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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A ignorancia impressa: a reserva constitucional de mercado para jornalistas

O corporatismo tem um brilhante futuro pela frente no Brasil, sobretudo aquele mais ignorante, perverso, idiota, prejudicial e negativo do ponto de vista da boa informação dos cidadãos, como todos nós.
A reserva de mercado do jornalismo de carteirinha, geralmente o mais medíocre, corre o risco de ser constitucionalizada, depois de ter sido ilegalizada pelo STF. Ou melhor, quem corre o risco somos nós, todos nós, já que os ignorantes ameaçam voltar, para maior desgraça da imprensa que ainda ficou livre das amarras do Estado.
Paulo Roberto de Almeida 

Abaixo o diploma de jornalismo

Lucia Guimarães
O Estado de S.Paulo, 13/08/2012
NOVA YORK - Faltei à formatura da minha faculdade. Fiquei pendurada porque tirei nota baixa em estatística, tive de fazer o crédito em recuperação e colei grau sozinha no meio do ano. Confesso que não me recuperei em estatística. Assim como não aprendi jornalismo na escola de jornalismo. Lembro dos professores complacentes, um lacaniano esquisito (pleonasmo?), um comunista feroz, uma preguiçosa que não preparava nada e flertava com alunos.
Só fui boa aluna até o fim do segundo grau. Faltava muito à aula na faculdade porque já trabalhava como repórter. Aprendi o ofício na redação.
Uma vez, não preparei o trabalho final de uma matéria e só me lembrei na manhã da última aula. Lavei um vidro de geleia, datilografei várias palavras e joguei o papel picado lá dentro. Sacudi e entreguei para o professor, dizendo que era um poema concreto. Tirei nota 8.
Obrigar o jornalista a ter diploma de jornalismo é como obrigar um cantor a tomar aula de voz antes de cantar no palco, uma violação da liberdade de expressão. Não que uma boa escola de jornalismo seja inútil, pelo contrário, a da Columbia University, aqui perto, é uma usina de grandes profissionais. Mas é uma escola de pós-graduação, você só é aceito se já escrever num nível cada vez mais raro na nossa imprensa.
As redações eram a lição de anatomia do jornalista da minha geração. Hoje é indispensável aprender técnicas do jornalismo digital. Jornalista deve estudar, acima de tudo, português e se educar em história, literatura, economia, ciência, filosofia e ciência política. Quem chega à redação passou pelo crivo de editores e competiu com seus pares, mesmo por um estágio.
Não compreendo por que um graduado em economia que escreve bem seria impedido de cobrir o Banco Central e substituído por um foca que pode ser facilmente enrolado, já que não decifra a informação financeira. Não fui capaz de questionar porta-vozes do governo quando tive que substituir colegas na cobertura da negociação da dívida externa em Nova York. Não entendia bulhufas dos comunicados.
O senador paraibano Cícero Lucena declarou, orgulhoso, pelo Twitter, que votou a favor da obrigatoriedade do diploma porque "democracia se faz com jornalismo ético, profissional e técnico". Sua excelência vai me desculpar, mas essa frase não passa pelo copidesque. O que tem a democracia a ver com a profissionalização do jornalista? E com sua capacidade técnica de fazer fotografia com foco? A ética começa ainda na primeira dentição, em casa, é aperfeiçoada durante a educação e é fundamental para qualquer profissão.
A democracia se faz com jornalismo, ponto. Quando Thomas Jefferson disse que era melhor ter um país sem governo do que um país sem jornais, a inspiração era o civismo, não o corporativismo. O baixo nível da maioria das escolas de comunicação é que erode a democracia porque joga milhares de jovens iletrados na vala comum do subemprego, fabrica profissionais despreparados para contestar o poder e investigar a corrupção num mundo cada vez mais sofisticado e falsificado pelo marketing. Não foi coincidência Charles Ferguson, ganhador do Oscar de 2011 por Inside Job, ter conduzido as entrevistas mais reveladoras já feitas sobre o crash de 2008. O homem se formou em matemática e fez PHD em ciência política, sabia o que perguntar.
A desculpa usada pelo senador sergipano Antonio Carlos Valadares - empresas de comunicação se opõem ao diploma porque querem contratar mão de obra barata - é absurda. A epidemia de cursos superiores de jornalismo alimenta a distorção de mercado que baixa os salários. Por que só o senador Aloysio Nunes Ferreira teve coragem de apontar a aberração constitucional do voto? Qual o motivo por trás da esmagadora maioria dos votos a favor?
E o que define para esses parlamentares a tal profissão, numa era em que qualquer um munido de smart phone pode narrar e fotografar um atentado no Afeganistão e apertar "enviar"? A diferença é editorial e o público vota no bom jornalismo selecionando onde deposita sua atenção. As empresas de comunicação que quiserem produzir seu conteúdo com mão de obra medíocre e barata terão na exigência do diploma sua maior aliada.
O jornalismo é um bem social importante demais para ficar nas mãos de jornalistas diplomados.

Capitalismo? De Estado? Certamente... - Financial Times


Financial Times, July 9, 2012 7:33 pm

Brazil: After the carnival

Brazilians are starting the debate on whether to embrace a state-led economic model
Drought in Amazon, Brazil, November 2010. The Amazon region faces a dry season every year, but the 2010 drought was the worst in over a century.©Eyevine
A hard walk: while many Brazilians rely on river ferries, much infrastructure of the same vintage is rickety and needs a massive overhaul
Chen Zhizhao, the newest addition to Brazil’s champion football club, Corinthians, already seems at home at the team’s training ground on the edge of São Paulo.
Recruited this year from a club in Guangzhou, southern China, the young footballer has quickly started speaking some Portuguese.

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“Everything is good, the food and the air, the weather is good here,” he says.
Although the club claims he was recruited purely for his talent, most suspect the real role of Mr Chen, the first Chinese player to join a major Brazilian team, is to lift the club’s profile in China so that it can sell its distinctive black-and-white team merchandise there.
Corinthians may not realise it but, through its canny use of an area in which Brazil has a natural competitive edge – football – to tap the Chinese market, the club in its own small way is providing a pointer for a country whose economy suddenly seems to have lost direction.
Elsewhere, exporting success from such kinds of innovation has proved elusive. Over the past decade, Brazil has largely relied on exports of commodities such as soy and iron ore to fuel spectacular economic growth, which peaked at 7.5 per cent in 2010.
But this growth has slowed to a crawl and the world’s second-largest emerging market is expected to expand only 2 per cent this year. Much of its industry, in spite of a seemingly endless series of stimulus measures, has become globally uncompetitive. Only the consumer seems to be holding the fort but even here, there are signs of fatigue. Despite surging growth and investment, infrastructure and education have lagged behind and their weakness has prevented the country from realising its full potential.
After the first decade of the century, in which everything seemed to fall into place for Brazil, policy makers are now abruptly being forced to rethink the country’s strategic direction. The issue at stake: what kind of economy does Brazil want and how big the role of the state should be?
“We want to consume like US consumers, we want to have the public services of the Europeans but we want to grow like an emerging market, so something has to give,” said Ilan Goldfajn, chief economist at Itaú, Brazil’s largest private sector bank.
It is a question troubling not just Brazil but all emerging markets. With the European, US and Japanese models looking battered, there are few global gold standards left to guide policy makers through the gathering storm clouds. Indeed, the next few years will be critical for the direction of the world economy as each of the Bric nations – Brazil, Russia, India and China – is tempted to revert to old socialist or statist habits to protect jobs and markets.
“This is where you’ve got to navigate without a lighthouse,” says Raghuram Rajan of the University of Chicago and a former chief economist of the International Monetary Fund. The challenge, he says, will be for countries to take what has been learnt in the west without “abandoning the western model totally”. “How do you get the good side of markets without being exposed to the underside?”
Much of Brazil’s remarkable run of prosperity was characterised as the “Lula model” of development, named after former President Luiz Inácio Lula da Silva. During his two terms between 2003 and 2010, he saw the size of Brazil’s middle class increase by more than 30m people through welfare transfers, rising salaries and increased consumer credit.

As growth slows focus shifts to the home front

As in Brazil, so in other emerging economies: growth is slowing, and as it slows it is raising serious questions about the economic future of the developing world, writes Stefan Wagstyl. Growth in emerging markets’ gross domestic product will slow this year to 5.7 per cent, from 6.3 per cent in 2011, according to the International Monetary Fund.
That is well above the 1.4 per cent increase forecast for the developed world. But it is a hefty discount to the 8 per cent recorded up to 2008. The decreases are driven mainly by a slowdown in the developed world, principally Europe.
Commodity exporters, headed by Russia, have profited mightily from the price boom that followed the 2008-9 economic crisis. But the recent price fall is starting to hit their economies.
Developing countries also face growing domestic difficulties, however.
In India, for example, decades-old bottlenecks in infrastructure and labour supplies have kept inflation high, forcing the central bank to maintain high interest rates even at the cost of hurting investment. Elsewhere, notably China, Brazil and Turkey, there are concerns that recent loan growth – fuelled by sustained low credit flows from the west – has generated unproductive investments and will trigger rising bad debts.
Policy makers have contained these threats – so far. But slowing growth increases the dangers. Even a slight slowdown can exert a disproportionate impact on sensitive credit-fuelled sectors. Once a few investors run scared, others can quickly follow.
In the long run, the rise of the emerging economies is likely to continue. Investment flows to countries where it can achieve the best returns – and these are still to be found in the developing world with opportunities for low-cost exports and for local domestic market growth.
The developing world’s growing middle classes will not want to be denied their desire for western-level living standards. The pace of emerging market growth is likely to be slower than 8 per cent, however. It will also, most likely, depend less on exports to the rich world and more on emerging-world demand, both within countries and in expanding south-south trade.
However, the adjustment could be hard, especially for countries with poor reform records, not least Russia. Much will also depend on the availability of cross-border credit and investment. The bigger the financial shocks from the eurozone and other as-yet-unexploded financial bombs, the harder the transition will be.
Helped by the windfall of rising commodity prices, the country also tamed its old enemy, inflation, and reaped the benefits of macroeconomic stability, accumulating reserves of more than $370bn. It survived the 2009 economic crisis with gusto, posting the highest gross domestic product growth in decades in 2010.
Furthermore, this year President Dilma Rousseff, a taciturn technocrat compared with Mr Lula da Silva’s rough-edged unionist charisma, pushed unemployment down to record lows of below 6 per cent and increased the minimum salary. This has rewarded her with a staggering personal approval rating of 77 per cent.
But the Lula model, skewed towards state-led consumption, also lacked an effective strategy to increase the capacity of the country’s infrastructure or education systems to handle the surge in growth. Inflation, the nation’s longstanding curse, which hit 2,477 per cent in 1993, began to return, forcing the central bank last year to increase interest rates to levels that brought the party to an abrupt halt.
Brazil’s strong currency also squeezed industry, sending it into recession. Auto companies have begun suspending or laying off workers, while private banks are holding back on lending after defaults hit a record high during May.
“We are exactly in this turning point,” says Mr Goldfajn. “There was a need to decelerate the economy, so wages continued to rise but prices could not follow and that meant margins got squeezed.”
The slowdown, which is being worsened by softening commodity prices and the eurozone crisis, has reopened a debate about why Brazil seems unable to grow faster than its long-term trend growth of about 4 per cent before inflation kicks in.
Perhaps most disturbing is an astonishing lack of international competitiveness of many Brazilian industries, even in sectors that should enjoy a natural advantage.
Gerdau, Latin America’s largest steelmaker, blamed weak profit growth in its latest results on an increase in raw material prices – iron ore, mineral coal and scrap. This is even though Gerdau is based in a country that is one of the world’s biggest exporters of quality iron ore.
The company spoke of the “deindustrialisation” of the steel supply chain in Brazil, as cheap imports from Asia undercut its products. Indeed,Carlos Ghosn, chief executive of Nissan-Renault, complained last year that it was cheaper for him to import steel made in South Korea from Brazilian iron ore, than to buy local products.
Most critics also point to infrastructure, particularly Brazil’s roads and ports, as another impediment. The cost of exporting a container from Brazil is $900, more than double the price from China and 1.5 times that from India. Meanwhile, importing costs are almost triple that of China and nearly double that of India, according to the World Bank.
“It is a disaster, ships sometimes have to stop for 90 days,” Eike Batista, Brazilian oil and logistics billionaire, told an investor meeting this year.
The other huge bottleneck in Brazil is skilled and semi-skilled labour. In the global “Pisa” test measuring average reading and mathematics scores, Brazil ranks near the bottom of the league tables, behind many other developing countries.
Thanks partly to poor education, productivity in Brazil has increased by only 1.5 per cent a year over the past decade compared with 4 per cent in China, according to Marcos Troyjo, of Columbia University.
A shortage of local professionals is now affecting growth industries. Ricardo Guedes, head of recruiter Michael Page in Rio de Janeiro, says some clients in the booming oil industry have been so desperate to fill positions they will pay almost anything. “For a couple of positions, we don’t even mention salary.”
Many of Brazil’s problems, however, are not bad ones to have. They often stem from rapid economic growth, preferable to the stagnation afflicting Europe, the US and Japan.
Indeed, the crisis has cemented a consensus in Brazil about the need for greater investment. At current levels of about 19 per cent of GDP, investment is short of the 22 per cent Brazil needs to expand its economy at about 4 per cent a year.
The government’s response to this issue has been more constructive than in 2009, when it unleashed massive state lending, analysts say. This time it has encouraged the central bank to lower Brazil’s extraordinarily high benchmark interest rate – a legacy of its history of runaway inflation. This has fallen to a record low of 8.5 per cent and is expected to drop further this week.
Lower interest rates will help to foster greater investment in infrastructure. Until now, investors were able to earn such high returns from short-term deposits they had little incentive to invest in riskier, long-term infrastructure projects. In addition, companies could not afford to borrow long term because rates were too high.
“There is a clear perception we need to get the investment going, the difficulty is how,” Itaú’s Mr Goldfajn says.
Among the challenges are an unwieldy government bureaucracy and tax system– even when the funds are available for investment, projects often get stuck because of red tape. Vale, the country’s largest miner, for instance, complains that it takes more than three years to get environmental clearances for its mines.
There is also the problem of a lack of savings. Brazilians only save 16 per cent of GDP, a fraction of the levels in China and India. The Brazilian government is a big part of the problem – it taxes like a European government yet wastes most of it on salaries, pensions and interest payments. Brazilian public revenue is equal to about 36-38 per cent of GDP compared with about 25 per cent in South Korea.
But shrinking government will be hard. As analysts point out, big government is a choice the Brazilian voter has made. Even faced with the decline of the European economies, the average Brazilian is still more likely to opt for a state-led model, such as China, than pure US-style, free-market capitalism.
“It used to be that all of Latin America looked to Europe as its ideal model, and that one day Brazil, Argentina and Colombia would become a Portugal, Italy, Greece or Spain, if it was lucky. But now, given the eurozone crisis, that is no longer the case. And, increasingly, China is becoming a more attractive or plausible model,” says a Brazilian diplomat.
To fill the investment gap, therefore, Brazil must attract foreign capital. Foreign direct investment hit a record $66.7bn last year, up from $48.5bn in 2010, but outsiders will demand adequate returns to continue coming. In the long run, these returns can only come from improvements in productivity. Brazilians and Brazilian companies will need to work smarter and become more innovative.
Private sector initiatives, such as that on display at Corinthians, offer hope. Even here, however, some of the comments from Mr Chen on the differences he has noticed between Brazil and China say much about why South America will not be another Asia anytime soon.
“In China, not much people [are] interested in football. The children are studying too much.”
With additional reporting by John Paul Rathbone and Jonathan Wheatley in London

Petrobras ou PTbras? - Senador Aecio Neves

Haveria muitas outras coisas a dizer, mas estas são algumas, apenas umas poucas, que representam o custo PT para a nação brasileira; e ainda não se somaram todas as perdas para o país de uma gestão calamitosa em todas as esferas da vida nacional. Existe, claro, o custo financeiro, estrito senso, o custo-oportunidade, ou seja, o que se perdeu, e existe o custo moral, este incomensurável.
Paulo Roberto de Almeida 

“PTbras”

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)
Folha de S. Paulo, segunda-feira, 13/08/2012
Nunca antes na história deste país a mais importante empresa brasileira serviu tanto aos interesses do governo e de um partido. O petismo praticamente “privatizou” a Petrobras, colocando em segundo plano os interesses da empresa e do Brasil.
A Petrobras não cumpre metas de produção desde 2003 e, com isso, perdeu receita de R$ 50 bilhões. Os prejuízos com a importação de gasolina e diesel neste ano já somam R$ 2,9 bilhões, valor 239% superior ao do mesmo período de 2011 (R$ 648 milhões).
De quebra, os preços artificialmente baixos da gasolina vêm inviabilizando o etanol. As importações de gasolina aumentaram em 370% em relação ao mesmo período de 2011. Mas as incongruências não param aí: o custo da refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) -projeto em “parceria” com a venezuelana PDVSA, que ainda não aportou nenhum recurso na obra- multiplicou-se por dez, de US$ 2,3 bilhões para US$ 20,1 bilhões.
As refinarias Premium I e II (Maranhão e Ceará), previstas para 2013 e 2015, foram adiadas para 2017. Também em decorrência de atrasos crônicos, o Comperj mantém encaixotados equipamentos sofisticados à espera do porto e da estrada que dariam apoio logístico à obra e que não existem.
A Petrobras comprou uma refinaria em Pasadena (EUA) por US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, quando a ex-sócia adquiriu o ativo por US$ 42,5 milhões sete anos atrás. Trata-se de uma valorização de 2.700%.
O navio-petroleiro João Cândido voltou ao estaleiro Atlântico Sul por erros de projeto e entrou em operação com dois anos de atraso. Há dúvidas sobre as demais encomendas, visto que o sócio detentor da tecnologia -a coreana Samsung Heavy Industries- abandonou a parceria e não há substituto.
Desde o processo de capitalização em 2010, o comportamento das ações da Petrobras ficou abaixo do Ibovespa. Agora, a presidente da empresa, Graça Foster, parece estar disposta a enfrentar os malfeitos herdados pelo petismo do próprio petismo, em uma década de desapreço pela gestão profissional. No entanto uma gestão com os diagnósticos corretos não será capaz de inverter esse quadro de deterioração se não houver uma mudança de orientação do governo DILMA, que é o acionista controlador, em relação à Petrobras.
Garantir maior transparência dos atos e motivações que definem as decisões da empresa é uma das questões que se colocam. Outro bom começo seria combater o aparelhamento a que a companhia vem sendo submetida. Uma empresa estratégica e complexa como ela não pode funcionar como moeda de troca pelo apoio de partidos ao governismo.
O maior desafio é, portanto, acabar com a PTbras e trazer de volta para os brasileiros a Petrobras.

Paraguay debe recurrir al Tribunal de Haya - Mercosur


PARLAMENTO DEL MERCOSUR
DELEGACION DE PARAGUAY
PARAGUAY DEBE RECURRIR A LA HAYA EN RECLAMO DE JUSTICIA

El Paraguay como país libre y soberano debe defender sus derechos ante todas las instancias correspondientes, en particular, la Corte Internacional de Justicia de La Haya y si bien  Argentina y Brasil,  no reconocen ésta jurisdicción para dilucidar  hipotéticas controversias entre Estados soberanos que entren en conflicto, el Uruguay, sí la admite , y de esta forma, constituye una sobrada razón para que Paraguay recurra sin más trámites a este Alto Tribunal en reclamo de justicia, peticionando se declare ilegal  e ilegítima  la decisión de los tres países citados de excluir arbitrariamente al nuestro del MERCOSUR.
La Corte Internacional de Justicia, que funciona desde 1946, es un organismo estructuralmente inmune a las corrientes ideológicas que dominan el escenario político mundial, y su misión se encuadra estrictamente al ámbito contencioso y/o consultivo que los países de la ONU someten a su fuero para su examen y ulterior resolución  de eventuales litigios que los enfrente.
En conocimiento, entonces, que los Tribunales de la ONU se circunscriben a administrar justicia con criterio equitativo e imparcial, no descartándose obviamente  casuales pero remotas liviandades del factor humano, la causa paraguaya, entendemos, será juzgada con la objetividad requerida, lo que entraña un probable éxito de nuestras pretensiones, considerando que en ambos contextos, el juicio político a Fernando Lugo, primero, y su arbitraria consecuencia, la ilegal suspensión  del bloque regional,  el  Paraguay lleva la impronta victoriosa por el volumen de los testimonios y evidencias arrojadas por el inadmisible atropello de Argentina Brasil y Uruguay de las normas regionales y de los mandatos expresos del Derecho Internacional.
Un agravante voluminoso que condena irremediablemente al actual gobierno charrúa, son las expresiones de su presidente, José Mujica, que en plan de justificar la decisión de suspender temporalmente a Paraguay de sus derechos de participar de las deliberaciones de los órganos constitutivos del proceso de integración, comete el garrafal desliz de confesar públicamente que lo político primó sobre lo jurídico, usurpando, con esa rotunda enunciación, la potestad innata del Derecho para ventilar controversias en el MERCOSUR, subordinándolo bastardamente a las conveniencias políticas de los gobernantes de turno. 
La Presidencia de la Delegación  Paraguaya en el Parlamento del MERCOSUR, exhorta al Poder Ejecutivo, que  a través del Ministerio de Relaciones  Exteriores,  a que indefectiblemente instaure una acción contra su homólogo del Uruguay, que, en esta emergencia, cargará con todo el peso de las imputaciones promovidas por el demandante, visto que Argentina y Brasil quedarán exceptuados, salvo que presten su Acuerdo para sentarse en el banquillo de los acusados junto al demandado.
El  caso paraguayo,  dejará a no dudarlo, un precedente de hierro en la  comunidad internacional, forzando a los díscolos líderes que aún perviven en los dos hemisferios a meditar concienzudamente la eventual adopción de medidas que vulneren el Estado de Derecho, quebranten la jurisprudencia Internacional y ofendan el régimen de democracia 
representativa escogida por los miembros de la ONU.Al gobierno  brasileño le refrescamos la memoria: su  país alberga dos sueños dorados, ingresar al selecto grupo económico del orbe, meta parcialmente lograda, e integrar el Consejo de Seguridad de la ONU con carácter permanente, emparejado nada menos que con Estados Unidos, Rusia, China, Francia y Reino Unido de Gran Bretaña,  potencias 
militares del planeta, objetivo todavía  inasequible pero irrenunciable para el ambicioso vecino. La Corte Internacional de Justicia es, al lado de la Asamblea General y el Consejo de Seguridad, uno de los tres pilares institucionales de la ONU, y un fallo dictado por sus autoridades, invariablemente inapelable y de prerrogativa moral mayúscula, indefectiblemente honrará la reputación del inocente, escarneciendo la aureola del culpable, quien  tendrá que forzosamente sufrir las seguras secuelas de sus arrogantes despropósitos y de la inconducta lesiva y violatoria del orden jurídico internacional.

Agosto de 2012
Parlamentario ALFONSO GONZALEZ NÚÑEZ
Presidente

Interventionist Brazil: State acknowledges its inneficiency

Brazil changes tack with new stimulus plan




Brazil's government is set to launch the first in a series of measures that could inject up to $50bn (£32bn) into the economy over the next five years. The first part of the plan, to be announced on Wednesday, includes privatising about 14,000 kilometres of railways and roads.
The privatisation of ports, lower energy costs and incentives for industry will soon follow.
The package is designed to boost what have been disappointing growth levels.
President Dilma Rousseff has invited 50 leading Brazilian businessmen to the capital Brasilia where she will personally launch the new strategy.
In May, she brought the businessmen to the presidential palace - the Planalto - to ask them what was needed to stimulate the economy.
Growth in Brazil is predicted to be under 2% this year, the weakest annual performance since 2009 and a sharp slowdown from an impressive 7.5% rise in 2010.
Rising debt rates Prior to these measures, the government had been counting mainly on rising levels of domestic consumption - fuelled by credit growth and rising income among poor Brazilians - alongside investments by state companies.
Although the previous strategy had helped Brazil become the sixth largest economy in the world in 2011, overtaking Britain, the government has not been able to maintain high growth rates.
The recent weak growth has been attributed mainly to rising debt rates among the population and the global downturn, which reduced demand for Brazilian products.
Expensive energy, poor infrastructure and increasing labour costs - known here as 'Custo Brasil' or the 'Brazil Cost' - have also weighed on growth, analysts say.
Now the government will increase the role played by private investors, who were seen to have lost ground during the government of Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's president from 2003-2010.
President Rousseff was his chosen successor, but she is seen as a tough and pragmatic decision maker when it comes to economic policy.
In February, the government granted three of the largest airports in the country to private companies, hoping to improve overstretched facilities before the 2014 Football World Cup.
Boosting investment Now roads, railways, ports and perhaps other airports will also be privatised. President Rousseff hopes these concessions will also help to improve the country's much-criticised infrastructure.
"The government realized that privatisations are a way to boost investment", says Felipe Salto, an economist at Tendencias, a leading consulting firm in Brazil.
The concessions are expected to attract up to $50bn in investments in five years.
Rousseff is also preparing to lower the price of energy for industry with the abolition of some federal taxes, which could cut the price by 10%.
Further extensive reductions would depend on tough negotiations with governors and politicians across the country.
Economists are worried, however, about a new round of tax reductions for industry that should be announced in the coming weeks.
"Without structural changes, they could even generate demand and short-term growth, but also cause higher inflation", says Mr Salto.
The measures, he says, would also affect the fiscal balance.
"Comprehensive stimulus measures could harm the efforts to bring down public debt, leading to imbalance in government accounts."
Late diagnosis For economist Silvia Matos, professor at Getulio Vargas Foundation, "the new package shows that the government is convinced that the economy faces a structural problem.
"The diagnosis is correct, but took too long to be made."
According to Ms Matos, previous economic steps taken by the government this year, such as reducing taxes on cars, were not enough to lift GDP.
Not even the recent devaluation of the currency, the real, and the progressive reduction in interest rates, have produced significant effects so far.
According to the National Confederation of Industry, 11 of the 19 industrial sectors they were tracking suffered a drop in capacity in 2011, indicating a cooling in industrial activity.
Ms Matos believes the new package will tackle some key economic problems, but says Brazil faces other serious issues such as increased public spending and an inefficient tax system.
Without reforms in these areas, she says, the country's economy will remain vulnerable.

Tragedia educacional brasileira: desempenho recua

Escolas particulares não atingem meta do Ideb

São Paulo é um dos três Estados do País que ficaram abaixo do índice estipulado pelo MEC

Bruno Deiro, de O Estado de S. Paulo, 15/08/2012

No ensino médio da rede particular, 60% dos Estados do País não atingiram a nota mínima esperado pelo governo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para piorar, dois terços dos 20 Estados avaliados em 2009 apresentaram queda ou mantiveram a mesma média no levantamento divulgado nesta terça-feira, 14.
No ensino fundamental, a situação é menos preocupante. No ciclo de 1.ª a 4.ª série, 33% não atingiram a meta e apenas dois Estados tiveram queda de rendimento. Já entre os alunos de 5.ª a 8.ª série, metade das escolas avaliadas melhorou sua média.

Para especialistas, os números do ensino médio são frustrantes pelo fato de não refletir as vantagem que os alunos da rede privada têm em relação aos que estudam em escolas públicas.

A professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP, aponta que a falta de investimentos na atualização dos professores ajuda a explicar o mau desempenho. “As escolas particulares estão em um momento difícil de assegurar clientela e garantir a qualidade que demanda. Cobram mensalidades altas, mas funcionam como empresa e não valorizam o professor”, afirma.
Rede paulista
São Paulo é um dos três Estados do País que ficaram abaixo da meta do governo para escolas privadas nos três níveis avaliados pelo Ideb, ao lado do Distrito Federal e de Pernambuco. Nos últimos dois anos, no entanto, apenas o ciclo da 1.ª a 4.ª série não apresentou melhora na rede paulista.
Acompanhe a cobertura completa do Ideb 2011 no Estadão.edu

A mais gigantesca maquina de corrupcao do Brasil: nunca antes...

De fato, nunca antes na história do Brasil, desde Cabral, tínhamos saído de um modo de produção feudal-fisiológico, atingindo no máximo a escala manufatureira da corrupção, direto para um modo de produção superior de corrupção, o socialismo mafioso, trambiqueiro, operando em vasta escala industrial, com produção em série de falcatruas, fraudes, roubalheiras, extorsões, e todos os demais crimes tipificados no código penal e adjacências.
Sempre nos surpreenderemos com a desfaçatez dos companheiros, ávidos de poder, riqueza, dinheiro, joias, mulheres, jogo (ops, estou derivando para cenário de Las Vegas, com direito a essas máfias de Hollywood, no nosso caso de Cabrobó da Serra...).
Paulo Roberto de Almeida 


O delegado federal Luís Flávio Zampronha, que investigou de 2005 a 2011 a existência do Mensalão do PT, rompe o silêncio mantido nos últimos anos e afirma: "O mensalão é maior do que o caso em julgamento no Supremo Tribunal Federal". Zampronha diz que o esquema era mais amplo nas suas duas pontas, de arrecadação e distribuição. Deveria, afirma, ser encarado como um grande sistema de lavagem de dinheiro, e não só como canal para a compra de apoio político no Congresso.

. O delegado abasteceu de provas o Ministério Público Federal que, em 2006, ofereceu a denúncia ao Supremo. Zampronha manteve seu trabalho na Policia Federal para aprofundar as investigações e identificar mais beneficiários. Deixou o caso em fevereiro de 2011, após entregar relatório pedindo novas apurações.

. Embora evite críticas diretas à Procuradoria, Zampronha revela divergências da Polícia Federal em relação à denúncia em julgamento neste mês no Supremo. Segundo o delegado, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares poderiam ter sido denunciados também por lavagem de dinheiro, o que não foi feito pelo Ministério Público Federal. Na ação a que respondem no Supremo, os dois são acusados de corrupção ativa e de formação de quadrilha (com penas máximas de 12 anos e 3 anos, respectivamente). Para Zampronha, as provas mais robustas contra eles são por lavagem de dinheiro (até dez anos de prisão). Sobre Dirceu, o delegado da Polícia Federal diz:
- Há vários elementos que indicam que ele sabia dos empréstimos e dos repasses para os políticos.

. O delegado diz que o Mensalão do PT "seria empregado ao longo dos anos não só para transferências a parlamentares, mas para custeio da máquina partidária e de campanhas eleitorais e para benefício pessoal dos integrantes"

- O dinheiro não viria apenas de empréstimos ou desvios de recursos públicos, mas também poderia vir da venda de informações, extorsões, superfaturamentos em contratos de publicidade, da intermediação de interesses privados e doações ilegais.

Miseria educacional resplandece no curso medio


Reinaldo Azevedo, 14/08/2012
O governo divulgou os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira) de 2011 dos ensinos fundamental e médio. No primeiro caso, houve um avanço. No ensino médio, tem-se uma tragédia. 

O Estadão Online fez uma síntese dos dados do ensino médio. Leiam. Volto em seguida.
Por Rafael Moraes Moura e José Eduardo Barella:
A qualidade do ensino médio piorou no Distrito Federal e em nove Estados brasileiros, aponta o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Ministério da Educação (MEC). Apesar de a meta nacional ter sido atingida para esta etapa de ensino (3,7), os sistemas estaduais de dez unidades da federação apresentaram índices inferiores aos conferidos na edição de 2009. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estipulou uma meta nacional de 5,2 para ser alcançada no ensino médio em 2021.
Na comparação Ideb-2011 com Ideb-2009, considerando apenas as redes estaduais, caíram de desempenho Rondônia (-0,4), Acre (-0,2), Pará (-0,2), Paraíba (-0,1), Alagoas (-0,2), Bahia (-0,1), Espírito Santo (-0,1), Paraná (-0,2), Rio Grande do Sul (-0,2) e o Distrito Federal (-0,1). O ministro da Educação, Aloizio Mercadante admitiu que o fraco desempenho do ensino médio no Ideb é “um imenso desafio” para o ministério. Segundo ele, os problemas são conhecidos e o governo prepara ações para enfrentá-los. “Um fator claro é a estrutura curricular, muito extensa”, disse. “São 13 disciplinas, que chegam a 19 se consideradas as disciplinas complementares. São muitas matérias.”
Outro fator é o número elevado de estudantes do ensino médio matriculados no ensino noturno. “O rendimento já é comprometido porque muitos desses alunos trabalham e, com tantas disciplinas, eles ficam destimulados”, afirmou o ministro. De acordo com o Inep, a rede estadual é responsável por cerca de 97% da matrícula do ensino médio na rede pública, o que torna a questão uma responsabilidade dos governos locais. O avanço do Ideb no ensino médio é mais lento que o observado no ensino fundamental.
Embora o Ideb do ensino médio tenha subido de 3,6 para 3,7 (considerando todas as redes de ensino), o índice das redes estaduais ficou estável – manteve-se em 3,4. O Ideb da rede privada é de 5,7. A distância do Ideb das redes estaduais para o do sistema privado, que hoje é de 2,3 pontos, já foi de 2,6 pontos, conforme dados do Ideb de 2005. Segunda melhor do País, a rede estadual de São Paulo ficou com 3,9 em 2011, ante 3,6 em 2009. Santa Catarina é a unidade da federação que obteve a maior nota – 4,0; Alagoas, a que obteve a pior – 2,6.
Além de Alagoas, a rede estadual apresenta Ideb inferior a 3,0 em outras cinco unidades da federação: Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe. Os maiores saltos numéricos nos dois últimos Ideb ocorreram nas redes estaduais de Goiás, que passou de 3,1 para 3,6 (aumento de 0,5), e no Rio de Janeiro (0,4), que subiu de 2,8 para 3,2. Na distribuição por regiões, a média dos Estados do Norte (3,1) e do Nordeste (3) fica abaixo da do Centro-Oeste (3,3), Sudeste (3,6) e Sul (3,7). Na rede privada, o maior Ideb no ensino médio é o de Minas Gerais e Paraná, que é de 6,1.

Voltei [Reinaldo Azevedo:]
Sim, leitor, a escala vai de zero a 10, mas não se deve tomar o topo como referência. Considera-se que o patamar 6 já caracterizaria uma educação própria de país desenvolvido. “Então estamos perto!” Não! Estamos longe! Nesse tipo de medição, cada décimo pode levar tempo — às vezes, anos. É preciso deixar claro que as metas do Brasil são bastante modestas e trazem embutido o que eu chamaria de “crime do realismo conformado” (no post seguinte, em que tratarei do ensino fundamental, explico o que quero dizer).
Vejam o retrato do ensino médio no país. A presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante querem despachar esses alunos para as universidades. Como evidencia a lógica elementar, se não há pressão pela melhoria do ensino médio, por que ele vai melhorar? A quase garantia de vaga na universidade, sem qualquer crivo de natureza intelectual, concorre, por óbvio, para o rebaixamento da qualidade do ensino público.
A rigor, à medida que se estreitam as vagas reservadas ao ensino privado — e a lei faz isso de maneira radical —, sabem o que tende a acontecer, e isso também é elementar, lógico e fatal? Um acirramento da concorrência entre as escolas privadas e um distanciamento ainda maior do ensino público. Como não haverá tantas vagas nas universidades públicas para os melhores, esses estudantes, com um desempenho intelectual muito superior ao daqueles que tiveram vagas garantidas nas universidades públicas, migrarão para o ensino privado. Na prática, Dilma e Mercadante estão empurrando a qualidade para as escolas privadas e a mediocridade para as públicas. Não é questão de gosto. É uma lei da física!
Vocês vão se cansar de ler especialistas a apontar problemas no ensino médio e coisa e tal. Outra hora trato do assunto. Acho que o debate está meio vesgo, mas não entro nele agora. Quero destacar o óbvio: sem que se faça, então, uma reforma para valer no ensino médio, como se pode pensar na tal lei de cotas? É uma sandice! Para começo de conversa, escolas no país inteiro — INTEIRO! — deveriam cumprir um currículo mínimo. O Enem poderia ter forçado essa uniformização, mas não está acontecendo. Esse trabalho tem de ser coordenado.
Eis aí. Esses números miseráveis são o resultado da omissão criminosa na área da educação. E Dilma e Mercadante se mostram dispostos a passar o problema, sem resolvê-lo, para o terceiro grau.

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giinternet
Se o resultado do Ideb 2011 para o ensino médio é uma porcaria, o do ensino fundamental não é muito melhor, embora o ministro Aloizio Mercadante não coubesse no bigode ao anunciá-lo. Parecia ser a redenção. Vejam os quadros publicados na Folha Online com a síntese dos dados nacionais do 5º e do 9º anos do ensino fundamental público (atenção para os dados sobre o Rio de Janeiro). Na sequência, leia reportagem da VEJA.com. Volto em seguida.

O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira os novos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, com os resultados de 2011. Em que pese a euforia do ministro Aloizio Mercadante, apressado em vender o estudo como prova de que todos os estados bateram as metas estabelecidas, os números mostram que a educação no Brasil continua lamentável, especialmente a pública. Pelos dados, as notas de mais de 37% das cidades brasileiras nos anos finais do Ensino Fundamental ficaram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Educação para 2011. Não seria tão mau se não fosse a tal meta, por si só, pífia: em média, o MEC esperava que as redes públicas, ao final da 8ª série, fossem capazes de atingir nota 3,7. Mesmo assim, muitas não conseguiram.
Em oito estados – Amapá, Alagoas, Maranhão, Sergipe, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins –, menos de 50% dos municípios atingiram essa nota. No Rio de Janeiro, único estado da região Sudeste nesse grupo, apenas 41,3% das cidades atingiram a meta. Em Roraima, um recorde macabro: nenhum dos 17 municípios foi capaz de chegar aos 3,7. A nota do estado como um todo — 3,6 — foi inferior à nota que havia sido registrada pelo Ideb em 2009 – quadro que se repetiu no Amapá, em Alagoas e no Mato Grosso do Sul. Mesmo na região Sul do país, apenas 60% das cidades atingiram a meta.
Para Priscila Cruz, diretora do Instituto Todos Pela Educação, os números ruins para essa etapa do ensino não surpreendem. São frutos da falta de projeto educacional. “A segunda parte do ensino fundamental é metade gerida pela rede municipal e metade, pela estadual”, explica. “Ou seja, o Ministério da Educação (MEC) não tem projeto para essa etapa, parece terra de ninguém.”
Segundo ela, diversas razões explicam o baixo desempenho dos estudantes nessa fase. Entre elas estão o aumento do número de professores que ministram as disciplinas em sala de aula — grande parte deles, é bom que se registre, sem a especialização adequada — e a fragmentação curricular. “Os últimos anos do ensino fundamental já refletem a grande crise que se observa no ensino médio”, critica Priscila. “Mas ninguém parece disposto a encarar este fato.”
Do total de municípios do país, 73,5% tiveram notas até 4,4 – que são ruins. Na ponta oposta, a da excelência, apenas 1,5% das cidades conseguiram notas superiores a 5,5. Destas, 53 ficam no Sudeste, 20 no Sul e, apenas uma no Nordeste, o heroico município de Vila Nova do Piauí, no estado homônimo do Piauí. Alagoas conseguiu outro recorde negativo: todas as cidades do estado ficaram com notas abaixo de 3,4.
Início do fundamental
Ao comentar os dados dos primeiros anos do ensino fundamental, o governo alardeou o fato de todos os estados terem batido a meta do Ideb. As metas batidas, porém, são diferentes para cada estado e, mais uma vez, mostram abismos entre as regiões do país. Enquanto a região Nordeste precisava atingir a nota média de 3,5; na região Sudeste a meta foi de 5,2. É como se o governo se contentasse em exigir menos das crianças em estados mais pobres, por não acreditar que seriam capazes, ali, de aprender mais.
Destacando a participação individual dos municípios, os dados mostram que 22,3% deles não alcançaram a pontuação esperada. Ao todo, 55,1% das cidades com rede de educação municipal – que no início do ensino fundamental responde por 80% das matrículas do Brasil – tiveram Ideb inferior a 5. As disparidades regionais se mantêm: enquanto Sergipe tem 80,9% das escolas municipais com notas inferiores a 3,7, em Santa Catarina, esse mesmo número não passa de 0,7%. Apenas 674 dos 5.136 municípios do país avaliados conseguiram Ideb igual ou superior a 6, sendo que nenhum deles na região Norte. Onze estão localizados no Nordeste, 25 no Centro-Oeste, 179 no Sul e 459 no Sudeste. 
O governo espera que as cidades se igualem apenas em 2021, quando todas alcançariam nota 6 no Ideb. Para isso, estados como Alagoas, por exemplo, que teve o pior Ideb do Brasil nos anos iniciais (3,5), terão de avançar muito mais rapidamente do que outros como Minas Gerais, por exemplo, onde a nota já chegou a 5,8. Conforme a nota sobe, torna-se mais difícil mantê-la em crescimento, explica Priscila Cruz.
Como o Ideb mede também a taxa de reprovação, a tendência imediata, afirma ela, é que as escolas tentem melhorar o fluxo de seus alunos para conseguir turbinar o desempenho. “A política imediata e mais fácil é aumentar a aprovação, sem que necessariamente venha acompanhada pela efetiva aprendizagem do aluno”, explica Priscila. “De nada adianta passar alunos de série sem que eles tenham aprendido. Melhorar a aprendizagem em todos os níveis, porém, é muito mais difícil”, completa Priscila.
Voltei
Os macrodados já dão uma ideia da maluquice que está em curso no país. É o que chamei, no post anterior, de “crime do realismo conformado”. A meta estabelecida para o Norte e para o Nordeste brasileiros, por exemplo, é a confissão de um gigantesco fracasso. O país aceita de bom grado ter, durante muitos anos, vai se saber quantos, um padrão de educação absolutamente rebaixado nessas regiões – e olhem que o conjunto da obra já é ruim. “Ah, mas refletem as diferenças na economia e coisa e tal.” Eu sei. Por isso mesmo, porque as metas são muito tímidas no que concerne à qualidade, o ministro Aloizio Mercadante deveria ser menos exultante ao anunciar os números. De resto, riqueza do estado não significa maior qualidade na educação – e a inversa também pode ser verdadeira.
Há dados que são a confissão de um vexame. Os números do Rio, por exemplo, merecem qual explicação? No ensino médio, já é o último colocado dos estados do Sul e do Sudeste. No ensino fundamental, o que se tem é um descalabro: no 5º ano, o estado está abaixo de Acre, Rondônia, Roraima e Ceará. No 9º, amarga a 21ª posição entre as 27 unidades da federação. Mas cumpriu a meta, e o ministro Mercadante está feliz.
Vejam agora o resultado nacional para os mesmos 5º e 9º anos do ensino fundamental da escola privada. A diferença é gigantesca, assustadora. Representassem esses números o padrão da educação do país, o Brasil estaria entre as nações desenvolvidas. Volto para encerrar.

Encerro
Critiquei ontem, com dureza, uma matéria notavelmente vesga publicada pelo Estadão. Num esforço evidente de justificar a aloprada lei das cotas sócio-raciais para as universidades federais, cometia-se o desatino de comparar o desempenho de negros das escolas públicas com o de brancos das escolas privadas.
Como o próprio texto evidenciava, a questão da cor da pele não tinha peso nenhum na diferença. O achado percentual refletia, por óbvio, diferenças regionais. A grande disparidade não estava entre negros e brancos, mas entre alunos da rede pública e da rede privada. Aí Dilma e Mercadante tiveram uma ideia: vamos garantir aos nossos alunos da escola pública o acesso à universidade, ainda que eles não saibam quase nada.
É a revolução na educação de modelo petista. Entre ser justo e ser justo com quem não sabe, o partido escolhe a segunda opção. Por isso o socialismo foi um sucesso no mundo!


Miseria educacional brasileira avanca na graduacao (e vai chegar na pos)


Governo aumenta vagas nas federais, mas falta infraestrutura nos campi
O Estado de São Paulo, 14/08/2012

O Reuni, lançado em 2007 para reestruturar as universidades, fez crescer em 63% o número de vagas entre 2006 e 2010; no entanto, deixou as instituições sem bibliotecas, laboratórios e salas de aula.
Lançado pelo governo federal em 2007 com a missão de reestruturar universidades e ampliar o acesso dos brasileiros ao ensino público superior, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) cumpriu a segunda parte das promessas.

O número de vagas oferecidas anualmente aumentou 63%, passando de 148.796, em 2006, para 242.893, em 2010 - dado mais recente do Ministério da Educação (MEC). Os investimentos em infraestrutura, porém, não chegaram junto com os alunos. As primeiras turmas dessa expansão estão deixando as universidades depois de atravessarem o curso com bibliotecas desabastecidas, sem aulas em laboratórios, salas superlotadas e professores assoberbados. O MEC admite problemas, mas alega que eles ocorrem por causa do pioneirismo do Reuni, "um dos programas de maior sucesso da história da educação do País".

Os problemas se multiplicam pelo País. São aulas em contêineres, em porões, laboratórios improvisados em banheiros, falta de restaurantes universitários. A estudante de terapia ocupacional, Larissa Reis, de 19 anos, conta que está no terceiro semestre da faculdade e tem aulas em laboratório a cada 15 dias.

"É muita gente e o professor divide a turma em duas. Ele dá a mesma aula duas vezes", conta. Larissa é estudante do campus de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB), que funciona provisoriamente em 13 salas de uma escola de ensino médio. O barulho dos adolescentes atrapalha as aulas. "Não é o que eu esperava. É tudo muito precário."

O campus de Ceilândia é voltado para cursos de saúde. "Tinha um mini laboratório com três microscópios. Três estudantes utilizavam os instrumentos e instalaram um telão do lado de fora e uns viam os que outros estavam fazendo, mas não tinham a prática", diz Lucas Brito, de 21 anos, aluno de Serviço Social.

Segundo ele, neste semestre está se formando uma turma de Fisioterapia que não teve aula prática, só teórica, por meio de slides. "As pessoas vão se formar sem a mínima segurança de que possam atender", afirma.

Risco - Professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro elaboraram um dossiê com fotografias e o encaminharam ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). As imagens mostram salas de prédios recém-construídos com rachaduras, órgãos de animais cobertos por larvas, por falta de formol, e a fachada do campus principal deteriorada - a reitoria informa que as rachaduras não oferecem risco e a obra nos prédios antigos estão para ser licitadas.

O professor de anatomia animal da Rural Luciano Alonso diz que os alunos são obrigados a lidar com peças de animais apodrecidas, por falta de material para conservação. "Técnicos, alunos e professores se expõem a pegar infecção por manusear peças sem condições. O material para manutenção não chega, porque o sistema de compras é falho, a solução usada no preparo das peças perde o poder de conservação. As peças exalam mau cheiro, têm larvas de mosca. Descartamos quando chega no limite", conta. "A reitoria abriu espaço para discutirmos os problemas. A questão é que o governo impõe metas às universidades, que não têm condições de seguir aquele cronograma."

A falta de estrutura e de professores levou alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro a decretarem greve em abril, no campus de Macaé, norte fluminense. "Somos a primeira turma. O curso está sendo construído com a gente. Até a metade do primeiro período, só tínhamos um professor, de bioquímica. Todo período começa com atraso porque a universidade não contratou professores", conta Larissa Costa, aluna do sexto período.

Até agora, os estudantes não tiveram aula em laboratório de anatomia com cadáveres nem em hospital de referência. "A essa altura, nós precisávamos estar inseridos no atendimento hospitalar", lamenta. Os alunos do 5.º e 6.º períodos foram transferidos para o Rio e não se sabe se vão concluir o curso no campus sede. A reitoria informou que o laboratório de anatomia em Macaé ficará pronto em três meses.

MEC defende projeto, onde investiu R$ 9 bilhões

O Ministério da Educação (MEC) vai elaborar um estudo para avaliar a situação dos profissionais egressos das instituições federais, que se formaram nas primeiras turmas da expansão universitária promovida pelo governo federal. O secretário de Educação Superior, Amaro Lins, disse que não acredita que esses primeiros formados serão prejudicados pela falta de estrutura que enfrentaram ao longo do curso. "Não são profissionais que precisam de recall", afirmou.

Lins reconhece que as primeiras turmas enfrentaram maior dificuldade, mas defende o Reuni como um dos projetos "de maior sucesso da história da educação do País". Desde 2006, foram investidos mais de R$ 9 bilhões no programa. Quatorze novas universidades foram criadas, 126 campi construídos e 1.128 novos cursos abertos.

Lins afirma que, ao longo da história, "os pioneiros tiveram reconhecimento pelo que fizeram e enfrentaram dificuldades maiores por estarem inaugurando um processo". A mesma coisa, afirma, ocorreu com a expansão das universidades: alguns enfrentaram maiores dificuldades. "Mas mesmo que tenhamos tido dificuldade com infraestrutura, a qualidade oferecida nos novos campi, por conta da tradição das universidades federais, é muito acima da média do que é oferecido no País", disse.

Lins acredita que a estratégia do Reuni - expandir, mesmo antes de a infraestrutura estar pronta - foi acertada. "Sete anos atrás a universidade brasileira estava completamente desprovida de infraestrutura. A verba de custeio não dava para pagar conta de energia. Não tinha pessoal, o quadro estava defasado. Hoje estaríamos pagando um preço alto se esses jovens não tivessem tido acesso à universidade", afirmou.

Dossiê de sindicato dos professores retrata precariedade

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) está preparando um relatório sobre as dificuldades enfrentadas em universidades federais após o Reuni. O documento contém relatos de professores e fotografias, como a de um laboratório improvisado dentro de um banheiro, na Universidade Federal do Pampa.

"O Reuni chegou a uma universidade que já enfrentava problemas, como a falta de professores e laboratórios sucateados. Essas questões foram aprofundadas. O Reuni vem com ideia de reestruturar a universidade, mas, na verdade, só ampliou o número de alunos e tornou mais precário o trabalho docente", diz Marinalva Oliveira, presidente da Andes.

O relatório também critica o campus de Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas, que fica ao lado de um presídio. Um prédio de hotel desativado foi alugado pela Universidade Federal do Oeste do Pará, para abrigar os alunos do campus de Santarém. "É um hotel abandonado, sem condições de abrigar cursos universitários", diz Marinalva.

A professora Kátia Lima, da Escola de Serviço Social e Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, defendeu tese de doutorado sobre o impacto do Reuni. "A explosão do número de vagas discentes nas universidades federais sem a necessária ampliação das vagas docentes é um dado alarmante", diz.

Ela cita algumas instituições, como a Universidade Federal Tecnológica do Paraná, que ampliou em 601% o número de vagas, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (313%) e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (277%).

Defesa - O decano de Ensino e Graduação da UnB, José Américo Saad Garcia, defende o programa do governo federal. "O Reuni, para nós, foi uma maravilha. Passamos vários anos sem ter condição de contratar professor, de ter sala decente. Estava um caos. Não posso questionar, muito menos reclamar. O Reuni foi nossa salvação."

Ministerio do Atraso Educacional nao consegue efetivar cotas raciais

Não por que não concorde com o princípio racista, que fique bem claro, mas é porque as instituições são tão incompetentes que não conseguem implementar qualquer coisa, contra ou a favor, para brancos ou para negros, à direita ou à esquerda, ou seja, a ineficiência vence até a ideologia mais obscura, obtusa e idiota.
Paulo Roberto de Almeida 

MEC quer prazo maior para que regra de cotas entre em vigor
O Globo, 14/08/2012

Ministério também deverá recomendar que a presidente vete o artigo que estabelece que o critério de seleção dos alunos cotistas seja o coeficiente de rendimento, obtido por meio da média das notas registradas pelo aluno no ensino médio.
O Ministério da Educação (MEC) deve sugerir à presidente Dilma Rousseff que vete o prazo de quatro anos para que as universidades e institutos técnicos federais garantam pelo menos 50% das vagas para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Dentro dessa reserva haverá cotas sociais e raciais. O prazo é considerado curto para que as instituições de ensino se adaptem às regras.

Projeto aprovado pelo Senado determina que, no primeiro ano de vigência da lei, as universidades e institutos técnicos garantam 25% das vagas para os alunos com o perfil exigido. Caso a presidente aceite a sugestão de veto, o MEC deverá regulamentar um novo prazo. Dilma tem até o dia 29 para sancionar o projeto de lei.

O MEC também deverá recomendar que a presidente vete o artigo que estabelece que o critério de seleção dos alunos cotistas seja o coeficiente de rendimento, obtido por meio da média das notas registradas pelo aluno no ensino médio. O MEC propõe que o critério seja a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) é contra a fixação de uma regra nacional para as cotas e considera que o projeto fere a autonomia universitária no processo de seleção. Mas não pretende entrar na Justiça contra a lei.

"A Andifes entende a importância dos programas de ação afirmativa, e boa parte das universidades já adota sistemas de cotas. Esses programas devem ser definidos a partir da autonomia universitária, valorizando especificidades locais. Esse projeto é uma tentativa de uniformizar o que é diverso e mexe no que está dando certo", afirmou o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Questionamento na justiça - A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), por outro lado, planeja entrar com uma ação na Justiça contra a lei. A preocupação é com os alunos dos colégios privados, que ficariam desestimulados com o vestibular. Para a Fenep, as oportunidades de acesso às universidades devem ser iguais para todos, e o que precisa mudar é a qualidade do ensino público.

O projeto estabelece que as vagas reservadas para alunos de escolas públicas serão preenchidas por autodeclarados negros, pardos e indígenas, de acordo com sua distribuição em cada estado da Federação, segundo o IBGE. E metade dessa cota será destinada a estudantes oriundos de famílias com renda até um salário mínimo e meio per capita, ou seja, R$ 933.

As regras também valem para as instituições de ensino técnico federal de nível médio. Nesse caso, 50% das vagas serão destinadas a alunos que cursaram o ensino fundamental em escola pública. Também haverá os mesmos critérios de cotas racial e social.

O projeto foi aprovado pelo Senado em votação simbólica, sem registro nominal, o que acontece quando não há polêmica. O único que discursou contra foi o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), para quem a proposta fere a autonomia universitária. Ele argumentou que já há experiências bem-sucedidas de cotas adotadas em algumas instituições de ensino.