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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Desalento - Paulo Roberto de Almeida

 Desalento

Não creio que o Brasil consiga escapar da mediocridade atual — que é política, econômica, cultural, educacional e diplomática — em menos de duas gerações. 

Não, não sou pessimista.

Estou apenas registrando o que vejo a partir das respectivas “elites” que integram esses setores. 

Alguém vê estadistas em cada uma delas?

A miséria do debate eleitoral — se algum debate existe — confirma que eu estou absolutamente certo na constatação.

Alguém já assistiu a tamanha mediocridade num período pré-eleitoral?

Alguém já viu uma sociedade tão perdida em seu próprio presente que sequer consegue imaginar e projetar como será o seu futuro imediato, quanto mais o longínquo ou o de médio prazo?

OK, tem os argentinos, mas eles não contam.

Não conseguimos nem nos entender sobre o nosso próprio passado. Nem o STF: está sempre revisando, e alterando, jurisprudências passadas, por vezes até a doutrina. Quer mais mediocridade do que isso? Pode ser um problema mental, mas também a contaminação da corte pela mediocridade ambiente, que a tudo invade e a tudo contamina.

Depois das sete pragas do Egito, o Brasil inventou, frutificou e disseminou uma oitava: a praga da mediocridade. Ela é indissociável de nossa paisagem humana.

Repito: não estou sendo muito pessimista, apenas constatando o que vejo.

Portanto, não esperem muito destas próximas eleições: cuidem bem de si próprios, da família, invistam nos netos: pode ser que em duas gerações o Brasil melhore. Por enquanto está bravo!


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 17/06/2022