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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hipolito da Costa - Matias Molina


HIPÓLITO DA COSTA (1774-1823)

Pelos reis, com limites

Por Matías M. Molina em 10/01/2012 na edição 676
Reproduzido do Valor Econômico, 6/1/2012; intertítulos do OI
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Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça foi o jornalista mais influente do Brasil no período anterior à Independência. Seu jornal, o Correio Braziliense, áspero crítico do governo, contribuiu para a formação da consciência nacional. Vários de seus escritos não perderam atualidade. Como disse Afonso Arinos de Mello Franco, “ainda hoje ficamos admirados com a precisão do julgamento de Hipólito”.
Hipólito nasceu em 25 de março de 1774, na Colônia do Sacramento, então um enclave português às margens do Rio da Prata e que agora forma parte do Uruguai. Estudou em Porto Alegre e se formou em direito e filosofia em Coimbra. O governo português o enviou aos Estados Unidos com a missão de estudar o cultivo de plantas úteis ao Brasil, a mineração e a indústria do país. Dessa viagem, que durou dois anos, resultou a sua filiação à maçonaria e o contato direto com a democracia e a liberdade de expressão, que contribuiriam de maneira decisiva para sua formação política. Em Lisboa, onde chegou em fins de 1800, foi nomeado diretor da Impressão Régia.
Em 1802, viajou a Londres com a missão de adquirir livros para a Biblioteca Pública e material para a Impressão Régia. Fez contato com os maçons ingleses, principalmente o príncipe Augustus Frederick, duque de Sussex, sexto filho do rei George III, irmão do rei William IV e alto cargo da maçonaria britânica. Ele seria seu protetor. Quando retornou a Lisboa, Hipólito foi preso por ser maçom e transferido para a prisão do Santo Ofício. Conseguiu fugir três anos depois, chegando a Londres em 1805 através de Gibraltar.
Fonte independente
Hipólito casou em 1817 com Mary Ann Troughton, inglesa, com a qual teve três filhos. Publicou o Correio Braziliense durante 17 anos. Levou uma vida confortável e tinha outros negócios, além do jornal. Morreu aos 49 anos e foi nomeado cônsul-geral do Brasil nove dias depois de sua morte.
Correio Braziliense, ou “Armazem Literario”, começou a circular em junho de 1808. Foi publicado mensalmente até dezembro de 1822, com um total de 175 edições. Circulava na Inglaterra, onde era lido por comerciantes com interesses no Brasil, em Portugal e, principalmente, no Brasil. Suas páginas se distribuíam por quatro seções: “Política”, que era, de longe a mais importante; “Comércio e artes”; “Literatura e ciências”; “Miscelânea”. Nesta seção eram incluídas as “Reflexões sobre as novidades do mês”, nas quais Hipólito comentava os acontecimentos da atualidade.
Foi o primeiro dos jornais em língua portuguesa publicado em Londres naquele período e, sem dúvida alguma, o mais influente. O Correio foi também o primeiro esforço sistemático de oferecer informações sobre o Brasil aos leitores do exterior, embora não fosse esse seu principal objetivo. Hipólito deu ao jornal o nome de “braziliense” porque era essa, em sua opinião, a designação de quem nasceu no Brasil; “brazilianos” eram os indígenas e “brazileiros”, os portugueses e estrangeiros que aqui moravam.
Hipólito escrevia com clareza e convicção; tentava mostrar que suas opiniões eram fruto da razão e da observação da experiência de outros países, que podia ser aplicada no Brasil. Francisco Adolpho Varnhagen não o considerava um bom escritor: “Não é modelo de estilo ou de linguagem; antes pelo contrário, nesse sentido há muito o que desculpar a um homem que vivia em país estrangeiro”. Mas, para Carlos Rizzini, manejava a pena “com tino e firmeza”; Antonio Candido viu nele um bom mestre do estilo jornalístico.
Ao Correio é atribuída uma importante participação “na queda do absolutismo e no advento das liberdades e instituições civis”, como observa Rizzini. Mas o objetivo inicial do jornal era bem mais modesto. Hipólito, na apresentação do primeiro número, escreveu que, “desejando aclarar os meus compatriotas, sobre os fatos políticos, civis e literários da Europa, empreendi este projeto”, para informar aos leitores no Brasil sobre as melhorias em outros países nas ciências e nas artes e “transmitir a uma nação longínqua e sossegada, na língua que lhes é mais natural e conhecida, os acontecimentos desta parte do mundo”. Hipólito se coloca como um correspondente, para informar ao Brasil do que acontece na Europa. No primeiro volume do Correio, por exemplo, que reúne os sete primeiros números, apenas umas 45 páginas, das aproximadamente 650 de texto publicadas, se referem ao Brasil. Predominam as informações da Guerra Peninsular contra as tropas de Napoleão e as notícias sobre questões portuguesas. Só vários anos depois é que daria mais atenção às questões brasileiras.
Correio foi editado em Londres por não ser possível fazê-lo no Brasil. Conforme ele escreveu: “A dificuldade de publicar estas obras periódicas no Brasil, já pelo entrave da censura prévia, já pelo perigo a que os redatores se exporiam falando livremente das ações dos poderosos, fez cogitar o expediente de imprimir semelhantes obras em países estrangeiros”. Dessa maneira, “pode dizer-se que se estabeleceu a liberdade de imprimir para o Brasil, posto que não no Brasil”.
O primeiro número chegou ao Brasil em outubro de 1808. O transporte era irregular, pois as remessas, “pela incerteza da saída dos paquetes e navios, inutilizam a pontualidade da publicação mensal de um Periódico cujo escopo é unicamente o Brasil: e aonde não pode chegar com regularidade de tempo”. No entanto, era a principal fonte independente de informações disponível no país e certamente causou um forte impacto numa minoria dirigente no Brasil.
Ação “criminosa”
As grandes questões que ele abordou e suas reflexões sobre elas, que mostram um racionalismo raro no Brasil, fazem de Hipólito um escritor atual. Num período em que o monarca tinha poderes absolutos, ele pregava a monarquia constitucional, a segurança jurídica e um sistema de pesos e contrapesos políticos, e alertava sobre os perigos da extrema submissão às opiniões do governo. Temia também as consequências inevitáveis de entregar poderes ilimitados a uma pessoa. “Conceder a um indivíduo, poderes sem restrição, como têm os déspotas chamados governadores no Brasil, e supor que não empregarão esse poder em satisfazer as suas paixões, é supor uma contradição na natureza humana.”
Como alternativa ao poder absoluto do soberano, defendia a necessidade de uma Constituição, o direito do povo, a soberania das cortes – na época, sinônimo de Parlamento. Para reforçar a necessidade de limitar o poder régio, Hipólito lembrou das “excelentes instituições” espanholas, que tinham sido aniquiladas, e mencionou “a fórmula que repetia em Aragão o Juiz do Povo (el Justicia) a El Rey na sua Coroação: 'Nos, que valemos quanto vos, os hacemos nuestro Rey y Señor, con tal que guardeis nuestros fueros, y libertades, que si no, no'“. Isto é, o rei era soberano por delegação do povo, que era igual a ele, e desde que cumprisse o contrato com os súditos.
Sobre a vida política, observou que era “vício de novos políticos, e infelizmente de alguns mais velhos, suporem que na política tudo é permitido. Isto é um erro fatal. A política não é a arte de obrar contra a Justiça; mas sim a ciência de conhecer quando convém usar dos direitos”.
Em relação à ordem econômica, ele estava preocupado com a falta de infraestrutura no Brasil. Pedia “um Conselho de Minas, uma inspeção para abertura de estradas, uma redação de mapa, um exame da navegação de rios, mas nada disto se arranjou”. Insistiu no combate aos monopólios, como o “pau-brasil, sal, tabaco, que sufocavam a indústria, destruíam o espírito de emulação, perpetuavam os abusos”, além de corromper os funcionários do setor público, inclusive ministros. Reclamava que era uma pouca- vergonha que o açúcar fosse exportado em bruto para ver os ingleses refiná-lo e fornecê-lo a outros centros, inclusive as possessões portuguesas.
O ensino foi uma de suas constantes preocupações e lamentava que no governo “não aparece o menor intento de estabelecer universidades, colégios, ou outros estabelecimentos semelhantes; e sem isto é quase impossível que o Estado tenha homens capazes de governar”. Pregou também a mudança da capital para o interior do país.
A questão da escravidão tornou-se uma área de conflito. Nas cortes de Lisboa, que estavam elaborando a primeira Constituição, Portugal, tendo abolido a escravidão, seus delegados queriam estender a medida ao Brasil, enquanto os representantes brasileiros defendiam o trabalho escravo como necessário para a lavoura. José Bonifácio instruiu os representantes brasileiros nas cortes para que pedissem a “igualdade de direitos políticos e civis, quanto o permitisse a diversidade dos costumes e território e das circunstâncias estatísticas” – essa diversidade e essas circunstâncias eram os escravos. Hipólito foi contra a opinião dominante da delegação brasileira e combateu o tráfico de escravos e a escravidão. Dizia que “se a sua abolição repentina seria um absurdo rematado, a sua perpetuação num sistema de liberdade constitucional é uma contradição de tal importância, que uma coisa ou outra deve acabar”. Concluía que os “brazilienses” nunca seriam um povo livre se não se resolvesse a questão da escravatura. Quem se educa em meio a escravos considera o despotismo como algo natural.
Ele defendeu a imigração, para aumentar a população do Brasil e substituir o trabalho escravo pelos braços livres. Mencionava a necessidade de “atrair emigrados de todas as partes da Europa, para o que é necessário assegurar-lhes a liberdade pessoal e o direito de propriedade”, além da segurança pessoal.
Tão importante como todas essas medidas, Hipólito quis despertar a consciência da população em si mesma. “Um povo, para obrar com energia, é necessário que sinta a sua existência política; que tenha voto mais ou menos direto nos negócios da nação. O povo, que não goza isto, facilmente se reduz a um rebanho de carneiros, incapazes de ações grandes; e até de defender a pátria.” Ele insistia em mostrar a necessidade de estabelecer um objetivo comum, livremente definido, para a formação da identidade do país.
Hipólito pregava a liberdade individual, a representação nas cortes, a monarquia constitucional. Mas, alarmado com a inquietação social e com os rumos que tomara a Revolução Francesa, tinha pavor da desordem pública e se opunha a qualquer sistema republicano. Ele era partidário de mudanças profundas e pacíficas. “Desejamos as reformas, mas feitas pelo Governo, e urgimos que as deve fazer enquanto é tempo, para que se evite serem feitas pelo povo”. Isso soa como uma advertência: ou o governo faz as reformas já, ou serão feitas com violência à sua revelia. Era isso que queria evitar.
Essa atitude explica sua áspera reação ante a Revolução de Pernambuco, em 1817. No começo, ele a viu com simpatia e a atribuiu ao descontentamento geral provocado pela “forma de administração militar, e por consequência despótica”, da província. O movimento de revolta ocupou Recife, instituiu um governo provisório e promulgou uma Constituição com base na dos Estados Unidos. Um dos líderes era Domingos José Martins, amigo de Hipólito, também maçom, a quem conhecera em Paris e Londres. Os revolucionários pediram sua ajuda e lhe ofereceram o cargo de ministro plenipotenciário da República junto a sua majestade britânica. Hipólito nunca respondeu e foi mudando de opinião sobre a rebelião, alarmado com a radicalização do movimento e com a proclamação de Pernambuco como Estado independente. Ele temia a fragmentação do país em vários países soberanos, como estava acontecendo nas colônias espanholas. Achou que os revoltosos tinham se excedido, numa ação “criminosa e imprudente”. Muitos foram fuzilados. Entre eles, Domingos José Martins, sem que Hipólito, amigo e companheiro de maçonaria, lamentasse sua morte.
Edição fac-similar
O acordo comercial com a Inglaterra, assinado em 1810, era “indefensável”, escreveu Hipólito. A cláusula de “perpetuidade” dos acordos comprometia o futuro do Brasil e a reciprocidade oferecida pelos ingleses era ilusória. Era um acordo leonino, que eximia os ingleses de serem submetidos à Justiça brasileira e portuguesa; só poderiam ser julgados no Brasil por tribunais ingleses. O acordo, segundo o Correio, colocava obstáculos insuperáveis ao desenvolvimento da agricultura e da indústria. Ao jornal, as cláusulas do acordo pareciam um insulto ao senso comum.
Hipólito foi um paladino da manutenção de um Reino Unido entre Brasil e Portugal, mas com a capital no Rio de Janeiro, não em Lisboa. O Rio seria o centro de decisões de um império que incluía o Brasil, Portugal e as colônias na África e na Ásia. Ele afirmava que o Brasil não estava, no momento, preparado para ser independente. Um dos obstáculos era “o pequeno número de gente instruída, relativamente à população” e outro, que era um país “sem conhecimentos políticos, sem nenhuma prática de formas constitucionais”. Só quando o Brasil se habituasse gradualmente ao regime constitucional e de liberdade poderia ser independente. Mudou de ideia ante a intransigência das cortes de Lisboa e quando estas, para controlar diretamente o país, decidiram mandar tropas ao Brasil, uma medida, ao seu ver, inútil e sem propósito. Na edição de setembro de 1822, o Correio escreveu: “Está enfim decidido que o Brasil vai ser um Estado soberano independente”.
Num regime absolutista, acostumado à vigilância do Santo Ofício e com uma imprensa censurada, o Correio tinha necessariamente que incomodar. Causava “mais perturbações na sociedade que os mesmos franceses causaram com suas pérfidas invasões”, segundo escreveu um jornal concorrente financiado pelo governo. Sua circulação foi proibida em várias ocasiões e houve mandados de apreensão. O juiz do crime do Porto lamentava a influência doCorreio, que continha “princípios e máximas subversivas da ordem social e ofensivas das regras estabelecidas para espalhar a insurreição e introduzir a insubordinação”. Uma ordem régia mandou proibir a circulação doCorreio e “todos os escritos do seu furioso e malvado autor”.
No entanto, o jornal era lido em Portugal e no Brasil. Aparentemente, não houve muito empenho em dificultar sua circulação. Na Bahia, podia ser encontrado na Biblioteca Pública de Salvador. No Rio, “lê-se o Braziliense até no Paço, sem rebuço algum”, escrevia Hipólito. O príncipe-regente, d. João, era um dos leitores mais assíduos.
O embaixador português em Londres tentou repetidas vezes “paralisar esta terrível invenção de um jornal português em Inglaterra”. Abriu um processo contra Hipólito, acusando-o de falso, escandaloso, malicioso e difamatório, mas teve que desistir; tentou também outro processo, igualmente sem resultados, para que fosse expulso do país. Alguns historiadores afirmam que Hipólito se teria nacionalizado inglês para impedir a expulsão, mas o assunto é controvertido. Também há ainda controvérsias a respeito de um subsídio que ele teria recebido para suavizar as críticas ao governo. Na verdade, o custo de editar o Correio era certamente superior à receita das assinaturas. Não se sabe com certeza como o seu editor cobria a diferença. Além do eventual dinheiro da corte do Rio de Janeiro, outras hipóteses aventadas foram a ajuda dos comerciantes portugueses em Londres, o apoio da maçonaria e do duque de Sussex e, ainda mais improvável, do governo britânico.
Em 1821, levantada a censura à imprensa, foram publicados no Brasil jornais, panfletos e folhas avulsas em grandes quantidades. O Correio já não era a única voz independente. Escrito longe do Brasil, perdia atualidade ao concorrer com as publicações locais. Hipólito considerou encerrada a sua missão. Como escreveu no último número, de dezembro de 1822, “os acontecimentos últimos do Brasil fazem desnecessário ao Redator o encarregar-se da tarefa de recolher novidades estrangeiras para aquele país, quando a liberdade de imprensa nele, e as muitas gazetas, que se publicam nas suas principais cidades, escusam este trabalho d'antes tão necessário”.
Varnhagen, talvez o maior admirador da contribuição de Hipólito para a formação da identidade do Brasil, escreveu: “Não cremos que nenhum outro estadista concorresse mais para a formação no Brasil de um império constitucional, do que o ilustre redator do Correio Braziliense. (...) Talvez nunca o Brasil tirou da imprensa mais benefícios do que lhes foram oferecidos nessa publicação”. Segundo Oliveira Lima: “É no Correio que devemos ir buscar o mais seguro esteio de um juízo franco sobre a administração e justiça no Brasil em tempos de d'el-rei Dom João VI”. Sílvio Romero escreveu que Hipólito foi “o jornalista mais notável do Brasil e Portugal no primeiro quartel do século XIX”.
Nelson Werneck Sodré discorda: diz que o Correio apresentava um quadro do Brasil “visto do ângulo da burguesia inglesa.” Se defendia a abertura dos portos e se opunha ao regime de monopólio é porque refletia os interesses britânicos mais que os dos brasileiros. Mas o que diria Sodré se o Correio defendesse os monopólios e o fechamento dos portos? A quais interesses estaria servindo?
O jornalista Fernando Segismundo escreveu nos anos 1950, com base na biografia de Mecenas Dourado, uma curta obra extremamente hostil retratando Hipólito como jornalista venal, antipatriota, corrupto, depravado e colocado a serviço da guerra. Suas acusações são evidentemente exageradas e ele próprio reconheceria, décadas mais tarde, que, quando escreveu, estava sob forte influência do Partido Comunista Brasileiro, ao qual estava filiado, e que “se escrevesse hoje” seria muito mais brando. No entanto, algumas das suas afirmações merecem ser levadas em consideração.
Essas percepções desencontradas podem ser tão reveladoras sobre Hipólito José da Costa e seu jornal como sobre seus próprios autores, que filtram suas opiniões através de posições ideológicas firmemente assumidas. Historiadores nacionalistas tendem a minimizar a influência do Correio; os liberais o consideram uma das pedras fundamentais na construção da nacionalidade.
As dúvidas a respeito das relações e das finanças de Hipólito são razoáveis. No entanto, a influência que o Correioexerceu decorre dos 175 jornais mensais que ele publicou. Mais que outras considerações, é o conteúdo dessa publicação que deve ser analisado. O jornal foi fundamental para explicar a um país que tinha passado três séculos sob o regime colonial e que fora proibido de ter indústrias ou de instalar tipografias, como eram a liberdade individual e os direitos políticos, como funcionava um regime político com Parlamento e uma Constituição. Repetindo Afonso Arinos, “ainda hoje ficamos admirados com a precisão do julgamento de Hipólito”.
Uma bem cuidada edição fac-similar de todos os números do Correio Braziliense, um projeto da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que foi incluída na Coleção Rodolfo Garcia da Biblioteca Nacional, foi editada por Alberto Dines e Isabel Lustosa. O Correio Braziliense está disponível para acesso pela internet por meio da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, da Universidade de São Paulo.
***
[Matías M. Molina é autor do livro Os Melhores Jornais do Mundo, em segunda edição]

Diplomacia da era Lula: balanco e avaliacao - artigo PRA

O mais recente artigo publicado:


A diplomacia da era Lula: balanço e avaliação,
Revista Política Externa (vol. 20. n. 3, nov-dez 2011; jan. 2012, p. 95-114; 
link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2344DiplomEraLulaBalRevPolitcaExterna.pdf
Paulo Roberto de Almeida

Barao: unico, onisciente, perfeito, quase um deus...

Barão, só tem um, e nem precisa dizer o nome: com B maiúsculo, só pode ser ele mesmo.
Nosso santo protetor, quase um deus, enfim, para os que acreditam nessas coisas...
Paulo Roberto de Almeida


Presidência da República
Casa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos

Cria a Comissão Organizadora da Celebração do Primeiro Centenário da Morte do Barão do Rio Branco no âmbito do Ministério das Relações Exteriores.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição, 
DECRETA: 
Art. 1o  Fica criada a Comissão Organizadora da Celebração do Primeiro Centenário da Morte do Barão do Rio Branco no âmbito do Ministério das Relações Exteriores, a ser comemorado no dia 10 de fevereiro de 2012.  
Art. 2o  A Comissão Organizadora será presidida pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores e integrada por um representante de cada órgão e instituição a seguir indicado:
I - Ministério das Relações Exteriores;
II - Ministério da Defesa;
III - Ministério da Educação;
IV - Ministério da Cultura;
V - Ministério das Comunicações;
VI -Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
VII - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República;
VIII - Assessoria Especial da Presidência da República;
IX - Fundação Biblioteca Nacional;
X - Fundação Casa de Rui Barbosa; e
XI - Arquivo Nacional. 
§ 1o  A Comissão Organizadora poderá ser integrada, também, por um representante do Senado Federal e um da Câmara dos Deputados.  
§ 2o  Os representantes serão indicados pelos titulares e presidentes dos órgãos e instituições indicados no caput e § 1o e designados por ato do Ministro de Estado das Relações Exteriores.  
§ 3o  O Presidente da Comissão Organizadora, em suas ausências e impedimentos, será substituído por representante por ele indicado. 
Art. 3o  A Comissão Organizadora poderá convidar membros da sociedade civil para colaborarem com seus trabalhos.  
Art. 4o  O Ministério das Relações Exteriores prestará o apoio técnico e administrativo à Comissão Organizadora. 
Art. 5o  A Comissão Organizadora aprovará o programa das comemorações do primeiro centenário da morte do Barão do Rio Branco e contará com  um Comitê-Executivo, designado pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores, que a assistirá no desenvolvimento de seus trabalhos. 
Parágrafo único.  O Comitê-Executivo poderá instituir grupos de trabalho para a organização e implementação do programa das comemorações.  
Art. 6o  A Comissão Organizadora estabelecerá as articulações necessárias com os entes federados, organismos internacionais, órgãos públicos e entidades da sociedade civil para o desenvolvimento do programa das comemorações. 
Art. 7o  A participação na Comissão Organizadora e no Comitê-Executivo será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. 
Art. 8o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 11 de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 
DILMA ROUSSEFF
Enzo Martins Peri
Antonio de Aguiar Patriota
Fernando Haddad
Cezar Santos Alvarez
Vitor Paulo Ortiz Bittencourt
Aloizio Mercandante
Helena Chagas
Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.1.2012

Dinamicos e retardatarios em 2012: previsoes da Economist

O quadro abaixo é meio enganador, pois tomo como base apenas o crescimento em termos nominais numa escala linear, mundial. Existem países de economias ridiculamente pequenas, que não têm condições de representar qualquer incentivo, estímulo ou desestímulo, à economia mundial.
Outros são mais impactantes, a despeito de não figurarem nem entre os de maior crescimento, nem de maior recuo...
Paulo Roberto de Almeida


Growth in 2012

Jan 4th 2012, 14:05 by The Economist online
Which economies will grow and shrink the fastest in 2012?
LIBYA’S economy will grow faster than any other in 2012, according to the Economist Intelligence Unit’s forecasts, boosted by reconstruction following the fall of Muammar Qaddafi’s regime. The surge is a bounce-back from an even more precipitous slump while war raged. In Iraq, post-conflict chaos has delayed recovery but performance in 2012 may mark the start of something new. Mongolia is enjoying a mining boom and will benefit from investment in that sector; Angola and Niger will gain from relatively high commodity prices. China will continue to experience robust growth; this is fortunate since demand generated by the world’s second-largest economy will counteract some of the drag from the rich world. As for the fastest shrinkers, Europe’s economies feature prominently, as they remain embroiled in the Euro crisis. But Sudan will suffer the heaviest economic contraction, having lost three quarters of its oil reserves to South Sudan when that country seceded in July.

International Relations: The Great Debates: reading selection book

O preço é salgadíssimo, mas o livro é ideal para bibliotecas diplomáticas
Paulo Roberto de Almeida
International Relations: The Great Debates
Rainer Baumann , Peter Mayer , Bernhard Zangl


Edited by Rainer Baumann, Assistant Professor of International Relations, Peter Mayer, Professor of International Relations, Universität Bremen, Germany and Bernhard Zangl, Professor of Global Governance and Public Policy, Ludwig-Maximilians-Universität München, Germany
December 2011 2,312 pp Hardback
Price $1138.50
Series: Elgar Mini Series
Description
The history of international relations has been shaped by a sequence of ‘Great Debates’, in which leading scholars of the field advanced, challenged, and defended views about the assumptions that should inform the study of world politics. In this authoritative collection, the editors bring together for the first time the most important contributions to these inspiring intellectual exchanges and provide an excellent overview of the discipline’s development since its inception in the early 20th century. Students and scholars in international relations as well as neighboring disciplines will find these volumes to be an indispensable and highly informative source of reference.
Contents
86 articles, dating from 1910 to 2006 Contributors include: H. Bull, R.W. Cox, R.O. Keohane, S.D. Krasner, T. Pogge, J.G. Ruggie, I. Wallerstein, K.N. Waltz, M. Walzer, A. Wendt


The history of international relations has been shaped by a sequence of ‘Great Debates’, in which leading scholars of the field advanced, challenged, and defended views about the assumptions that should inform the study of world politics. In this authoritative collection, the editors bring together for the first time the most important contributions to these inspiring intellectual exchanges and provide an excellent overview of the discipline’s development since its inception in the early 20th century. Students and scholars in international relations as well as neighboring disciplines will find these volumes to be an indispensable and highly informative source of reference.


Full table of contents
Contents:

Volume I: Substantive Debates
Acknowledgements
Introduction Rainer Baumann, Peter Mayer and Bernhard Zangl
PART I SUBSTANTIVE DEBATES
A. First Debate: Realism vs. Idealism
1. Norman Angell (1910), ‘Outline of the Psychological Case for Peace’ and ‘Unchanging Human Nature’
2. Edward Hallett Carr ([1939] 1940), ‘The Beginnings of a Science’ and ‘Utopia and Reality’


3. Leonard Woolf (1940), ‘Utopia and Reality’
4. John H. Herz (1950), ‘Idealist Internationalism and the Security Dilemma’
5. Hans J. Morgenthau (1954) [1985], ‘A Realist Theory of International Politics’

B. The Inter-paradigm Debate: Realism vs. Pluralism vs. Globalism
6. Graham T. Allison (1969), ‘Conceptual Models and the Cuban Missile Crisis’
7. Robert Gilpin (1971), ‘The Politics of Transnational Economic Relations’
8. Immanuel Wallerstein (1974), ‘The Rise and Future Demise of the World Capitalist System: Concepts for Comparative Analysis’
9. Robert O. Keohane and Joseph S. Nye (1977), ‘Interdependence in World Politics’ and ‘Realism and Complex Interdependence
10. Michael W. Doyle (1983), ‘Kant, Liberal Legacies, and Foreign Affairs’
11. Kenneth N. Waltz (1990), ‘Realist Thought and Neorealist Theory’

C. Neo-Neo Debate: Neorealism vs. Neoliberalism
12. Robert Axelrod and Robert O. Keohane (1985), ‘Achieving Cooperation under Anarchy: Strategies and Institutions’
13. Robert D. Putnam (1988), ‘Diplomacy and Domestic Politics: The Logic of Two-Level Games’
14. Joseph M. Grieco (1988), ‘Anarchy and the Limits of Cooperation: A Realist Critique of the Newest Liberal Institutionalism’
15. Duncan Snidal (1991), ‘Relative Gains and the Pattern of International Cooperation’
16. Stephen D. Krasner (1991), ‘Global Communications and National Power: Life on the Pareto Frontier’
17. John J. Mearsheimer (1994/1995), ‘The False Promise of International Institutions’
18. Robert O. Keohane and Lisa L. Martin (1995), ‘The Promise of Intuitionalist Theory’
19. Andrew Moravcsik (1997), ‘Taking Preferences Seriously: A Liberal Theory of International Politics’

D. Statism vs. Global Governance
20. James N. Rosenau (1995), ‘Governance in the Twenty-first Century’
21. Jessica T. Mathews (1997), ‘Power Shift’
22. Anne-Marie Slaughter (1997), ‘The Real New World Order’
23. Margaret E. Keck and Kathryn Sikkink (1998), ‘Transnational Advocacy Networks in International Politics: Introduction’
24. Stephen D. Krasner (2001), ‘Abiding Sovereignty’
25. A. Claire Cutler (2002), ‘Private International Regimes and Interfirm Cooperation’

Volume II: Epistemological and Ontological Debates
Acknowledgements
An introduction to all three volumes by the editors appears in Volume I

PART I EPISTEMOLOGICAL DEBATES
A. Traditionalism vs. Science
1. Morton A. Kaplan (1966), ‘The New Great Debate: Traditionalism vs. Science in International Relations’
2. Raymond Aron (1967), ‘What Is a Theory of International Relations?’
3. Hedley Bull (1969), ‘International Theory: The Case for a Classical Approach’
4. J. David Singer (1969), ‘The Incompleat Theorist: Insight Without Evidence’

B. Third Debate: Positivism vs. Post-Positivism
5. Robert W. Cox (1986), ‘Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory’
6. Richard K. Ashley (1988), ‘Untying the Sovereign State: A Double Reading of the Anarchy Problematique’
7. J. Ann Tickner (1988), ‘Hans Morgenthau’s Principles of Political Realism: A Feminist Reformulation’
8. Mark Neufeld (1993), ‘Interpretation and the “Science” of International Relations’
9. John Lewis Gaddis (1996), ‘History, Science, and the Study of International Relations’
10. Michael Nicholson (1996), ‘The Continued Significance of Positivism?’
11. Mervyn Frost (1998), ‘A Turn not Taken: Ethics in IR at the Millennium’
12. Alexander Wendt (1999), ‘Scientific Realism and Social Kinds’

PART II ONTOLOGICAL DEBATES
A. The Agent-Structure Debate
13. J. David Singer (1961), ‘The Level-of-Analysis Problem in International Relations’
14. Alexander E. Wendt (1987), ‘The Agent-Structure Problem in International Relations Theory’
15. Walter Carlsnaes (1992), ‘The Agency-Structure Problem in Foreign Policy Analysis’
16. Martin Hollis and Steve Smith (1994), ‘Two Stories about Structure and Agency’
17. Roxanne Lynn Doty (1997), ‘Aporia: A Critical Exploration of the Agent-Structure Problematique in International Relations Theory’
18. Colin Wight (1999), ‘They Shoot Dead Horses Don’t They? Locating Agency in the Agent-Structure Problematique’

B. Rationalism vs. Constructivism
19. John Gerard Ruggie (1983), ‘Continuity and Transformation in the World Polity: Toward a Neorealist Synthesis’
20. Duncan Snidal (1985), ‘The Game Theory of International Politics’
21. Friedrich Kratochwil and John Gerard Ruggie (1986), ‘International Organization: A State of the Art on an Art of the State’
22. Robert O. Keohane (1988), ‘International Institutions: Two Approaches’
23. Alexander Wendt (1992), ‘Anarchy is what States Make of it: The Social Construction of Power Politics’
24. Martha Finnemore and Kathryn Sikkink (1998), ‘International Norm Dynamics and Political Change’
25. James G. March and Johan P. Olsen (1998), ‘The Institutional Dynamics of International Political Orders’
26. Thomas Risse (2000), ‘”Let’s Argue!”: Communicative Action in World Politics’
27. Friedrich Kratochwil (2000), ‘Constructing a New Orthodoxy? Wendt’s “Social Theory of International Politics” and the Constructivist Challenge’
28. James Fearon and Alexander Wendt (2002), ‘Rationalism v. Constructivism: A Skeptical View’

Volume III: Normative Debates
Acknowledgements

An introduction to all three volumes by the editors appears in Volume I

PART I NORMATIVE DEBATES
A. Competing Perspectives on International Ethics: Moral Skepticism vs. Communitarianism vs. Cosmopolitanism
1. Charles R. Beitz (1983), ‘Cosmopolitan Ideals and National Sentiment’
2. Marshall Cohen (1984), ‘Moral Skepticism and International Relations’
3. George F. Kennan (1985), ‘Morality and Foreign Policy’
4. David Miller (1988), ‘The Ethical Significance of Nationality’
5. Robert E. Goodin (1988), ‘What Is So Special about Our Fellow Countrymen?’
6. Avishai Margalit and Joseph Raz (1990), ‘National Self-Determination’
7. Thomas W. Pogge (1992), ‘Cosmopolitanism and Sovereignty’

B. Human Rights
8. The Executive Board, American Anthropological Association (1947), ‘Statement on Human Rights’
9. Henry Shue ([1980] 1996), ‘Security and Subsistence’
10. Alan Gewirth (1981), ‘The Basis and Content of Human Rights’
11. Maurice Cranston (1983), ‘Are There Any Human Rights?’
12. Richard Rorty (1993), ‘Human Rights, Rationality, and Sentimentality’
13. Susan Moller Okin (1998), ‘Feminism, Women’s Human Rights, and Cultural Differences’
14. Peter Jones (1999), ‘Group Rights and Group Oppression’
15. Joshua Cohen (2004), ‘Minimalism About Human Rights: The Most We Can Hope For?’

C. Coercion, Deterrence, and the Use of Force
16. Thomas Nagel (1972), ‘War and Massacre’
17. Gregory S. Kavka (1978), ‘Some Paradoxes of Deterrence’
18. David Luban (1980), ‘Just War and Human Rights’
19. Michael Walzer (1980), ‘The Moral Standing of States: A Response to Four Critics’
20. Gerald Dworkin (1985), ‘Nuclear Intentions’
21. Joy Gordon (1999), ‘A Peaceful, Silent, Deadly Remedy: The Ethics of Economic Sanctions’
22. George A. Lopez (1999), ‘More Ethical than Not: Sanctions as Surgical Tools: Response to a “Peaceful, Silent, Deadly Remedy”’
23. Jeff McMahan (2005), ‘Just Cause for War’

D. Poverty and Distributive Justice
24. Peter Singer (1972), ‘Famine, Affluence, and Morality’
25. Garrett Hardin (1974), ‘Living on a Lifeboat’
26. Charles R. Beitz (1975), ‘Justice and International Relations’
27. Henry Shue (1988), ‘Mediating Duties’
28. John Rawls (1993), ‘The Law of Peoples’
29. Thomas W. Pogge (1994), ‘An Egalitarian Law of Peoples’

E. The Global Polity
30. David Held (1992), ‘Democracy: From City-states to a Cosmopolitan Order?’
31. Michael Zürn (2000), ‘Democratic Governance Beyond the Nation-State: The EU and Other International Institutions’
32. Andrew Moravcsik (2004), ‘Is there a “Democratic Deficit” in World Politics? A Framework for Analysis’
33. Allen Buchanan and Robert O. Keohane (2006), ‘The Legitimacy of Global Governance Institutions’

Ninguem fica sozinho quando tem amigos...

Pois é:

Bloqueio naval? sort of...: Las Malvinas son... British!

O Mercosul já vai à guerra? Enfim, estilo Juca Chavez, nada de muito sério.
Depois do circo armado pelos argentinos nas Falklands (opa, Malvinas), não creio que eles tentem novamente no território das Malvinas/Falklands, ou Falklands/Malvinas, vocês escolhem.
Mas, agora eles fazem a guerra em suas próprias águas territoriais, ou seja, contra seus próprios interesses.
Em outros termos, não fazem fazer comércio com navios britânicos das ilhas Malvinas.
São britânicos, certo, uma vez que as Malvinas não possuem soberania, pelo menos não no plano dos transportes marítimos internacionais; não acredito que as Falklands sejam membros da Organização Marítima Internacional.
Por falar nisso: com base em qual legislação interna, e de direito internacional, os países do Mercosul decidiram boicotar os navios de bandeira "malviniana"?
Gostaria de ouvir a opinião de um especialista em direito marítimo internacional...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil confirma veto a navios das Ilhas Malvinas, segundo Buenos Aires

BUENOS AIRES, 11 JAN (ANSA) - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou à Argentina que o Brasil vai manter o bloqueio a embarcações com bandeiras das Ilhas Malvinas, segundo Buenos Aires.


De acordo com um informe do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, o chanceler Héctor Timerman contatou Patriota para abordar o tema. Ele também conversou com o chileno Alfredo Moreno e com o uruguaio Luis Almagro.

O comunicado afirma que os três diplomatas "confirmaram que seus respectivos governos não modificaram sua posição" desde a última cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 20 de dezembro, quando foi acordado que nenhum país-membro do bloco permitiria a entrada de navios das Ilhas Malvinas em seus portos.

No início da semana, porém, a imprensa uruguaia publicou que Almagro e o ministro britânico William Hague teriam concordado que as embarcações do arquipélago poderiam atracar em portos uruguaios se as bandeiras fossem trocadas pelas britânicas.

A decisão tomada na reunião do Mercosul é um gesto de apoio à reivindicação da Argentina pela soberania do território, atualmente sob domínio da Grã-Bretanha.

Argentina e o Reino Unido entraram em guerra em 1982 pelo controle das Ilhas Malvinas, conhecidas também como Falkland. Londres controla o arquipélago desde 1833, mas Buenos Aires chegou a declarar soberania sobre o território em 1816, quando expulsou os espanhóis do local.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O funcionamento (ou nao) da Uniao Europeia: um livro serio

Parece que a União Europeia funciona, embora isso nem sempre seja visível.
Ou então, parece que ela não funciona, a despeito dos milhares de eurocratas e das dezenas de milhares de funcionários de governos (27, mas crescendo) que se ocupam dessa catedral gótica, passavelmente complexa, confusa, e que não nos dá certeza, justamente, se ela funciona, ou não.
Whatever works, como diria o Woody Allen...
Paulo Roberto de Almeida 

Nouveau livre - Le fonctionnement de l'Union européenne - Olivier Costa et Nathalie Brack.

Olivier Costa et Nathalie Brack:
Le fonctionnement de l'Union européenne
Bruxelles, Editions de l'Université de Bruxelles, 2011, 256p, ISBN: 978-2-8004-1492-8.

Depuis la chute du mur de Berlin, l'Union européenne a connu une série de bouleversements qui ont affecté tout à la fois sa composition territoriale, son mode de fonctionnement, ses compétences et son cadre constitutionnel. Dans le même temps, la question de ses rapports avec les citoyens, qui était jusqu'alors un impensé de la construction européenne, a été posée avec force et est venue compliquer aussi bien la réforme des traités que le fonctionnement courant de l'Union.

L'entrée en vigueur du traité de Lisbonne clôt provisoirement cette phase chaotique. Ce nouveau texte, malgré ses faiblesses, a apporté des réponses à des questions restées en suspens depuis le traité de Maastricht. Il n'a en revanche pas clarifié la nature de l'Union : à l'inverse, il en confirme le caractère hybride, à la croisée des logiques intergouvernementale et fédérale.

Ce ouvrage a pour ambition de fournir une analyse concise de l'Union et de ses dynamiques, en accordant une attention particulière à son fonctionnement concret. L'étude du processus décisionnel, des interactions entre les institutions européennes et de leurs rapports avec différents types d'acteurs apparaît en effet comme l'approche la plus propice au contournement des deux écueils que sont, d'une part, le constat désenchanté des indétermination de l'Union et, d'autre part, la théorisation abstraite. Les auteurs proposent une lecture simple et pédagogique du fonctionnement de l'Union qui, tout en faisant droit à la complexité des choses, évite de la dramatiser. Au fil de l'ouvrage, les questions clé de la construction européenne sont abordées : déficit démocratique, politisation, rôle des Etats membres, crise institutionnelle, représentation d'intérêts, etc.

le lien vers les éditions: http://www.editions-universite-bruxelles.be/ABWebBuilder.php?page=/catalogue/detail/,action=abcataloguedetail;displayouvrage;2453



O livro também existe em edição brasileira: 



Sistema Decisório da União Europeia
Olivier Costa (Sciences Po Bordeaux) e Nathalie Brack 
(Universidade Livre de Bruxelas). 
A obra traz uma perspectiva atual, pragmática e crítica do regionalismo europeu, baseada nos anos de experiência dos autores em pesquisa e ensino na área.

A obra já está à venda nas livrarias e na página eletrônica da Editora Sulina: http://www.editorasulina.com.br/detalhes.php?id=563

A Editora Sulina apresenta:
Sistema Decisório da União Europeia
Olivier Costa; Nathalie Brack

            A crise econômica mundial que se estende desde 2008 tem colocado desafios importantes à integração europeia. Depois de mais de uma década de governos liberais, a Europa se vê confrontada com a necessidade de uma regulação reforçada dos sistemas fiscal e financeiro. A questão é como fazê-lo: cada governo trabalhando separadamente pelo seu país e privilegiando o contexto interno ou os Estados decidindo cooperar e adotar medidas comuns. O que está em questão, portanto, é a própria ideia de regionalismo: é simples manter a união quando a situação econômica é favorável, mas o que se deve fazer quando ela não é? Se os anos 90 foram a década da integração regional, os anos 2000 põem em evidência a crise do regionalismo. Esta obra contribui para a compreensão desse movimento e dos instrumentos disponíveis à Europa para lidar com a crise, seguindo a já tradicional combinação dos métodos comunitário e intergovernamental. O futuro da Europa e da zona do euro é um forte determinante da política internacional da próxima década, na qual a América Latina, unida, pode ter um lugar de destaque.

Tradução: Tânia do Valle Tschiedel
Revisão de conteúdo: Clarissa Franzoi Dri
Capa: Humberto Nunes
Nº de páginas: 270
ISBN: 978-85-205-0635-6
Preço de Capa: R$ 40,00
Departamento editorial e divulgação: (51) 3019. 2102

Editora Sulina/Sul Editores
Tel (51) 3311-4082
Fax (51) 3264-4194

Republica Mafiosa (stricto et lato sensi): nao, nao somos nos...

Pelo menos não ainda, mas faz todo sentido, num caso, e no outro...



A máfia italiana foi considerada por um estudo publicado na Itália como o “maior agente econômico do país”, movendo cerca de 140 bilhões de euros (cerca de R$ 328 bilhões)...

Republica Federativa da Improvisacao; ou Republica Improvisada do Brasil (ou Whatever works...)

O título do filme de Woody Allen poderia ser traduzido, no Brasil, como algo próximo a "seja lá o que deus quiser", isto é, o que der deu, se não der, também não tem importância...
Esse é o mote da maior parte dos administradores, federais, estaduais, municipais.
Mas administradores é uma palavra muito exigente; improvisadores é mais adequada...
Paulo Roberto de Almeida 

Descuidos bilionários

 Editorial O Estado de S.Paulo10 de janeiro de 2012
O Brasil tem bilhões de reais investidos em obras sem possibilidade de uso por falta de um complemento. Outros bilhões serão desperdiçados neste e nos próximos anos, se o planejamento e a execução dos projetos continuarem tão ruins quanto têm sido há muitos anos. Um porto sem via de acesso é tão inútil quanto uma hidrelétrica sem linha de transmissão, uma termoelétrica sem combustível, uma eclusa sem rio navegável ou uma reserva de petróleo sem equipamento de perfuração. Exemplos como esses poderiam parecer casos de ficção em outros países, mas não no Brasil, onde o governo federal se mostra incapaz, há muito tempo, de entregar obras em condições de funcionamento. Em alguns Estados e municípios ainda resta competência administrativa, mas a maior parte do setor público vai muito mal nesse quesito. Isso foi comprovado, mais uma vez, em reportagem publicada no Estado desta segunda-feira.
As eclusas de Tucuruí, segundo a reportagem, custaram R$ 1,6 bilhão e foram inauguradas em 2010, mas só funcionam plenamente em épocas de cheias, porque faltam as obras complementares para tornar o rio navegável. A primeira turbina da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, deverá estar em condições de gerar energia cerca de um ano antes da linha de transmissão estar pronta. O Porto de Itapoá, em Santa Catarina, é um dos mais modernos da América Latina, mas seu uso é limitado porque o governo estadual foi incapaz de concluir 23 quilômetros da Rodovia SC-415.
Todos esses casos - e muitos outros - indicam uma falha fundamental no planejamento e na execução de projetos. Os administradores descuidaram de condições críticas para a conclusão dos trabalhos e para o pleno aproveitamento das obras. Por despreparo, desleixo ou mera incompetência na execução das tarefas de supervisão e de coordenação, deixaram de respeitar a sequência das operações e perderam de vista o objetivo global do investimento.
O descuido ocorreu, em alguns casos, em relação a uma obra complementar - como a via de acesso a um porto ou a linha de transmissão entre a usina geradora e os consumidores da energia. Em outros, em relação ao fornecimento de um insumo, como o combustível necessário a uma termoelétrica. Mas o cardápio de falhas é mais amplo.
O governo federal poderia ter financiado um número muito maior de obras de saneamento básico, nos últimos anos, se mais municípios tivessem capacidade para elaborar projetos. Muito dinheiro ficou parado, por falta de uso, antes de se perceber a importância daquele detalhe: a maior parte das prefeituras simplesmente carece de condições para planejar o investimento. Esse item é um impedimento tão sério quanto o atraso na construção de uma rodovia de acesso ou de uma linha de transmissão.
No caso da exploração do pré-sal, um dos grandes problemas tem sido a incapacidade do governo de fixar prioridades. A Petrobrás tem sido forçada a combinar dois objetivos - a dificílima e custosa exploração do petróleo e do gás localizados em grandes profundidades e a compra de equipamentos com elevado grau de nacionalização. A exigência de 70% de conteúdo nacional tem criado problemas técnicos e de custos e isso tem prejudicado a licitação para compra de sondas de perfuração.
A exploração do pré-sal pode gerar recursos muito importantes para o desenvolvimento do País, mas esse é um empreendimento muito caro e tecnicamente complicado. O governo comete um erro gravíssimo de estratégia, ao torná-lo mais caro e mais complicado para atender a objetivos de política industrial. O correto seria realizar essa política por outros meios, desonerando a produção e procurando tornar as indústrias mais eficientes e mais competitivas. A mistura de objetivos, especialmente quando envolve um empreendimento do porte do pré-sal, é uma inequívoca demonstração de incompetência na fixação de prioridades e na gestão de programas públicos. Essa mesma incompetência se revela também nos investimentos custeados pelo Tesouro, com realização sempre muito inferior à programada e sempre com a transferência de grande volume de restos a pagar de um ano para outro.

O Mercosul acabou? Parece: Argentina cria regime comercial proprio

O título talvez não devesse conter uma interrogante, e sim ser uma simples afirmação.
O que a Argentina está dizendo aos demais parceiros do Mercosul é que ele dá uma banana para o bloco comercial, supostamente uma união aduaneira, ou pelo menos uma zona de livre comércio. Se fosse verdade, a Argentina não poderia impor restrições aos bens e serviços dos demais membros do bloco.
E se ele fosse uma união aduaneira, a Argentina não poderia criar um sistema de regras próprias de importação, esquecendo que existe, supostamente, um Código Aduaneiro e uma Comissão de Comércio, que deveriam reger todas as medidas de política comercial dessa... hum... união aduaneira.
O que vai abaixo é inacreditável, mas parece que o Brasil tampouco se peja em propor mudanças comerciais sem sequer consultar os vizinhos.
Outro dia, por exemplo, o nosso preclaro ministro da Fazenda prometeu que iria mudar a taxação ad valorem sobre produtos importados -- incapaz, segundo ele, de coibir faturas subfaturas, justamente -- para um sistema ad rem, ou seja, alíquotas específicas sobre os produtos, cobrando o que o governo acha que os produtos devem valer, não o que o documento de embarque diz.
Com isso o ministro não apenas volta a 1933 -- quando o Brasil introduziu um sistema anacrônico desses -- como ele ignora completamente que existe uma "coisa" chamada "código de valoração aduaneira".
Parece que não apenas o Mercosul não existe, mas os ministros desconhecem política comercial e regras do sistema multilateral de comércio.
Paulo Roberto de Almeida

Argentina crea un nuevo régimen para importaciones

Infolatam/Efe
Buenos Aires, 10 enero 2012
Las claves
  • los importadores deberán informar de manera anticipada los productos destinados al consumo que quieran ingresar al mercado argentino.
El Gobierno de Argentina informó hoy de la creación de un nuevo régimen para las importaciones de bienes de consumo, en un contexto de crecientes medidas comerciales proteccionistas.
Según una resolución de la Administración Federal de Ingresos Públicos de Argentina publicada hoy en el Boletín Oficial, a partir del próximo 1 de febrero entrará en vigencia el régimen de Declaración Jurada Anticipada de Importación.
Así, los importadores deberán informar de manera anticipada los productos destinados al consumo que quieran ingresar al mercado argentino.
Las autoridades argentinas alegaron que “la disponibilidad de información estratégica anticipada” sobre eventuales importaciones “posibilita una mayor articulación” entre diversas áreas del Estado, “potenciando los resultados de la fiscalización integral que compete a cada una de ellas”.
Según el nuevo régimen, los importadores deberán realizar una declaración jurada anticipada de importación “en forma previa a la emisión de la nota de pedido, orden de compra o documento similar utilizado para concertar sus operaciones de compras en el exterior”.
Tras el inicio de la crisis económica internacional, a mediados de 2008, Argentina ha puesto en marcha diversos mecanismos comerciales para proteger su producción local, como la implementación de licencias no automáticas para la importación y acuerdos con sectores clave, como el automotriz, para balancear importaciones con exportaciones.
Asimismo, ha sido uno de los impulsores dentro del Mercosur (Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay) para la adopción dentro del bloque, en diciembre pasado, de un mecanismo que permita a los socios aumentar temporalmente los aranceles para la importación de ciertos bienes como medida de protección frente a las derivaciones de la crisis global en el comercio internacional.
Según los últimos datos oficiales disponibles, entre enero y noviembre pasado las importaciones realizadas por Argentina ascendieron a 67.933 millones de dólares, con un incremento interanual del 33 por ciento.
En igual período se concretaron exportaciones por 78.000 millones de dólares, con un crecimiento interanual del 25 por ciento, un ritmo de expansión menor al de las importaciones.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Maranhao, vulgo Piorao: a despeito de tudo, pior estado do Brasil...

Não deveríamos mais nos surpreender: a despeito de ter tido presidente, senador, governador, deputado, novamente senador, e de ser representado por um dos homens mais poderosos da República, em todos os tempos, o Maranhão continua a exibir, ano após ano, para onde quer que se olhe, em qualquer área, domínio, terreno, setor, indicador de qualquer coisa, as piores classificações do Brasil, geralmente em último lugar, ou penúltimo, no máximo antepenúltimo (deve ser algum erro estatístico).
Inacreditável: a maior oligarquia política do Brasil, no poder desde mais de meio século, ocupando todos os cargos que é possível ocupar, indicando ministros, funcionários, correligionários, parentes, asseclas e todo tipo de aliado em vários escalões do Poder, consegue produzir os piores resultados absolutos e relativos de todos os tempos em todas as áreas...
Talvez seja por isso mesmo...
Paulo Roberto de Almeida

Sergipe é o Estado com mais médicos atendendo pelo SUS, diz o Ipea

Por Rodrigo Pedroso | Valor, 10/01/2012
SÃO PAULO – O Estado de Sergipe tem a maior concentração do país de médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por mil habitantes, de acordo com o estudo Presença do Estado no Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta terça-feira.
O levantamento aponta que os sergipanos dispõem de 4,2 médicos dando atendimento pelo SUS para cada mil habitantes. Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul, com 4,1 médicos. O Estado com menos profissionais atuando na rede pública é o Maranhão, com 1,3, seguido de Pará (1,5) e Rondônia (1,8). São Paulo é o terceiro colocado, empatado com Minas Gerais, com 3,9 médicos. Na separação por região, Sul e Sudeste possuem 3,9 médicos por mil habitantes, enquanto o Norte apresenta 1,9, o Nordeste 2,4 e o Centro-Oeste, 2,9.
Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, os dados mostram que as regiões Sul e Sudeste concentram mais estrutura de saúde do que o restante do país. “O Estado não atua de maneira homogênea e está mal colocado do ponto de vista de sua presença territorial. O Rio Grande do Sul tem 3,2 vezes mais médicos do que o Maranhão. Os lugares mais pobres não recebem o mesmo tratamento, pois quem é mais rico recebe mais verba”, afirmou.
Em outro levantamento feito a partir de dados de órgãos oficiais, o número de leitos na rede pública de saúde evidencia a desigualdade regional. Enquanto São Paulo detém 18% dos 330.641 leitos do país, o Acre concentra 0,25%. O Estado com menor número é Roraima, com 822 vagas de internação para atender seus 460 mil habitantes.