O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 27 de março de 2014

ENGOs, TUNGOs, IPOs, BINGOs e YOUNGOs: nao sabe o que sao? A nova esquerda -

Why Can't the Left Govern?

The Left can win elections. Why can't it run a government?

By 
The Wall Streeet Journal, March 27, 2014

Surveying the fall in support for the governments of Barack Obama, New York City's progressive Mayor Bill de Blasio and France's Socialist President François Hollande, a diagnosis of the current crisis begins to emerge: The political left can win elections but it's unable to govern.
Once in office, the left stumbles from fiasco to fiasco. ObamaCare, enacted without a single vote from the opposition party, is an impossible labyrinth of endless complexity. Bill de Blasio's war on charter schools degenerated into an unseemly attack on poor New York minority children. François Hollande's first act in 2012, like a character in a medieval fable, was to order that more tax revenue be squeezed from the French turnips.
Getty Images
Mr. Obama's approval rating is about 43%, Mr. de Blasio's has sunk to 45% after just two months in office, and Mr. Hollande hit the lowest approvals ever recorded in the modern French presidency. The left inevitably says their leaders failed them. The failure looks self-inflicted.
Three European academics asked themselves recently how 19 United Nations summit meetings have been unable to produce a treaty on global warming. Why the cause of climate change has fallen apart is described in "Melting Summits," a paper and cautionary tale just published in the Academy of Management Journal by Elke Schüssler of Germany, Charles Clemens Rüling of France and Bettina Wittneben of the U.K.
No idea in our time has had deeper political support. Al Gore and John Kerry have described disbelievers in global warming as basically idiots—"shoddy scientists" in Mr. Kerry's words. But somehow, an idea with which "no serious scientist disagrees" has gone nowhere as policy. The collapse of the U.N.'s 2009 Copenhagen climate summit was a meltdown for the ages.
In an interview with the Academy of Management about her paper, Bettina Wittneben of Oxford University, who supports a climate-change treaty and has attended 13 climate meetings, summarized the wheel-spinning: "Sometimes I just find myself shaking my head after talking to participants in recent COPs [the U.N.'s climate meetings]. They'll come back from the meetings simply brimming with enthusiasm about the networking they've done, the contacts they've made, the new ideas about their research they had or the new angles to lobbying they thought of. But ask what progress was made in terms of global policy initiatives, and all you get is a shrug."
Put differently, it's not about doing something serious about global warming. It's really all about them (a virus threatening American conservatism as well). The "them" at the U.N. summits included not just the participating nations but a galaxy of well-financed nongovernmental organizations, or NGOs.
They travel under their own acronyms. The environmentalists are ENGOs, the trade unions are TUNGOs, indigenous peoples are IPOs, business and industry are BINGOs and women, gender and youth groups are YOUNGOs.
These are the left's famous change agents. The authors dryly describe what they actually do as "field maintenance." Instead of being "catalysts for change," they write that "more and more actors find COP participation useful for their purposes, but their activity is increasingly disconnected from the issue of mitigating climate change."
And little wonder. The failed efforts to get the global-warming treaty done reflect the issue's departure from anything practical. It's impossible to read this history of global warming's demise without hearing resonances of ObamaCare's problems.
The text of the climate-change treaty at Copenhagen in 2009 included "thousands of 'brackets,' or alternative wordings." A participant described the puzzle palace: "There are more and more parallel processes, and everything must be negotiated at the same time. The number of . . . negotiation issues has increased and many of these issues . . . are discussed in different places at the same time. . . . Very few people understand the whole thing." Maybe they could just pass it to find out what's in it.
One organization specialist calls this phenomenon "social deadlock." ObamaCare is social deadlock. But the American left keeps doing it. This isn't the 1930s, and smart people on the left might come to grips with the fact that the one-grand-scheme-fits-all compulsion is out of sync with the individualization that technology lets people design into their lives today.
Rather than resolve the complexities of public policy in the world we inhabit, the left's default is to simply acquire power, then cram down what they want to do with one-party votes or by fiat, figuring they can muddle through the wreckage later. Thus the ObamaCare mandates. Thus candidate de Blasio's determination, cheered on by the city's left-wing establishment, to jam all its kids through an antique public-school system. The ObamaCare mandates are a mess, and the war on charter schools is an embarrassment.
Making the unworkable work by executive decree or court-ordered obedience is one way to rule, and maybe they like it that way. But it isn't governing.

O escandalo da Petrobras e uma unica conclusao: una stessa famiglia

Lendo alguns dos documentos disponíveis sobre o caso -- mas é apenas um dentre múltiplos, provavelmente, dezenas de casos -- mais recente do gênero, que podem ser consultados neste site:



e observando os movimentos na área política -- que podem até resultar numa CPI, mista ou restrita ao Senado, mas que, como das vezes precedentes, não vai dar em nada de significativo para os companheiros -- cheguei à conclusão definitiva de que não estamos sob um regime de partido, mas sob a férrea hegemonia de uma clique, ou se vocês preferirem, a uma associação para delinquir, na qual todos se protegem entre si, e protegem ao grupo, considerado uma família (nada que já não se conheça, na história e na literatura), que vai ser difícil desalojar de suas posições fortificadas.
Paulo Roberto de Almeida

Brasil dos companheiros: Recuando na economia - Alexandre Schwartsman

Imunes

Mencionei rapidamente em coluna recente um dado alarmante: a poupança nacional caiu de 14,6% para 13,9% do PIB entre 2012 e 2013. Mais alarmante, porém, é notar que essa tendência prevalece há alguns anos. Mesmo sem jamais ter atingido níveis particularmente elevados, a poupança, medida como proporção do PIB, caiu praticamente cinco pontos percentuais a partir de 2008, ou seja, um ponto percentual do PIB a cada ano, em média.
Parte dessa queda reflete o estímulo ao consumo das famílias, visto dentro do governo não só como um “motor” do crescimento mas provavelmente também como garantia de apoio político. A bem da verdade, as pessoas derivam satisfação do consumo; a produção, como bem expresso pela Bíblia (“com o suor do teu rosto comerás o teu pão” Gen. 3-19), é a contrapartida necessária, nem sempre bem-vinda, do consumo crescente. Entre 2008 e 2013, o consumo das famílias cresceu a uma taxa média de 4,2% ao ano; já o PIB, apenas 2,6% anuais, reduzindo em três pontos percentuais a taxa de poupança.
Por outro lado, o aumento do consumo do governo “roubou” cerca de dois pontos percentuais da taxa de poupança no período, sem, é claro, nenhuma contrapartida visível (ou mesmo invisível!) na qualidade dos serviços públicos.
Esses dois desenvolvimentos são a expressão mais clara do modelo de crescimento baseado no consumo. Seus limites, porém, também são óbvios. Como o investimento tem sido baixo, pouco inferior a 19% do PIB em média, a criação de capacidade foi modesta.
Some-se a isso a expansão medíocre (e em franca desaceleração da produtividade) e temos o quadro que hoje caracteriza a economia brasileira. Mesmo com crescimento médio que dificilmente superará 2% ao ano no atual mandato, há sinais consistentes de estresse sobre a capacidade produtiva.
A resistência da inflação –apesar de recursos cada vez menos disfarçados a controles de preços– é sintoma claro desse problema. Em que pesem flutuações de curto prazo, expectativas ainda sugerem que esta atingirá algo em torno de 6% neste ano, a despeito da elevação da Selic e das resistências em permitir tarifas públicas realistas.
A recusa em enfrentar os problemas apenas aumenta o custo futuro do ajuste
Já a redução expressiva do saldo da balança é a outra expressão concreta do estresse provocado pela discrepância entre a ênfase ao consumo, público e privado, e as dificuldades à expansão da produção.
E, antes que venham dizer que se trata de um problema associado às importações de petróleo, noto que: 1) mesmo descontando o efeito dessas importações, permanece a redução do saldo comercial; e (mais importante) 2) o aumento das importações de petróleo também reflete, em boa parte, o descompasso entre o consumo e a produção, apesar das promessas de autossuficiência energética divulgadas quando da descoberta das jazidas do pré-sal.
Ainda que esses desenvolvimentos estejam longe de caracterizar uma crise, cresce a percepção de que o atual conjunto de política econômica não poderá ser sustentado por muito mais tempo.
Entre os que compartilham esse diagnóstico, há quem acredite que a mudança de rumo tenha data marcada para 1º de janeiro de 2015, independentemente de quem seja eleito.
Permaneço cético. No cenário político mais provável (a reeleição), tanto as crenças profundamente enraizadas sobre as “virtudes” do atual modelo quanto os interesses econômicos encastelados nas proximidades do governo devem se manter como forças contrárias à mudança.
A tendência, portanto, é de aprofundamento do estresse nos próximos anos, até que o peso dos desequilíbrios acabe por tornar a mudança imperativa. Quando, porém, essa alteração ocorrer, as condições, quase que por definição, serão menos favoráveis que as prevalecentes hoje ou no futuro próximo.
A recusa em enfrentar os problemas apenas aumenta o custo futuro do ajuste. Vimos isso nos últimos anos –quando desperdiçamos nossas chances– e veremos de novo. Imunidade ao aprendizado acaba saindo caro.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26/03/2014

Brazil: From Dictatorship to Democracy (1964-2014) - Brown University

Um seminário na Universidade de Brown, do qual devo participar...
Paulo Roberto de Almeida

 Brazil: From Dictatorship to Democracy (1964-2014) 
A Brown Student and Alumni Conference and International Symposium 
April 9-12, 2014 
Watson Institute for International Studies, Brown University 
111 Thayer Street, Providence, Rhode Island 

Wednesday, April 9 
12:00-1:30 “The Upcoming Brazilian Elections” 
Argelina Maria Cheibub Figueiredo, Rio de Janeiro State University 
Brown Bag Lunch (reservations required: <brazil@brown.edu>) 
3:00-5:20 Movie: The Day That Lasted Twenty-one Years (2013) 
Panel discussion with Camilo Tavares, Director, and José Itzigsohn, Brown University 

Thursday, April 10, 2014 
9:00-3:50 Thomas E. Skidmore Student and Alumni Conference on Brazil (See page three) 
4:00 Opening Ceremony 
Chair: James N. Green, Director, Brown Brazil Initiative 
• Richard M. Locke, Director, Watson Institute for International Studies 
• Cézar Amaral, Ambassador, Brazilian Consulate, Hartford, CT 
• Richard Snyder, Director, Center for Latin American and Caribbean Studies 
• Nelson Vieira, Chair, Department of Portuguese and Brazilian Studies 

4:30 Inauguration, Opening the Archives Project 
Chairs: Patricia Figueroa, Curator, Latin American Collection, Brown University Libraries 
André Pagliarini, Graduate Student, Brown University 
• Harriette Hemmasi, Brown University Librarian 
• William Meyer, Executive for Research Services, U.S. National Archive and Records Administration 
• Sidnei J. Munhoz, Professor, State University of Maringá, Paraná; Project co-sponsor 
• “Working in the Archives,” Ben Vila ‘15 and Erika Monouselis, ‘15 

5:30 Keynote Lecture 
“The 1964 Coup and the Recent History of Brazil” 
Carlos Fico, Federal University of Rio de Janeiro 

6:30 Reception, Foyer, Watson Institute 

Friday, April 11, 2014 
8:30-9:00 Light Breakfast, Watson Institute 
9:00-11:00 Panel I: Governance during Dictatorship and Democracy 
Chair: Geri Augusto, Brown University 
• João Roberto Martins Filho, Federal University of São Carlos 
• Paulo Roberto de Almeida, diplomat, University Center of Brasília. 

• Glenda Mezarobba, Advisor to the Brazilian National Truth Commission

11:00-1:00 Panel II: Economic and Social Development with Inclusion and Equality? 
Chair: Richard Snyder, Director of Center for Latin American and Caribbean Studies 
• Werner Baer, University of Illinois, Urbana-Champaign 
• Lena Levinas, Federal University of Rio de Janeiro 
• Rebecca Weitz-Schapiro, Brown University 

1:00-2:00 Lunch, Watson Institute Library, 3rd floor

2:00-4:00 Panel III: The Dictatorship and Its Legacies 
Chair: Anani Dzidzienyo, Brown University 
• Benito Schmidt, Federal University of Rio Grande do Sul 
• Kenneth Serbin, University of San Diego 
• Amy Nunn, Brown University 
• Ann Schneider, Human Rights Violators and War Crimes Center 

4:00-4:30 Coffee Break 
4:30-6:30 Panel IV: Forms of Cultural Resistance 
Chair: Nelson Vieira, Brown University 
• Tania Pellegrini, Federal University of São Carlos 
• Daria Jaremtchuk, University of São Paulo 
• Christopher Dunn, Tulane University 
• Marcos Napolitano, University of São Paulo 

7:00-9:00 Dinner at the Brown Faculty Club for Symposium Participants 

Saturday, April 12, 2014 
8:30-9:00 Light Breakfast, Watson Institute 
9:00-11:00 Panel V: Social and Political Movements in Authoritarian and Democratic Regimes 
Chair: Keisha-Khan Perry, Brown University 
• Victoria Langland, University of Michigan, Ann Arbor 
• Bryan Pitts, Duke University 
• Manuela Picq, Institute of Advanced Studies, Princeton 

11:00-11:15 Coffee Break 
11:15-1:15 Panel VI: Environmental Justice and Society 
Chair: Chris O’Neill, Brown University 
• Margaret Keck, Johns Hopkins University 
• Kathy Hochstetler, Waterloo University 
• Leah VanWey, Brown University 

1:15-2:15 Lunch, Watson Institute Library, 3rd floor 
2:15-4:30 Panel VII: Expanding Democracy during the Dictatorship and Afterward 
Chair: Roquinaldo Ferreira, Brown University 
• Keisha-Khan Perry, Brown University 
• Marlon Weichert, Regional Prosecutor, Federal Public Ministry of Brazil 
• Michel Gherman, Federal University of Rio de Janeiro 

4:30-4:40 Awarding of Thomas E. Skidmore Best Student Presentations 
4:40-5:00 Closing Remarks: James N. Green, Brown University

Sponsored by: The Brazil Initiative, Brown 250th Anniversary Celebration Fund, Center of Latin American and Caribbean Studies, Dean of the College, Department of History, Department of Portuguese and Brazilian Studies, A Família Fund, Office of Global Engagement, Watson Institute for International Studies

Thomas E. Skidmore Student and Alumni Conference on Brazil (1964-2014) 
Thursday, April 10, 2014, Joukowsky Forum, Watson Institute for International Studies 
8:30-9:00 Light breakfast, Watson Institute 

9:00-9:15 Conference Opening 
James N. Green, Director, Brazil Initiative, Brown University 
Mateus Baptista, Organizer, Thomas E. Skidmore Student and Alumni Conference 

9:00-10:20 Panel I: The 1964 Coup d’état and its Aftermath 
Abigail Jones, ’06, “Lincoln Gordon’s Evolving Discourse” 
William Janover, ’15, From ‘Red is Red’ to ‘We Cannot Be Silent’: An Analysis of the Evolution of Latin America Calls!, 1963-1970 
Cos Tollerson, ’12, “In Search of Support from the Western Bloc: The Brazilian Military 
Regime’s Evolving Discourse on Western Exceptionalism” 
Commentator: Bryan Pitts, Duke University 

10:20-10:30 Coffee Break 
10:30-11:50 Panel II: Resistance, Repression, and Political Openings 
Andre Pagliarini, Graduate Student in History, Brown University, “‘De onde? Para onde?’ New Social Movements and the Debate over Brazil’s ‘Civil’-Military Dictatorship” 
Lanna Leite, ’14, “Maria Auxiliadora Lara Barcelos: A Portrait of a Brazilian Revolutionary” 
Natan Zeichner, ’06, Graduate Student in History, New York University, “Exploring Radical Political Identities in Brazil During the End of the Military Dictatorship, 1976-1985” 
Commentator: João Roberto Martins, Filho, University Federal de São Carlos 

12-1:00 Lunch, Watson Institute Library, 3rd floor 
1:00-2:20 Panel III: Popular Movements, Exile, and Democratization 
Emma Wohl, ’14, “The Marks of Memory: Grassroots Activism and Transitional Justice in Brazil, from Abertura to the Truth Commission” 
Meg Weeks, ’10, “‘Urbanization Yes! Removal Never!’: Favela Removal and Popular Resistance in Rio de Janeiro during the Brazilian Military Dictatorship” 
Benjamin Legg, Graduate Student, Portuguese and Brazilian Studies, Brown University 
“Henfil's American Illusion” 
Commentator: Ann Schneider, Historian, Human Rights Violators and War Crimes Center 

2:30-3:50 Panel IV: Post-dictatorial Brazil/ 
Michael Hoffmann, ’14, “Democratization and the Politics of Equality: Herbert Daniel’s 1986 Campaign for Deputado Estadual” 
Sam Novacich, ’08, “Uncertain Futures: Strategic Prudence and Local Understandings of Public Security Policy in Mangueira, Rio de Janeiro” 
Sílvia Cabral-Teresa, Graduate Student, Portuguese and Brazilian Studies, Brown University, “Newspapers as Political Agents: The Instability of Brazil's Post-dictatorship and Pre-constitution Period, 1985-88”
Commentator: Manuela Picq, Institute of Advanced Studies, Princeton 

Sponsored by: Dean of the College and the Departments of History and Portuguese and Brazilian Studies. 
3/13/14

Regime militar: Opening the Archives Project, Brown University

Um projeto importante, que visa revelar uma parte da documentação diplomática e de inteligência dos arquivos americanos sobre o regime militar brasileiro, ainda que possa reforçar a percepção, equivocada, de que o "golpe começou em Washington", como já escrevia, pouco depois do golpe de 31 de março de 1964, o jornalista Edmar Morel.
Para consultar o material, cujo sumário reproduzo mais abaixo, siga este link: 

http://library.brown.edu/openingthearchives/

Para uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre esse projeto, veja este link: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1430924-site-publica-10-mil-documentos-americanos-sobre-a-ditadura-no-brasil.shtml 

The Opening the Archives Project is a joint effort by Brown University and the Universidade Estadual de Maringá, Paraná, Brazil to digitize and index 10,000 U.S. State Department documents on Brazil from 1963-73 and make them available to the public on an open-access website.

Enter the Brown Digital Repository to search through the digital archive. Additional documents are still being uploaded.

The Opening the Archives Project is an ambitious undertaking organized by Brown University and the Universidade Estadual de Maringá, Paraná, Brazil to systematically digitize and index thousands of declassified documents in the U.S. State Department archives related to Brazil from 1960 to 1980, and to make them available on mirror websites at both universities. These websites will also feature several thousand pages of CIA intelligence reports previously available exclusively at the National Archives II facility in College Park, MD.
To accomplish this task, the Opening the Archives Project partnered with the U.S. National Archives and Records Administration (NARA), the Brazilian Arquivo Nacional, and the National Security Archive at George Washington University in a joint effort to preserve crucial documentation by creating digital copies accessible online.
During the summer of 2013, a team of undergraduates from Brown University and the Universidade Estadual de Maringá scanned 9,872 U.S. State Department documents on Brazil produced between 1963 and 1973, about half of NARA’s holdings for the period under consideration. The period from 1964 to 1969 was especially turbulent and historically significant in twentieth-century Brazilian history. For that reason, the Opening the Archives Project decided to concentrate on this particular five-year time span for the first phase of operations.
This project, with the critical support of the Brown University Libraries, will substantially increase open access to an important source of primary documents, facilitating the reconstruction of the history of U.S.-Brazil relations from 1960 to 1980 for researchers around the world. The Opening the Archives Project reflects Brown’s deep academic commitment to Brazil and to building close long-term collaborations with Brazilian partners while strengthening the university’s goal of becoming a leading center for the study of Brazil in the United States.

Further Reading

Suggested works for more information on the Brazilian military dictatorship 
The 1964 Coup
Johnson, Ollie Andrew III. Brazilian Party Politics and the Coup of 1964. Gainesville: University Press of Florida, 2001.
Parker, Phyllis. Brazil and the Quiet Intervention, 1964. Austin: University of Texas Press, 1979.
Schmitter, Philippe C. Interest Conflict and Political Change in Brazil. Stanford: Stanford University Press, 1971.
Weis, W. Michael. Cold Warriors & Coups D’etat: Brazilian-American Relations, 1945-64. Albuquerque: University of New Mexico Press, 1993.
Governments
Alves, Maria Helena Moreira. State and Opposition in Military Brazil. Austin: University of Texas Press, 1985.
Bacchus, Wilfred A. Mission in Mufti: Brazil’s Military Regimes, 1964-1985. New York: Greenwood Press, 1990.
Schneider, Ronald M. The Political System of Brazil: Emergence of a “Modernizing” Authoritarian Regime, 1964-1970. New York: Columbia University Press, 1971.
Skidmore, Thomas E. The Politics of Military Rule in Brazil, 1964-85. New York: Oxford University Press, 1988.
Stepan, Alfred. The Military in Politics: Changing Patterns in Brazil. Princeton: Princeton University Press, 1971.
______. ed. Authoritarian Brazil: Origins, Policies, and Future. New Haven: Yale University Press, 1973.
Opposition and Social Movements under Military Rule
Dunn, Christopher. Brutality Garden: Tropicália and the Emergence of a Brazilian Counterculture. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2001.
Erickson, Kenneth Paul. The Brazilian Corporative State and Working Class Politics. Berkeley: University of California Press, 1977.
Garfield, Seth. Indigenous Struggle at the Heart of Brazil: State Policy, Frontier Expansion, and the Xavante Indians, 1937-1988. Durham: Duke University Press, 2001.
Green, James N. We Cannot Remain Silent: Opposition to the Brazilian Military Dictatorship in the United States. Durham: Duke University Press, 2010.
Hanchard, Michael George. Orpheus and Power: The Movimento Negro of Rio de Janeiro and São Paulo, 1945-1988. Princeton: Princeton University Press, 1994.
Langland, Victoria. Speaking of Flowers: Student Movements and the Making and Remembering of 1968 in Military Brazil. Durham: Duke University Press, 2013.
Maybury-Lewis, Biorn. The Politics of the Possible: The Brazilian Rural Workers’ Trade Union Movement, 1964-1985. Philadelphia: Temple University Press, 1992.
Economy and Economic Policy
Baer, Werner and Joseph S. Tulchin, eds. Brazil and the Challenge of Economic Reform. Washington DC: Woodrow Wilson Center Press, 1993.
Bruneau, Thomas C. and Philippe Faucher, eds. Authoritarian Capitalism: Brazil’s Contemporary Economic and Political Development. Boulder, Colorado: Westview Press, 1981.
Bucco, Jack A. The Economic Policy of the Brazilian Military Regime, 1964-1985. Boston: Pearson Custom Pub, 2002.
Daland, Robert T. Brazilian Planning: Development, Politics, and Administration. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1967.
Friedman, Sofia. Brazil, 1960-1990: Structures of Power and Processes of Change. Lanham: University Press of America, 2003.
The Repressive Apparatus
Huggins, Martha. Political Policing: The United States and Latin America. Durham: Duke University Press, 1998.
Sattamini, Lina Penna. A Mother’s Cry: A Memoir of Politics, Prison, and Torture under the Brazilian Military Dictatorship. Durham: Duke University Press, 2010.
Serbin, Kenneth P. Secret Dialogues: Church-State Relations, Torture, and Social Justice in Authoritarian Brazil. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 2000.
Archdiocese of São Paulo (Brazil). Torture in Brazil: A Shocking Report on the Pervasive Use of Torture by Brazilian Military Governments, 1964-1979 / secretly Prepared by the Archdiocese of São Paulo. [Brazil, Nunca Mas] Jaime Wright, trans.; edited with a new preface by Joan Dassin. Austin: University of Texas, Institute of Latin American Studies, 1985.

Venezuela ja vive em ruptura democratica: o que vai fazer o Mercosul? - Maria Teresa Romero

Maria Teresa Romero: crisis en Venezuela

Venezuela: ¿Golpe de generales o golpe institucional?

Infolatam
Caracas, 26 marzo 2014
Por MARIA TERESA ROMERO

El gobierno de Nicolás Maduro anuncia un nuevo intento de golpe de Estado en Venezuela y, como siempre, sin pruebas ni evidencias. Fue este martes 25 de marzo durante el encuentro con la Comisión de cancilleres de la Unión de Naciones Suramericanas (UNASUR), que el presidente de Venezuela informó sobre la captura de tres generales de la aviación que pretendían alzar a la fuerza aérea venezolana.
Aparte de dar los nombres de los conspiradores, la única explicación dada hasta ahora a los venezolanos y a la misión de UNASUR que se encuentra en el país para “acompañar, apoyar y asesorar” en un posible diálogo político entre el Gobierno y la fuerzas democráticas opositoras, es que la captura de los generales fue producto “de la poderosa moral de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), quienes denunciaron que se les convocó a un golpe de Estado”, aseguró Maduro, al tiempo que informó que estos militares “tenían contacto con los sectores más violentos de la oposición”.
Luego de tantísimas denuncias de intentos golpistas de militares y/o civiles que los dos gobiernos del chavismo han hecho durante 15 años en el poder, la opinión pública nacional e internacional tienden a tomar con cautela, a dudar, de esta nueva denuncia gubernamental.
En todo caso, lo que sí es notable y cada vez más preocupante es el atentado a la constitución, normativas e instituciones de la República Bolivariana de Venezuela por parte del gobierno de Nicolás Maduro.
Ha tenido especial impacto la destitución, este 24 de marzo, de María Corina Machado, la diputada opositora electa con mayor número de votos en el actual Parlamento, por haber aceptado ser representante alterna de Panamá ante la OEA el pasado 21 de marzo.
Esta expulsión claramente inconstitucional fue anunciada por quien ejerce ilegalmente el cargo de diputado y presidente de la actual Directiva del Parlamento, Diosdado Cabello, ya que es militar activo al haber sido reincorporado en diciembre pasado a la Fuerza Armada y ascendido a capitán del ejército por el presidente Maduro. El artículo 330 de la Constitución reza que “Los o las integrantes de la Fuerza Armada Nacional en situación de actividad tienen derecho al sufragio de conformidad con la ley, sin que les esté permitido optar a cargo de elección popular, ni participar en actos de propaganda, militancia o proselitismo político”.
El capitán Cabello y el resto de la directiva parlamentaria – quienes además no tienen facultad constitucional ni para destituir a otro diputado ni para acusarlo en forma subjetiva de “Traición a la Patria”- se amparó en el artículo 191 de la constitución venezolana, que prohíbe a los diputados detentar otro cargo simultáneo con la legislatura y aceptar reconocimientos de gobiernos extranjeros, para la destitución de Machado.
Sin embargo, el artículo constitucional citado por Cabello no se aplica en este caso porque la diputada solo fue acreditada por Panamá ante la OEA para que pudiera exponer a los representantes de los países miembros los masivos casos de violaciones de los derechos humanos por del régimen madurista. Esta es una práctica que tiene antecedentes en la organización. en 2009, por ejemplo, el ex presidente Hugo Chávez cedió su silla en la OEA a Patricia Rodas, canciller del ex presidente de Honduras Manuel Zelaya.
Como éste, otros dos casos recientes evidencian la fragrante usurpación a la voluntad popular, la persecución política a la oposición venezolana, y la violación a la Constitución de 1999 por parte del gobierno de Nicolás Maduro y los actuales representantes de los poderes públicos. Se trata los casos de los alcaldes de San Cristóbal (Estado Tàchira), Daniel Ceballos, y de San Diego (Estado Carabobo), Enzo Scarano, a quienes la Sala Constitucional –abiertamente politizad a favor del gobierno- del Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) los destituyó de sus cargos y les mandó a apresar por supuestamente no haber cumplido las órdenes que le giró la instancia judicial para actuar contra las barricadas que estudiantes y opositores han levantado en sus municipios para protestar contra el gobierno.
A la vez, al dirigente de Voluntad Popular, Leopoldo López, preso ilegalmente desde hace más de un mes, también le han negado las pruebas a la defensa en el juicio.
Como bien han señalado los defensores de estos alcaldes y otros expertos juristas, la Sala del TSJ violó todos los derechos de los hoy ex alcaldes opositores: sus derechos a la defensa, al debido proceso, a acceder a un tribunal ya que en esos juicios express se les condenó por desacato, desconociendo la voluntad popular expresada en las elecciones municipales de diciembre de 2013 y la autonomía de los municipios. La Sala Constitucional actuó como un tribunal penal sin tener atribuciones para ello y su decisión afectó de manera irreversible (no puede ser apelada) a un cargo electo por medio del voto popular. El madurismo, en fin, está usando al TSJ para descabezar la disidencia política en Venezuela.
Estos golpes institucionales, estas ofensivas que se suman a los muertos, apresados y torturados de las últimas semanas, no hacen sino echarle fuego a la ola de protestas que no cesa por más represión ejercida por los cuerpos militares, policiales y de inteligencia del Estado, así como por los “colectivos” armados prochavistas que actúan conjuntamente con los organismos de seguridad. No hacen sino aumentar la situación de ingobernabilidad, caos y anarquía en el país. ¿Es eso lo que quiere el gobierno de Maduro con el fin de cerrar el círculo dictatorial aunque continúe hablando de paz y diálogo nacional?
Después de todo, sabe que la oposición no tiene el poder militar que él ha acumulado y que la comunidad democrática apenas ejercerá unas cuantas sanciones más simbólicas que reales.

Politica externa do Brasil, 2 (do Brasil?) - Francisco Seixas da Costa

O que antecipei em comentário ao post anterior, sobre a confusão entre Brasil e diplomacia partidária, vale também para este artigo do embaixador Seixas da Costa, meu amigo e colega blogueiro.
Mas, antecipo igualmente que tendo muito mais a concordar com o sentido geral dos seus argumentos, que partilho, em geral -- com exceção da distinção acima apontada -- do que com o artigo anterior, de uma acadêmica brasileira.
Este artigo de um autor experiente tem uma lógica intrínseca (ainda que ele seja comedido em suas observações) que falta ao artigo anterior, que "comprou" muita "fumaça" do governo brasileiro, sem verificar onde estava a separação entre a publicidade e a realidade...
Repito, para ficar claro: não se trata da diplomacia do Brasil, mas de um grupo político. No resto, pode-se concordar com o embaixador em muitas coisas.
Paulo Roberto de Almeida

Francisco Seixas da Costa
26/03/2014

O "Público" insere hoje um artigo de Adriana Erthal Abdenur sobre a política externa brasileira, que julgo deveria merecer alguma reflexão. Nesse texto, é sublinhado que o Brasil se afasta cada vez mais de uma agenda "ocidental", de que o caso mais recente é a sua rejeição das sanções à Rússia, por virtude da intervenção na Crimeia. Essa posição, na perspetiva da articulista, culminaria uma deriva "sulista" que, cada vez mais, marca a agenda do Itamaraty.

Há muitos anos que reflito sobre isto e digo aos meus amigos brasileiros que eles estão a cumular dois obstáculos à sua mais do que justa reivindicação para acederem a um lugar de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

O primeiro obstáculo vem dos países do Norte. O alargamento do CSNU a novos países do Sul (consideremos "do Sul" a China e a Rússia) só poderá ter lugar se e quando tal inclusão se fizer de molde a não desequilibrar o atual sentido tendencial de voto no seio do Conselho. Para ser mais claro: só entrará para o CSNU um país do Sul que, no limite, dê garantias sólidas de que manterá uma orientação pelo menos neutral face à conjugação "ocidental" de interesses representada pelos EUA, Reino Unido e França. É injusto? É, mas é assim. Ora, a "excessiva" coreografia da diplomacia brasileira, que já deu sinais "negativos" quanto à questão nuclear no Irão e agora se indicia crítica na sensível questão ucraniana, funciona em claro desfavor das ambições do Brasil.

Mas o Brasil tem também "amigos de Peniche" nos restantes membros do Conselho. Rússia e China estão muito pouco interessados em deixar de ser os únicos a "representar" o Sul neste âmbito, com tudo o que significa de influência junto do "grupo dos 77" - para simplificar, os antigos "países não alinhados". Moscovo pode ter ficado grata com o gesto de Brasília, mas isso nem sequer lhe garante a boa vontade de Pequim. Talvez antes pelo contrário.

Não obstante o esforço voluntarista feito na elevação da sua voz diplomática um pouco por todo o mundo, o trabalho notável na Organização Mundial de Comércio e outras agências multilaterais, a sua constante atenção às operações de paz da ONU, o seu cuidado com as diversas agendas regionais (América do Sul, mas também Médio Oriente e outras), creio que o Brasil tem hoje à sua frente alguns obstáculos sérios nesse seu objetivo de ganhar a consagração institucional suprema à escala global. 

Um amigo diplomata brasileiro, muito crítico da atual linha política, dizia-me, já há anos, que o Brasil mantinha uma "diplomacia adolescente" - pela sua excessiva ambição, pela sua frequente precipitação, pela ânsia de pretender "ir a todas". Ele era capaz de ter alguma razão, embora eu considere que a "juventude" não é nada que se não cure com o tempo.


E, já agora, uma nota de sentido egoísta: Portugal tem tudo a ganhar e nada a perder com uma "subida" do Brasil na escala global das nações. Um dia posso explicar isto com mais pormenor, mas parece-me uma evidência.

Politica externa do Brasil (do Brasil?) - Adriana Erthal Abdenur

Eu teria muito a dizer a respeito dos argumentos deste artigo, mas talvez não deva fazê-lo agora, por razões que tampouco convém expor neste momento.
Apenas diria que ele padece de um problema fundamental, como aliás o artigo seguinte, do diplomata português Francisco Seixas da Costa, que a ele se refere em seu comentário do post imediatamente subsequente a este.
Esse problema está justamente no qualificativo aposto à política externa. Para esta autora, e para o diplomata português, existe uma política externa brasileira, ou do Brasil, quando isto já deixou de ser consensual há muito tempo, talvez mais de dez anos.
Quando se diz do Brasil, ou brasileira, se entende que a tal política externa seja representativa das tradições brasileiras, da unanimidade nacional, ou até representativa do Itamaraty, o corpo de profissionais que durante muito tempo, há quase 200 anos, simboliza, formula, implementa e representa a política externa nacional, que, à excessão de raríssimos momentos, sempre se confundiu com a política do Itamaraty. Ora, isto não é mais o caso pelo menos desde 2003, e continua a ser até hoje, bastando consultar os editoriais dos grandes jornais, e os artigos que aparecem nos principais periódicos, de esquerda ou de "direita", bastante carregados, a favor ou contra a política externa conduzida pelo PT desde então. Ora, se existe essa divisão, como referir-se à política externa brasileira, ou ao Brasil, como se a nação estivesse por trás das escolhas diplomáticas atuais?
Já formulei essas críticas -- não à política externa exatamente, porque ela é o que é -- mas a seus intérpretes acadêmicos e jornalistas, e voltarei ao assunto oportunamente.
Paulo Roberto de Almeida

OPINIÃO

Para onde vai a política externa brasileira?

No âmbito da série especial do Ano Grande do Brasil, o PÚBLICO pediu a analistas brasileiros que respondam, dentro das suas áreas, à pergunta: Para onde vai o Brasil?
Para onde vai o Brasil? Na sua política externa, o caminho a ser traçado durante os próximos anos depende, em grande parte, de quem o Brasil acha que é.
O Brasil é ou não “ocidental”?  A pergunta em si não parece particularmente útil, pois pressupõe a existência de dois campos antagônicos no plano internacional. Seja a resposta “sim” ou “não", essa visão representa uma simplificação grotesca da ordem internacional atual: um contexto fluido, marcado por alto grau de incerteza.
Sugiro, portanto, uma resposta que reflete a ambiguidade valiosa do Brasil como ator internacional: o Brasil é, e ao mesmo tempo não é, ocidental. O diferencial do Brasil no cenário internacional sempre foi o de interligar diversos campos. A política externa brasileira colheu suas safras mais ricas justamente quando soube traduzir em resultados concretos o princípio do universalismo – a ideia de que a diversificação dos laços, quando  transcende ideologias e agrupamentos, confere à diplomacia brasileira uma agilidade única. Embora não seja panaceia, o universalismo permite que o Brasil beneficie da enorme diversidade de arranjos e alinhamentos que se constituem no pós-Guerra Fria.
Ao longo da última década, o discurso da política externa brasileira afirmou resgatar o viés universalista de eras passadas.  A intensificação de laços econômicos, políticos, e sócio-culturais com outros países em desenvolvimento – a chamada cooperação Sul-Sul – permitiu a retomada ou o adensamento das relações com parceiros latino-americanos, africanos, e asiáticos.  Quando a crise financeira global eclodiu em 2008, essa opção tornou-se uma verdadeira necessidade, na medida em que a cooperação Sul-Sul ajudava o Brasil a contornar algumas das dificuldades criadas pela escassez de capital e de comércio com os países desenvolvidos.  
Ao mesmo tempo, o alinhamento do Brasil com outras ditas “potências emergentes” serviu para amplificar as reivindicações históricas que o Brasil já compartilhava com outros países em desenvolvimento em relação às estruturas anacrônicas e injustas da governança global. De certa forma, a conjuntura apresentava uma série de oportunidades inéditas para que o Brasil, em colaboração com outras potências emergentes, pressionasse as organizações tradicionais por processos decisórios que refletissem a atual distribuição de poder, já não tão densamente concentrada nos Estados Unidos e na Europa.
Em certas questões-chave, tais como o pleito histórico do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a política externa brasileira – embora tivesse extraído palavras de apoio à reforma da maioria dos membros do P-5 – se deparou com os interesses fundamentalmente conservadores que a China e a Rússia compartilham em relação à possibilidade de ampliação do organismo.  As resistências se mantiveram, a falta de consenso sobre a receita da reforma persistiu, e a janela de oportunidade – que parecera tão promissora para a diplomacia brasileira – fica agora, no máximo, entreaberta.
Em outras áreas, a cooperação Sul-Sul começa a render frutos. Dentre as alianças informais que surgiram nessa época, o BRICS tornou-se o mais visível, assim como o mais controverso, das iniciativas interregionais. Embora o agrupamento seja tratado pela mídia, sobretudo aquela baseada nos países avançados, como uma espécie de quimera, a agenda do BRICS se expandiu e diversificou. Iniciativas concretas, tais como o banco de desenvolvimento do BRICS, servirão não apenas para suprir capital em áreas negligenciadas pela assistência tradicional – infraestrutura e políticas industriais – mas também para dar novo fôlego ao apelo por reforma da arquitetura global.  No caso do banco, se sair do papel, as instituições de Bretton Woods serão submetidas a novas pressões para avançar as reformas que até agora não se concretizaram por resistência dos países avançados.
Ao mesmo tempo, um banco de desenvolvimento controlado exclusivamente por potências emergentes pode servir como plataforma para formulação de normas da cooperação Sul-Sul. Tal esforço permitiria aos países BRICS não apenas reforçar a contestação aos esforços da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) de “harmonizar” a assistência ao desenvolvimento de acordo com as práticas e preferências dos doadores tradicionais, mas também propor um novo arcabouço normativo.
Na área da segurança internacional, o Brasil vem se alinhando com outros BRICS no Conselho de Segurança da ONU em questões de intervenção militar, questionando propostas de intervenção na Líbia e na Síria.  Em relação à crise na Ucrânia, o Brasil – assim como a China – inicialmente manteve uma postura neutra, para logo em seguida se juntar aos demais BRICS, condenando as sanções impostas contra a Rússia após a anexação da Crimeia.
Em essas como em outras áreas, a política externa do Brasil vem, mesmo que de forma tácita, se definindo cada vez mais como “não-ocidental,” embora o rótulo não reflita de forma adequada a história do país, nem a sua composição sócio-cultural.  Ao tomar partido e se contrapor a um “ocidente,” a política externa enfraquece a sua própria identidade universalista, passando então a reforçar a percepção de uma divisão Norte-Sul que nem sempre convém aos interesses brasileiros.  Se outrora essa política pecou pelo alinhamento excessivo com o “Norte,” ela agora corre o risco de repetir o erro, só que restringindo os seus alinhamentos a um fictício Sul global.
A trajetória da política externa brasileira nos próximos anos vai depender não apenas das mudanças (altamente imprevisíveis, como demonstra a Ucrânia) da conjuntura, mas também da capacidade que o próximo governo terá de preservar os ganhos da cooperação sul-sul, sem aderir a uma visão reducionista da ordem internacional. Para onde vai o Brasil?  Ele vai rumo ao que (acha que) é.
Professora do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)


quarta-feira, 26 de março de 2014

Venezuela: um golpe de Estado militar em curso: ruptura democratica

Quando se começa a falar de golpe de Estado, é porque ele já está a caminho. Nicolás Maduro já não tem mais condições de governar. Será apeado do poder pelos militares, que tampouco dispõem de unidade suficiente para colocar algum representante equilibrado em seu lugar, alguém que possam comandar um processo de transição de volta à democracia.
Em qualquer hipótese, o futuro venezuelano é de caos, político, econômico, militar, institucional, com muitas mortes mais, violência que ainda não chegou ao seu ponto máximo, pois militares e bandos armados, mercenários a serviço dos cubanos vão resistir a qualquer saída da atual ditadura chavista, a perder seus privilégios, a deixar o poder. A situação tende a piorar, nos próximos dias, nas próximas semanas, e estamos assistindo apenas aos primeiros momentos da derrocada final.
O problema é que não existe nada para ser colocado no lugar, pois os contendores, de todos os lados, estão dispersos, e têm ideias diferentes sobre o que fazer.
Essa é a herança maldita de Chávez, que começou dividindo o país, e de Maduro, que deixa um país em ruinas.
O Brasil tampouco se sairá bem nessa história, pois ainda que ocorra, como é inevitável que ocorra, uma ruptura democrática na Venezuela, qualquer que seja o sentido que se dê a essas palavras, e qualquer que seja o sentido da ação política, o Mercosul e a Unasul NÃO invocarão a cláusula democrática para ajudar numa transição ordenada.
Repito: isso não ocorrerá, e infelizmente, os demais países latino-americanos (a OEA não conta, nessas horas), não farão nada para ajudar os democratas venezuelanos, mas continuarão invocando a legitimidade da ditadura atual.
Existem momentos em que é preciso, é necessário, é absolutamente indispensável sentir vergonha pelo seu país.
Este é um dos momentos. Sinto vergonha pelo Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Crisis en Venezuela

Venezuela: tres escenarios posibles para un golpe de Estado

Infolatam, 26/03/2014

Venezuela: ¿Golpe de generales o golpe institucional?

El análisis
Maria Teresa Romero
(Infolatam).- “Luego de tantísimas denuncias de intentos golpistas de militares y/o civiles la opinión pública nacional e internacional tienden a tomar con cautela, a dudar, de esta nueva denuncia gubernamental. Lo que sí es notable y cada vez más preocupante es el atentado a la Constitución, normativas e instituciones de Venezuela por parte del gobierno de Nicolás Maduro”.
(Especial para Infolatam por Rogelio Núñez)-.
El empate catastrófico en el que se encuentra suminada Venezuela no tiene una salida fácil ni clara. Una sociedad partida en dos, enfrentada en las calles, con un gobierno crecientemente represivo y una oposición radicalizada hacen factible que se produzca un golpe de Estado. Pero ¿qué tipo de golpe podría acontecer?
En realidad, son tres los posibles escenarios en los que se podría dar una intervención de corte militar: un autogolpe propiciado por Nicolás Maduro y los sectores más chavistas (Diosdado Cabello); un golpe promovido por los sectores más antichavistas de las Fuerzas Armadas; o un golpe blando en el que la capacidad de veto del ejército acabara acotando el margen de maniobra del ejecutivo encabezado por Maduro que eventualmente podría dejar el poder.
El golpe chavista
Es una de las salidas más improbables a la actual crisis. Las Fuerzas Armadas son leales a la herencia de Hugo Chávez pero dar un golpe de ese tipo implicaría sumergirse en una imparable escalada represiva, pues la mitad del país está en contra el régimen y se encuentra movilizada.
El guardián de esa lealtad es Diosdado Cabello que claramente prefiere mantenerse fuera del primer plano evitando el desgaste de asumir directamente las riendas del poder y, sobre todo, de la represión.
Sin embargo, su rol es clave en la actualidad y ha tenido un papel determinante tanto en la detención de Leopoldo López como en el desaforamiento de María Corina Machado.
A la vez es el garante de que las FFAA sigan obedeciendo y siendo el pilar fundamental del régimen.
En ese sentido, el presidente de la Asamblea Nacional y primer vicepresidente del Partido Socialista Unido de Venezuela (Psuv), Diosdado Cabello, no deja de reafirmar esa lealtad, la del Gobierno revolucionario y el pueblo venezolano, al líder de la Revolución bolivariana, Hugo Chávez: “Nunca traicionaremos a Chávez, seremos leales a él por siempre, pase lo que pase”.
“Aquí cuenta con un pueblo, con la Fuerza Armada, diputados, con el Psuv, con el Gran Polo Patriótico, con la Patria, el pueblo, las mujeres, los campesinos, niñas y niños, obreros, obreras, trabajadoras y trabajadores, y hasta Casa Militar que está resteada con usted”, ha manifestado.
CARACAS (VENEZUELA), 04/02/2014.- EFE/SANTI DONAIRE
El presidente venezolano, Nicolás Maduro (i), y el presidente de la Asamblea Nacional Diosdado Cabello (d).
El golpe antichavista
Fue lo que ocurrió, un golpe antichavista, en 2002 cuando un golpe de Estado desalojó aHugo Chávez durante 48 horas del poder.
Pero aquel ejército ya no existe. Las purgas ejecutadas por el chavismo tras el 11 de abril de 2002 se llevaron por delante a esos sectores menos adictos al régimen.
Existen ciertas minorías al interior del las Fuerzas Armadas que se sitúan en posturas de ese tipo pero claramente son minoritarios y lo que es peor para ellos no tienen capacidad de arrastre.
En realidad ni siquiera son capaces de dividir a las Fuerzas Armadas en dos bloques antogónicos y de poder similares.
Incluso, hay que reconocer que esos rumores de golpe duro antichavista refuerzan a Maduro ante sus seguidores y con respecto a la comunidad internacional donde el actual presidente sigue teniendo legitimidad de origen.
“La crisis venezolana ha sido objeto de un tratamiento desigual en los más importantes foros de concertación regional del continente americano. La cuestión fue abordada en la Organización de Estados Americanos (OEA), la Comunidad de Estados de Latinoamericanos y Caribeños (CELAC) y Unión de Naciones del Sur (Unasur). En ninguna de estas organizaciones las declaraciones aprobadas supusieron una condena al gobierno de Venezuela, lo cual debe ser visto como un importante triunfo diplomático y una clara señal de que a pesar de la muerte de Hugo Chávez, Caracas aún mantiene buena parte de sus apoyos continentales”, apunta Carlos Malamud en un análisis en el Real Instituto Elcano.
En ese contexto se inscribe el anuncio de Maduro, quien informó que tres generales de la aviación  pretendían alzar la Fuerza Aérea Venezolana contra el Gobierno a fin de realizar un golpe de Estado: “¿Cómo se descubrió este intento de golpe de Estado? Producto de la conciencia de los oficiales, los más jóvenes, generales, tenientes coroneles, vinieron alarmados a denunciar que se les estaba convocando a un golpe de Estado. Este grupo capturado tiene vínculos directos con sectores de oposición y decían que esta semana que se iniciaba ayer era “decisiva”.
Sin apoyos suficientes al interior de la institución y con una comunidad internacional nada proclive, el golpe duro antichavista no parece una opción viable.
Como señala Sonia Alda, especialista en temas militares del Instituto General Gutiérrez Mellado, “aunque no cabe duda que hay un número de militares retirados, y algunos en activo, en contra del régimen chavista no parece suficiente para que el ejército rompiera su lealtad al Presidente. Por estos motivos, si por el momento, se descarta entonces la posibilidad de un golpe de Estado por el ejército en apoyo a la oposición. Tampoco parece muy probable la intervención militar contra la oposición militar y a favor del gobierno”.
Un golpe blando
Los más probable es que de producirse, lo que acabe habiendo es un golpe blando, consistente en que las FFAA ejerzan su poder de veto sobre alguna, o algunas, decisiones del gobierno de Nicolás Maduro.







CARACAS (VENEZUELA), 24/03/2014.-EFE/Miguel Gutiérrez
l presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, en una reunión con los cancilleres de la Unión de Naciones Suramericanas






Existe una línea roja que con seguridad el ejército chavista no traspasará, la represión contra la ciudadanía.
Es cierto que aspiran a mantener su influencia y a salvaguardar sus intereses, pero ese futuro y esos intereses solo perdurarán si cuentan con la legitimidad social.
Si vía represión las Fuerzas Armadas pierden su legitimidad ante la población, más pronto que tarde pagarán las consecuencias. Y no se trata solo de una especulación académica. El recuerdo del Caracazo de 1989 sigue bien cerca, fresco y presente.
Entonces el gobierno de Carlos Andrés Pérez utilizó el ejército para reprimir las protestas sociales. A corto plazo el gobierno se mantuvo pero tres años más tarde se producían los golpes de Estado de febrero y noviembre que minaron la estabilidad del gobierno (finalmente Carlos Andrés Pérez caía en 1993).
Además, el pensamiento de Norberto Ceresole permea a unas Fuerzas Armadas que tienen interiorizado que existe una “alianza entre el pueblo y el ejército” con lo que salir a reprimir a una parte de ese pueblo se antoja complicado de ver.
Por eso, si en algún momento el gobierno de Maduro tomara la decisión de sacar el ejército a las calles a reprimir las protestas, en ese momento se haría realidad la capacidad de veto de las Fuerzas Armadas para evitar esa medida y verse mezclados en un nuevo “Caracazo”.
A partir de ese momento Madura habrá perdido totalmente su capacidad de acción y habrá quedado a merced de unas Fuerzas Armadas que, más que nunca, tendrán la llave del futuro del régimen.
Como recuerda Fernando Ochoa Antich, “Nicolás Maduro… busca eliminar la posibilidad que ella pueda transformarse en una alternativa política. Nuestro pueblo siempre ha considerado que la Fuerza Armada debe intervenir en la solución de  las grandes crisis históricas. Ese sentimiento surge de sus acertadas y equivocadas actuaciones durante el siglo XX. Siempre, en los momentos más críticos de nuestro devenir como país, sus actuaciones han reorientado el rumbo de Venezuela”.

Brasil 1964-1985: os militares e a Comissao da Inverdade - Luiz Eduardo Rocha Paiva

Um artigo que já tem três anos, mas que permanece inteiramente válido, pelo lado dos argumentos substantivos.
Os membros da Comissão da Inverdade acham que o país, numa determinada época, foi assaltada por violadores dos direitos humanos, que saíram reprimindo gratuitamente quem não concordasse e aceitasse o regime militar. Eles se esquecem que o regime aceitou, durante vários anos, a ação de grupos de oposição aos governos militares e manifestações democráticas, só passando à ação, na defesa do Estado, quando grupos guerrilheiros começaram à ação, atacando alvos civis e militares, inclusive matando inocentes ou representantes do governo.
A incapacidade dos que estão no poder, atualmente, de aceitar certos fatos históricos vai levar a mais acirramento de conflitos políticos no Brasil, e a uma maior rejeição dos vingativos representantes dessa esquerda anacrônica.
Paulo Roberto de Almeida 

UMA COMISSÃO “CHAPA BRANCA” 
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Jornal do Comércio – RS, em março de 2011

O ministro da Defesa disse que os militares contra a Comissão da Verdade (CV) são da reserva e em número menor do que os favoráveis à apuração dos fatos. O Ministério da Defesa emitiu nota afirmando estar superada a manifestação das Forças Armadas contrária à criação da CV. Ledo engano! A quase unanimidade dos militares da reserva e da ativa vêem a Comissão facciosa na forma como está sendo criada.
Ela será composta por indicação da presidente da República, cujo conceito de liberdade está em seu discurso de posse: “Minha geração veio para a política em busca da liberdade --- Aos companheiros que tombaram --- minha comovida homenagem e minha eterna lembrança”. Ou seja, não reconhece que a luta armada visava implantar a ditadura comunista no País. Cidadãos inocentes e agentes tombados no cumprimento do dever pelos guerrilheiros mereciam, também, a “comovida homenagem e eterna lembrança” de quem se declarou presidente de todos os brasileiros.
A Secretária dos Direitos Humanos declarou, com relação à CV: “dar seguimento ao processo de reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves violações de Direitos Humanos --- devemos aos que --- empenharam suas vidas generosamente, porque acreditavam na liberdade e na democracia”. Parece explícita a disposição para se apurar apenas as violações cometidas por agentes do Estado, pois guerrilheiros que mataram e mutilaram são vistos como heróis.

Os discursos sinalizam uma CV facciosa, que alçará ex-guerrilheiros a heróis e vítimas, justificando ou pintando seus crimes como ações idealistas. Haverá a satanização de ex-agentes da lei, tenham ou não violado direitos humanos e, com base nesse quadro, uma intensa campanha para rever a anistia, prevalecendo a corrente de maior poder. A propalada reconciliação nacional é uma falácia, pois não há cisão social causada pelo regime militar ou as Forças Armadas não seriam instituições da mais alta reputação no País