Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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terça-feira, 15 de maio de 2018
Brasil: o ajuste economico ainda nao foi feito - FMI (Editorial Estadao)
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
A Grande Destruicao lulopetista, em graficos - Gabriel Tenoury (ILISP)
Meus parabéns ao Gabriel Tenoury pelo caráter extremamente didático da sua elaboração gráfica e pela informação sintética que ele produziu a respeito do verdadeiro desastre que foi o lulopetismo no Brasil. Vários dos exemplos abaixo constituem, além do mais, verdadeiros crimes econômicos do lulopetismo, quando não crimes comuns, fantasiados de políticas econômicas macro e setoriais.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 1 de setembro de 2017
13 gráficos que mostram como Dilma Rousseff e o PT destruíram o Brasil
Com uma equipe formada por economistas de pensamento duvidoso, Dilma optou por implantar políticas diversas do usual. Ao lado de Guido Mantega e Arno Augustín, e ainda gozando da popularidade de seu antecessor, Dilma teve espaço para implantar sua agenda integralmente: aumentou os gastos estatais, baixou os juros na marra, controlou preços, agigantou a Petrobrás, concedeu desonerações específicas e crédito subsidiado a setores e empresas selecionados, aumentou tarifas e ergueu mais barreiras às importações, criou regras de conteúdo nacional, concentrou mercados, se intrometeu no setor elétrico e, principalmente, realizou as fraudes fiscais que renderam seu impeachment.
Esse conjunto de medidas ficou conhecido como Nova Matriz Econômica e começou um pouco antes de Dilma ser eleita, como resposta à crise de 2008. A presidente, por sua vez, expandiu e amplificou tais políticas.
O resultado é (mais) uma década inteira perdida, muito pior do que a primeira. Projeções apontam que, em 2020, teremos uma renda per capita igual àquela observada em 2010.
A lição que a ex-presidente nos deixa é uma só: a economia é uma ciência com leis que não podem ser desrespeitadas em hipótese alguma sob a pena de sacrificar o futuro das gerações que estão por vir. Por isso, reuni neste texto 13 dados que ilustram o resultado das políticas estapafúrdias, que careceram de embasamento teórico e empírico, tomadas por Dilma e o PT enquanto estavam no poder..
1. Déficit Primário
Tudo começa com a política fiscal. Desde o segundo mandato de FHC até o fim do governo Lula, a política fiscal se manteve sólida, gerando bons superávits primários (economia do governo para pagar os juros da dívida pública), mas ao longo do mandato de Dilma, o resultado primário da União (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) se deteriorou progressivamente de tal sorte que o governo foi obrigado a recorrer a todo tipo de malandragem contábil, atingindo déficits recordes e deixando uma herança macabra para os futuros governantes.No ano de 2016, por exemplo, o governo federal teve um déficit de R$ 154 bilhões, ou 2,4% do PIB, um recorde digno de seções específicas nos futuros livros de história.
2. Inflação
Mesmo num contexto de inflação elevada, Dilma forçou o Banco Central, capitaneado por Alexandre Tombini, a cortar a taxa de juros na marra. Some-se isso à sua política fiscal expansionista (leia-se: com aumento de gastos) e o resultado foi nada menos do que desastroso: ao longo de todo seu mandato, a inflação jamais esteve no centro da meta (de 4,5%), e namorou o teto da meta (6,5%), chegando ao pico de 10,67% em 2015.O governo ainda tentou enganar o público antes das eleições de 2014, represando os chamados preços administrados para maquiar a estatística de inflação. A complacência com o aumento de preços forçou o Banco Central a aumentar a taxa de juros, que foi artificialmente reduzida para 7,25% em 2012, para 14,25% ao final do mandato de Dilma.
3. Fraude Fiscal
Numa tentativa desesperada de esconder a real situação fiscal do país, Dilma passou a atrasar repasses aos bancos estatal, no ficou conhecido como pedalada fiscal (na verdade, uma fraude fiscal)No entendimento do TCU, tais manobras constituíam uma operação de crédito entre os bancos estatais e o governo, algo proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O abuso foi tanto que isso rendeu à presidente um impeachment. Nunca antes na história deste país, desde a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, se viu tamanho descaso e desrespeito para com as contas públicas e a contabilidade nacional.
4. BNDES
Dilma e sua equipe de economistas acreditavam que o aumento do investimento no país deveria ser puxado pelo governo por meio de crédito subsidiado concedido pelos bancos estatais. Dessa forma, endividaram o estado em mais de R$416 bilhões apenas para repassar o dinheiro ao BNDES. Vitaminado com recursos extras, o BNDES concedeu empréstimos a taxas camaradas a mega-empresários amigos do partido.Os pormenores dessa farra já renderam até uma CPI. Afinal, alguns sortudos com boas conexões políticas conseguiram empréstimos a taxas tão baixas quanto 2,5% ao ano por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
O custo dessa festa é estimado em R$323 bilhões até o ano de 2060. Considerando ainda o custo econômico de financiar o BNDES (igualmente financiado pelos pagadores de impostos), conhecido em economia como custo-sombra, bem como o custo de oportunidade de se emprestar ao banco (o que poderia ter sido feito com o dinheiro), a conta é ainda maior.
5. Dívida Pública
Como resultado disso tudo, a dívida pública explodiu, saltando de cerca de 50% do PIB para quase 67% em apenas dois anos. Mas não para por aí: as expectativas para trajetória da dívida são ainda mais assustadoras do que esse salto. Algumas estimativas apontam para uma relação dívida/PIB de quase 90% ainda nesta década. Nosso país já é o mais endividado entre os emergentes. A conta, infelizmente, será das gerações futuras.6. Juros da Dívida
Graças à expansão do endividamento público, bem como o aumento da percepção de risco em relação a um possível default, os gastos com juros (em % do PIB) que vinham caindo há anos, quase dobraram ao longo do mandato Dilma, chegando a atingir 9,13% em janeiro de 2016. Para se ter uma ideia, a Grécia, país que ficou mundialmente conhecido por ter ido à bancarrota, paga algo como 5% de seu PIB em juros. Os rentistas agradeceram.7. Recessão
A combinação de todas as lambanças e malandragens nos trouxe à pior recessão da história do país. O investimento, variável-chave para o crescimento sustentado com aumentos de produtividade (sem inflação) caiu mais de 24% desde o início oficial da recessão, comprometendo a capacidade de crescimento futuro da produtividade do trabalhador brasileiro, bem como o aumento dos salários.A queda generalizada da confiança dos consumidores, investidores e empresários ocasionou uma retração do PIB de 3,8% em 2015, e mais uma queda, estima em torno de 3%, para 2016. As projeções para o futuro, por sua vez, também não são nada animadoras. Devemos ter um crescimento em 2017 da ordem de 0,5%, e nada muito brilhante nos anos posteriores. Em outras palavras: ao contrário das recessões anteriores, a recuperação, desta vez, deverá ser bem mais lenta,
A recessão de hoje é, inclusive, pior do que aquela experimentada nos anos da Grande Depressão. Trata-se de algo inédito em toda a nossa história. Somos, ainda, um dos últimos colocados no ranking de crescimento mundial. De acordo com projeções do FMI, o Brasil terá, em 2016, um desempenho melhor apenas do que Macau, Venezuela, Equador, Guiné Equatorial e Sudão do Sul.
8. Desemprego
Como resultado da crise, o mercado de trabalho também se deteriorou, retroalimentando a recessão. Em 2015, por exemplo, foram destruídas 1,54 milhão de vagas formais. Como resultado, o desemprego atingiu 11,6% em julho de 2016, segundo dados do IBGE, o que representa algo em torno de 12 milhões de pessoas desempregadas.A situação é tão grave que o desemprego vem batendo justamente naqueles empregos ditos “mais resilientes”, isto é, mais longevos, geralmente chefes de família. As consequências são graves em termos de produtividade presente e futura, como bem explica Sergio Firpo nesse texto.
Algumas estimativas apontam que o resultado final da crise será uma destruição líquida de cerca de 3 milhões de vagas. O Itaú BBA, por sua vez, estima que a taxa de desemprego deve atingir 13% até o final de 2017.
9. Petrobras
Com uma política de crescente estatização e agigantamento da Petrobras, aliada ao controle de preços dos combustíveis, o governo Dilma fez da estatal brasileira a empresa mais endividada do mundo. A Petrobras se viu obrigada a importar combustíveis e vender a um preço menor no mercado interno para controlar a inflação.Some-se isso ao fato de, até então, a empresa ter uma participação obrigatória de 30% em todos os campos do pré-sal, bem como ser a única operadora, e o resultado foi a explosão da dívida da empresa, assim como a drenagem de seu caixa. A dívida bruta da empresa subiu assustadores 330% em cinco anos, atingindo mais de R$507 bilhões ao final do 3º trimestre de 2015.
Em virtude disso, as ações da Petrobras derreteram em bolsa, caindo mais de 50% desde que Dilma assumiu. Fora isso, cabe lembrar que boa parte dos fundos de pensão brasileiros investe em ações da empresa, o que representou uma grande perda para centenas de milhares de trabalhadores Brasil afora.
No auge histórico, as ações preferenciais da Petrobras já atingiram quase R$60,00. Em janeiro de 2016, mais especificamente, no dia 26, as ações fecharam a R$4,20.
Conclusão
Em posse de todas as informações apresentadas, fica impossível não concluir que Dilma Rousseff foi, sem sombra de dúvidas, uma das piores presidentes da história do Brasil. Ao apostar no voluntarismo político e em ideias comprovadamente fracassadas, tanto teórica quanto empiricamente, Dilma hipotecou o futuro de milhões de brasileiros em favor de um sonho nacional-desenvolvimentista que já nasceu morto.Dilma não está mais no poder. Seu legado, entretanto, se fará sentir por décadas à frente, tanto no bolso quanto na vida e no futuro dos brasileiros. A história nos mostra, mais uma vez, que a irresponsabilidade elevada à máxima potência cobra seu preço.
Originalmente publicado no site Estado Mínimo
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Anatomia de um desastre (3): resenha de livro, por Carlos Yury Araujo de Morais
Anatomia de um desastre (2): resenha de livro, por Carlos Yury Araujo de Morais
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/07/anatomia-de-um-desastre-1-resenha-de.html
(continua na terceira e última postagem).
Anatomia de um desastre (1): resenha de livro, por Carlos Yury Araujo de Morais
Trata-se de obra fundamental para entender como foi montado aquilo que eu chamo de A Grande Destruição econômica lulopetista, um conjunto de medidas equivocadas que começam lá atrás, em 2005, assim que Madame Pasadena toma posse da Casa Civil no lugar do Richelieu do Planalto, o Stalin Sem Gulag, o homem que se enrolou todo no Mensalão (a serviço do grande mafioso seu chefe), e acabou cassado pela Câmara dos Deputados. A sucessora eminentemente estúpida começou podando todas as medidas sensatas que os corruptos da Fazenda e do Planejamento estavam tentando implementar para resolver o problema dos desequilíbrios fiscais do Brasil, e que Madame Pasadena vetou, sob o pretexto de que "gasto público é vida", e de que o programa de superavit efetivo nas contas públicas era "muito elementar".
(continua na próxima postagem; com meus agradecimentos ao Carlos Yuri Araujo de Morais)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Trapalhadas economicas dos ignaros e aloprados - Samuel Pessoa (FSP)
Eles (os atuais) vão conseguir produzir exatamente o contrário do que pretendem, ou seja, em lugar de crescimento e inflação baixa, terão menos do primeiro (e todos sinalizam para nova recessão de 3% do PIB negativos, ou seja, indo para a depressão), e mais inflação (talvez não tão alta quanto a de 2015, pois ocorreram muitas recomposições de tarifas de preços represados, mas ainda assim alta).
Os companheiros conseguiram destruir a economia do país e a sua principal empresa...
Paulo Roberto de Almeida
Resistência ao ajuste
Samue Pessoa
Folha de S. Paulo, 24/01/2016
Em qualquer ajuste econômico, pobre sempre paga relativamente mais do que rico. E isso não é por maldade ou falta de espírito público dos formuladores das políticas econômicas. É porque os ricos têm gordura pra queimar.
Outra dificuldade de ajustes econômicos é que eles geram custos no curto prazo e ganhos no longo.
O Estado de Bem-Estar Social -seguro-desemprego, programa Bolsa Família etc.- consegue minorar a tendência das economias de mercado de concentrar maior parcela dos custos do ajustamento econômico sobre os mais pobres, mas não consegue reverter.
A maneira de impedir que rico consiga se defender melhor do ajuste do que os pobres seria acabar com as desigualdades, o que requer impedir que os mecanismos de mercado de oferta e demanda operem, além de fortes restrições à liberdade individual. Não é por outro motivo que governos de extrema-esquerda, quando se defrontam com esse dilema, escolhem acabar com o mercado.
Por exemplo, a Venezuela enfrenta o ajuste a que foi forçada pela queda do preço do petróleo regulando o acesso das pessoas aos bens e serviços. Há um complexo sistema de controle de preços, sobre os vendedores, e de cotas individuais, sobre os consumidores, para que todos, independentemente da renda, consigam ter acesso aos bens de primeira necessidade.
Como argumentei na semana passada em um contexto totalmente distinto: "A dificuldade é que esse tipo de regulação tem muitos efeitos colaterais: o controle de preços reduz o incentivo aos produtores, e o controle de quantidade sobre os consumidores produz mercado paralelo muito ineficiente. Esse tipo de regulação somente funciona em sociedades em guerra, que possam punir exemplarmente o desvio -em geral, com julgamentos sumários e pena de morte- e que aceitem com muita facilidade o erro jurídico, isto é, matar um inocente".
Dados os custos de ajustes macroeconômicos, entende-se a resistência. Os professores da FGV-Rio Pedro Ferreira e Renato Fragelli, em artigo no "Valor Econômico", na quarta-feira passada (20), nos lembram que:
"A historia econômica registra várias experiências fracassadas de adiamento do combate à inflação, no intuito de promover o crescimento de curto prazo. Em 1963, quando as medidas anti-inflacionárias adotadas pelo Plano Trienal começaram a gerar um inevitável desaquecimento, João Goulart concedeu reajustes para o salário mínimo e aos servidores, inviabilizando o plano de Celso Furtado. A inflação retomou sua trajetória ascendente, enquanto o PIB tomou o rumo descendente.
Em agosto de 1979, ao substituir o ministro [Mário Henrique] Simonsen, [Antonio] Delfim Netto tentou retomar o crescimento, a despeito da pressão inflacionária decorrente do segundo choque do petróleo. A aventura dobrou o nível de inflação, tendo sido revertida após um ano com catastróficos resultados sobre o PIB a partir de 1981. Em 1986, após substituir o ministro [Francisco] Dornelles, [Dilson] Funaro adotou medidas expansivas. Seis meses depois, quando a inflação mensal atingiu 14%, lançou o Plano Cruzado, que fracassou em menos de um ano".
Poderia adicionar os exemplos recentes da Argentina e da Venezuela, respectivamente com inflação anual na casa de 30% e 200%. No entanto, adiar o ajuste é ainda pior para os pobres. Basta olhar os números da Argentina e da Venezuela e para nossa experiência histórica.
sábado, 28 de novembro de 2015
PIB do Brasil: a Reuters conspira contra o pais, lei de censura nela
Mas o Brasil resistirá contra tanta desinformação e notícias perversas...
Paulo Roberto de Almeida
Por Silvio Cascione, 27/11/2015
BRASÍLIA (Reuters) - A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta sexta-feira.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2 por cento no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9 por cento entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4 a 0,5 por cento.
Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1 por cento, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1 a 2,1 por cento.
Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.
"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.
"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70 por cento do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.
A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.
Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1 por cento ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.
A disparada do dólar sobre o real --de cerca de 40 por cento neste ano-- pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.
Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.
Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.
O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo --de 4,5 por cento pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos-- tanto em 2015 quanto em 2016.
Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25 por cento ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.
O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre no próximo dia 1º de dezembro.
PORTAL G1. 27/11/2015. Recessão no Brasil se aprofundou no 3º trimestre, aponta pesquisa. PIB deve ter caído 1,2% no 3º trimestre ante o 2º, segundo Reuters. Na comparação anual, queda chegaria a 4,1%, a maior desde 1996.
Da Reuters
A recessão no Brasil provavelmente aprofundou ainda mais no terceiro trimestre, com a queda anual da economia alcançando o maior ritmo já visto em meio à crise política e econômica, segundo pesquisa da Reuters divulgada nesta sexta-feira (27).
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter caído 1,2% no terceiro trimestre ante o segundo, com ajuste sazonal, após baixa de 1,9% entre abril e junho, segundo a mediana de 33 estimativas na pesquisa que foram de queda de 2,4% a 0,5%.
Em relação ao terceiro trimestre de 2014, o PIB deve ter contraído 4,1%, maior queda interanual desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1996. Neste caso, as contas foram de recuo de 5,1% a 2,1%.
O IBGE divulga o resultado do PIB brasileiro do terceiro trimestre na próxima terça-feira, 1º de dezembro.
O mercado financeiro projeta uma contração de 3,15% no PIB fechado de 2015, segundo a última pesquisa focus do Banco Central. Para 2016, os economistas das instituições financeiras aumentaram de 2% para 2,01% a expectativa de contração na economia do país.
Emprego em queda
Mais de um milhão de pessoas já perderam o emprego formal nos últimos 12 meses, no início do que deve ser a recessão mais longa do Brasil desde os anos 1930. Com a confiança em mínimas recordes e os investimentos praticamente paralisados, os economistas continuam revisando para baixo as suas projeções. E muitos alertam que o pior ainda pode estar por vir.
"É difícil visualizar melhora nos fundamentos da economia brasileira, mesmo com o uso de binóculos poderosos", economistas da MCM Consultores afirmaram em relatório.
"A dívida cresce e vai romper o limite psicológico de 70% do PIB; as agências de risco provavelmente vão continuar rebaixando o país, o que acelera a piora da dinâmica da dívida; e o governo enfrenta dificuldades hercúleas para gerar superávits primários. E todos esses fatores se retroalimentam num perigoso círculo vicioso", acrescentaram.
A produção deve ter encolhido em praticamente toda a economia no terceiro trimestre, segundo economistas ouvidos na pesquisa.
Os investimentos devem ter caído pelo nono trimestre seguido e o consumo das famílias pode ter recuado mais de 1% ante o segundo trimestre, segundo o economista do Itaú Unibanco Rodrigo Miyamoto.
A disparada do dólar sobre o real (de cerca de 40% neste ano) pode ter ajudado ao reduzir as importações, mas provavelmente não muito, segundo Miyamoto. Ele estimou contribuição externa positiva de cerca de 0,7 ponto percentual no período, quando o dólar subia a níveis recordes.
Outros países emergentes como a África do Sul também têm passado por dificuldades em 2015 com a perspectiva de juros maiores nos Estados Unidos e a desaceleração gradual da economia chinesa. Nenhum, porém, tiveram uma queda tão dramática quanto o Brasil, a ponto de perder o grau de investimento e com várias de suas principais empresas e partidos em sérios problemas.
Petrobrás, BTG Pactual e Odebrecht, por exemplo, são algumas das empresas citadas no escândalo da Lava-Jato. Enquanto isso, a mineradora Vale enfrenta as conseqüências do desastre ambiental de Marianas.
O cenário de contração econômica vem também em meio à inflação elevada, com perspectivas de que suba tanto que estoure a meta do governo - de 4,5% pelo PICA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos - tanto em 2015 quanto em 2016.
Diante disso, o Banco Central já deu sinais que deve elevar a taxa básica de juros do país, hoje em 14,25% ao ano, em breve para conter a escalada nos preços. Porém, ao limitar o consumo por meio do encarecimento do crédito, o movimento pode impactar ainda mais a atividade.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Parabens companheiros: conseguiram criar a maior recessao em 25 anos - Epoca
Os sinais de aprofundamento da crise econômica no país se multiplicam. Há duas semanas, o coquetel de más notícias foi especialmente indigesto para o governo, o PT e seus aliados. Depois de afetar as empresas e o governo, que gastou mais do que podia e agora tem de cortar gastos para equilibrar suas contas, a crise chegou ao emprego. Esse era o último pilar da gestão Dilma Roussef que resistia à desaceleração da economia. Segundo dados do IBGE, o desemprego voltou a subir em março, pelo quarto mês consecutivo, e atingiu o maior nível desde maio de 2011. Além do aumento do desemprego, a renda dos brasileiros teve em março a maior queda mensal desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência.
Na quarta-feira, dia 29, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou uma nova alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Elevou-a para 13,25% ao ano, o maior nível desde 2008, no auge da crise global. Foi a quinta alta seguida nos juros desde setembro do ano passado. Diante da inflação de 8,2% ao ano, bem acima da meta, o Copom teve de recorrer mais uma vez ao remédio amargo dos juros, para tentar conter a escalada de preços. Ainda na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá fechar 2015 com uma retração de 1%, a maior recessão em mais de duas décadas. A previsão do FMI reforça a percepção de que o Brasil está enfrentando uma estagflação, uma combinação perversa de estagnação econômica com inflação em alta.
Infelizmente, o atual quadro de desalento é o preço que os brasileiros terão de pagar pelos erros cometidos na política econômica por Dilma I e também por Lula, no final do segundo mandato. Ao contrário do que Dilma, Lula, o PT e seus aliados ainda insistem em dizer, a crise por que passa o país não se deve apenas a fatores externos. Suas raízes têm a ver essencialmente com inépcia administrativa. A lista de equívocos, que só passaram a ser corrigidos depois da nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, é longa: a gastança irresponsável de recursos públicos, as pedaladas fiscais, destinadas a multiplicar os recursos à disposição do governo sem lastro no orçamento, a concessão de benefícios seletivos a certos setores e empresas, o aparelhamento do Estado. Que o custo a ser pago pelos brasileiros pelo menos sirva como uma lição para que esses erros não venham a se repetir.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Politica economica companheira: recuo de 0,4% no PIB do Brasil no segundo trimestre de 2014
Sim, já sei quem.
Mas quem vai prestar atenção em quem não sabe falar...
Paulo Roberto de Almeida
MACRO VISÃO - Pesquisa macroeconômica - Itaú
Projetamos recuo de 0,4% para o PIB do Brasil no segundo trimestre de 2014
Projetamos um recuo da atividade econômica no Brasil no segundo trimestre. Pela ótica da oferta, contemplamos uma contração na produção industrial, pelo quarto trimestre consecutivo, e também uma retração em serviços, a primeira desde o quarto trimestre de 2008. Pela ótica da demanda, destacamos uma acentuada queda na formação bruta de capital fixo.
Acreditamos que esta contração é, em grande parte, um efeito temporário e esperado da redução dos dias úteis devido à Copa do Mundo. Entretanto, os dados já disponíveis para o terceiro trimestre mostram uma recuperação mais fraca que o esperado. Esses indicadores, juntamente com as confianças do empresário e do consumidor em níveis historicamente baixos e a herança estatística desfavorável na produção industrial e nas vendas no varejo, devem limitar a taxa de crescimento do PIB no terceiro trimestre. Assim, os riscos de um crescimento ainda menor do que projetamos para 2014 ainda permanecem.
Projeções para o PIB do segundo trimestre de 2014
A partir dos dados do PIB mensal Itaú Unibanco e de outros indicadores de atividade econômica, projetamos recuo de 0,4% para o PIB do Brasil no segundo trimestre, na comparação com o primeiro trimestre, após ajuste sazonal. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, projetamos uma desaceleração passando de 1,9% no primeiro trimestre para queda de 0,7% no segundo, em parte devido a um efeito base. Em 12 meses, o crescimento deve passar de 2,5% no primeiro trimestre para 1,4% no segundo. Os dados das Contas Nacionais Trimestrais serão divulgados no dia 29 de agosto.
Pela ótica da oferta, esperamos que o PIB da indústria tenha recuado 2,2%, após queda de 0,8% no primeiro trimestre. Se confirmada, esta será a quarta queda consecutiva. Essa estimativa está em linha com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM - IBGE) que apresentou recuo de 2,3% na produção da indústria de transformação e de 3,9% em insumos típicos da construção civil (segundo nosso ajuste sazonal). A produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana teve um recuo de 0,8% segundo nossas estimativas e, pelo lado positivo, a indústria extrativa apresentou crescimento de 1,5% no segundo trimestre.
Para o setor de serviços, projetamos retração de 0,5%. Destacamos a queda no comércio, em grande parte devido à retração nas vendas no varejo de veículos e materiais de construção. Além disso, setores ligados à indústria como transportes, também apresentaram recuo. Pelo lado positivo, destacamos a administração pública, com crescimento esperado de 0,5% no período. Ainda pela ótica da oferta, projetamos que a produção agropecuária tenha evitado uma queda maior do crescimento, avançando 1,1% ante o trimestre anterior, ainda que tenha desacelerado com relação ao primeiro trimestre (quando aumentou 3,6%). Dentre as culturas com peso relevante no segundo trimestre, destacam-se as altas na safra de soja (6,0%) e de arroz (4,3%), segundo dados do IBGE.
Pela ótica da demanda, projetamos nova queda no consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo. O consumo de bens e serviços sofreu os efeitos negativos da politica monetária mais restritiva e do maior endividamento das famílias. A formação bruta de capital fixo deve ter sua quarta queda consecutiva, ocasionada pela incerteza tanto no cenário doméstico quanto no internacional. Assim, a cautela deve ter prevalecido com a postergação dos investimentos. Para os gastos do governo, projetamos estabilidade após algum aumento moderado no primeiro trimestre. Tal estimativa é compatível com o ritmo de expansão dos gastos públicos e os indicadores de oferta da administração pública. Para exportações, estimamos aumento de 2,0%, no segundo trimestre de 2014 e para as importações, queda de 1,5%, ambos compatíveis com os dados de quantum da Funcex.
Há ainda a possibilidade de uma revisão para baixo no crescimento do primeiro trimestre de 0,2%, devido a uma mudança no padrão do ajuste sazonal. Revisões na série livre de efeitos sazonais são corriqueiras, principalmente para as observações mais recentes, e ocorrem por questões estatísticas. Caso se confirme uma revisão para baixo da série histórica com ajuste sazonal, a mudança da herança estatística para 2014 deverá ter um impacto negativo para o crescimento deste ano.
Indicadores sugerem retomada lenta do crescimento no terceiro trimestre
O índice de difusão baseado em um conjunto amplo de dados mostra um nível historicamente baixo para o percentual de indicadores que apresentaram crescimento no segundo trimestre. Isto indica que a retração ocorrida no segundo trimestre foi disseminada (ao invés de concentrada em poucos setores da economia). Considerando-se o comportamento dos indicadores de atividade ao longo do trimestre, avaliamos que a contração projetada é, em grande parte, explicada pela redução dos dias úteis relacionada à Copa do Mundo, e portanto temporária e esperada.
Os dados já disponíveis do terceiro trimestre ainda não mostram sinais de recuperação convincente. Ainda que apenas uma pequena fração dos indicadores esteja disponível, estamos convencidos que os números de julho para produção industrial e varejo ampliado não vão reverter as quedas observadas em junho. Isto nos sugere um terceiro trimestre mais fraco do que nossas expectativas iniciais. Aliado ao carrego estatístico negativo, o terceiro trimestre deve apresentar baixo crescimento.
Além disso, a confiança de empresários e consumidores em patamares semelhantes a 2009 e o alto nível dos estoques na indústria apresentam riscos adicionais à atividade econômica à frente.
Resumindo, esperamos uma queda na atividade econômica no segundo trimestre do ano. Em nossa visão, esta contração é, em grande parte, um efeito temporário e esperado da redução dos dias úteis devido à Copa do Mundo. Entretanto, quando consideramos os indicadores coincidentes e antecedentes já disponíveis para o terceiro trimestre, vemos risco de baixa em nossa projeção de crescimento para o PIB em 2014 de 0,6%.
Irineu de Carvalho Filho e Rodrigo Miyamoto
Pesquisa macroeconômica - Itaú
Ilan Goldfajn - Economista-Chefe
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Economia brasileira: estamos a caminho da recessao? - Claudia Safatle
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Heranca maldita dos companheiros, 2: o Brasil ja esta em recessao? - El Pais
Se esse é o critério, o Brasil já está em recessão, apenas que o emprego não conheceu decréscimos significativos, isto porque as empresas, como em certos países esquizofrênicos, teriam de pagar muito para despedir, e depois não conseguiriam mão-de-obra treinada mais adiante, outra praga do modelo lulista de deseducação generalizada.
Paulo Roberto de Almeida