Desalento
Não creio que o Brasil consiga escapar da mediocridade atual — que é política, econômica, cultural, educacional e diplomática — em menos de duas gerações.
Não, não sou pessimista.
Estou apenas registrando o que vejo a partir das respectivas “elites” que integram esses setores.
Alguém vê estadistas em cada uma delas?
A miséria do debate eleitoral — se algum debate existe — confirma que eu estou absolutamente certo na constatação.
Alguém já assistiu a tamanha mediocridade num período pré-eleitoral?
Alguém já viu uma sociedade tão perdida em seu próprio presente que sequer consegue imaginar e projetar como será o seu futuro imediato, quanto mais o longínquo ou o de médio prazo?
OK, tem os argentinos, mas eles não contam.
Não conseguimos nem nos entender sobre o nosso próprio passado. Nem o STF: está sempre revisando, e alterando, jurisprudências passadas, por vezes até a doutrina. Quer mais mediocridade do que isso? Pode ser um problema mental, mas também a contaminação da corte pela mediocridade ambiente, que a tudo invade e a tudo contamina.
Depois das sete pragas do Egito, o Brasil inventou, frutificou e disseminou uma oitava: a praga da mediocridade. Ela é indissociável de nossa paisagem humana.
Repito: não estou sendo muito pessimista, apenas constatando o que vejo.
Portanto, não esperem muito destas próximas eleições: cuidem bem de si próprios, da família, invistam nos netos: pode ser que em duas gerações o Brasil melhore. Por enquanto está bravo!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17/06/2022