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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Democracia 'a moda petista: meios de comunicacao

Como sempre, quem tem genes autoritários não se redime: está sempre tentando encontrar uma fórmula para submeter pessoas e veículos livres à sua sanha totalitária.
Acredito que o Brasil está livre desse fantasma, mas no processo muitos jornalistas rastaqueras se rendem a fórmula liberticida.
Não com o meu silêncio...
Paulo Roberto de Almeida 

'Democratização', não controle

Editorial O Estado de S.Paulo,  
13 de outubro de 2011 | 3h 06
O PT já percebeu que pega mal falar de "controle social da mídia". Agora, o que reivindicam os petistas é a "democratização dos meios de comunicação". Claro, o termo "controle" tem uma desagradável conotação autoritária. É melhor defender a mesma ideia usando uma expressão mais simpática, sedutora. Afinal, não se pode ser contra a "democratização", seja lá do que for. Portanto, sai "controle", entra "democratização". Por exemplo, o presidente nacional do PT, Ruy Falcão, em entrevista à imprensa dias atrás, anunciou a realização, no âmbito dos debates sobre o marco regulatório da comunicação eletrônica, um seminário que deverá reunir em São Paulo "todas as entidades, organismos e parlamentares interessados na democratização dos meios de comunicação". Da comunicação eletrônica? Não, dos meios de comunicação, tout court.
O esperto floreio de linguagem apenas camufla a irreprimível vocação autoritária do PT, que na verdade não admite uma imprensa livre criticando seus programas e seu governo e por isso quer "democratizar" os veículos de comunicação. Uma clara demonstração do uso que o partido faria da "democratização" dos meios de comunicação que preconiza são as recentes tentativas da ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Iriny Lopes, de interferir numa peça publicitária protagonizada pela modelo Gisele Bündchen e no enredo da novela "Fina Estampa", da TV Globo, sob a alegação de que em ambos os casos a condição feminina estaria sendo colocada numa posição de "subalternidade". Seria o Estado decidindo o que constitui ou não a dignidade da condição feminina.
É notável também a insistência do PT em colocar num mesmo balaio duas questões absolutamente distintas, na tentativa de se valer da confusão para impor sua visão autoritária a respeito do controle da mídia. Uma coisa é o problema da atualização do marco regulatório da comunicação eletrônica, necessária em razão da enorme defasagem da legislação vigente em relação aos avanços tecnológicos na área. Outra coisa é a tentativa de regulação - censura, em português claro - dos conteúdos veiculados por todas as mídias, inclusive a impressa. E é isso que se tentará colocar em pauta no seminário anunciado pelo presidente petista.
Esse seminário, quem sabe, poderá lançar luzes sobre o verdadeiro significado de "democratizar" a mídia. Se a grande imprensa brasileira não é democrática, como acusa o PT, isso significa o quê? Que falsifica a realidade em benefício de interesses escusos, por exemplo, quando denuncia escândalos que obrigam a presidente a demitir ministros? Ou quando participa do debate político e das campanhas eleitorais, criticando os excessos do PT?
Se é isso que pensa o PT, está em clara divergência com a presidente Dilma Rousseff. Em primeiro lugar, pela razão óbvia de que ela foi eleita, apesar de não ter contado com o apoio da grande mídia. Mais do que isso, porém, porque Dilma, desde a campanha eleitoral do ano passado, jamais deixou de expressar, de maneira absolutamente cristalina, seu repúdio a qualquer tentativa de controle da mídia e a sua confiança na imprensa livre que existe hoje no País.
Quando era candidata à Presidência, em outubro do ano passado, Dilma Rousseff declarou: "A imprensa pode falar o que bem entender. Eu, o máximo que vou fazer, quando achar que devo, é protestar dizendo: está errado o que disseram por isso, por isso e por isso. Usando uma coisa fundamental que é o argumento". Em seu discurso de posse, proclamou: "Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. As críticas do jornalismo livre ajudam ao País e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório". Em setembro, em visita aos Estados Unidos, ao assinar uma parceria com o governo norte-americano pela transparência e pela fiscalização das ações dos poderes públicos, garantiu: "Conta-se também com a positiva ação vigilante da imprensa brasileira, não submetida a qualquer constrangimento governamental".
Dilma e o PT que se entendam.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Doctorat Honoris Causa en Publicite de Soi-Meme (et comment...)

Et pour cause...
Provavelmente, a maior, a melhor, a mais eficiente, aliás em certo sentido a ÚNICA política realmente existente nesse governo do nunca antes, tenha sido a publicidade.
Nunca antes na história deste país, ou na história de qualquer outro país, em qualquer época histórica, lugar e circunstância, um dirigente foi tão adulado, tão incensado, tão autoelogioso consigo próprio, nunca antes tantos pagaram tanto por tão poucos (na verdade uma única pessoa, elle mesmo), nunca fomos tão bombardeados por propaganda incessante, mentirosa, calamitosa e, no fundo, criminosa (ao consumir recursos tão necessários em vários áreas com publicidade enganosa de um produto duvidoso).
Creio que pode até merecer algum premiozinho de marketing, se por acaso tivesse efeitos especiais realmente dignos de elogios, e não fosse apenas uma propaganda viciada e viciosa de um personagem com um ego maior que a Terra (talvez maior que a galáxia).
Paulo Roberto de Almeida

Primeiro a notícia de imprensa:


Lula recebe título de Doutor Honoris Causa na França

No discurso, Lula exaltou realizações de seu governo. "Os pobres passaram a ser tratados como cidadãos", afirmou

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (27) o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris – conhecido como Sciences Po. Lula foi a 16ª personalidade – a primeira latino-americana – que recebeu essa láurea desde a fundação da instituição, em 1871.

Em seu discurso, Lula falou sobre suas ações durante os oito anos à frente do governo federal, ressaltando o crescimento do emprego, a distribuição de renda e os investimentos em educação.

“Em oito anos e meio foram criados 16 milhões de novos empregos formais. O salário mínimo teve um aumento real de 62%, e todas as categorias de trabalhadores fizeram acordos salariais com ganhos acima da inflação”, disse Lula.

“Os pobres passaram a ser tratados como cidadãos. Governamos para todos os brasileiros e não apenas para um terço da população, como habitualmente acontecia”, completou o ex-presidente.

Lula citou a criação de 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias durante o seu governo. “Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive.”

Compareceram ao evento o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), os ex-ministros Márcio Thomaz Bastos e José Dirceu, os diretores do Instituto Lula Luiz Dulci e Clara Ant, o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, além do ex-primeiro ministro de Portugal, José Sócrates.

Este é o sétimo título de Doutor Honoris Causa recebido por Lula, e o segundo fora do Brasil. Muitos doutoramentos foram aprovados antes ou durante os mandatos do ex-presidente, mas Lula optou por recebê-los quando deixasse o governo.

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Agora o comentário recebido de um correspondente:

Não se trata de ter má vontade eterna com Lula, se trata de de respeitar a verdade, que Lula não respeita, porque foi (e é), o governante que mais propagou inverdades na história do Brasil para gerar factóides a seu respeito. 
O Governante que se aproveitou mitos fabricados a respeito de si próprio.
Primeiro, porque não tem a menor idéia do que este diploma significa, nem  o que é este instituto de altos estudos políticos, nem o que ele faz.
Segundo, porque não havia tradução simultânea, ele não entendia nada do que estava acontecendo, nem uma virgula.
Terceiro, que a instituição, o Science Politiques, teve em mente fazer puxa-saquismo intelectual, porque os franceses também não têm a menor idéia do que realmente  se passou nos anos Lula no Brasil e o que realmente Lula fez no Governo, mas devem achar maravilhoso o que ele fez, porque a palavra mágica governar contra as "elites" é o mote para ganhar um titulo assim.
Ao afirmar que "os pobres passaram a ser tratados como cidadãos", Lula já está sendo inverídico, porque desde a Constituição de 88, isto está ocorrendo no Brasil. Lula não inventou uma nova ordem constitucional, embora se apresente assim, desta maneira..
Quarto, lula manejou números requentados, a idéia de criar 16 milhões de novos empregos é outro numero mágico que junta todos os empregos, incluindo a simples reposição dos empregos que haviam sido perdidos no governo anterior, reposição estática. Dividido por 8 anos dá dois milhões de novos empregos por ano, o que até é pouco para o que o Brasil precisa.
A juventudade ainda está desempregada e não há um sistema de treinamento e recolocação eficiente para os pobres adultos desempregados, nem um sistema efetivo de Bem Estar Social no Brasil.
Que Lula nem seus principais assessores sabem o que significa. O Brasil ainda vive de programas compensatórios de renda.
Quinto, Lula enfim não fez uma revolução cultural ou social no Brasil embora se embeveça em afirmar isto o tempo inteiro. Aproveitou uma conjuntura internacional favorável, onde os produtos primários estavam em alta e não cresceu o que deveria, deu muito dinheiro para banqueiros para financiar também o crescimento das camadas mais pobres da população, com isto rompendo a barreira da estagnação do mercado de baixa renda no Brasil, que sempre tinha o stop and go, crescia e parava, crescia e parava, foi isto.
Fala em números de crescimento da educação que não são verídicos.Não abriu universidades, simplesmente ampliou modestamente o que existia.
A educação ainda está calamitosa no Brasil, simplesmente clamitosa, nos níveis elementar e médio.
Trata-se do melhor exemplo de repetir uma inverdade até que os outros se cansem de refutá-la, porque aí a inverdade já está nos ouvidos das pessoas....