Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Duro de aprender; o Brasil feito para os companheiros - Deirdre McCloskey, Diogo Costa
Eleicoes 2014: companheiros subterraneos chegam 'a delinquencia politica
A montagem tem todo o jeito de ter sido feita pelos mesmos mercenários que invadem os diversos instrumentos de comunicação social para atacar, difamar, espalhar mentiras, xingar, enfim, aquilo que eles são ordenados fazer, contra pagamento, obviamente.
Não é imprópio dizer que a mesma delinquência que alcança os mais altos escalões do partido companheiro, e que já conduziu diversos chefes de quadrilha à Papuda, converteu-se igualmente em arma política preferencial do exército de mercenarios que serve a seus objetivos eleitorais.
Eles pensam que vão ganhar novos eleitores dessa forma, ajudando a denegrir os eleitores da outra candidatura.
Estão tentando chamar os brasileiros de idiotas, mais uma vez...
Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Books of the Times: Henry Kissinger and his world order (podcast)
Book Review Podcast:
Henry Kissinger’s ‘World Order’
If you think America is doing just fine, then skip ahead to the poetry reviews. If, however, you worry about a globe spinning out of control, then “World Order” is for you. It brings together history, geography, modern politics and no small amount of passion. Yes, passion, for this is a cri de coeur from a famous skeptic, a warning to future generations from an old man steeped in the past. It comes with faults: It is contorted by the author’s concerns about his legacy and by a needless craving not to upset the Lilliputian leaders he still seeks to influence. It also goes over some of the same ground as previous works. But it is a book that every member of Congress should be locked in a room with — and forced to read before taking the oath of office.
Eleicoes 2014: por que nao votar no continuismo; por que votar na mudanca? - Mauricio F Bento
Por isso coloco este artigo que foi distribuído por uma rede de debates, o Grupo de Estudos Lobos da Capital, e que me pareceu, com algumas poucas imperfeições de detalhe como basicamente correto em seus argumentos e exposição de fatos objetivos.
Creio que ele tem elementos suficientes de informação para permitir um debate bem fundamentado.
Paulo Roberto de Almeida
Vou responder a duas perguntas: 1) Por que não votar na Dilma? 2) Por que votar no Aécio?
1) Por que não votar na Dilma?
Primeiramente sobre, idoneidade - algo básico - o PT está aparelhando o Estado.
Indicou seu advogado, Dias Toffoli, para ser ministro do STF e, hoje, Toffoli é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, maior corte eleitoral, bem num ano eleitoral.
É isso mesmo, o ex-advogado do PT é o atual presidente do TSE.
Mesmo que o PT perca as eleições, ele vai continuar lá em ambas as cortes.
Toffoli é só um exemplo simbólico, mas na realidade, o PT vem fazendo isso em todos os lugares que tem sido possível faze-lo. Outros ministros do STF, outros ministros de outras cortes, diretores de agências reguladoras... todos são pessoas que ficarão em seus cargos após o dia 31/12/2014, mesmo que o PT perca.
Sobre corrupção, o PT alça seus criminosos condenados (Dirceu, Genoíno) à condição de heróis. Só abrir a página do partido e ver. Não que não tenham corruptos em outros partidos, tem gente boa e ruim em todos os lugares, mas no PT, se você é um criminoso condenado, você tem status de herói nacional.
Sobre o caso Petrobras, uma empresa que já figurou entre as empresas mais valiosas do mundo, hoje figura como empresa mais endividada do mundo, além de imersa em corrupção e vítima do aparelhamento, servindo de cabide de emprego para amigos do governo.
O BNDES, o bolsa empresário, cresceu muito no atual governo.
O desembolso anual, que era de cerca de R$65 bilhões em 2007, ano passado foi de R$190 bilhões
Enquanto bolsa família tem 20 bilhões em verbas anualmente, o BNDES já emprestou, nos últimos anos, mais de R$500 bilhões.
No Brasil atual é assim, migalhas para os pobres, fortunas para os ricos e o governo ainda se coloca como defensor dos pobres e da distribuição de renda. Só se for da distribuição da nossa renda para seus aliados.
Antes, um banco modesto, hoje é um dos maiores bancos do país e o governo federal, via bancos públicos, já é o maior fornecedor de crédito da economia, gerando uma sociedade de dependentes do governo.
Veja a lista dos maiores recebedores de dinheiro do BNDES, são as maiores empresas do Brasil, JBS Friboi, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correa, dentre outras. Elas viraram parasitas do governo e da sociedade. Tudo o que fazem necessita de autorização, aval do governo e dinheiro dos pagadores de impostos. Por outro lado, o governo possui ações dessas empresas, exercendo controle parcial sobre elas, aumentando os laços, as "amizades" e a corrupção.
O atual governo é ruim, corrupto e incompetente.
O Brasil melhorou nos últimos 12 anos? Sim.
A questão é que TODO O MUNDO melhorou e o Brasil foi um dos países que MENOS MELHOROU nos últimos anos. Foi um dos países emergentes de crescimento mais baixo.
Lembrando que é com crescimento que se obtêm riqueza para as pessoas terem maior acesso à saúde, educação, segurança e a todos os outros bens e serviços que aumentam a qualidade de vida.
O Brasil do atual governo foi o PIOR do BRIC.
Taxa média de crescimento do BRIC de 2000 a 2008:
Brasil: 4,1%
Russia: 7,7%
Índia: 8,7%
China: 11,7%
O Brasil cresceu menos da METADE da média dos outros três.
Nós últimos três anos de governo Dilma, 2011-13, mantivemos o último lugar:
Brasil: 2,4%
Russia: 3,9%
Índia: 6,4%
China: 8,5%
O crescimento brasileiro esperado para esse ano é algo próximo de ZERO.
O Brasil também foi muito mal nos últimos anos, se comparado aos nossos vizinhos sul-americanos, outro grupo de países bem semelhantes.
Na América Latina tem tantos países na frente do Brasil que se fosse colocada aqui, a lista seria gigantesca. Portanto, colocarei apenas alguns:
Peru: 6,4%
Equador: 5,5%
Chile: 5,4%
Colômbia: 5%
Brasil: 2,4%
Novamente, o crescimento brasileiro não chega nem à metade do crescimento dos outros países. O crescimento brasileiro foi menor até que o de Argentina e Venezuela, dois países que estão sofrendo graves crises internas.
Os 4 países que mais cresceram de 2011 a 2013 foram Peru, Equador, Chile e Colômbia, justamente os 4 que formam a Alianza del Pacífico, grupo dos 4 países mais liberais do continente, o contrário do Mercosul, "bolivariano", países com que o atual governo brasileiro prefere se aliar.
Sobre inflação, o Plano Real acabou com a inflação crônica que existia no país e, depois dele, todos os governos foram tendo médias de inflação menores que os anteriores. Além do Brasil ter uma das maiores taxas de inflação dos países ocidentais, o atual governo é o primeiro que vai entregar um mandato com uma média de inflação superior ao anterior.
A inflação, que corrói os salários, especialmente dos mais pobres, está crescendo, isso é mérito - ou demérito - do atual governo.
No tocante à política externa, o governo brasileiro não só se alia aos piores do continente, como repassa nosso dinheiro para as maiores ditaduras do mundo, tanto na África, quanto por aqui mesmo nas Américas.
Enquanto o porto de Santos, maior porto do país, está um caos em filas, o atual governo vem financiando obras ao redor do mundo, como o porto de Mariel, em Cuba.
Porto que recebeu mais de R$1 bilhão do Brasil.
Estamos tão bem que podemos sair pelo mundo distribuindo bilhões?
Resumindo: O atual governo é corrupto e ineficiente. O Brasil melhorou nos últimos 12 anos, mas todo o mundo também melhorou, o mérito - ou demérito - do atual governo é que o Brasil foi um dos que menos melhorou.
Então, não importa o que o atual governo diga, se melhorou um pouco aqui, um pouco ali, se cresceu ali ou aqui, sabemos que não passa de uma ilusão, pois todo o mundo melhorou e o Brasil do atual governo está na LANTERNA do mundo.
2) Por que votar no Aécio?
Diferentemente do que o atual governo espalha por aí, que 2003 é o "divisor de águas", o "marco zero", o verdadeiro divisor de águas é o Plano Real, em 1994.
Sem dúvida há outros fatos relevantes, foram várias reformas, mas se for para pegar um grande marco, sem dúvida ele seria o Plano Real.
Foi o que tirou de vez o Brasil da década perdida dos anos 80.
Tanto que todo o processo de desenvolvimento dos últimos anos começa por ali. Há outros marcos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000. A cada nova reforma, mais confiança o mundo tinha para investir no Brasil.
Aécio vem falando justamente em retomar as reformas que colocaram o Brasil nos trilhos.
Reforma Administrativa:
Redução de Ministérios, redução do desperdício com cargos comissionados e sobreposições administrativas.
Ministério dos Transportes, Ministério das Cidades, Ministério da Integração, todos os ministérios de infraestrutura se tornarão apenas um único ministério: O Ministério da Infraestrutura.
Ministério da Pesca, pra que?
Ministério da Agricultura e outro Ministério do Desenvolvimento Agrário, pra que?
Ministério do Planejamento e outro Ministério para Assuntos Estratégicos, pra que?
É muita estrutura sobreposta, é muito cargo comissionado, é muito desperdício, é muita corrupção.
Meritocracia no serviço público:
Mérito para escolher os Diretores das Agências Reguladoras e das empresas públicas, como a Petrobras, dando preferência para os funcionários das carreiras, que além de terem conhecimento mais aprofundado, tem mais experiência na organização.
A remuneração também se tornaria mais meritocrática.
Hoje há um foco na igualdade no serviço público. Não importa se você trabalha ou não trabalha, se é esforçado ou não, a remuneração é a mesma. Isso é um incentivo à acomodação e à morosidade.
Economia:
Inflação: Diminuição da meta de de inflação para 3%, ao invés de 4,5% que, na realidade, é 6,5% do atual governo, corroendo os salários do trabalhador brasileiro.
Responsabilidade Fiscal: O governo atual gasta muito mais do que arrecada, aumentando descontroladamente a dívida pública. O rombo do atual governo deve ficar acima dos R$500 bilhões. Tudo isso se tornando mais dívida e mais juros a serem pagos ano após ano e posteriormente, claro, mais impostos. Aécio propõe a volta da responsabilidade fiscal, inaugurada na história brasileira justamente com a Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, no governo FHC.
Horizontalização: O atual governo vive de subsidiar a todos. Dá uma bolsa para uns, um BNDES para outros, um Banco do Brasil, ou uma CAIXA para outros, uma isenção fiscal aqui, outra ali, isso cria uma série de privilégios na sociedade, privilégios estes que são ineficientes, geram altíssimos custos e são extremamente injustos, pois trata uns pior que outros.
Aécio propõe a horizontalização, ou seja, uma reforma que trate toda a economia com maior igualdade, melhorando para todos, não apenas para quem recebeu determinado privilégio.
Um exemplo?
Reforma Tributária:
Simplificação da legislação, hoje completamente insana.
O Brasil tem dezenas de impostos, difíceis e burocráticos de se pagar.
Anualmente, as empresas brasileiras perdem mais de 2600 horas apenas para pagar impostos. No Brasil os impostos não apenas são altos, como complexos, o que gera uma enorme perda para a sociedade.
No relatório do "Doing Business" que mede como é fazer negócios num país, o Brasil amarga a 116 posição, após 12 anos do atual governo.
Após 12 anos do atual governo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, principal índice mundial sobre desenvolvimento, continua pessimamente ranqueado.
Estamos em 79º.
Muito atrás de vizinhos como Chile, Panamá, Uruguai, estamos atrás até de Argentina e Venezuela.
Ainda pior é que, após 12 anos do atual governo, ainda estamos atrás de Azerbaijão, Cazaquistão, Omã, Líbia, Jordânia e Irã.
O Brasil do atual governo é um Brasil que não se compara a Alemanha, Inglaterra, Suíça, Estados Unidos, países que todos tem a consciência de que acertaram muitas coisas ao longo da história, mas o Brasil do atual governo é um Brasil pior que Azerbaijão, Cazaquistão, Jordânia e Irã.
É isso que dizem os principais rankings internacionais.
Quer mudar isso? Eu quero. Por isso votarei em Aécio Neves.
#MudaBrasil
Fontes:
Petrobras endividada
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,petrobras-e-a-empresa-com-mais-dividas-no-mundo-imp-,1087347
BNDES
http://rgellery.blogspot.com.br/2013/08/desembolsos-do-bndes-e-investimento.html
BRIC
http://www.cepal.org/publicaciones/xml/7/39967/o_brasil_e_os_demais_brics.pdf
América do Sul e Latina
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1209277-crescimento-do-pib-nos-tres-primeiros-anos-de-dilma-sera-o-menor-da-regiao.shtml
http://oglobo.globo.com/economia/na-america-latina-brasil-sera-um-dos-paises-com-menor-crescimento-economico-este-ano-12152798
Filas em Santos
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inicio-da-safra-ja-provoca-filas-no-porto-de-santos-imp-,1131871
Porto de Mariel
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-inaugura-em-cuba-porto-financiado-pelo-bndes,1123400
Inflação
http://rgellery.blogspot.com.br/2014/09/governo-dilma-e-o-primeiro-aumentar.html
Rombo governo Dilma
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/11/09/internas_economia,397967/rombo-no-governo-da-presidente-dilma-sera-de-r-534-bilhoes.shtml
Horas para se pagar impostos
http://www.impostometro.com.br/noticias/empresas-brasileiras-gastam-2600-horas-por-ano-pagando-impostos
Doing Business
http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/brazil/
IDH
http://noticias.uol.com.br/infograficos/2014/07/22/brasil-fica-em-79-no-ranking-mundial-de-idh-veja-resultado-de-todos-os-paises.htm
RBPI: sempre na vanguarda da producao brasileira em RI
Edição da Revista Brasileira de Política Internacional traz contribuições sobre Atlântico Sul e Direito do Mar, por Antônio Carlos Lessa
by Coordenação
A edição 1/2014 (Vol. 57 - No. 1) da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI, disponível na Coleção Scielo Brasil, traz um painel complexo e exemplar da diversidade dos grandes temas da política internacional contemporânea, em diferentes perspectivas.
Adriana Erthal Abdenur e Danilo Marcondes de Souza Neto analisam, no artigo “O Brasil e a cooperação em defesa: a construção de uma identidade regional no Atlântico Sul”, as feições gerais da cooperação que o Brasil vem desenvolvendo no Atlântico Sul. Em sua argumentação, os autores procuram demonstrar que o Brasil , vem desempenhando o papel de region-builder na construção de uma identidade sul-atlântica com posição de destaque para si, em que pese o fato de que esses esforços passaram recentemente a ser contestados por outros atores de dentro e fora da região.
No artigo “As medidas de confiança no Conselho de Defesa Sul-americano (CDS): análise dos gastos em Defesa (2009-2012)” Héctor Luis Saint-Pierre e Alberto Montoya Correa Palacios Junior argumentam verificam que na América do Sul, a folha de pagamento de pessoal e encargos previdenciários na área de Defesa consumiram 60% do total dos gastos entre 2006 e 2010, enquanto as pesquisas em tecnologia apenas 0,5%. Esse diagnóstico aponta para a necessidade de modernização das Forças Armadas e dos Ministérios da Defesa da região, sobretudo uma racional e equalizada distribuição dos gastos.
As características da inserção internacional do Brasil contemporâneo e participação do país no desenvolvimento da crise constitucional de Honduras e da crise nuclear iraniana são o tema do artigo “From Tegucigalpa to Teheran: Brazil's diplomacy as an emerging Western country”, de autoria de Marcelo de Almeida Medeiros, Andrea Quirino Steiner e de Rafael Mesquita de Souza Lima.
Marta Regina Fernandez Y Garcia Moreno analisa no artigo “Discursos em disputa: uma leitura alternativa acerca dos dilemas da ação internacional na Somália durante a década de 1990” os dilemas enfrentados pelos atores internacionais nas operações de paz levadas a cabo na Somália na década de 1990, buscando evidenciar as narrativas divergentes articuladas pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas vis-à-vis o "Outro" somali.
Em “A harder edge: reframing Brazil's power relation with Africa”, Pedro Seabra argumenta que a política africana do Brasil ao longo da última década tem sido explicada em grande parte como uma tentativa de melhorar o diálogo político, aumentar as interações econômicas e fornecer assistência de cooperação técnica. Entretanto, argumenta que esse arcabouço não representa suficientemente o uso de recursos materiais para atingir metas estratégicas mais difíceis para o continente.
Shiguenoli Miyamoto e Paulo Daniel Watanabe, em “Towards an uncertain future? The strengthening of Japan's autonomy in Asia-Pacific” discutem dois cenários possíveis para a ação do Japão com relação às ilhas Pinnacle/Senkaku/Diaoyu, considerando as peculiaridades da sua estratégia de fortalecimento político e militar na Ásia, mas especialmente tendo em conta o desenvolvimento militar da China.
Em “Considerations about the recommendations of the Commission on the Limits of the Continental Shelf on the Amazon fan”, Rodrigo Fernandes More discute os principais aspectos legais e técnicos da controvérsia sobre o Cone do Amazonas, constante da proposta para o limite exterior da plataforma continental brasileira feita pelo país em 2004 à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC).
Danielly Silva Ramos Becard e Bruno Vieira de Macedo em “Chinese multinational corporations in Brazil: strategies and implications in energy and telecom sectors” analisam as estratégias das empresas chinesas que atuam nos setores brasileiros de energia e de telecomunicações nos últimos dez anos. Buscam também verificar se tais estratégias estariam levando a um aumento das assimetrias entre o Brasil e a China.
Em “Exploring the interplay between Framing and Securitization theory: the case of the Arab Spring protests in Bahrain”, Vânia Carvalho Pinto aborda a integração teórica entre a teoria da securitização e a abordagem de enquadramento, resultando num conjunto de critérios chamado de enquadramento de segurança. A autora aprofunda a sua discussão estudando o caso da intervenção militar feita em 2011 pelo Conselho de Cooperação do Golfo em 2011 em Bahrain.
A identificação dos diferentes tipos de política revisionista, e das suas gradações, desenvolvidos pelos governos progressistas da América do Sul em relação aos Estados Unidos ao longo dos últimos anos é o tema do artigo “Revisionismos de relações com os Estados Unidos e suas variáveis nos governos progressistas da América do Sul”, de Leonardo Valente Monteiro. O autor toma como ponto de partida conceitos fundamentais para o melhor entendimento sobre o comportamento dos países da região em relação à grande potência: "revisionismo periférico", de Cesar Guimarães, e "confrontação autônoma" e "confrontação antagônica", ambos de Helio Jaguaribe. A partir dos desdobramentos desses conceitos se desenvolveu um modelo teórico com diferentes tipos de revisionismos periféricos, o que permitiu uma espécie de sintonia fina de classificações das políticas externas do período.
Cristiane de Andrade Lucena Carneiro analisa no artigo “Economic sanctions and human rights: an analysis of competing enforcement strategies in Latin America” as consequências das sanções para a proteção dos direitos humanos na América Latina. A literatura sobre sanções econômicas e sobre cumprimento orienta três hipóteses, que investigam a relação entre sanções econômicas e o nível de proteção aos direitos humanos em dois grupos de países: aqueles que foram objeto de sanções e aqueles que não sofreram sanções. Com base em dados da Political Terror Scale (Escala de Terror Político) e da Freedom House, a autora encontrou evidência empírica de que sanções melhoram o nível de proteção em países que não foram objeto dessa forma de pressão econômica. Esse resultado pode ser explicado pelo efeito inibidor atribuído às sanções econômicas pela literatura sobre cumprimento. A presença de uma sanção em um dado ano aumenta a probabilidade de se observar melhores práticas de direitos humanos em quase 50%.
Mais tradicional publicação científica brasileira de relações internacionais, a Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI circula ininterruptamente desde 1958. A RBPI é editada desde sempre pelo Instituto Brasileiro de Relações Internacionais - IBRI e publica artigos em português e inglês sobre Política Internacional, História das Relações Internacionais, Economia Internacional, Direito Internacional e questões conexas. A Revista, publicada em acesso aberto no Scielo desde 2007, também circula em formato impresso.
Para ler os artigos, acesse:
ABDENUR, Adriana Erthal e SOUZA NETO, Danilo Marcondes de. O Brasil e a cooperação em defesa: a construção de uma identidade regional no Atlântico Sul.Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 05-21 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100005&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400101.
SAINT-PIERRE, Héctor Luis e PALACIOS JUNIOR, Alberto Montoya Correa. As medidas de confiança no Conselho de Defesa Sul-americano (CDS): análise dos gastos em Defesa (2009-2012). Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 22-39 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100022&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400102.
STEINER, Andrea Quirino; MEDEIROS, Marcelo de Almeida e LIMA, Rafael Mesquita de Souza. From Tegucigalpa to Teheran: Brazil's diplomacy as an emerging Western country. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 40-58 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100040&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400103.
MORENO, Marta Regina Fernandez Y Garcia. Discursos em disputa: uma leitura alternativa acerca dos dilemas da ação internacional na Somália durante a década de 1990. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 59-76 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100059&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400104.
SEABRA, Pedro. A harder edge: reframing Brazil's power relation with Africa . Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 77-97 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100077&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400105.
MIYAMOTO, Shiguenoli e WATANABE, Paulo Daniel. Towards an uncertain future? The strengthening of Japan's autonomy in Asia-Pacific. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 98-116 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100098&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400106.
MORE, Rodrigo Fernandes. Considerations about the recommendations of the Commission on the Limits of the Continental Shelf on the Amazon fan. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 117-142 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100117&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400107.
BECARD, Danielly Silva Ramos e MACEDO, Bruno Vieira de. Chinese multinational corporations in Brazil: strategies and implications in energy and telecom sectors. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 143-161 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100143&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400108.
PINTO, Vânia Carvalho. Exploring the interplay between Framing and Securitization theory: the case of the Arab Spring protests in Bahrain. Rev. bras. polít. int. [online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 162-176 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100162&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400109.
MONTEIRO, Leonardo Valente. Revisionismos de relações com os Estados Unidos e suas variáveis nos governos progressistas da América do Sul. Rev. bras. polít. int.[online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 177-196 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100177&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400110.
CARNEIRO, Cristiane de Andrade Lucena. Economic sanctions and human rights: an analysis of competing enforcement strategies in Latin America. Rev. bras. polít. int.[online]. 2014, vol.57, n.1 [citado 2014-08-19], pp. 197-215 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292014000100197&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0034-7329. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201400111.
Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília - iREL-UnB, é editor da Revista Brasileira de Política Internacional - RBPI (aclessa@gmail.com)
Energia: nuclear vitima do politicamente correto na Alemanha
EUROPA
The costly muddle of German energy policy
Editorial Financial Times, October 6, 2014
Merkel’s decision to phase out nuclear power has been a huge mistake
Angela Merkel has long been admired as Europe’s most sure-footed politician, one who has helped Germany take its place as the EU’s economic powerhouse. But not all the German chancellor’s domestic policy decisions have been without fault. As her country’s economy shows signs of faltering, a spotlight should be thrown on what is arguably the most ill-judged decision of her eight years in office: the phasing out of nuclear power from Germany’s energy mix.
For decades, the German people have been among the world’s most environmentally conscious. The strongest sign of this has been the commitment of successive governments to Energiewende – or “energy change” – designed to make the economy predominantly dependent on renewable sources such as wind and solar power. Renewables today account for 23 per cent of electricity production, a figure set to rise to 65 per cent by 2035.
This emphasis places burdens on households and businesses. The cost of the subsidies offered by the German government to green energy producers is passed on to consumers. Domestic energy bills are 48 per cent higher in Germany than the European average. Germany’s Mittelstand companies are even worse off. Their costs are twice the level facing their US rivals, many of whom benefit from cheap shale gas. As the economy slows, this is a price that Germany can ill afford.
Scrapping the country’s nuclear power stations will make an already difficult situation even worse. Ms Merkel took the decision following the 2011 nuclear accident at Fukushima. Bowing to voters’ concerns, she abandoned her usual caution and acted hastily. But there have been two big costs for German energy policy.
First, the closure of those reactors means Germany is burning more coal to meet its energy needs. Because the electricity generated from solar and wind sources is intermittent, Germany would always have been forced to rely on fossil fuels to provide back-up. But removing nuclear power, which accounts for nearly a quarter of electricity generation, means coal consumption has soared. Germany will end up opening nine coal power plants between 2010 and 2015. Last year, its coal-based electricity production rose to its highest level since 1990.
Second, Germany’s anti-nuclear policy makes it ever more reliant on imports of Russian natural gas. Rising tensions with Russia over Ukraine makes this an uncomfortable position. If Germany and its allies are to stand up to President Vladimir Putin’s aggression they need to make themselves less dependent on Russian gas. By hollowing out nuclear energy production, Ms Merkel makes this harder to achieve.
Germany is unlikely to change this policy soon. Although the Green party does not form part of the ruling coalition, popular sentiment on environmental issues remains intense across the country. The recollection of the nuclear accident at Chernobyl in 1986 haunted many older German voters. But Germans need to engage in a more honest debate on the issue.
The paradoxes of Germany’s energy policy are impossible to ignore. This is a country committed to reducing CO2 emissions but which is building more coal power stations. It does not see much of the sun but has pinned much of its future on solar power. It is closing down its well-run nuclear power plants yet relies on nuclear energy imports from neighbouring France.
Ms Merkel may still be Europe’s most powerful politician. But on energy policy, she has saddled her country with a costly muddle and needs to rethink Germany’s approach.