Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
PAC da propaganda, PEC da mentira, PIC da embromacao, POC dos enganos, PUC da mistificacao - Editorial Estadao
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
8 de Outubro: Dia do Guerrilheiro Heroico - Che Guevara
Sim, estou falando do maior sucesso de marketing de todos os tempos. Qualquer microempresário esperto sabe que, se imprimir umas quantas camisetas e espalhar por alguns recintos universitários, venderá como pipoca, ou talvez melhor, como água. Finalmente, é a isso que foi reduzida a imagem e a lembrança do outrora guerrilheiro oficial da esquerda latino-americana e mundial, assassinado pelas forças militares bolivianos no povoado de La Higuera, no dia 8 de outubro de 1967, encerrando uma carreira que tinha começado, no seu lado guerrilheiro, dez anos antes no desembarque dos rebeldes cubanos que lutavam contra a ditadura de Fulgencio Batista, o fdp tolerado pelos americanos na ilha do Caribe que abrigava muitos investimentos americanos e permitia à máfia lavar um pouco de dinheiro nos cassinos de Havana.
O lado romântico começou alguns anos antes, e foi devidamente retratado em livros, no cinema, e não preciso retomar aqui sua carreira.
Confesso que fui um guevarista precoce, já que me politizei com a revolução cubana, e emprendi uma carreira de "guerrilheiro aprendiz" encerrada tão pronto cheguei à conclusão que aquele bang-bang perpetrado pelos grupos de resistência armada ao regime militar inaugurado em 1967 não iria dar em nada, dada a total inadequação das suas propostas à realidade política, social, econômica e militar do Brasil em meados daqueles anos. Mas, senti uma ponta de tristeza quando o comandante Guevara morreu nas selvas da Bolívia, pois esperávamos que o movimento pudesse se sustentar, até se transformar em mais um Vietnã, como havia demandado o comandante em uma de suas mensagens enviadas não se sabe de onde, e como tal derrotar o odiado imperialismo ianque em nosso continente.
Estávamos completamente iludidos, como logo vim a descobrir, tratando então de cuidar dos estudos fora do Brasil, onde continuei guevarista por algum tempo ainda, até descobrir que o "homem novo" preconizado por Guevara, e o socialismo preconizado por todos os marxistas não iria nos trazer exatamente liberdade e abundância.
Muitos outros continuaram guevaristas, no sentido prático da palavra, mas eles foram sendo reduzidos pela gradual erosão da ideia marxista e pelas derrotas práticas de todos os socialismos, tanto quanto pela miséria de fato da única ditadura marxista ainda em vigor deste lado do mundo.
Mas, os marxistas de camiseta, aqueles que repetem mecanicamente uma única frase do comandante (aliás, frase muito idiota), esses continuam, firmes e fortes, talvez em número até acrescido, pois a legião dos inconscientes, dos ingênuos e dos desinformados sempre cresce, sobretudo em torno de ideias equivocadas.
Portanto, aqui fica a minha mensagem: se você quiser ganhar uns trocados, copie da internet aquela foto famoso do Ché, de boina e cabelos sujos, e cole em alguma coisa. Depois pode vender por aí, que é sucesso garantido. Você pode não acreditar nas promessas do socialismo, e nem deve conhecer qualquer coisa que o Ché tenha escrito, mas certamente acredita no dinheiro...
Viva Ché Guevara: o maior sucesso de publicidade capitalista de todos os tempos...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de outubro de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
Brasil: passos maiores que as pernas? - CERN
Isso ocorre sempre, todas as vezes, na frente interna, absolutamente a cada campanha eleitoral, a cada discurso presidencial. Nos últimos dez anos, os anúncios pretensiosos, as ambições desmedidas, as presepadas, ou seja, inauguração de pedra fundamental, ou de simples intenção de fazer qualquer coisa, têm sido numerosos, intensos e absolutamente mentirosos.
Na frente externa, então, é vergonhoso, pois atinge a credibilidade do país. Muitos anos atrás, o Brasil disse que iria fazer parte da Estação Espacial Internacional, e recebeu como encargo fazer não qual peça do empreendimento, digamos, uma arruela do arrebite da porta de saída. Não importa: o fato é que o Brasil não cumpriu o prometido, e ficou sendo cobrado durante anos, e o antecessor do atual MCT também foi cobrado pelos coordenadores do projeto, sem ter o que responder.
Assim é o Brasil, sempre pretendendo mais do que pode. Uma mania, certamente.
Paulo Roberto de Almeida
sexta-feira, 6 de julho de 2012 8:48
Adesão do Brasil ao Cern fica sem resposta
O impasse em torno da adesão do Brasil ao Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern), o mais importante laboratório de Física da atualidade, deixa a diplomacia brasileira sem resposta. Há dois meses, a missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) enviou telegramas a Brasília, questionando em que estágio estava o debate interno no governo em relação à adesão ao centro de pesquisas. Até hoje sequer recebeu uma resposta, enquanto a direção do Cern cobra uma posição do País.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Historia recente do Brasil: pequeno manual de falcatruas historicas (Reinaldo Azevedo)
Isso não me interessa, insisto em dizer.
Não sou mais eleitor de São Paulo, apesar de ter nascido nessa cidade um tanto cinzenta, e não me cabe dizer como devem os paulistanos gastar (ou não) o seu dinheiro.
Acho, em relação a essa história, estrito senso, que existe muito oportunismo político por parte do prefeito e interesse muito particular do PT e de seus líderes, não sendo, para mim, um caso que justifique uma cessão pública, mas isso devem decidir os paulistanos, repito.
A única razão pela qual transcrevo aqui em meu blog essa matéria (em dois artigos sucessivos) desse jornalista polêmico -- os americanos diriam "controversial" -- é por um interesse puramente histórico.
Sou, como muita gente sabe, louco por história. Sem ser historiador, e sem possuir o ferramental técnico desses trabalhadores do passado, estimo que é impossível compreender adequadamente o presente sem se referir ao que aconteceu imediatamente antes, e até mesmo ao que aconteceu muito tempo antes.
Mas, além de reverenciar a história -- essa Musa sempre inconstante, como diria o Barão, o único que existe -- eu tenho o maior respeito pela fidelidade à história, ou seja, o fato de contar exatamente o que se passou, em sua inteireza e com a maior objetividade possível.
Repito aqui Leopold Ranke, o que já fiz antes: Wie es Eigentlich gewesen, ou seja, como tudo efetivamente se passou.
Pois bem, estamos confrontados, hoje, no Brasil, a uma gigantesca operação de mentira histórica, uma enorme fraude que tenta, por um lado, esconder o que efetivamente se passou, duas ou três décadas atrás, e que pretende provar, por outro lado, que os mentirosos de hoje não eram os mesmos fraudadores da história no passado recente.
Como sabem todos os que me conhecem, também, detesto a burrice -- não a ignorância dos ingênuos, os que não tiveram a oportunidade de aprender, mas a burrice daqueles que, tendo todos os instrumentos de informação e de aprendizado à disposição, optaram, ainda assim, por continuar na estupidez deliberada -- mas eu detesto muito mais a desonestidade intelectual (tenho nojo dela, aliás, e acho que nem deveríamos acrescentar o adjetivo "intelectual"). Eu simplemente detesto qualquer tentativa de enganar deliberadamente, por má-fé, por mau-caráter, por indução voluntária, por expressa e deliberada inclinação à mentira e à fraude.
Não tenho nenhum problema em dizer que essas más qualidades estão altamente concentradas no mesmo partido que pretende enganar a todos, fraudar a história do Brasil, mentir para os brasileiros, e tentar nos fazer crer que as falcatruas que eles cometeram no passado (e as muitas que ainda cometem, deliberadamente, expressamente, tranquilamente, ainda hoje) não são falcatruas e não são mentiras.
Comigo, mentiras não colam: afirmo, por escrito, como se pode constatar, simples verdades, e elas consistem em dizer que essa tribo de deformadores do passado e do presente nunca foi composta por democratas, eles não são democratas, dificilmente o serão, mas são, sim, mentirosos, foram e continuam fraudadores da verdade histórica, e pretendem continuar com sua obra de mistificação histórica. Pode ser, e acho que é.
Mas não com a minha colaboração, e certamente não com a minha passividade.
Sou apenas um cidadão pensante, e não tenho nenhum poder para mudar o que seja na decisão dos vereadores paulistanos, nem me interessa tentar. Sou apenas um amante da verdade, um cultor da história, e um simples respeitador dos fatos como eles são...
Apenas por isto, transcrevo aqui esta matéria, da qual só me interessa, exclusivamente, sua parte central, a que se refere às questões em aberto que o partido de fraudadores ainda não respondeu (não à mim, mas à verdade histórica).
Paulo Roberto de Almeida
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A arte de enganar os incautos - Cesar Maia
Nunca antes neste país, antes de 2003, quero dizer, se tinha feito tanta propaganda em torno do nada.
Nada, literalmente nada, e no entanto com todo o suporte visual e auditivo dessas peças bonitas de publicidade onde o que se vê é gente contente com o governo, como nos cenários Potemkim.
O governo é um governo Potenkim (quem quiser saber o que é, vá na wikipédia).
Com vocês, um que também já fez muita publicidade de si mesmo, mas que não deixa de ter razão em seus argumentos.
Paulo Roberto de Almeida
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Doctorat Honoris Causa en Publicite de Soi-Meme (et comment...)
Provavelmente, a maior, a melhor, a mais eficiente, aliás em certo sentido a ÚNICA política realmente existente nesse governo do nunca antes, tenha sido a publicidade.
Nunca antes na história deste país, ou na história de qualquer outro país, em qualquer época histórica, lugar e circunstância, um dirigente foi tão adulado, tão incensado, tão autoelogioso consigo próprio, nunca antes tantos pagaram tanto por tão poucos (na verdade uma única pessoa, elle mesmo), nunca fomos tão bombardeados por propaganda incessante, mentirosa, calamitosa e, no fundo, criminosa (ao consumir recursos tão necessários em vários áreas com publicidade enganosa de um produto duvidoso).
Creio que pode até merecer algum premiozinho de marketing, se por acaso tivesse efeitos especiais realmente dignos de elogios, e não fosse apenas uma propaganda viciada e viciosa de um personagem com um ego maior que a Terra (talvez maior que a galáxia).
Paulo Roberto de Almeida
Primeiro a notícia de imprensa: