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terça-feira, 24 de agosto de 2021

Sistema educacional chinês: Como a educação vem modificando o futuro do país - Alessandro Teixeira (Forum)

 Mais relevante do que o extraordinário crescimento econômico chinês nas últimas quatro décadas foi a verdadeira revolução educacional em curso no país desde o final da Revolução Cultural e o início dos processos de modernização, lançados por Deng Xiaoping. Cabe registrar que em 1949 a taxa de analfabetismo alcançava 80% da população. É isto que está na base do excepcional desempenho do país atualmente, não qualquer socialismo com características chinesas, que é pura propaganda do PCC.

Paulo Roberto de Almeida

Sistema educacional chinês: Como a educação vem modificando o futuro do país 

Coluna Desvendando a China: A redenção educacional surgiu no final na década de 1980, estendendo-se por toda a década de 1990, realizada por meio de reformas profundas, as quais permitiram a expansão do acesso à educação de qualidade 

Hoje, eu vou tratar do sistema educacional chinês. Como o leitor já deve ter visto, nas últimas três décadas, a China tem apresentado a maior taxa média de crescimento do PIB do mundo com uma média anual entre 7% e 8%, tornando-se a segunda maior economia mundial em termos de PIB nominal total (Banco Mundial, 2017). Como resultado, a nação chinesa possui não só o maior sistema de educação do planeta, compreendendo quase 260 milhões de estudantes, mais de 15 milhões de professores e cerca de 514.000 escolas — e não estou considerando aqui os números pertinentes às instituições de ensino superior —, mas que é também diverso.

Em termos históricos, o sistema de educação chinês é milenar e remonta ao período imperial de aproximadamente 2.000 anos atrás. Por muitos séculos, o ensino era excludente e só aceitava oficiais e burocratas pertencentes ao sistema imperial, os populares “mandarins”. Foi somente na dinastia Tang (618-907 d.C.) que esse sistema de ensino daria um salto qualitativo e inclusivo. Sob esse aspecto, diversos estudantes originários de famílias humildes passaram a ocupar cargos na corte, o que atenuou grandemente as discrepâncias de classe social. Mesmo assim, do final do período imperial (1912) até a formação da República Popular da China (1949), o nível de desenvolvimento educacional permanecia muito atrasado. Em termos numéricos, cerca de 80% da população era analfabeta, e a taxa de matrícula para o ensino fundamental e médio era de apenas 20% e 6%, respectivamente.

Infelizmente, ainda que o governo comunista chinês considerasse a educação básica universal como o principal objetivo do desenvolvimento educacional, durante a Revolução Cultural iniciada em 1966, a cultura e a educação permaneceram estagnadas. A redenção educacional surgiu no final na década de 1980, estendendo-se por toda a década de 1990, realizada por meio de reformas profundas, as quais permitiram a expansão do acesso à educação de qualidade. Com isso, o governo chinês assumiu, de fato, a educação como valor central, a qual deveria ser compatível com o desenvolvimento socioeconômico do país. Assim, nasceu o moderno sistema educacional chinês.

Com o enorme desenvolvimento socioeconômico na China, a educação ainda é gerida pelo Estado, proporcionando um ensino gratuito, o que agrada as famílias, não só pelas pequenas taxas que pagam pelo ensino público, mas por ser este também de altíssima qualidade. Mesmo assim, pode-se observar uma crescente participação do setor privado no ensino cada vez mais de maneira descentralizada.

Nos últimos anos, o Ministério da Educação tem transferido o controle direto da gestão do sistema educacional, na tentativa de descentralização, para os governos estadual e municipal, os quais se tornaram responsáveis pela administração e supervisão do ensino. Em grande parte, as autoridades regionais também administram instituições de ensino superior.

Outro ponto importante a destacar é a valorização crescente dos profissionais da educação. A China não só tem aumentado a remuneração dos professores e demais profissionais diretos da educação, mas também investido fortemente em qualificação, sobretudo dos profissionais das escolas primárias e secundárias. De acordo com a nova política de formação, cada professor de escola primária e secundária pública deve ter, no mínimo, 360 horas-aulas de formação de cinco em cinco anos. Essas formações são concebidas de acordo com as responsabilidades dos profissionais e dos professores, e elas visam a melhoria e a modernização das competências desses profissionais.

Soma-se a isso a necessidade de qualificar mais os professores das zonas rurais, os quais têm prioridade nesse programa. Nesse sentido, o governo chinês pretende investir, até 2025, o valor de US$1,3 bilhão no programa de qualificação que compreende cerca de 6,5 milhões de professores nas zonas rurais e nas partes central e ocidental do país, considerando-se, assim, o investimento em: (i) áreas rurais, remotas, pobres e minoritárias; (ii) educação pré-escolar, ensino primário e ensino profissional; (iii) subsídios para alunos de famílias carentes; e (iv) construção de uma equipe de professores de alta qualidade. Tem-se, assim, que as recentes reformas educacionais deram ênfase a: (i) erradicação do analfabetismo; (ii) aceleração do desenvolvimento do ensino pré-escolar; (iii) universalização do ensino obrigatório de nove anos; e (iv) melhoria da qualidade do ensino obrigatório, especialmente em zonas rurais, cujos esforços têm sido recompensados pelos resultados socioeconômicos.

No entanto, o leitor deve estar se perguntando o que há de tão especial nesse sistema de ensino. Embora possua uma estrutura muito do sistema educacional brasileiro — pré-escola, ensino primário, ensino secundário e ensino superior — os estudantes chineses devem completar nove anos de escolaridade obrigatória. Aqui na China, as crianças a partir dos três anos de idade já estão aptas a ingressarem na pré-escola, ou creche, se preferir, e permanecem até os seis anos. Detalhe, a educação pré-escolar não é obrigatória, e muitas pré-escolas são privadas.

A seguir, temos o ensino primário (ensino fundamental). Este começa aos seis anos de idade e no qual as crianças permanecem por um período de seis anos. Este é seguido do ensino secundário, o qual é dividido em dois, a saber, o ensino secundário júnior, no qual os alunos permanecem por mais três anos, seguido do ensino secundário sênior (ensino médio), por iguais três anos. Existem cinco tipos de escolas secundárias na China: (i) o geral; (ii) o técnico ou especializado; (iii) para adultos; (iv) profissional; e (v) a escola de artesanato. Estes quatro últimos são considerados como escolas de ensino secundário profissional. Os estudantes, ao concluírem o ensino primário, são submetidos a um exame público chamado de Zhongkao, o qual o governo utiliza para designar os alunos a diferentes escolas secundárias, e a admissão na escola secundária depende da pontuação obtida nesse exame. Nos últimos anos, governo chinês tem promovido esforços significativos para expandir a participação em escolas secundárias, sobretudo as profissionais, a fim de satisfazer as necessidades econômicas e de mão de obra do país, em rápida evolução, tendo em vista que, em 2014, as escolas secundárias profissionais representavam pouco menos de 22% do total de matrículas em escolas secundárias s sêniores na China (UNESCO-UIS, 2016). Por sua vez, ainda que o ensino secundário sênior não faça parte da escolaridade obrigatória na China, em 2018, 95% dos diplomados do ensino secundário júnior continuaram os seus estudos em escolas secundárias sêniores. Este número é notável porque, em 2005, apenas cerca de 40% dos jovens diplomados do ensino secundário júnior continuavam seus estudos.

Quando concluem o ensino secundário, os estudantes chineses são submetidos a um outro exame, que é muito parecido com o nosso vestibular, e o qual é chamado de Gao Kao. Essa prova, realizada em nível nacional, permite que os estudantes escolham, segundo a nota obtida no exame, a instituição de ensino na qual desejam ingressar. Vale ressaltar também que, devido à pressão extremamente elevada causada pela disputa dos estudantes que prestam anualmente esse o concurso — em 2019 foram 10,3 milhões para 9,1 milhões de vagas —, o segmento de “cursinhos pré-vestibulares”, tal como ocorre no Brasil, é outro componente do segmento educacional que tem crescido enormemente.

O ensino superior, na China, teve uma enorme expansão a partir do final da década de 1990. As taxas de matrículas no ensino superior aumentaram de 21%, em 2006, para 39%, em 2014, e mais de 45%, em 2018, no país. Hoje, a China possui mais de 2.700 instituições de ensino superior. Muito semelhante ao sistema brasileiro, no sistema chinês, os cursos de graduação exigem quatro anos de estudo, e na pós-graduação stricto sensu, o mestrado exige três anos, enquanto o doutorado exige de quatro a cinco anos.

As reformas educacionais compreenderam também a melhoria do currículo escolar, não se limitando às tradicionais disciplinas de idiomas como o mandarim e o inglês, ou disciplinas de ciências exatas como a matemática, física, química, biologia, ou mesmo atividades práticas abrangentes como a educação física e artes. O currículo estudantil é complementado por atividades extras como tecnologia da informação, pesquisa em ciência, serviços comunitários sociais, sociologia, música e, em alguns casos, robótica e tecnologias disruptivas como biotecnologias, tecnologias espaciais são disciplinas cursadas pelos estudantes dos ensinos primário e secundário, e as quais têm como objetivo melhorar a criatividade e o desenvolvimento de responsabilidade social através de experiências práticas dos jovens.

Mas a “revolução estudantil” chinesa não se limita às suas fronteiras. O país tem investido pesadamente em intercâmbio. Como exemplo, a China tornou-se o maior exportador mundial de estudantes estrangeiros. Em 2016, o número total de estudantes chineses que estudavam no exterior era de 545.000, e, em 2018, esse número cresceu para 663.000. Além disso, 80% em média dos estudantes intercambistas optam por retornar à China, bem como o país recebe aproximadamente 100 mil estudantes estrangeiros por ano, oriundos de um total de 205 países, tornando-se a o maior destino na Ásia para estudar. Também, as instituições de ensino chinesas estão entre as melhores da Ásia, tal como a Universidade de Tsinghua e a Universidade de Pequim ocupam a 23ª e 24ª posição, respectivamente, do Times Higher Education World University Rankings de 2020.

Em suma, essas melhorias sistêmicas na educação foram diretamente responsáveis por mudar o perfil da economia chinesa, na qual a inovação tem um papel central (em uma coluna futura abordarei a inovação na China). Os investimentos feitos pelo governo chinês (desde de 2012 a China investe 4% do PIB em educação) têm rendido frutos na medida em que as melhores oportunidades na educação dos cidadãos refletiram-se no nível de capital humano no país.

Por fim, quando a República Popular da China foi fundada em 1949, isto é, 72 anos atrás, possuía mais de 80% da população analfabeta. Em menos de um século o governo chinês reverteu essa realidade ao entender que não existe desenvolvimento de uma economia, de uma sociedade madura, de ciência, de tecnologia e inovação sem um alto nível de educação. A educação tornou-se um direito de todo cidadão chinês e a sua obrigatoriedade universal deve ser a base e o símbolo da moderna civilização chinesa. A educação é o fator central para o desenvolvimento em longo prazo de um país.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.


quarta-feira, 11 de setembro de 2019

¿Por qué no prospera la innovación en América Latina? - Rogelio Castellano (esglobal)

¿Por qué no prospera la innovación en América Latina?

esglobal, 11 septiembre 2019
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Competición de robótica en Bogotá, Colombia. DIANA SANCHEZ/AFP/Getty Images
Los países de América Latina están quedándose en la periferia de la Cuarta Revolución Industrial que actualmente transforma la matriz económica y las formas de consumir y producir de las sociedades del mundo. El bajo crecimiento económico latinoamericano una larga desaceleración que se remonta a 2013 y la ausencia de reformas estructurales condenan a la región a cumplir un papel secundario en ese contexto internacional. 
Varias son las apuestas estratégicas para superar los lastres que obstaculizan el desarrollo latinoamericano: entre ellas sobresalen las inversiones en capital humano y físico para mejorar su productividad y competitividad y diversificar las exportaciones.  Y en este aspecto la innovación también cumple un rol decisivo. Como señala acertadamente el periodista argentino Andrés Oppenheimer, “estamos viviendo en un nuevo mundo en el que el trabajo mental se cotiza cada vez más y el trabajo manual y las materias primas, cada vez menos. El gran desafío para nuestros países es innovar o quedarse cada vez más atrás. De ahí el título de mi libro, Crear o Morir, pero lamentablemente de eso no estamos hablando todo lo que deberíamos”.
La innovación se alza como la clave del arco del desarrollo, epicentro de un gran cambio estructural latinoamericano. Un eslabón de la cadena sin el cual el mecanismo deja de funcionar. Detrás de todos los déficits de la región se encuentra, de una manera u otra, la inexistencia de una apuesta decidida por la innovación desde las políticas públicas y por parte del empresariado. Alicia Bárcena, secretaria general de la CEPAL, explica como “la innovación es un proceso clave para el desarrollo económico porque permite aumentar la productividad y competitividad de una forma genuina. Además, debe mejorarse el gasto en investigación y desarrollo, pues es muy bajo en toda la región. El gasto es de 0,8% en América Latina de promedio, pero muchos países están por debajo de 0,5%. Si se toma el caso de los Estados de la OCDE, el gasto de media es 2,5% del PIB, en Estados Unidos 2,8% y en Israel 4,3%”.
¿Y por qué no prospera la innovación en América Latina? Fundamentalmente por la ausencia de políticas públicas eficaces y eficientes capaces de diseñar y construir un entorno amable y favorecedor para la innovación de los emprendedores. Las administraciones públicas, mal financiadas, sin recursos y con islas de excelencia en medio de páramos de ineficacia no articulan ni propician que florezca la innovación.

Una lenta e insuficiente mejora 
Existe un consenso amplio entre los economistas en torno a que la inversión en I+D+I (Investigación, Desarrollo e Innovación) es la variable cuantificable que mejor explica el crecimiento a largo plazo de las economías desarrolladas.
América Latina y CaribeEl economista Miguel Sebastián señala que “tanto el capital físico como el capital humano presentan rendimientos decrecientes. Es decir, la inversión en estos factores acumulables, generará rendimientos positivos, pero cada vez serán menores. Por el contrario, la inversión en capital tecnológico e innovación, no presenta rendimientos decrecientes, y su impacto a largo plazo sobre la renta per cápita de los países es inagotable, pues el proceso innovador es continuo”.
Sin embargo, uno de los grandes déficits regionales se encuentra en la apuesta por la innovación, y ésta se encuentra estrechamente vinculada a la inversión en I+D donde la región se encuentra también muy retrasada. La investigación y el desarrollo permite a las empresas ser más eficientes, más productivas, generar cada vez mejores productos y con mayor valor añadido. La edición de 2019 del Índice Mundial de Innovación, publicada el pasado mes de junio, no hace sino corroborar que la innovación es una de las grandes asignaturas pendientes latinoamericanas. Elaborado por la Organización Mundial de la Propiedad Intelectual (OMPI) en unión con la Universidad de Cornell, el indicador mide 129 Estados y toma en cuenta las inversiones en investigación y desarrollo, las solicitudes internacionales de patentes y registro de marcas, la creación de aplicaciones para teléfonos móviles y las exportaciones de alta tecnología, entre otras variables.
El Índice muestra que América Latina y el Caribe es una región que avanza lentamente en innovación. Las economías latinoamericanas no se encuentran entre las mejor posicionadas y las que destacan ocupan tan solo el centro de la clasificación: Chile, en el lugar 51; Costa Rica, en el 55, y México en el 56, son los países latinoamericanos en los puestos más altos. La mayoría se sitúa en el tercio final del ránking.
Según el Banco Mundial, la inversión en innovación está por debajo del 1% del PIB en la mayoría de los países de la región: solo lo supera Brasil (1,2%) y el resto apenas ronda el medio punto como ocurre con México (0,49 %), Argentina, (0,53 %) o Ecuador (0,44%). La diferencia es muy marcada con respecto a las economías más desarrolladas, como Corea del Sur, Finlandia, Suecia o Israel.
La realidad es tozuda: las naciones más desarrolladas son las que destinan más de un 2,5% de su PIB a este rubro. Sin embargo, en lo más elevado de la lista no se encuentra ningún país latinoamericano.
Además de escasa, la inversión en I+D en Latinoamérica se encuentra muy concentrada.
El informe El estado de la ciencia, publicado por la Red de Indicadores de Ciencia y Tecnología (Ricyt), con apoyo de Unesco, analizó la inversión del sector entre 2007 y 2016. Brasil, México y Argentina suponen casi el 90% de la investigación latinoamericana.

La trampa de los países de ingresos medios
La volatilidad internacional (la guerra comercial entre China y Estados Unidos, el Brexit y las tensiones en el estrecho de Ormuz) explica el actual bajo crecimiento latinoamericano. Pero también lo explica la escasez de reformas estructurales que es la parte en la que los países de la región podrían mejorar su rendimiento. En realidad, el estancamiento es producto de un contexto mundial que los Estados latinoamericanos no controlan y de unos déficits propios sobre los que existe mayor capacidad de incidencia. Sin embargo, la región, salvo escasas excepciones, no está haciendo los deberes.
Los principales centros de análisis coinciden en que América Latina se asoma a un periodo de bajo crecimiento –ralentización–. En sus previsiones para 2019, el Fondo Monetario Internacional ha recortado  la tasa de crecimiento económico para la región, pasando de 1,4% al 0,6%. Y la CEPAL lo ha bajado del 1,3% al 0,5%.
¿Qué es lo que le ocurre al continente? Los países latinoamericanos, ante la falta de reformas estructurales y la ausencia de viento de cola, han caído en lo que se conoce como la “trampa de los países de ingresos medios”. Una situación en la cual naciones que han alcanzado un nivel de riqueza medio no logran llevar a cabo la transición hasta alcanzar ingresos altos: no consiguen mantener altas tasas de crecimiento debido a que no mejoran en productividad y competitividad. Además, sus ciclos económicos dependen del precio de las materias primas, por lo que son muy volátiles, lo cual no permite un incremento sostenido de sus niveles de ingreso per cápita.
América Latina se ve lastrada por una estructura económica que no se basa en sectores tecnológicamente avanzados, sino en una competitividad basada en costes menores. Con una productividad laboral decreciente desde los 70, la estructura productiva general tampoco favorece la innovación o la intensidad tecnológica. La CEPAL lleva desde 2010 advirtiendo de que las economías de la región afrontan dos grandes desafíos en materia de productividad. Una “brecha externa”  (el atraso de la región en materia tecnológica) y la “brecha interna” causada por la menor productividad.
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Un brasileño utiliza una aplicación en su teléfono inteligente., Sao Paulo. NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images
De hecho, en 2019, América Latina continúa mostrando un desempeño muy bajo en competitividad (clave para salir de esa “trampa de los ingresos medios”). El índice elaborado por el Instituto para el Desarrollo Gerencial muestra que la mayoría de los países de la región viene perdiendo posiciones o mejorando muy levemente en ese terreno en los últimos años.
“La trampa de los ingresos medios” tiene una traducción concreta para los países latinoamericanos: en los últimos cincuenta años, el ingreso per cápita de América Latina se ha estancado en comparación con los países desarrollados y con las economías de rápido crecimiento del este de Asia. América Latina se ha mantenido constante y su participación en el PIB global ha sufrido oscilaciones, con una tendencia a la baja.
¿Cómo puede eludir América Latina esa trampa? A la hora de encontrar el camino que saque a los países latinoamericanos de ella, la innovación para el desarrollo se convierte en la piedra angular capaz de generar un efecto positivo en cadena gracias al cual mejorar los niveles de competitividad y productividad de sus economías.
Mark Schultz y Philip Stevens, coordinadores de Innovate4health, señalan que “la interrogante para la región es cómo promover un modelo de desarrollo que genere trabajos bien remunerados y crecimiento económico sin dañar el ambiente o deteriorar la desigualdad social. La innovación es gran parte de la respuesta. Más innovación es la ruta para empleos mejor pagados, crecimiento económico, así como nuevos productos y servicios que mejoran la calidad de vida de las personas. Los países que destaquen en el diseño de productos, la investigación y el desarrollo, técnicas empresariales, el mercadeo y el desarrollo de marcas serán los líderes económicos mundiales. Los que se atengan a la manufactura, la agricultura y la exportación de materias primas, quedarán rezagados”.
Pese a su capital importancia y posición clave para alcanzar un mayor y más sostenido desarrollo, la innovación es una asignatura pendiente que en América Latina suspenden tanto las administraciones públicas como el sector privado que se retroalimentan en su abandono de la innovación. Un informe de la OCDE en 2013 encontró que el sector privado en los países latinoamericanos invierte mucho menos en investigación y desarrollo que sus pares en otras partes del planeta.
Los empresarios no están a la altura porque fallan los poderes públicos: los empresarios e inventores son menos partidarios de invertir en investigación y desarrollo, ya que perciben que su inversión no es segura. Los derechos de propiedad intelectual son esenciales para brindar esta garantía, pero usualmente no se protegen de manera efectiva en los países latinoamericanos.
En la actual coyuntura, la realidad es que la inversión del sector público está lejos de cubrir todas las necesidades y la del sector privado es claramente insuficiente. Desde 2007, el aporte empresarial latinoamericano ha descendido del 43% al 35%. Y los endebles sistemas fiscales regionales no dejan mucho margen de maniobra. Y eso que en esta década la inversión creció del 51,8% al 58,6%.
Como ocurre en el ámbito de las infraestructuras, en la I+D la apuesta de futuro pasa por diseñar alianzas público-privadas donde la inversión provenga de ambos ámbitos. La responsabilidad es compartida y no puede recaer en solitario ni en el Estado ni en las empresas. Como destaca María Fernanda Calderón, docente de la Facultad de Ciencias de la Vida de la Escuela Superior Politécnica del Litoral (Ecuador): “[Hay que] promover la cooperación entre el sector privado y la academia, mediante el establecimiento de líneas de investigación… Que los productores puedan reducir su carga impositiva por anexarse a programas de investigación aplicados y consensuados. Reforzar la colaboración entre los centros de investigación del gobierno y los centros investigación de la academia”.
El rol principal de las administraciones públicas consiste en crear un entorno propicio para la inversión en innovación. Sobre los gobiernos recae el peso de involucrarse en el desarrollo y la protección de patentes, fomentar la innovación con programas de protección a la propiedad intelectual, así como fortalecer el comercio electrónico y el Internet de las cosas.  Sin un entorno seguro los empresarios se reprimen a la hora de apostar por la innovación. Y el sector público no cubre ese vacío.
El papel de las empresas pasa por destinar más fondos a I+D sin esperar que lo hagan otros, multinacionales extranjeras o el Estado. Con el fin de tener un crecimiento más sólido y que no dependa tanto del ciclo económico, las compañías, en las fases de expansión, deben invertir también I+D aunque los resultados no se vean en el corto plazo. Se necesita una nueva cultura empresarial que va ya poco a poco consolidándose para ser conscientes de que la inversión en I+D las hace más competitivas, más eficientes y, aunque tengan menores ingresos a corto plazo, a la larga es menos probable que se vean obligadas a hacer importantes reestructuraciones.

Innovación, palanca de desarrollo
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Una científica peruana en la Universidad de San Marcos, Lima. CRIS BOURONCLE/AFP/Getty Images
La innovación se alza como la piedra angular desde la que impulsar el cambio de matriz productiva en América Latina para conectar a la región con la Cuarta Revolución Industrial y evitar que, por falta de competitividad, productividad y carencias en capital humano y físico, las naciones latinoamericanas queden atrapadas en la trampa de los países de ingreso medio y al margen de las principales corrientes comerciales y económicas globales.
Lejos de ese desiderátum, la innovación es la asignatura pendiente de todos los países latinoamericanos, lo cual explica que no se haya convertido aún en la palanca desde la cual activar ese conjunto de procesos que conducen a construir economías más productivas y competitivas. La innovación y el conocimiento se alzan como herramientas clave para combatir la pobreza y alcanzar un desarrollo sostenible y las políticas de innovación en un eje central de las estrategias de desarrollo para responder a los principales desafíos económicos y sociales. En la innovación, América Latina y el Caribe, tiene una herramienta para enfrentarse a la pobreza, la desigualdad y la baja productividad, basado en el desarrollo sostenible y el cambio del modelo productivo para formar sociedades del conocimiento que respondan a los desafíos de la Cuarta Revolución Industrial.
La innovación es una apuesta estructural que implica tanto al sector privado como al público. Este último no solo tiene un rol de inversor sino, sobre todo, de alentar las inversiones privadas creando un marco propicio y de seguridad jurídica para las mismas. Las empresas, por su lado, deben comenzar a generalizar un cambio cultural en el que la inversión en I+D+I sea vista como una estrategia integral y estratégica: una apuesta de futuro y no como un gasto.
Una parte del sector privado latinoamericano sigue enclaustrado en el retraimiento a la hora de invertir en innovación por razones históricas y de cultura empresarial y, sobre todo, por la ausencia de un marco acogedor y de seguridad jurídica que estimule esa apuesta. Por lo tanto, la colaboración y coordinación entre los sectores público y privado se alza como decisiva.
Como señalara Andrés Oppenheimer, “o los Estados de América Latina incrementan su inversión en I+D o disminuirá su potencial de crecimiento y resultará una quimera la convergencia con los países más avanzados. O apostamos decididamente por la innovación, seña de identidad de la actual Cuarta Revolución Industrial,  o nos espera un futuro de estancamiento, antesala de un lento declinar”.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Seminario sobre Diplomacia e Inovacao Cientifica - Itamaraty, 8/12/2017


Itamaraty e MCTIC promovem o “2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica” com o apoio da FUNAG
O ministro das Relações Exteriores (MRE), Aloysio Nunes Ferreira, abrirá o “2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica: Ação Internacional no Brasil”, ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, em 8 de dezembro de 2017, às 9h, no Auditório Embaixador Wladimir Murtinho, Palácio Itamaraty, Brasília.
O seminário está dividido em quatro painéis: I) Ação Internacional no Brasil: Argentina e Suécia; II) Ação Internacional no Brasil: China e Canadá; III) Ação Internacional no Brasil: a dimensão multilateral (UNESCO e Banco Mundial); e IV) Ação Internacional no Brasil: O universo das startups e os Centros de Inovação da Dinamarca.
Cada painel contará com apresentações de representantes dos dois ministérios, de governos estrangeiros, e organismos internacionais. Confira a programação completa.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Seminario sobre Diplomacia e Inovacao Cientifica - Itamaraty, 8/12/2017


Itamaraty e MCTIC promovem o “2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica” com o apoio da FUNAG

O ministro das Relações Exteriores (MRE), Aloysio Nunes Ferreira, abrirá o “2º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica: Ação Internacional no Brasil”, ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, em 8 de dezembro de 2017, às 9h, no Auditório Embaixador Wladimir Murtinho, Palácio Itamaraty, Brasília. 
O seminário está dividido em quatro painéis: I) Ação Internacional no Brasil: Argentina e Suécia; II) Ação Internacional no Brasil: China e Canadá; III) Ação Internacional no Brasil: a dimensão multilateral (UNESCO e Banco Mundial); e IV) Ação Internacional no Brasil: O universo das startups e os Centros de Inovação da Dinamarca. 
Cada painel contará com apresentações de representantes dos dois ministérios, de governos estrangeiros, e organismos internacionais. Confira a programação completa. Inscreva-se.

II Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica:
Ação Internacional no Brasil

Brasília, 08 de dezembro de 2017
Palácio Itamaraty, Auditório Embaixador Wladimir Murtinho
Esplanada dos Ministérios, Bloco H
8h30-9h00
Credenciamento e recepção

9h00-9h10
9h10-9h20
Sessão de Abertura
- Aloysio Nunes Ferreira, Ministro das Relações Exteriores
- Gilberto Kassab, Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
9h20-10h00
- Keynote speaker: Professor Mário Neto Borges, Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Intervalo
10h15-11h15
 Painel 1 – Ação Internacional no Brasil: Argentina e Suécia
10h15-10h35


10h35-10h55
10h55-11h15
- Argentina: Ministro Jorge Mariano Jordán, Diretor Nacional de Cooperação e Integração Institucional, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina
- Suécia: Per-Arne Hjelmborn, Embaixador do Reino da Suécia no Brasil
- Debate: (moderador) Alvaro Prata, Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

 Intervalo
 11h30-12h30
Painel 2 – Ação Internacional no Brasil: China e Canadá
11h30-11h50
11h50-12h10

12h10-12h30


- China: Li Jinzhang, Embaixador da República Popular da China no Brasil 
- Canadá: Riccardo Savone, Embaixador do Canadá no Brasil (tbc)
- Debate: (moderador) Embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho, Subsecretário-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores.

Pausa para almoço
 14h30-15h30
 Painel 3 – Ação Internacional no Brasil: a dimensão multilateral
14h30-14h50

14h50-15h10
15h10-15h30

- UNESCO: Fábio Eon, Coordenador de Ciências da Representação da UNESCO no Brasil
- ENRICH-Brazil: Markus Will, Coordenador do Projeto “ENRICH-Brazil”
- Debate: (moderador) Embaixador Benedicto Fonseca Filho, Diretor do Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores.

Intervalo
 15h45-17h00
 Painel 4 – Ação Internacional no Brasil: os Centros de Inovação da Dinamarca e o universo das startups
15h45-16h00

16h00-16h40



16h40-17h00
- Dinamarca: Stina Nordsborg, Vice-Presidente do “Innovation Center Denmark”, do Consulado-Geral do Reino da Dinamarca em São Paulo
- “A internet das vacas”: Danilo Leão, CEO da BovControl
- “Movile: food, ticket, education & care”: Vitor Magnani, Vice-Presidente de Políticas Públicas do iFood e Presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O).
- Debate: (moderador) Ministro Manuel Montenegro, Subchefe do Gabinete do Ministro de Estado das Relações Exteriores.