Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Venezuela: uma contabilidade esquizofrenica das estatais
Maria Yedda Leite Linhares (1921/2011): homenagem a uma historiadora - Francisco Carlos Teixeira
Maria Yedda Leite Linhares – 1921/2011
Poucas pessoas conseguiram em uma só vida viver tanto. Maria Yedda Leite Linhares foi, acima de tudo, uma formadora de gente. E tinha a vocação irresistível de participar, de viver no mundo e fazer a mudança, Para ela tenho como lembrança, um título de Pablo Neruda: “confesso que vivi”!
Contra todos os conselhos, inclusive do bom-senso e sabedoria do Dr. José Linhares, ou “o José” simplesmente, ela insistira. Não havia conserto, era da sua natureza. Nascera assim. Lá no Ceará, em 3 de novembro de 1921, nascera - para usar a expressão do poeta que ela tanto amaria - “gauche na vida”. Meninota, contra a vontade dos pais, colocara um imenso laço vermelho nos cabelos para ver a passagem das tropas revolucionárias que adentravam o Calçamento de Messejana para conquistar Fortaleza em 1930. Aí consolidara sua vocação: rebelde, teimosa, voluntariosa, humana e generosa.
Com a família, seguindo o rastro da crise mundial que derrubara os preços do algodão, mudou-se para Porto Alegre. Lá ficou pouco tempo. Sofreu uma infecção no ouvido, que mais tarde martirizaria a vida e a vaidade. Mudaram-se para o Rio. Aqui, na capital federal, abriu-se o espaço e as redes sociais que permitiriam a Maria Yedda ser a mulher que marcou seu tempo. Autodidata, com uma letra incompreensível, adaptou-se mal ao colégio de freiras. Estudou ainda mais, em especial português – que se tornou uma obsessão e quase a nos rouba para o jornalismo – e história. Na maratona de educação alcançou o primeiro lugar, tendo como prêmio o único livro que jamais emprestou: a História Geral de Varnhagen.
A criação da UDF facilitou sua ascensão ao curso de “filosofia” – entendida bem mais como um curso humanista para a formação de professores. Lá conheceu os amigos que marcariam sua vida: o Dr. Anísio Teixeira, uma marca poderosa. Com o Dr. Anísio apreendeu, e acreditou, por toda vida que somente a educação para todos, laica e pública, mudaria o país. Aí encontrou também seu amigo de vida, Darcy Ribeiro – o que não quer dizer, de forma alguma, que não brigassem como cão e gato. Conviveu como jovem estudante, em sala de aula ou em reuniões e debates, com homens como Hermes Lima, Brochado da Rocha, San Thiago Dantas - todos jovens professores e oponentes da ditadura varguista. Yedda ouvia, apreendia e preparava-se também para participar.
Por fim assistiu a derrocada da UDF, o golpe do Estado Novo e a prisão de Pedro Ernesto e de seus jovens professores.
Sua excelência em português, já naquele momento conhecida de todos, a aproximou de uma severa senhora americana encarregada da formação de quadros do Dasp. Era a chegada da política de boa vizinhança. Maria Yedda foi para os Estados Unidos, jovem, corajosa e sozinha. Um fenômeno em sua época. Estudou no Barnard College, na Universidade de Columbia.
Nada seria igual depois disso. Creio que mesmo o amor, e gratidão, que viria a ter pela França, não igualariam jamais a admiração pelos Estados Unidos. Sozinha, e precisando viver, tornou-se, ainda uma vez, professora de português para americanos e, depois, em inglês, locutora da rádio universitária.
Travou laços de amizade com uma geração de exilados da guerra civil espanhola, odiou Franco e ouviu os relatos das atrocidades dos fascismos em ascensão. Conheceu a poesia americana, espanhola e a arte deslumbrante de um México insurgente. Amava Lorca. Freqüentou o Radio City Hall e apaixonou-se pelo jovem Frank Sinatra. O inglês tornou-se uma língua fluente, na qual amava dizer poesias. Todas modernas, nunca amou Shakespeare, mas ficaria para sempre fascinada pela sonoridade de Walt Whitman.
Então veio guerra e a decisão de voltar ao Brasil. Três dias de avião, porto por porto, até mesmo no Caribe com o piloto perseguindo um submarino alemão. O Rio mudara, o Brasil se cansava da ditadura nativa. Voltava para universidade, agora a UB, a gloriosa universidade da qual seria a mais jovem mulher catedrática.
Travava amizade com Delgado de Carvalho, o decano da história moderna e contemporânea. Mais do que tudo: conhecia José, jovem rábula, que a traria, ainda mais, para o coração da crise, casando-se e convivendo com os atores do poder. Data daí a amizade e o respeito por Alzira Vargas – o que importava que fosse oposição, tratava-se de “Alzirinha”, tão somente. Jamais esqueceria a desobediência do Comandante Amaral Peixoto, o pai da nossa “França Livre”, Niterói!
Tornou-se fundadora da UNE e sua primeira diretora do “Departamento Cultural”: o teatro, incluindo o jovem teatro negro, as revistas culturais e dos debates. Talvez fosse sempre isso do que Yedda mais gostava. O debate. Quente. Vivo. Múltiplo. Formou-se a frente pela entrada do Brasil na guerra mundial. Lá estava ela, na primeira fila, de braços com Marighela! O escritório da Reuters, na Cinelândia, tornar-se-ia seu própio escritório, lendo em primeira mão os telegramas que relatavam a guerra. Tornar-se-ia, para sempre e do fundo do seu coração, botafoguense. Os chamados rapazes do Botafogo, com João Saldanha à frente, seriam parceiros de caminhadas na então estreita calçada de Copacabana.
O casamento deveria ter equilibrado sua vocação revolucionária, creio, contudo, que foi o Dr. José que se acostumou ao sobressalto. Aconselhava, pedia e sempre, sempre, punha-se ao seu lado. Em toda crise repetia a mesma coisa: “Minha filha, não diga nada, espere para ouvir...” Inútil, Yedda não era mulher de esperar. Agia. Muitas vezes na direção certa, guiada por seu instinto contrário a toda injustiça. Outras vezes era precipitada, nunca, contudo, injusta. No mais das vezes prejudicava a si mesma.
Do casamento teve Maria Teresa, “Teca”, e José, “Zequinha”! Havia orgulho nos filhos, via-se neles, sentia por eles. Uma das maiores revoltas foi vê-los envolvidos na insidiosa e malsã campanha da imprensa golpista nos idos de março de 1964. Creio também que ambos pagaram algum preço – o preço de serem filhos de Yedda, o preço das horas roubadas, o preço de partilhá-la com todos nós, comigo, com Ciro Cardoso e principalmente com Francisco Falcon. Temos que pedir perdão por isso, perdão por tê-la tanto tempo conosco! A tudo se juntava a presença de Yonne Leite, outro motivo de orgulho de Yedda, que a via, com tudo que isso encerra, bem mais como filha do que irmã.
Na casa, a velha Virgínia cuidava de todos, incluindo alimentar os famintos assistentes, como o insistente Falcon.
Vieram os concursos, provas, cerimônias, becas e arminhos. Substituía Delgado de Carvalho como catedrática: foi o dia que mais chorou na vida. Não queria a cátedra, ao menos não queria “aquela cátedra” – lutaria todo o resto de sua vida para mudar a universidade. Falcon seria seu principal companheiro de trabalho, de lealdade e de debates intelectuais. Livros inteiros eram lidos e resenhados pelo telefone, todas as noites.
Os tempos eram de chumbo, o ar era arenoso e o chão fugidio. Yedda namorava com o PCBR, respeitava e ouvi a Apolônio de Carvalho, tinha Renée como amiga. Apoiara o ministro da educação, assumia a direção da Radio MEC. Desesperada, sem tempo, negociando e montando uma equipe de trabalho, pediria a Eduardo Portella que escrevesse seu discurso de posse, dizendo pelo telefone o que queria dizer. Ao seu lado estaria como fiel escudeira a nossa Sandra Ribeiro da Costa, forte, sem sutilezas e capaz de protegê-la, inclusive dela mesma.
Usou seu espaço para fazer cultura, afastou-se do ambiente malsão da FNFi daqueles dias. Adorava as óperas e a música erudita, da qual se tornou aficionada, muitas vezes tendo Ciro Cardoso como interlocutor. Só detestava o Bolero de Ravel. Deu a Roberto Carlos seu primeiro emprego no Rio, na própria rádio. Então vieram rostos novos, em especial Alberto Coelho, um amigo que será um consolo e uma fonte permanente de atualização e de novidades.
Então veio o pior: as forças alarmadas, como dizia “o José”, tomaram o poder. A “Revolução Brasileira em curso”, como diziam os amigos do ISEB, era feita de papel. As conseqüências seriam terríveis. Prisões, cassassões, aposentadorias compulsórias. Maria Yedda seria inculpada em 11 IPMs; seria acusada na mídia, seria espezinhada por muitos. Pouco importava, sabia o que fazer.
Queria proteger amigos – advertia Falcon, em razão do projeto da história nova. Passaria uma temporada no exterior e por fim tomaria à frente da resistência. No apartamento da Cinco de Julho organizava-se a Passeata dos Cem Mil. Em fim, o ar tornou-se irrespirável. As prisões se sucederam... Tirada do hospital foi levada para o 1º. RCC. Fernand Braudel e Jean-Paul Sartre escreveriam ao presidente-general exigindo sua liberdade.
O exílio seria na França. Primeiro Paris, onde encontraria Ciro Cardoso, e todos que estavam, e depois Toulouse-Le Mirail, onde Jacques Godechot e Bartolomé Benassar a aceitariam com carinho e respeito. Travaria conhecimento e angariaria respeito de todos: Albert Soboul, o amigo Mauro.
Por fim, o casamento de Maria Teresa e o nascimento de Patrícia, a primeira neta seriam de mais. Forçava seu retorno, antes do decreto da anistia. A pressão seria tremenda, obrigando-a a um exílio interno, em Vassouras e impossibilitando toda pesquisa e docência em entidades públicas.
Com a volta reorganizavam-se as redes de sociabilidade, os amigos e os projetos. Em principio o CPDA, no Horto Florestal, depois a UFF e. em fim, o retorno à casa, a UFRJ. Formava-se em torno dela uma nova geração, dos quais João Fragoso e Hebe Mattos são os mais amados.
Enfim a redemocratização: Yedda ainda uma vez aceita os desafios. Primeiro é a secretaria municpal de educação, depois, por duas vezes, seria secretaria estadual de educação. Então, ao lado de Darcy Ribeiro, lançariam mão da herança do Dr. Anísio Teixeira. Os cieps, brizolões – a mais generosa e igualitária proposta de educação que o país produziu – é em verdade a versão moderna da escola-parque.
Outros amigos vieram: Laurinda, Lia Faria, Edilberto, Maria Lucia kamache – todos embalados pelo mesmo sonho: “A educação para todos, pública, laica e de qualidade. Ao seu lado, como amparo, crítico e amigo, teria a presença de Paulo Sérgio Duarte, mais um filho muito amado.
Isto é um pouco de Maria Yedda, só um pouco, porque tão poucas pessoas conseguiram em uma só vida viver tanto. Hoje não estou triste, não quero estar triste. Para Yedda tenho apenas uma lembrança, um título de Pablo Neruda: “confesso que vivi”!
Debate-lancamento livros PRA: Hoje, Livraria Cultura-Casa Park, 19h30
Monde - uma revista global francesa: chamada de artigos
Diplomacia companheira - Editorial de O Globo
O destino de aliados do Itamaraty |
Editorial O Globo, 1/12/2011 |
Já é da História que Lula e o PT foram sensatos em manter a rota da política econômica, ao assumirem em 2003. O governo e o país escaparam de grave crise. Mas, talvez para compensar o “conservadorismo”, uma manobra radical foi executada na política externa.
Instituiu-se a “diplomacia companheira”, inspirada na ideologia nacionalista e terceiro-mundista das décadas de 60 e 70 do século passado, quando Unctad era sinônimo de independência. Ressuscitou-se um antiamericanismo juvenil, importado do passado, do mundo bipolar da Guerra Fria. O primeiro grande feito da diplomacia companheira foi rejeitar a proposta americana da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Aplausos foram ouvidos na Casa Rosada, ocupada pelos Kirchner, e no Palácio Miraflores, do caudilho Hugo Chávez. Cumpriu-se um ritual de conferências apenas para sacramentar a decisão prévia de não se fazer acordo com os “gringos”. Todas as fichas foram apostadas na Rodada de Doha, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), para uma profunda liberação do comércio mundial. Não deu certo. Doha se frustrou, está congelada na OMC, a Alca foi esquecida, e Brasil/Argentina e parceiros do Mercosul não assinaram qualquer acordo bilateral relevante para alavancar as exportações. Ao contrário de vários outros países.
Se a China houvesse rateado nos últimos nove anos, o Brasil não teria resgatado a dívida externa com divisas das exportações. O fracasso da diplomacia companheira no plano comercial está expresso no estado perene de crise no Mercosul e no fato de o Brasil continuar com uma parcela ínfima das exportações mundiais (entre um e dois por cento).
No plano político, o Itamaraty dos tempos lulopetistas não foi melhor. O avanço da Primavera Árabe já despejou na lata de lixo da História um dos parceiros escolhidos pela política externa instituída em 2003, Muamar Kadafi, “amigo e irmão”, no entender de Lula. Ao menos, já com Dilma no Planalto, o Itamaraty foi coerente com o passado de profissionalismo e, na ONU, condenou as atrocidades do ditador. Mas fraquejou diante da ditadura dos Assad, em fase de implosão, mesmo quando as ruas das cidades sírias já estavam manchadas de sangue. Parece ter havido uma recaída na tosca ideia de que ser independente é estar do outro lado em que se encontram os Estados Unidos, mesmo que, para isso, se tenha a companhia de ferozes ditadores. Mas, diante da escalada da violência do regime, a ponto de causar reação da própria Liga Árabe e de antigos aliados como a Turquia, o Itamaraty recuou. Antes tarde.
O processo acelerado de mudanças no Norte da África aconselha coerência no compromisso com princípios e cuidados com alianças descabidas, seladas apenas por caprichos ideológicos. O Irã de Ahmadinejad, outro ungido pela diplomacia companheira, ruma célere para voltar a ser um estado pária, como depois da revolução islâmica de Khomeini. A tresloucada depredação da embaixada britânica, um videoteipe do cerco à representação diplomática americana em 1979, é sugestiva.
O momento deveria ser de revisão da política de alianças exóticas. Por enquanto, esta diplomacia de varejo tem sido contestada por fatos que ocorrem em regiões distantes. O Itamaraty precisa estar preparado para quando companheiros geograficamente mais próximos caírem em desgraça.
|
A arte de enganar os incautos - Cesar Maia
Nunca antes neste país, antes de 2003, quero dizer, se tinha feito tanta propaganda em torno do nada.
Nada, literalmente nada, e no entanto com todo o suporte visual e auditivo dessas peças bonitas de publicidade onde o que se vê é gente contente com o governo, como nos cenários Potemkim.
O governo é um governo Potenkim (quem quiser saber o que é, vá na wikipédia).
Com vocês, um que também já fez muita publicidade de si mesmo, mas que não deixa de ter razão em seus argumentos.
Paulo Roberto de Almeida
|
Nossos aliados nos Brics: liberais libertarios, para o poder, liberticidas para a imprensa...
A gente sabia que China e Rússia eram, assim digamos, um pouco liberticidas em matéria de imprensa, sobrando a defesa das liberdades democráticas para Brasil e Índia, pelo menos no plano formal...
Agora vem essa, e a gente começa a pensar se os Brics não são uma má ideia para a liberdade de imprensa...
Paulo Roberto de Almeida
Carlos Brickmann, 30/11/2011
E quem ameaça a segurança nacional sul-africana? Isso o pessoal favorável à censura não conta. Molopo Mothapo diz também que a censura sul-africana "está totalmente de acordo com a prática internacional". De certa forma, tem razão: China, Arábia Saudita, Cuba, Irã, Sudão, Coréia do Norte e outras nações usam esta maneira, entre outras, de "garantir a segurança nacional". E até no Brasil há gente que gostaria muito de, sob a mesma bandeira, evitar que jornalistas descubram e divulguem coisas que os governos não querem ver descobertas e divulgadas.
Pensadores???!!! Globais???!!! A Foreign Policy endoidou de vez?
Mas não sabia que ela era desinformada e um tantinho louca, também.
Alguém aí conhece uma obra original, algum texto criativo, alguma grande contribuição da presidenta brasileira (ela gosta de ser chamada assim) para a elevação espiritual e intelectual da humanidade, enfim, algo, menor que seja, que justifique sua inclusão nessa categoria de "pensadores"?
Ou será que meras intenções -- como o Brasil Sem Pobreza, que poderia ser um menos ambicioso, do tipo Brasil Sem Miséria -- e projetos eivados de propaganda oficial passam por realizações efetivas, e justo no campo do "pensamento"?
Parbleu! A Foreign Policy anda de miolo mole...
Paulo Roberto de Almeida
Dilma Rousseff y Yoani Sánchez, entre los 100 pensadores de Foreign Policy
Washington, 30 de noviembre de 2011
- Rousseff, que aparece en el puesto 42 del ránking, queda destacada por su determinación para luchar contra la desigualdad en su país y por la puesta en marcha de su plan "Brasil sin pobreza".
- FP recoge también al periodista y escritor venezolano Teodoro Petkoff, uno de los críticos más importantes y persistentes contra las políticas del presidente de Venezuela, Hugo Chávez, y quien aparece en la lista en el puesto 99.
La lista está encabezada por algunas de las personalidades más determinantes en el surgir de la Primavera Árabe -los movimientos de agitación civil en Oriente Medio-, como los egipcios Alaa Al Aswany, Mohamed El Baradei y Wael Ghonim, así como los sirios Ali Ferzat y Razan Zaitouneh.
Rousseff, que aparece en el puesto 42 del ránking, queda destacada por su determinación para luchar contra la desigualdad en su país y por la puesta en marcha de su plan “Brasil sin pobreza”, que pretende sacar a más de 16 millones de brasileños de la pobreza extrema.
“Mientras que muchos líderes del mundo se ven obligados a lidiar con la ira social en una época de creciente desempleo y con la reducción de los presupuestos federales, la primera mujer presidenta de Brasil está a cargo de la gestión de una economía floreciente, que se ha triplicado en la última década, y ha supuesto un incremento de su protagonismo en el escenario mundial”, dice la revista.
La cubana Yoani Sánchez aparece en el puesto 81, reconocida por la labor que realiza desde su blog Generación Y, que publica desde 2007.
“Es una voz disidente de tal importancia que el Gobierno cubano ha ordenado incluso que fuese detenida y golpeada”, dice la publicación.
FP insiste en su trabajo fundamental para denunciar lo que ocurre dentro de su país, algo que lleva a cabo con “talento” y “optimismo”.
FP recoge también al periodista y escritor venezolano Teodoro Petkoff, uno de los críticos más importantes y persistentes contra las políticas del presidente de Venezuela, Hugo Chávez, y quien aparece en la lista en el puesto 99.
Los 100 pensadores escogidos por la revista aparecen junto a una ficha en la que responden a algunas preguntas acompañadas por las valoraciones de FP.
Sánchez considera que su musa “es la libertad a través de las nuevas tecnologías” y apuesta por el estímulo de las inversiones para luchar contra la crisis económica.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Uma novela que nao acaba: a da refinaria...
Depois se prometeram mundos e fundos, que nunca chegaram. Agora o Brasil financia tudo, e os cucarachos ainda ganha garantias... brasileiras...
Novela das mais desagradáveis...
Kitsch aliás....
Book review: birth of Benelux and IMF: Camille Gutt
Paulo Roberto de Almeida
------ EH.NET BOOK REVIEW ------
Title: Camille Gutt and Postwar International Finance
Published by EH.NET (November 2011)
Jean F. Crombois:
Camille Gutt and Postwar International Finance
London: Pickering & Chatto, 2011. xi + 192 pp. $99 (hardcover), ISBN: 978-1-84893-058-2.
Reviewed for EH.Net by Erik Buyst, Center for Economic Studies, University of Leuven.
The title of this book is somewhat misleading. Camille Gutt was the first managing director of the IMF (1946-1951), so the reader expects a thorough analysis of Gutt’s opinions, strategy, achievements and failures during that period. Unfortunately only the last chapter, about twenty pages, deals explicitly with this highly intriguing aspect of Gutt’s remarkable career. Most of the book is a kind of updated summary of Crombois’ earlier work published in 1999: /Camille Gutt. Les finances et la guerre, 1940-1945/.
The first chapter provides an interesting biographical overview of Gutt until 1940 both as a successful businessman and as a politician. He was Belgian Finance Minister in 1934-1935 and from 1939 to 1945. Gutt became a staunch adversary of currency depreciation or devaluation. In his opinion devaluation would only lead to price increases and delay the necessary deflationary measures that ultimately had to be taken. These ideas were framed in the 1920s when the Belgian franc faced a difficult stabilization process. By the end of the 1930s however the gold standard had virtually disappeared. Nevertheless, Gutt stuck to his views.
The second chapter deals with his role as Finance Minister in the Belgian government-in-exile in London during the Second World War. Most governments-in-exile were cut off from their tax base and therefore highly dependent on British financial aid. This was not true in the Belgian case for two reasons. First, before the Nazi-invasion a large part of the gold reserves of the Belgian central bank had been shipped to London or the U.S. So Belgium could help to finance the British war effort by lending its gold. Second, Belgium still controlled the Congo which provided many raw materials crucial to war production, such as copper and cobalt -- not to mention the deliveries of Congolese uranium to the U.S., which gave rise to complex secret arrangements.
The next two chapters discuss Keynes’ plans concerning the setting-up of an International Clearing Union. The Belgian government saw these plans as a potential threat to national sovereignty. Gutt responded to the challenge by launching the idea of regional integration. These initiatives would eventually lead to the Benelux agreements. There are few publications available in English on the emergence of the Benelux, so these chapters are certainly of interest to the international reader.
Chapter 5 tackles the Bretton Woods negotiations. Crombois notes that the Belgians were given important positions in the organization of the conference (p. 105), but unfortunately does not provide an explanation. Anyway, Gutt and several other Belgian delegates became “trustworthy intermediaries between the Americans and the British while keeping on good terms with the French, Dutch and Canadians in particular” (p. 107).
The final chapter focuses on Gutt’s role as managing director of the IMF. The general picture largely confirms the view presented earlier by Harold James (1996) and Barry Eichengreen (2007). In the era’s most important challenges, such as the Marshall Plan, the sterling devaluation of 1949, and the setting-up of the European Payments Union, the IMF did not play a significant role. Was Gutt responsible for the side-lining of the IMF? Crombois concludes that Gutt failed to grasp the importance of the looming Cold War. Gutt’s views were still dominated by the legal commitments of the Bretton Woods agreements and their universal approach to monetary and convertibility issues.
References:
Barry Eichengreen (2007), /The European Economy since 1945: Coordinated Capitalism and Beyond/, Princeton: Princeton University Press.
Harold James (1996), /International Monetary Cooperation since Bretton Woods/, Oxford: Oxford University Press.
Erik Buyst is professor of economics and history at the Center for Economic Studies, University of Leuven (Erik.Buyst@econ.kuleuven.be). His publications include E. Buyst and I. Maes (2008), “Central Banking in Nineteenth-century Belgium: Was the NBB a Lender of Last Resort?” /Financial History Review/15: 153-73 and E. Buyst et al. (2005), /The Bank, the Franc and the Euro: A History of the National Bank of Belgium/, Tielt: Lannoo.
Copyright (c) 2011 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (November 2011). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview.
Governo sempre gastando mais do que deveria...
Cortes no investimento
Editorial - O Estado de S.Paulo, 29 de novembro de 2011
Decadas perdidas no Brasil - Samir Kedi
Samir Kedi
DCI, 30/11/2011
É incrível o que temos que ficar ouvindo do governo. Há pouco ouvimos que não teremos outra década perdida. Como a União Europeia terá a partir de agora. Isso porque estamos preparados para o que der e vier. Para a enorme crise que se avizinha. Certamente, pior que sua recente antecessora de 2008/2009. - Um ligeiro engano de avaliação. Ou proposital. Afinal, entendemos que o governo tem que ser, por natureza, otimista. Ok, mas não pode ficar iludindo o povo. Que deve saber a verdade. Doa quanto doer. Tem que saber para poder se prevenir. Estudar os passos a dar no futuro. Em se escamoteando a verdade, só lhe restará cair no abismo, quando chegar a ele. Sem aviso prévio.
O governo age como se tivéssemos tido apenas uma década perdida. A dos anos 1980. Ledo engano. Ou conveniência. Na verdade estamos já com três décadas perdidas. Direto. Sem trégua, entrando na quarta.
Lembramos que, no restante do século, até 1980, as coisas foram bem diferentes pelas terras tupiniquins. Quando havia mais seriedade dos agentes econômicos e governos. Entre 1901 e 1980, o país cresceu, em média, 4,9% ao ano. Entre 1950 e 1980 tivemos 7,4% anual médio. Entre 1959 e 1980 essa média chegou a 8,1%. E, entre 1967 e 1974 crescemos 11,0% ao ano, com direito a 11,3% em 1971; 11,9% em 1972 e 14,0% em 1974. Éramos chineses antes dos chineses.
A partir de 1981 a coisa degringolou. Pela imprevidência do governante de plantão. Que falou algo do qual não conseguimos nos refazer até hoje. Tendo até agora estas três décadas perdidas que já vivenciamos.
Em 1973 tivemos o chamado choque do petróleo, em que os árabes usaram o petróleo como arma contra os ocidentais. Em que o barril do óleo, se não nos falha muito a memória, saiu de modestos US$ 1.40 para algo como US$ 12.00. Em 1979 o segundo choque, em que o preço do barril explodiu, indo a US$ 42.00.
Diante das dificuldades brasileiras, o presidente disse pura, simples e singelamente "Somos uma ilha de tranquilidade". E que nada sofreríamos. Poucas bobagens do tipo foram ditas diante de tamanho problema. Éramos, apenas, importadores de mais ou menos 95% do petróleo que consumíamos. E ele aumentou 30 vezes em seis anos. E, diante disso, em 1987, o presidente da época decretou moratória. Não tínhamos um centavo disponível para pagar dívida, juros, importações etc.
Pois é. Até hoje estamos pagando pela imprevidência e falta de ação. Isso nos lembra 2008, quando nova, imprevidente e inconsequente frase foi levada aos quatro cantos do país. E do mundo. "A crise é uma marolinha, não nos afetará." Parece 1979. Estamos começando a pagar mais uma. E sem termos saído da anterior. E lá se vão mais de 30 anos.
É preciso lembrar que, depois de tudo aquilo, tivemos a década de 1980, a chamada década perdida. Em que crescemos a merreca de 1,3% ao ano. As pessoas se apegaram ao que foi dito dela, e se esqueceram das outras. Que a década de 1990 também teve crescimento pífio, com média anual de 2,1%. E que na década de 2000 a média foi um pouco melhor, de 3,0%, mas também baixa. Na média de 30 anos, pouco mais de 2,0%.
Ou seja, o país não teve a geração econômica dos pais. Passou direto dos avós para os filhos. Pois ninguém que tenha menos de uns 45 anos, e que já entendia algo, viu o país crescer como nós, os mais velhinhos, vimos.
E, se verificarmos as condições brasileiras para o crescimento, choraremos copiosamente. A carga tributária é a maior do mundo em termos relativos. E das maiores em termos absolutos. Em relação ao que recolhe, a seu uso, e ao que retorna é, de longe, a maior. Em que estamos com cerca de 35%, mas, a realidade, para este interlocutor, aponta uns 50%.
Se verificarmos que pagamos tudo isso e: 1) não temos escola e ensino adequado, e nem estudo "de grátis"; 2) não temos saúde adequada e temos que pagar por uma boa; e, 3) não temos segurança e temos que pagar por uma boa, concluiremos que, a carga tributária é isso mesmo. E nem vamos mais adiante. Basta isso. Se tivéssemos que pagar mais para termos o que deveríamos com o que pagamos, ela poderá passar de 50%. Então essa é a verdadeira carga tributária brasileira. Não existe nada igual no mundo. Ninguém consegue investir com isso. Não há renda disponível para consumir e crescer mais.
A taxa de juros é a maior do mundo em termos absolutos. E relativos. O que já se arrasta por muitos e muitos anos. Com este nível que temos, não há quem consiga investir para valer. E, sem investimento, não se cresce. A propósito, devido a alta taxa de juros, e a pouca renda disponível, o investimento brasileiro é de envergonhar. Na média de 1995 a 2010 ele se situou na miséria de 18% do produto interno bruto (PIB). Menos que o necessário para manutenção econômica, que é 20%.
Com isso, nem conseguimos entender como ainda se cresce "tanto". Pois, com investimento negativo, o crescimento médio de pouco mais de 2,0% é astronômico e inexplicável. Entendemos que só pode ser explicado pela produtividade brasileira, que tem que ter sido alta no período.
A título de comparação, a China, que inverteu conosco e cresce direto à média de 10% desde 1979, investe em média 45% do PIB na sua economia. E a taxa de juros atual é de cerca de 5%.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O misterioso brasileiro RA: colecionador de porcelanas chinesas
Chinese export porcelain
Treasure trove
A Brazilian collector puts his wares on display
By Maria Antónia Pinto de Matos. Jorge Welsh Books; 1,204 pages; £900
WHEN the Portuguese began trading with China in the early 1500s, porcelain was one of the luxury goods they carried home in their ships. Only the Chinese knew how to make this delicate, often translucent, material that rings when you tap it. Demand for porcelain made expressly for foreigners spread as far afield as the Netherlands, Germany, Persia, the Ottoman empire, Japan and the young United States.
The Chinese manufacturers drew on traditional shapes, but quickly began to branch out, making Western tureens in the form of pigs, cockerels, blue-eyed horned oxheads and bug-eyed crouching crabs, as well as sauceboats shaped as whole multicoloured fish. It was a world apart from the traditional Chinese blue-and-white. The earliest commissions, often with coats of arms, are called the “first orders”.
For Portuguese speakers these works have long been an evocation of a seafaring heritage in which many take pride. Now Chinese collectors are beginning to acquire them as homage to the sophistication and commercial acumen of their forebears. For the moment, though, the best collection is still in Brazil. It is the focus of a new three-volume study of 600 outstanding pieces. Among the rarities acquired by this anonymous collector are 22 “first orders”, many more than can be found in any museum.
Maria Antónia Pinto de Matos, director of the National Tile Museum in Lisbon and an expert on Chinese export wares, spent 11 years on this project. She tells the story of early exploration and the fascination with the exotic, detailing the crafty manoeuvring of foreign trade with China and the many influences that flowed back and forth across the water. Her books document the transition from tradition to Western motifs and shapes, among them coffee pots and sugar casters, and also delves into the sources for the armorial pieces for which this Brazilian collector has a special fondness. These books are expensive, but they are well worth the investment. This is the best work yet written on Chinese export porcelain and will be a resource for collectors, dealers and curators for years to come.
----------------------------------
The RA Collection of Chinese Ceramics:A Collector’s Vision
Cerâmica da China. Colecção RA
The author Maria Antónia Pinto de Matos has been researching the RA Collection for 11 years and the result is a work of true scholarship providing the most up to date and complete account of the subject available. The three-volume set of hardcover books includes chapters on earthenware, stoneware and porcelain of the Song, Yuan, Ming and Qing dynasties, works with Western shapes and decoration and armorial Chinese export porcelain. It gives details of many rare or unique pieces in the RA Collection, which are the only ones of their type yet recorded. Published in a limited edition of 900 numbered copies – 500 in English and 400 in Portuguese – signed by the author, this work is a must for museum curators, collectors and scholars.
http://www.racollection.net
For more information about the lectures and book lauches click here
- Language: English
- Hardcover
- ISBN 978-0-9557432-3-8
- 36,2 x 26,5 cm
- 1204 pages, 927 colour illustrations and 20 black & white illustrations
- £900 (+ shipping)
- Language: Portuguese
- Hardcover
- ISBN 978-0-9557432-4-5
- 36,2 x 26,5 cm
- 1204 pages, 927 colour illustrations and 20 black & white illustrations
- £900 (+ shipping)