimento da margem de lucro dessas empresas. Num primeiro momento, isso significa um alívio. Mas, com o mercado de trabalho aquecido, o aumento da inflação decorrente da elevação do preço dos bens importados e seus congêneres nacionais será repassado aos salários nominais, aumentando o custo do trabalho e, com isso, eliminando o ganho de margem de lucro inicialmente obtido.
A menos que ocorram novos aumentos de impostos, o resultado final para a indústria é nulo. Como o empresário antecipa esse movimento, não amplia os investimentos e a produtividade se mantém em queda.
O crescimento da oferta de crédito tem também o efeito de aumentar o consumo das famílias. A ampliação da demanda dos setores de serviços, comércio e construção civil pode ser atendida por aumento de oferta interna ou por aumento de preços, caso não exista capacidade produtiva para fazer crescer a oferta. Como esses são setores muito intensivos em trabalho e a taxa de desemprego está muito baixa, o aumento da oferta será limitado pela falta de mão de obra, pressionando os salários e, portanto, os preços desses setores. Na incapacidade de subir seus preços por causa da concorrência com os produtos importados, o resultado para o setor industrial será um aumento do custo unitário do trabalho e redução da competitividade.
A substituição dos impostos sobre a folha de pagamentos por um imposto sobre faturamento terá, na melhor das hipóteses, efeito neutro sobre a competitividade dos setores afetados.
Com menos impostos sobre os salários, num primeiro momento o custo do trabalho deverá cair; a demanda por mão de obra, aumentar; e, caso existissem trabalhadores desempregados com as qualificações adequadas, a taxa de desemprego deveria cair. Como não há trabalhadores ociosos com a qualificação necessária, o aumento da demanda por trabalho vai se transformar em aumento dos salários nominais, anulando a redução de custos decorrente da diminuição dos impostos sobre a folha de pagamentos.
A estagnação da indústria de transformação brasileira se deve à perda de competitividade decorrente do desempenho medíocre do investimento, da produtividade e do aumento do custo unitário do trabalho. Medidas que ampliem o consumo das famílias, num ambiente em que a taxa de desemprego se encontra em níveis já muito baixos, ainda que possam ter algum efeito no curto prazo sobre o desempenho do setor, geram mais pressão por aumentos de salários nominais, aumentam o custo unitário do trabalho e reduzem a competitividade, no médio prazo.
O aumento do consumo será, em grande parte, atendido por mais importações. A indústria mundial agradece.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Israel: um gigante tecnologico - debate no Hudson Institute, de Washington


Hudson Institute is pleased to invite you to a discussion on...
Economic Lessons from Israel: Jumpstarting Trade and Investment

Wednesday, March 21
12:00 - 2:00 PM
As governments worldwide are seeking ways to create jobs, promote exports, and expand their economies, there are important lessons to be learned from the history and current practice of U.S.-Israeli trade and investment in technology. The field has produced an astounding amount of innovation, new technology, and success for a long list of U.S. and Israeli companies.
Although the United States has been a top innovator for decades, one recent study estimates that its rate of progress in becoming a new, knowledge-based innovation economy is slower than all the other thirty nine countries/regions that were evaluated. A troubling sign is that patents issued to American applicants have dropped recently while those issued to foreign applicants continue to increase.
In contrast, Israel has been accelerating its progress as an innovation-based economy over the last fifteen years. Israel has attracted more than twice as much venture capital investment per person than the United States and thirty times more than Europe—a remarkable feat considering it is a 63-year-old country of only 7.5 million, surrounded by hostile neighbors and with few natural resources. As an innovation hub, Israel has become a premiere destination for American companies. Over a hundred U.S. firms have opened R&D operations in Israel and many more have acquired companies in a variety of industrial sectors, serving as a key catalyst for Israel's own innovation boom.
The U.S.-Israeli commercial relationship is a growth engine for the economies of both countries—creating jobs and enabling companies to innovate, build, and create new products that transform industries and society.
Please join Hudson Institute, in cooperation with the Legacy Heritage Fund, for  a discussion on March 21 from 12:00 to 2:00 PM.
Panelists:
  • Greg Slater, Director, Global Trade and Competition Policy, Intel Corporation
  • Eitan Yudilevich, President, BIRD Foundation
  • Victor Mizrahi, Principal of Mizrahi Enterprises; former President of Semrock, Inc. and former Chief Scientist of Ciena Corporation 
  • Joshua Kram, Head, U.S.-Israeli Business Initiative, U.S. Chamber of Commerce
  • Douglas Feith (moderator), Senior Fellow, Hudson Institute; former Under Secretary of Defense for Policy

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Noticias do Imperio: nem tudo sao mas noticias...

Pois é, nem tudo está perdido no império, como prova esta estudo da consultoria McKinsey, que revela números otimistas quanto ao progresso da produtividade, e portanto do crescimento e inovação na economia americana, bem mais do que várias outras economias do mundo.

Blueprint for a Renewed U.S. Economy
An exclusive preview of results from the McKinsey Global Institute study.
BY MCKINSEY GLOBAL INSTITUTE | FEBRUARY 16, 2011
Se trata de uma série de quadros, que cabe visualizar neste link.
Também se pode ver que, perto dos EUA e da China, a UE e o Japão têm de fazer muito mais esforços para retomar o crescimento econômico e da produtividade.
Mas seria preciso melhorar a infra-estrutura. Aliás, o Brasil deve estar nos últimos lugares nessa área...
Vocês têm alguma reclamação quanto ao serviço de internet banda larga?
Pois é, o Brasil nem aparece nas comparações internacionais, e nem é por falta de graça...
Viajando pelo mundo, ou olhando esse tipo de informação, tomamos consciência de como estamos atrasados ainda.
Em alguns setores, o atraso é justificável e fazemos força para avançar.
Em outros, como educação, por exemplo, o fato é que estamos andando para trás...
Não deixem de dormir por isso, ou talvez sim: durmam menos e estudem mais...
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ganhos de produtividade: quando os socialistas vao aceitar isso?

Um artigo importante do correspondente do Le Monde na Alemanha, que toca na questão mais relevante para o desenvolvimento dos povos e a prosperidade das sociedades: ganhos de produtividade.
Socialistas em geral se interessam pelo nível dos salários, pela distribuição dos ganhos e pela repartição das riquezas, de forma geral, esquecendo-se que tudo isso precisa ser ganho, produzido, criado em primeiro lugar.
Os alemães, que tinham o maior custo salarial unitário da Europa, com benefícios sociais extensíssimos -- colônia de férias com muitas amenidades para todos os trabalhadores e, curiosamente, eram os que menos trabalhavam na Europa, com dezenas de feriados -- aprenderam uma lição, com a unificação e com as diversas crises que eles viveram depois dela: não dá para viver distribuindo sem produzir.
Voltaram aos velhos hábitos de trabalho duro e de ganhos de produtividade.
Os franceses, e os brasileiros, deveriam aprender com isso.
Paulo Roberto de Almeida

Compétitivité allemande, la myopie française
Frédéric Lemaître
Le Monde, 12.02.11

Le contraste est saisissant. Fin 2008, Nicolas Sarkozy ne pouvait cacher sa satisfaction : "La France agit, l'Allemagne réfléchit", ironisait-il, opposant la rapidité de la réaction française à la prudence allemande face à la crise financière. Février 2011 : Nicolas Sarkozy et Angela Merkel présentent le "pacte de compétitivité" que, selon eux, l'Europe devrait adopter, mais nul ne s'y trompe : si l'idée initiale est effectivement française, le contenu dudit pacte est allemand.

Dans le fameux couple, l'Allemagne a pris le leadership. Il est vrai qu'en matière de compétitivité, les chiffres parlent d'eux-mêmes. En 2010, la France affiche son huitième déficit commercial d'affilée : 51,4 milliards d'euros, alors que l'Allemagne présente un excédent de 154,3 milliards, le dix-septième d'affilée.

Pour expliquer cette divergence, gauche et droite avancent la même explication : le coût du travail, qui serait désormais moins élevé de l'autre côté du Rhin. L'institut COE-Rexecode a remis, fin janvier, à Eric Besson, ministre de l'industrie, un énième rapport sur l'écart de compétitivité entre les deux pays. On y lit qu'"il ne fait aucun doute que le coût de l'heure de travail a augmenté plus rapidement en France qu'en Allemagne depuis dix ans, et qu'il s'établit, aujourd'hui, au moins au niveau du coût allemand et plus probablement au-dessus. En outre, les coûts salariaux unitaires (...) qui tiennent compte de l'évolution relative de la productivité, ont progressé d'un peu moins de 3 %, entre début 2000 et fin 2007 en France, alors qu'ils reculaient de 11 % en Allemagne. L'écart qui s'est creusé est ainsi de 14 % et suffit à expliquer très largement la divergence de compétitivité."

En réponse, la fondation Terra Nova, proche du Parti socialiste, expliquait, le 7 février, qu'"on commente le dynamisme économique de l'Allemagne : c'est pourtant son atonie qui est frappante. L'explication est simple : le boom des exportations n'a pas relancé la croissance, car il a été gagé sur la contraction de la demande interne. La logique politique implicite est insoutenable : appauvrir les salariés allemands pour qu'ils soient compétitifs sur le marché mondial. Cet appauvrissement est réel : le revenu par habitant allemand était supérieur de 15 % à la France en 2000 ; il est aujourd'hui inférieur de 10 %."

Que l'Allemagne, après une décennie passée à gérer les conséquences de sa réunification, fasse tout, depuis dix ans, pour redevenir compétitive, en ayant notamment recours à une réelle modération salariale, est évident. Les lois Hartz, adoptées par le gouvernement SPD-Verts au début des années 2000, ont visé à remettre les chômeurs au travail et à accroître la flexibilité. Les demandeurs d'emploi doivent prendre le poste qu'on leur propose, même s'il ne correspond pas à leur qualification et n'est qu'à temps partiel.

Sur une population active de 60 millions de personnes, on compte 5 millions de salariés à temps partiel, plus 5 millions de personnes disposant d'un "mini-job" (400 euros pour vingt heures par semaine) et près de 1 million d'intérimaires. Or ces derniers gagnent environ deux fois moins que les salariés qu'ils sont supposés remplacer. Un intérimaire sur huit a d'ailleurs droit aux prestations sociales réservées aux personnes pauvres. Résultat : 15,5 % des Allemands vivaient en 2008 (derniers chiffres connus) sous le seuil de pauvreté, un chiffre légèrement inférieur à la moyenne européenne, mais en nette augmentation par rapport aux années précédentes.

Cela ne signifie pas que le pays s'appauvrit mais que les inégalités augmentent. Car, globalement, le pays va bien. L'hebdomadaire The Economist (du 5 février) parle même de "miracle allemand". Si l'on prend l'évolution du produit national brut (PNB) par habitant, note le journal, l'Allemagne est le pays du G7 où la croissance a été la plus forte ces dix dernières années : + 0,9 % par an en moyenne, davantage qu'aux Etats-Unis (+ 0,7 %) et en France (+ 0,6 %). Les chiffres du Fonds monétaire international (FMI) ne corroborent pas l'analyse de Terra Nova. En 2000, le PIB par habitant était un peu plus élevé en Allemagne qu'en France (25 130 euros contre 24 430 euros) et cet écart a tendance à croître. En 2010, le PIB par habitant était de 27 470 euros en Allemagne, contre 25 792 euros en France.

Il y a peu de chances que l'écart se réduise en 2011 : le moral des chefs d'entreprise allemands n'a jamais été aussi haut, et les instituts de prévision misent sur une croissance comprise entre 2,5 % et 3 % cette année - plus qu'en France. Les salariés devraient en profiter. Pour la première fois depuis 1994, le pouvoir d'achat réel a augmenté de 1,1 % en 2010, selon l'institut WSI, proche des syndicats. Pour 2011, les négociations salariales avancent rapidement. Volkswagen a conclu, le 8 février, avec le syndicat IG Metall, un accord prévoyant une hausse de 3,2 % des salaires, en 2011, plus une prime comprise entre 500 et 890 euros.

Pour remercier les salariés qui ont accepté, en 2009, de passer à temps partiel pendant la crise, plusieurs entreprises, comme Siemens ou Bosch, ont avancé de plusieurs mois les augmentations de 2011. Daimler va distribuer 125 millions d'euros de primes à ses salariés dans le monde, soit près de 1 000 euros par personne.

Croire que c'est surtout grâce à la modération salariale que l'Allemagne est plus compétitive que la France sur les marchés mondiaux relève, au mieux, de la myopie. Un technicien travaillant dans l'automobile n'a rien à envier à son collègue français. En revanche, les caissières des supermarchés sont encore plus exploitées en Allemagne, et les emplois de services à la personne y sont payés une misère.

Une anecdote résume la différence entre les deux pays. Commentant le déficit du commerce extérieur français, le secrétaire d'Etat Pierre Lellouche a indiqué qu'"il reflète essentiellement l'évolution de la facture énergétique". Nous voilà rassurés. En revanche, Mme Merkel a jeté un froid en indiquant que le monde n'attendait pas l'Allemagne pour innover, et qu'il ne saurait être question de se reposer sur ses lauriers.

Article paru dans l'édition du 13.02.11

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Europa e EUA comparados: produtividades divergentes

Recebi um alerta para mais um estudo, geralmente de excelente qualidade técnica, da McKinsey, sobre as razões de ser a produtividade na União Européia inferior aos níveis observados nos EUA.
Creio que vale a leitura, para todos aqueles interessados nos fatores reais de prosperidade e bem-estar.
Como o estudo reproduzido no site da empresa de consultoria possui ilustrações em flash, contendo os dados comparativos, recomendo consultar o link abaixo (e se inscrever para poder ter acesso ao relatório completo).
Paulo Roberto de Almeida

Why Europe lags behind the United States in productivity
Regulation and market barriers continue to hold back the continent’s service sectors.
McKinsey Quarterly, October 2010

In an accompanying podcast, McKinsey Global Institute director Charles Roxburgh describes Europe’s progress on reform, the economic pressures facing the region, and what it will take to restore long-term growth.

Europe has made considerable economic progress in the past 15 years, but its per capita GDP is still $11,250 lower than that of the United States—$4.5 trillion in all. A preference for leisure time is one reason, but a widening productivity gap between Europe and the United States is the major culprit. What accounts for it? The answer is underperforming service sectors. Local services (such as retailing) alone account for two-thirds of the productivity shortfall. But Europe, boasting examples of best practice across service sectors, could reduce the gap. The trick would be for companies to emulate these examples in their own industries and for governments to help them do so by removing regulatory hurdles.1
The opportunity to improve Europe’s lagging service sectors is one of the major themes addressed in Beyond austerity: A path to economic growth and renewal in Europe, a new report from the McKinsey Global Institute (MGI).2 The report analyzes Europe’s strides in reforming labor markets, cutting unemployment, and fueling growth in per capita GDP; the many pressures bearing down on growth; and how to build an effective pro-growth agenda using recent reforms as a platform. Given high debt and deficit levels, little scope remains to spur growth through short-term stimulus spending. Europe must therefore embrace structural reform—and boosting the performance of service industries is a critical part of this effort.
In Europe, service sectors account for a lower share of overall economic activity than they do in the United States. Across the Atlantic, 19 percentage points of gross value-added growth were accounted for, from 1995 to 2005, by local services,3 business services,4 and professional and financial services. In the EU-15, these added only 10 percentage points (Exhibit 1).
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From the 1960s to the mid-1990s, Europe steadily closed its productivity gap with the United States. But then the gap started widening again—and one important reason was that Europe’s service sectors underperformed their US counterparts (Exhibit 2). While productivity is not an end in itself, it is a critical means to an end: per capita GDP, competitiveness, and productivity move in lockstep. If Europe is to close the per capita GDP gap with the United States, it will therefore have to boost productivity, particularly that of services. US productivity grew by 22 percent between 1995 and 2005, and local, business, and professional and financial services together contributed half of that expansion. In Europe, productivity grew by 15 percent, of which only one-quarter came from these service industries.
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Many policy makers in Europe are maintaining the traditional focus on technology-intensive and manufacturing sectors, reflecting their strong role in productivity growth and the exposure of the region’s economies to global competition. But the fact remains that as the number of manufacturing jobs has declined in the EU-15, only the service sectors have increased their levels of employment. It is the service sectors that offer Europe the major potential for job creation.
How to raise European service productivity
A range of regulatory and market barriers stand in the way of higher productivity in European services, which suffer from relatively low scale in many operations and from product, land, and labor market regulations that inhibit competition. MGI sees two important areas to address. It will also be necessary to ensure that enablers for growth, including infrastructure and skills, are in place.
Injecting competition
The liberalization of monopolistic industries in Europe has consistently led to dramatic increases in productivity. Coupled with standardization, regulation to heighten competition has made a success story of telecommunications, for example. GSM—the Global System for Mobile Communications—was initially deployed in seven European countries, in 1992; today the system has more than four billion users worldwide. In the road freight industry, the relaxation of price controls and the removal of barriers to cross-border trade led to a 15 to 25 percent drop in tariffs and 5 percent-plus annual productivity gains throughout the 1990s in France and Germany.
Despite such examples, many other service industries, including postal services, rail transport, and professional services (such as law and accounting), continue to receive regulatory protection from competition. Entry barriers are still common. Many European countries limit the number of pharmacies, for instance, in effect creating regional monopolies on retail sales of medicinal products. Some European countries set price ceilings or floors—for architects and lawyers in Italy and Germany, among others. France and Spain prohibit advertising for notaries. Some countries have abolished such advertising and price restrictions in recent years, apparently without damaging these markets. But regulation remains high overall. In professional services, the 2008 product market regulation index of the Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) is nearly twice as high for Europe as for the United States.
Deregulation
Regulation not only hinders competition in Europe’s service sectors but can also compromise the efficiency of operations. Retailing, for instance, still suffers from restrictive land and product regulations. Zoning laws that limit the size and density of stores put bigger, more efficient formats like hypermarkets at a competitive disadvantage: in France, the introduction of more restrictive rules on the size of retail outlets during the 1990s halted the sector’s productivity growth—opening new stores larger than 6,000 square meters became virtually impossible—and the restrictions eventually had to be eased. In the United Kingdom, the number of new stores opening has slowed because of insufficient reform to planning laws. In the Netherlands, individual municipalities have the power to prevent retailers from selling televisions in furniture stores.
Strict labor laws, which often encourage informality, are another barrier to productivity. Businesses have an incentive to stay smaller to avoid a higher level of regulatory scrutiny, and this stratagem prevents companies from achieving scale in fragmented industries, including construction. (In Portugal, informal labor accounts for more than a quarter of the hours worked in residential construction.) In retailing, Dutch labor legislation typically requires stores to pay their employees 30 percent more for evening work.
Operational barriers remain rife too. In land transport, standardized road freight containers that could boost productivity have not achieved widespread use. In the construction industry, the complex way projects are set up compromises productivity: traditionally, there are separate tenders for design, engineering, and actual construction. That undermines coordination and inefficiency—for instance, contractors are rarely involved in the design phase to discuss cost-efficient construction specs and materials. Since the public sector accounts for 33 percent of all construction in Germany and for 25 percent in the United Kingdom, if governments changed their procurement and tendering processes, they could directly help to institutionalize best practices.
Emulating best practice
European service sectors could vastly increase their productivity and growth. Take food retailing. If the EU-15 as a whole achieved the productivity levels of its top-quartile countries in this sector—admittedly not an easy task in many places—it could achieve a 44 percent boost in productivity. This would translate into a 21 percent increase in the productivity of retailing in general, or a 0.75 percent increase in the value added generated by the entire EU-15 economy. (These figures assume that the hours freed up as a result of improved productivity will be reallocated to the rest of the economy at current sector productivity levels.)
In road freight, emulating best practice would boost the productivity of land transport by 50 percent, adding 0.4 percent of incremental GDP to Europe’s economy. Reaching best practice in construction could boost its productivity by 12 percent, for a 0.5 percent increase in the value added generated by the European economy overall.
Europe’s low-key revolution in reforming its product and labor markets fueled a relatively solid economic performance before the global crisis hit. But in the early aftermath of the global recession, Europe is battling to revive the headwinds of growth—with little scope to prime the pump, given high debt and deficits. If it is to sustain robust growth in the coming years, structural reform is no longer optional, and freeing service industries to compete is a vital component of that change.
Read an executive summary or download the full report at the McKinsey & Company website.

About the Authors
Jan Mischke is an associate principal in McKinsey’s Zurich office; Baudouin Regout; who is based in Brussels, is a senior fellow of the McKinsey Global Institute; Charles Roxburgh is a director in the London office and a director of MGI.
Notes
1 In our study, Europe refers to the EU-15: Austria, Belgium, Denmark, Finland, France, Germany, Greece, Ireland, Italy, Luxembourg, Netherlands, Portugal, Spain, Sweden, and the United Kingdom. In 2009, these economies accounted for 88 percent of the EU-27’s GDP in terms of purchasing power parity and for 98 percent of the eurozone’s GDP.
2 MGI clusters Europe into three groups. In Northern Europe (including Sweden, Finland, Denmark, Ireland, and the United Kingdom), productivity is about average, but labor utilization is much higher than the EU-15 average. Continental Europe (including France and Germany) has above-average productivity but below-average labor utilization. Southern Europe (including the major Mediterranean economies) suffers from lagging productivity and low employment levels, partially compensated for by high levels of annual hours worked.
3 Including automotive, hotels, private domestic and social services, rental activities, restaurants, and wholesaling.
4 Computers and related activities, R&D, and software and IT services.