O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 19 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: ate a esquerda desistiu! Socialistas sinceros desistemdo PT e sua candidata

Carta Maior, como todos sabem, faz parte da máquina de propaganda alugada pelo PT e paga por todos nós, com publicidade oficial e dinheiro das estatais, que deveriam ser apartidárias, mas foram todas aparelhadas pelos neobolcheviques mafiosos.
Pois bem: até a revista já farejou a derrota, e abre seu espaço para um dissidente da malta de sabujos amestrados que escreve habitualmente naquele veículo da causa companheira.
Com todos os equívocos das posições de esquerda, ainda falando em projeto socialista -- que o PT teria abandonado -- e coisas do gênero, mas claramente contrário ao rumo que as coisas tomaram no outrora "partido da ética" (nunca foi), e declarando voto nulo.
Já é um sinal que muitos jogaram a toalha no campo dos fraudadores da verdade e dos mentirosos contumazes.
Apenas constato. Cada um que tire sua conclusão.
Paulo Roberto de Almeida 

Você abusou: crônica de um voto

Lamento, mas minha conclusão é inevitável: 

 o PT é a esquerda que se extraviou. 

Minha atitude não pode ser outra: voto nulo.


Jacques Gruman
reprodução
Você abusou/Tirou partido de mim, abusou (Antônio Carlos e Jocafi)

Não me lembro de eleições tão geladas. Desde o primeiro turno, o que se viu foi pouca ou nenhuma militância na rua, panfletagens terceirizadas, pessoas desmotivadas/revoltadas com as sucessivas denúncias de malfeitos públicos. Some-se a isso o nível medíocre da grande maioria das candidaturas, a despolitização metodicamente praticada pelos principais partidos da ordem, o descarado abuso do poder econômico e as diferenças cosméticas entre os cavalos vencedores, e se entenderá a enorme fatia de eleitores que preferiram não cravar partidos ou candidatos (votos brancos e nulos). Neste segundo turno, apesar da polarização entre PT e PSDB, a situação é basicamente a mesma. Candidatos reféns de marqueteiros e das pesquisas de opinião, baixíssima mobilização, intensa movimentação nos bastidores (inacessível ao público, embora decisiva para definir rumos e compromissos do próximo governo).

Em quem votarei agora? Parto de duas premissas. Sou contra o voto biliar, histérico, que se define pela agressividade, pelo preconceito, pelo rancor. No estilo do velho cacique Jorge Bornhausen, que disse, referindo-se ao PT, “vamos acabar com essa raça”. A falta de cultura política fortalece os iracundos, que não se restringem à burguesia e à classe média. Também não voto na direita, que, agora, orbita em torno de Aécio Neves. Seu partido e aliados ressurgem como opção conservadora, acenando com o recrudescimento das privatizações, o tratamento inflexível/policial das reivindicações dos trabalhadores, a política externa subserviente aos interesses do imperialismo.

Restaria, por acomodação ou osmose, votar em Dilma Rousseff, hipotética cabeça de uma alternativa progressista. Em outras ocasiões, influenciado pelo “voto útil”, pela escolha do “mal menor”, cravei PT em segundos turnos. O resultado, lamento informar, foi pior do que decepcionante. Daí que prefiro não agir mecanicamente, não ir a reboque de um voto que parece óbvio à primeira vista. Elaboro o raciocínio.

Começo pela candidata. Apesar de ter quadros qualificados, com densidade política e larga experiência eleitoral, o PT preferiu o poste sugerido por Lula. Ecos do maquiavelismo getulista com relação ao marechal Mascarenhas de Moraes? Dilma é, claramente, uma burocrata de maus bofes, sem o menor tesão pelo jogo político. Neste aspecto, o uso da foto dos tempos de luta armada pelos marqueteiros, a Dilma “coração valente”, não passa de demagogia. O passado de luta contra a ditadura foi soterrado por grossas camadas de pragmatismo. Tenho sempre a sensação de que ela faz campanha eleitoral com profundo tédio, contrariada mesmo. Seu desempenho em debates é sofrível. Comporta-se como piloto de data show, preferindo gráficos e estatísticas a argumentos políticos. Sua dificuldade de argumentação fora da bitola estreita dos marqueteiros chega a ser comovente, quando não constrangedora. Um outro detalhe chama a atenção. Jamais cita seu partido nos debates. Desserviço grave num ambiente em que se costuma personalizar o que deveria ser construção coletiva.

Agora, o partido. Respeito a origem do PT, que nasceu numa conjuntura de ascensão das lutas populares. Socialista na raiz, abandonou o barco quando a perspectiva de chegar à presidência tornou-se concreta. Na Carta ao Povo Brasileiro (erradamente lembrada como Carta aos Brasileiros), de 2002, o partido dobra a espinha aos mercados e, mais à frente, confirma a inclinação à direita mantendo os pilares econômicos do governo anterior. Henrique Meirelles, executivo da banca internacional, é nomeado por Lula para o Banco Central, acalmando de vez a burguesia. Daí por diante, o que se viu foi um deslizamento consistente rumo ao centro e à direita. Quando Fernando Henrique anunciou, em 1994, a aliança com o então PFL, foi uma surpresa. Como era possível que o Príncipe dos Sociólogos, que panfletou junto com Lula nas greves do ABC, em fins dos anos 70, estendesse a mão para Antônio Carlos Magalhães ? Em 2012, Paulo Maluf recebeu Lula e lideranças petistas para um almoço. Na sobremesa, um acordo garantiu um tempinho adicional na TV para a campanha à prefeitura de São Paulo. A falta de escrúpulos em nome da “governabilidade” é equivalente em ambos os casos. Renan Calheiros, Fernando Collor e José Sarney fazem parte da base aliada que governa o país junto com o PT. Delfim Neto, que jamais fez uma autocrítica por sua atuação durante a ditadura, é tido como homem “progressista” e ouvido com respeito por aves de alta plumagem do partido. A aliança com as ruas se decompôs e deu lugar a um pragmatismo descaracterizador, que joga os petistas nos braços do que há de mais atrasado e corrompido na política nacional. Os movimentos sociais, com raras exceções, foram cooptados, anestesiados, domesticados.  Lamento, mas a conclusão é inevitável: o PT é a esquerda que se extraviou. Não à toa, Tarso Genro, quadro histórico do partido, observou que “se o Lula não ficar na frente do movimento de renovação profunda, o PT pode se transformar numa espécie de PMDB pós-moderno”. Se o Messias não chegar, o mundo desaba ?

Não se trata de negar melhorias para as camadas mais pobres da população, nos doze anos petistas. Foram importantes, sem dúvida, mas são absolutamente insuficientes para caracterizar um projeto de esquerda. Antes de mais nada, um esclarecimento. As políticas compensatórias implementadas pelos governos Lula e Dilma não significaram uma diminuição real da desigualdade no Brasil. Cito o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, dificilmente rotulável como besta fera da direita: “Com raras exceções, essas políticas limitam-se a alterar a distribuição da renda na classe trabalhadora (salários, aposentadorias e benefícios), sem alterações substantivas na distribuição funcional da renda, que inclui, além do salário e das transferências, as rendas do capital (lucro, juro e aluguel)”. Como corolário, a desigualdade entre a renda do capital e do trabalho, indecente no nosso país, permanece intocada. Os banqueiros continuam rindo à toa. Como que a confirmar a bonança dos ricos em mares petistas, relatório recente sobre a riqueza global informa que o Brasil tem 296 mil pessoas entre o 1% mais rico do mundo, e mais de 5 milhões entre os 10 do topo. É mais do que os outros seis emergentes citados no relatório. O número de milionários não para de crescer.

Voltando à questão das políticas compensatórias. Transferir recursos para os pobres, sem educá-los para compreender a estrutura que alimenta e multiplica a pobreza, traz duas consequências: a) Consolida o conformismo (Mas doutor uma esmola/para um homem que é são/ou lhe mata de vergonha/ou vicia o cidadão – Luiz Gonzaga); e b) Abre as portas para o messianismo. Desorganizado e desorientado, o povo continuará à espera de políticos “sensíveis” para resolver seus problemas. Não tem condições de compreender, sozinho, seu papel de protagonista das transformações. Um partido de esquerda não deve, jamais, renunciar ao papel de educador político das massas. Isso não se faz sem confrontar interesses de classe. O PT não tem sido esse partido.

Em toda a campanha eleitoral, o PT jamais esboçou ao menos um programa mínimo de demandas identificadas com a esquerda. Em determinados momentos, acovardou-se com pressões reacionárias (como aconteceu, por exemplo, com as discussões sobre o aborto e a homofobia). Suas alianças preferenciais não dão a menor garantia de que um eventual segundo governo Dilma avançará para uma agenda progressista. Nestas circunstâncias, fica impossível passar um cheque em branco. Fazê-lo, seria ofender a minha história e a de tantos combatentes por uma sociedade mais justa e fraterna. Entre eles, muitos que ajudaram a fundar o PT. Minha atitude não pode ser outra: voto nulo. Com o compromisso de apoiar a construção de uma Frente de Esquerda, que, para além das eleições, formule e implemente uma estratégia socialista para o Brasil.

Em tempo: Não falei sobre o segundo turno das eleições para o governo do Rio. Não há muito o que falar. O Estado do Rio, que já foi caixa de ressonância cultural e política do país, vai escolher entre duas máfias: uma religiosa, escorada pelo trio Crivella, Garotinho & Lindbergh, outra clássica, patrocinada por Cabral e seus Blue Caps. Entre don Corleone e don Altobelo, prefiro ... chamar a polícia ! Nulo de novo.

Eleicoes 2014: cenas de gangsterismo politico pelos petistas

Cabe deixar registro de tudo isso, para que não se diga depois que não ocorreu.
Apenas registrando, nem é preciso comentar. As matérias falam por si.
Paulo Roberto de Almeida 
Campanha do PT em Minas é caso de polícia
Aguardando o tiranete Lula para um comício em Belo Horizonte, as hordas petistas desceram ao mais baixo nível da campanha: insultaram Aécio Neves, chamando-o de "cafajeste", "moleque", "desprezível" etc. É o petismo mostrando, uma vez mais, sua horrenda carranca fascista:


Se diante da baixaria que o PT deflagrou no segundo turno destas eleições já não parecia que o partido seria capaz de reduzir mais o nível de sua campanha, um comício realizado neste sábado em Belo Horizonte deixa claro que o desprezo de setores da sigla pela ética desconhece limites. Em ato organizado pelo comitê da sigla em Minas Gerais, os ataques pessoais ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, chegaram a níveis extremos. Os adjetivos empregados contra o tucano foram: "coisa ruim", "cafajeste", "playboy mimado", "moleque" e "desprezível".

Enquanto esperava a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um comício a favor de Dilma, o mestre de cerimônias contratado para o evento leu um texto escrito pela psicóloga Neide Pacheco, que se auto intitula "especialista em direitos humanos". O texto é repleto de ataques violentos ao tucano: insinua que Aécio já fez uso de drogas, diz que o candidato do PSDB é “acostumado a agredir mulheres”, já foi “flagrado dirigindo bêbado” e “prevaricou em vários processos de corrupção".

A psicóloga petista, então, "diagnostica" Aécio como portador de megalomania e volta a relacioná-lo ao uso de drogas. "Megalomania é um transtorno psicológico, no qual o portador tem ilusões de grandeza, poder e superioridade. É uma característica do transtorno afetivo bipolar. O uso de drogas exacerba e potencializa esse quadro". A militância presente ovacionou a leitura do texto. (Veja.com).

Possesso, Lula comanda show de baixarias em Belo Horizonte.

Lula e o discurso do ódio.
O tiranete Lula comandou hoje, em Belo Horizonte, um verdadeiro show de baixarias contra o candidato oposicionista Aécio Neves. À maneira de Chávez, Lula se vale do discurso do ódio, tentando dividir o país entre "nós" e "eles". Ele dirigiu insultos pessoais ao tucano, dizendo que ele usa violência contra as mulheres. Atenção, Aécio, processe Lula por calúnia e difamação:


Em um comício realizado em Belo Horizonte neste sábado - sem a presença de Dilma Rousseff -, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassou os limites da inconsequência e comandou um show de baixarias e ofensas desmedidas contra Aécio Neves. Foi o ponto mais baixo da campanha até aqui. E não apenas desta campanha: desde 1989 o Brasil não assistia a um festival de ataques como os que o PT hoje protagoniza em uma campanha. Lula não apenas se utiliza das mesmas armas de que foi alvo na campanha contra Collor, como vai ainda mais longe. No comício, o ex-presidente citou o nome de Aécio muito mais que o de Dilma, que se tornou personagem secundário dos discursos. A ordem era atacar, sem tréguas.

Em um discurso precedido por insultos pessoais ao tucano, Lula disse que Aécio usa violência contra as mulheres, por "experiência de vida", e a tática de "partir para cima agredindo". Ao comentar a estratégia do tucano contra Dilma Rousseff, o ex-presidente insinuou que Aécio costuma bater em mulheres. "A tática dele é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com mulher é partir para cima agredindo", afirmou Lula. O ex-presidente também classificou Aécio de "filhinho de papai" e "vingativo". E o comparou a Fernando Collor. O mesmo Fernando Collor que hoje divide palanques com Dilma, como há uma semana, em Alagoas. Lula ainda voltou a mencionar o episódio em que o adversário deixou de soprar o bafômetro em uma bliz no Rio de Janeiro.

O ato deste sábado deixou claro que a tática do PT na reta final da campanha, após o revés de Dilma Rousseff no debate do SBT, na quinta-feira, será a de expor a presidente Dilma como uma vítima das "grosserias" de Aécio. Foi o que fez Lula neste sábado. "O comportamento dele não é o comportamento de um candidato (...) . É o comportamento de um filhinho de papai que sempre acha que os outros têm de fazer tudo para ele, que olha com nariz empinado. Eu não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse um homem", disse o presidente.

O ex-presidente comparou Aécio a Fernando Collor porque, segundo ele, a eleição do ex-presidente (aliado do PT) foi fruto da pressão da mídia e de um falso discurso do "novo". "Em 1989, com medo de mim, com medo do Ulysses, do Brizola, com medo do Mário Covas, muitas vezes instigado pela imprensa, este país escolheu o Collor como presidente da República dizendo que era o novo. E vocês sabem o que aconteceu neste país."

Lula também disse que Aécio age como Carlos Lacerda, o estridente líder da oposição a Getúlio Vargas, ao mencionar o "mar de lama" para "esconder o próprio rabo". O petista afirmou que, quando governou Minas Gerais, o tucano perseguiu professores de forma mais intensa do que a ditadura. "Não conheço, em nenhum momento da história, nem no regime militar, um momento em que os professores foram tão perseguidos como foram em Minas Gerais", afirmou Lula. No vale-tudo, Lula tentou até subverter o tempo: indagou o que Aécio fazia quando Dilma foi presa por enfrentar a ditadura - ignorando que, na época, o tucano tinha apenas dez anos de idade. 

Inacreditavelmente, Lula tentou definir o adversário com uma frase que resume de forma precisa a tática do PT: "É muito grave, porque as pessoas se acham no direito de desrespeitar os outros com muita facilidade e depois ir para a imprensa se passar de vítima. Não é possível."

Mais ataques - Mais cedo, antes de Lula entrar no palanque, o mestre de cerimônias do comício leu uma carta de uma psicóloga petista que atribui a Aécio a prática de espancar mulheres e de uso de drogas, além de classificá-lo como "ser desprezível", "cafajeste" e "playboy mimado". Ela afirma que o tucano tem um "transtorno mental".

Depois, o rapper Flávio Renegado, que discursou já na presença de Lula, do governador eleito Fernando Pimentel e de parlamentares petistas, disse que Aécio costumava fazer festinhas regadas a "pó royal", uma gíria para cocaína. Durante o discurso de Lula, grande parte da militância presente emplacou um grito de "Aécio cheirador", sob a complacência de Lula - o mesmo que, minutos antes, se orgulhara de nunca ter agido de forma desrespeitosa em nenhuma das campanhas eleitorais das quais participou. (Veja.com).

Dilma como vítima? Esse truque não cola, Lula. Aécio não teme a baixa política bolivariana.

O truculento tiranete Lula quer transformar Dilma em vítima da oposição - outra artimanha destinada ao fracasso, já que a gerentona sempre jogou pesado (os assessores que o digam). A coisa beira o ridículo, como diz o articulista Merval Pereira no jornal O Globo. O fato é que Aécio é o único a não temer o PT e suas baixarias, além de - diferentemente de Serra e Alckmin em eleições anteriores - defender o legado de FHC. "A postura de Aécio Neves já mostrou que há um projeto político para enfrentar o lulismo, e defendê-lo não tira votos", conclui o jornalista. Quanto a Lula, dele só se pode esperar a baixa política bolivariana. Surrupio o artigo na íntegra:


O truque já foi usado uma vez, recentemente, e não funcionou, ao tentarem fazer da presidente Dilma uma coitadinha quando foi vaiada na abertura da Copa do Mundo no Itaquerão. Nada indica que funcionará desta vez. Transformar a presidente Dilma em uma senhora delicada que foi tratada com grosseria por seu adversário Aécio Neves no debate do SBT, na quinta-feira, não é um relato fiel do que aconteceu, nem faz jus à história da presidente e do PT. Beira o ridículo.

O mal-estar da presidente ao final do debate pode ter sido provocado pelo calor da discussão e do estúdio de televisão, e prenuncia uma fragilidade emocional dela, conhecida por seu vigor verbal, digamos assim. Ontem, Dilma, antes de adiar uma vinda ao Rio "a conselho médico" que depois foi desmentido, disse algo como "o PT não é de briga, mas sabe enfrentar desafios". Nada menos verdadeiro.

Ao contrário, o PT só sabe fazer política na base do confronto, precisa de um inimigo para mobilizar seus militantes, que andam meio desanimados ultimamente. Esse clima de guerra permanente foi instalado pelo PT no país, que não sabe fazer política sem radicalizar. A prática do "nós contra eles", aprofundada nesta campanha com uma tentativa de jogar o PSDB contra os nordestinos, acaba levando a exacerbações.

Na ocasião da abertura da Copa, escrevi que a grosseria é um problema nosso, de uma sociedade que precisa encontrar novamente o caminho da civilidade e da convivência pacífica entre os contrários. A vaia é um problema da presidente Dilma e do PT. Naquela ocasião, a presidente Dilma passou a ser tratada como uma senhora frágil e desacostumada a essa linguagem, quando ela própria já demonstrou, em reuniões com ministros e empresários, que sabe lidar com esse tipo de problema. Que o digam os ministros que já saíram chorando de seu gabinete depois de uma boa espinafração, muitas vezes com uso de palavras nada convencionais.

O ex-presidente Lula voltou a tentar o truque depois do debate da Bandeirantes, dizendo que, "quando eu vejo um homem na televisão ser ignorante com uma mulher, como ele tem sido nos debates, eu fico pensando: se esse cidadão é capaz de gritar com a presidenta, fico imaginando o dia que ele encontrar um pobre na frente: é capaz de ele pisar ou não enxergar".

Lula, evidentemente, está fazendo baixa política, sem muita chance de dar certo. A própria presidente Dilma não dá razão para esse tratamento condescendente com ela, pois, quando soube que a ex- candidata Marina Silva havia chorado ao ser atacada pela propaganda petista, saiu-se com esse comentário: "um presidente da República tem de resistir à pressão".

Em discurso dirigido a movimentos negros em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Dilma afirmou que quem não quer ser criticado "não pode ser presidente".

- Um presidente da República sofre pressão 24 horas por dia. Se a pessoa não quer ser pressionada, não quer ser criticada, não quer que falem dela, não dá para ser presidente da República. Acho que, (para) ser presidente, a gente tem que aguentar a barra - disse Dilma.

Se a vitimização de Marina não teve sucesso, e ela só reagiu à altura dos ataques muito tempo depois, quando sua votação já se esvaía, agora o candidato do PSDB, Aécio Neves, está enfrentando de frente os mesmos ataques, o que coloca um dado novo na disputa presidencial. Na verdade, Aécio é o primeiro candidato tucano que enfrenta o PT sem receios, resgatando o legado de Fernando Henrique Cardoso e exorcizando de vez a demonização que o PT vem fazendo dos governos tucanos pelos últimos 12 anos.

Tanto Serra quanto Alckmin entraram na disputa contra o PT com receio de se indispor com Lula e seus seguidores, e tiveram dificuldades para defender as políticas do PSDB, quando não evitaram simplesmente temas polêmicos como as privatizações. A postura de Aécio Neves já mostrou que há um projeto político para enfrentar o lulismo, e defendê-lo não tira votos.
Coligação Muda Brasil denuncia o terrorismo eleitoral do PT
O último boato contra o candidato oposicionista Aécio Neves, vítima do terrorismo eleitoral petista, é que ele "vai acabar com os bancos públicos". Nas agências da CEF, há cartazes difundindo mais essa mentira:


A Coligação Muda Brasil volta a denunciar o sistemático terrorismo eleitoral da campanha da candidata do PT, que a cada dia difunde mentiras na tentativa de amedrontar os eleitores. Vem sendo assim com os boatos de que o candidato Aécio Neves iria acabar com os bancos públicos (seguem anexas fotos de cartazes que vêm sendo espalhados em agências da Caixa Econômica Federal) ou privatizar a Petrobras, empresa na qual foi instalada uma organização criminosa para abastecer os cofres do PT, como apontado pela Polícia Federal. 

Agora, torna-se pública mais uma prova do terrorismo eleitoral feito pelo PT, desta vez contra os beneficiários do programa Bolsa Família. Gravação telefônica mostra uma eleitora gaúcha em contato com o comitê da candidata a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). A eleitora afirma a uma funcionária do comitê que sua cunhada recebeu ligação da equipe de Maria do Rosário, dizendo que o Bolsa Família seria suspenso caso Aécio Neves e o candidato ao governo gaúcho Ivo Sartori fossem eleitos.

A eleitora gaúcha busca confirmar se a informação procede. A funcionária do comitê de Maria do Rosário garante que sim. “Se a gente perder o governo, nada disso vai [se] manter”, mente a funcionária. Ela ainda afirma que há uma equipe no comitê responsável por informar eleitores sobre a questão. A gravação foi divulgada pelo programa Vide Versus, na Rádio Vox, e reproduzida no blog de Ricardo Setti. Ouça a gravação aqui:http://youtu.be/sXap6h-SsFU

Maria do Rosário foi reeleita deputada federal este ano. No governo da presidente Dilma Rousseff, ocupou o cargo de Ministra dos Direitos Humanos. Essa não é a primeira vez que a petista tenta utilizar o Bolsa Família de forma eleitoreira. Em maio de 2013, após uma onda de boatos sobre o fim do programa ter causado tumultos para retirada do benefício, a então ministra afirmou em seu Twitter que “os boatos devem ser da central de notícias da oposição”. Posteriormente, foi comprovado que o tumulto ocorreu devido a uma mudança no calendário de pagamentos promovido pela Caixa Econômica Federal.

Comportamentos irresponsáveis como esses, quando não vêm do PT, vêm de seus aliados. Em maio deste ano, foi revelado vídeo em que o então pré-candidato ao governo do Maranhão, Edison Lobão (PMDB), afirma em comício em Barra da Corda (MA) que Aécio Neves teria dito há poucos dias ser contra o Bolsa Família e “contra o aumento que a presidente Dilma havia dado ao Bolsa Família”. Veja o vídeo: http://youtu.be/n50VidQbTSc

A Coligação Muda Brasil reafirma o compromisso de Aécio Neves com os beneficiários do Bolsa Família e com o programa, que, em seu governo, será transformado em política de Estado.

31 razoes para nao votar errado, como certo diplomata - Paulo Roberto de Almeida


O maior diplomata brasileiro apresenta razões menores para suportar uma causa duvidosa 
Paulo Roberto de Almeida

Encontrei, num dos inúmeros sites que trabalham apaixonadamente pela causa companheira, uma postagem em defesa do voto na candidata do continuísmo, cuja introdução enaltece as qualidades daquele que foi Secretário-Geral do Itamaraty nos primeiros sete anos do governo Lula (deixando o governo para continuar servindo o regime em outras posição). Nela ele é chamado de “maior diplomata brasileiro”, o que pode até ser verdade – pelo menos nesse regime – mas não tenho condições de corroborar essa afirmação comparativamente: deve ter outros que concorrem à mesma distinção (ver a introdução neste link: http://www.ocafezinho.com/2014/10/15/maior-diplomata-brasileiro-enumera-razoes-para-votar-em-dilma/).
Mas isso não vem muito ao caso agora, pois logo após esse panegírico inaugural, vem transcrita uma lista, elaborada pelo dito maior diplomata brasileiro, contendo nada menos do que 31 razões que esse estupendo diplomata acredita que somente a sua candidata seria capaz de atender, para fazer do Brasil um país mais desenvolvidos, mais soberano, mais próspero, mais importante no mundo.
Como eu considero que a maior parte dessas razões são ridiculamente generalistas, ou seja, podem ser cumpridas por qualquer dirigente que tenha bom senso e uma boa equipe ministerial, vou separar, portanto, aquelas que não apresentam nenhuma “vinculação genética” com a candidata governista, daquelas que só ela, ou sua equipe partidária, seria capaz de perpetrar, e submetê-las, então a breves comentários de minha parte.
Ainda assim cabem observações sobre todas as supostas razões de sua lista. Resultou, dessa separação, que metade das razões são de propostas que poderiam ser cumpridas por QUALQUER presidente sensato, sendo que a outra metade, apresentada como contendo razões suscetíveis de serem preenchidas apenas pela candidata oficialista, demanda uma avaliação crítica, feita na lista B. Vejamos como se apresentaria a nova listagem dividida em duas partes, mas com seus números originais.

Lista A: obrigações ou propostas que QUALQUER presidente sensato seria capaz de cumprir (na redação dada pelo maior diplomata brasileiro), sobre as quais algumas pequenas coisas ainda podem ser ditas (por um diplomata menor):

01. para aumentar o emprego, que é a maior preocupação de cada brasileiro, com carteira assinada; [caberia registrar que empregos produtivos são geralmente criados pela iniciativa privada, uma vez que governos não criam riqueza, apenas distribuem a riqueza criada pela sociedade]

02. para controlar a inflação sem prejuízo do desenvolvimento; [parece que a candidata não foi muito feliz em nenhum dos dois objetivos: a inflação só fez elevar-se, em seu governo, passando inclusive do teto, e o crescimento desceu de elevador, para o subsolo do PIB]

03. para aumentar o salário mínimo de que depende a enorme maioria dos brasileiros; [salario mínimo costuma provocar desemprego, ou pelo menos diminuir a empregabilidade daquela fração da PEA que não possui qualificação técnica]

04. para garantir as conquistas dos trabalhadores em termos de horário, férias, licença maternidade, previdência social, aposentadoria; [meritório, mas os países mais regulados nesses aspectos podem igualmente apresentar alto desemprego se a produtividade não acompanha o nível de requerimentos legais]

06. para eliminar a pobreza e a indigência no Brasil; [bem, os companheiros vem tentando fazê-lo desde 2003 e não é seguro que consigam esse objetivo no horizonte previsível]

07. para reduzir cada vez mais a mortalidade infantil; [parece que isso já vem sendo feito desde o ancien régime, e vai continuar, em governos sensatos]

08. para aumentar a expectativa de vida de todos os brasileiros; [parece que esse processo não depende tanto de mandatos presidenciais, e sim de condições sistêmicas que vem ocorrendo naturalmente desde muito tempo; não pode portanto ser apresentado como favor governamental]

09. para eliminar o analfabetismo inclusive funcional; [se poderia começar pela própria candidata, que parece apresentar sérios problemas com as palavras]

10. para ampliar cada vez mais o número de vagas nas escolas técnicas e nas universidades; [que bom]

11. para fortalecer a cultura brasileira em todos os seus aspectos; [cultura patrocinada por burocratas costuma ser da pior espécie; por que não deixar a sociedade livre para se expressar espontaneamente?]

13. para reduzir a violência e o número de homicídios; [no ritmo atual, vai exigir um mandato de 100 anos... e contando]

18. para defender os direitos humanos de todos os brasileiros e combater toda a discriminação, preconceito e violência que tenha como origem a raça, a orientação sexual, o gênero, o nível de renda, a crença religiosa e a origem regional; [a mania de separar as pessoas por raça e todos os outros quesitos listados acaba criando uma sociedade fragmentada em direitos exclusivos de certas categorias, ao passo que o cidadão comum se sente desamparado]

19. para demarcar as terras indígenas e eliminar o desmatamento ilegal; [os indígenas já são os maiores latifundiários os país; os antropólogos politicamente corretos do partido companheiro e do governo idem pretende deixá-los eternamente numa redoma protetora?]

24. para construir mais ferrovias, mais rodovias, mais portos e aeroportos; [cabe continuar tentando, mas pela experiência acumulada até aqui em matéria de obras públicas, a fatura sempre vai ser três vezes maior do que o planejado, senão mais, e ainda tem os 3% do partido companheiro]

25. para expandir o transporte urbano público e gratuito; [só um dirigente maluco, ou que pretende repassar a conta para todos os brasileiros, inclusive os que não usam transporte público, poderia prometer uma irracionalidade econômica como o transporte gratuito]

26. para fazer a reforma agrária, fortalecer a agricultura familiar e expandir a produção e a exportação agrícola; [parece que os companheiros não gostam do agronegócio]
  
Lista B: obrigações ou propostas que o maior diplomata brasileira acredita que só a sua candidata seria capaz de cumprir (na redação dada por ele), mas sobre as quais permanecem fundadas dúvidas (daí os comentários adicionais do diplomata menor, aqui DM: ):

05. para expandir o programa Minha Casa, Minha Vida que atende a aspiração fundamental da casa própria;
            DM: O programa constitui uma enorme propaganda governamental, com subsídios pouco transparentes, num esquema que diminui a capacidade dos mercados de ajustar a oferta da construção civil à demanda existente; só não ocorreu ainda uma bolha imobiliária porque o governo é incompetente até para licenciar o número de casas potencialmente no programa.

12. para dobrar o investimento público em ciência e tecnologia;
            DM: Impossível fazê-lo, a despeito das intenções; caberia, sim, aperfeiçoar o ambiente produtivo para estimular mais investimento privado em inovação.

14. para fazer a reforma política, com ampla participação popular, eliminar a influência do poder econômico e criar uma verdadeira democracia;
            DM: Quando alguém começa a falar em “verdadeira democracia” deve ser porque já tem problemas com a democracia sem adjetivos ou condições; a reforma política dos companheiros representaria uma deformação legal tendente a assegurar-lhes o reforço de sua hegemonia e monopólio sobre o poder.

15. para lutar de forma legal contra a corrupção, punindo tanto os corruptos como os corruptores;
            DM:  Deve ser uma grande piada!

16. para democratizar os meios de comunicação e garantir a possibilidade e a liberdade de expressão para todos os brasileiros;
            DM: A palavra “democratizar’, como no vocabulário orwelliano, significa exatamente o contrário; trata-se de uma velha obsessão companheira com o controle do que chamam de “mídia”.

17. para ampliar radicalmente as oportunidades de mulheres, negros e pobres em todas as esferas da sociedade e do Estado;
            DM: O que os companheiros mais fizeram foi fragmentar a sociedade em categorias especiais, criando várias tribos que reivindicam “direitos” específicos.

20. para reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil;
            DM: Outra tarefa impossível, ou muito difícil de ser feita pelo governo, por qualquer governo; normalmente, as regiões são adquirindo suas dinâmicas ricardianas e se desenvolvem naturalmente de acordo com processos únicos e exclusivos; a pretensão de moldar regiões e estruturas econômicas é própria de engenheiros sociais, ou de regimes autoritários vocacionados para o estatismo e o intervencionismo, duas doenças tipicamente companheiras.

21. para fortalecer a soberania do Brasil;
            DM: Pura retórica vazia, como sempre foi feita; na prática, os companheiros alienaram a soberania brasileira para regimes bolivarianos e em benefício de Cuba.

22. para promover a integração e a cooperação com os vizinhos da América do Sul e da África;
            DM: Qualquer governo poderia fazer isso, mas no caso dos companheiros virou uma tal de diplomacia míope orientada para o chamado Sul, uma obsessão geográfico-ideológica que consiste em andar com uma perna só.

23. para defender a paz, a auto determinação, a não intervenção, e a solução pacífica de controvérsias como os princípios fundamentais da ação internacional do Brasil;
            DM: Mais retórica vazia, que na prática não se aplica; intervenção nos assuntos internos de outros países é o mais foi praticado durante todos os anos de diplomacia companheira, a exemplo de Honduras, Paraguai e outros casos.

27. para alcançar a autonomia energética;
            DM: Objetivo ilusório; um país aberto ao comércio e aos investimentos vai diversificar sua matriz energética de maneira mais eficiente do que excesso de intervenção governamental no setor, como aliás ocorreu com etanol, com biodiesel, petróleo, gás, nuclear, todos eles em total desequilíbrio em relação aos dados do mercado atualmente; o Brasil exibe um custo da energia dos mais elevados.

28. para reconstruir a indústria brasileira;
            DM: Bem, até agora o que ocorreu foi uma destruição pouco reconstrutora; duvidoso que se consiga fazer coisa melhor; aqui existe apenas um artigo de fé.

29. para tornar o sistema tributário mais justo e menos concentrador de riqueza;
            DM: Mas, se era essa a intenção, por que nada se fez em 12 anos; nesse período, a carga fiscal aumentou 4 pontos do PIB e só uma quarta parte disso foi para as chamadas camadas mais modestas; o resto foi para quem já é rico.

30. para reduzir as taxas de juros e democratizar o credito;
            DM: Os juros estão mais altos agora do que no início do governo, e os consumidores muito mais endividados.

31. para realizar uma Olimpíada ainda melhor do que a Copa.
            DM: Deve ser outra piada...

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 18 de outubro de 2014.

sábado, 18 de outubro de 2014

Politica Externa: e agora, vamos alinhar com quem, pessoal?

A indigência "subinteliquitual" de certos veículos e pessoas é tamanha que eles só concebem uma política externa alinhada com alguém. 
Supōe-se então que eles preferem a manutenção do alinhamento criminoso com uma ditadura abjeta como Cuba, certo?
Por que eles não dizem isso claramente e submetem ao voto do povo brasileiro?
Paulo Roberto de Almeida


Republica Mafiosa do Brasil: o pais dos petralhas (e ainda querem continuar roubando...)

Ovos, galinhas e ladrões

Nelson Motta

Quem chegou antes: empresários achacados por agentes públicos sob ameaças de grandes prejuízos ou os que subornaram para assaltar o Estado?

Com a explosão do escândalo da Petrobras e os depoimentos dos delatores premiados, tudo indica que, como nunca na História deste país, não veremos só políticos e banqueiros, mas os mais poderosos empreiteiros do Brasil, no banco dos réus, e talvez na cadeia. E o desmoronamento de uma organização criminosa formada por um cartel de empreiteiras numa ponta e partidos políticos na outra, com montanhas de dinheiro público no meio. Uma tsunami que provocará uma inevitável reforma política e eleitoral.

A extorsão e o suborno são o ovo e a galinha da corrupção brasileira. Quem chegou primeiro: os empresários achacados por agentes públicos sob ameaças de grandes prejuízos ou os que subornaram políticos e funcionários para assaltar o Estado? Além de eventuais prisões ou multas, se essas dez empreiteiras do cartel forem excluídas de concorrências públicas, que é o minimo que se pode esperar, o país vai parar. A coisa está feia para eles, mas principalmente para nós, que vamos pagar a conta que já estávamos pagando sem saber. O governo não sabia de nada.

Parece tema de um seriado. As diretorias da Petrobras eram ocupadas por partidos políticos como as quadrilhas de mafiosos ocupam territórios, para arrecadar dinheiro e se manterem no poder. Um cartel de empreiteiras dividia obras, fraudava concorrências, inflava orçamentos e pagava comissões aos partidos e a seus operadores. O doleiro Youssef era o banco central da engrenagem, fazendo o meio de campo entre a quadrilha e o cartel, distribuindo e lavando o dinheiro das comissões sujas. É tudo claro como lama. Mas quem eram os chefões ?

E pior: se fizeram isso na Petrobras, na maior empresa, a mais fiscalizada, o que não terão feito, estão fazendo, nos Correios, na Eletrobras e em estatais menores?

Como na explosão de uma bomba atômica, não se sabe ainda quantos morrerão no primeiro choque, quantos serão vítimas das radiações e quantos sofrerão terríveis mutações. A Lava-Jato será como um jato de lava vulcânica radioativa para lavar a alma de oposicionistas e governistas de bem, que querem um país mais limpo e produtivo.

A frase da semana: Paulo Francis sobre Marx

A frase é muito antiga, mas ainda não conhecia.
Marxistas, marquissistas, pelo menos sorriam...

Marx escrevendo sobre dinheiro é como padre falando sobre sexo.

Paulo Francis

Eleicoes 2014: em vez de debates, troca de acusacoes, mar de lama petista

É mais uma prova de que Dilma não tem projeto, não tem planos, não tem rumo. A única coisa que ela e seu marqueteiro João Goebbels Santana fazem é atacar o candidato oposicionista. Isso não é campanha. É central de baixarias.


Quem bate, perde", é o famoso mantra atribuído ao publicitário Duda Mendonça, o mesmo que convenceu o ex-presidente Lula a apostar na linha "paz e amor" na vitoriosa campanha de 2002. Será?

Dos 22 atuais diferentes filmes de 30 segundos da campanha de Dilma Rousseff (PT), 19 contêm ataques a Aécio Neves (PSDB), mostra uma contagem simples feita pela Folha. No rádio, das 19 inserções, 13 são de ataque.


Do lado oposto, a disposição para a briga também parece grande. Dos 18 pequenos filmes para a TV dos tucanos, 8 contêm ataques à Dilma. E das 11 inserções de rádio, 5 são de investidas contra ela.

Só não é possível dizer com segurança quem bate mais porque o PT não divulga a frequência de veiculação de cada um de seus filmes.

O debate da última quinta do SBT, UOL e Jovem Pan foi outra amostra da beligerância. Com acusações mútuas durante quase todo o evento, não parece exagero dizer que foi um dos mais agressivos debates da história das eleições presidenciais.

Para o cientista político Rui Tavares Maluf, por trás da troca de farpas há um arriscado cálculo político. Principalmente por parte da petista.

"Como a disputa está muito equilibrada e o eleitorado petista já é muito cativo, a lógica de Dilma é posso até não subir [batendo], mas tirando voto dele, consigo ganhar. E do lado do Aécio, a postura é bateu, levou'".

O risco de Dilma, segundo Maluf, está em sua maior dificuldade de expressão. "Aécio parece mais à vontade no debate, mais sólido. Então suas respostas podem parecer mais consistentes", diz.

Ainda assim, o aumento da temperatura seria melhor para a petista por causa do conteúdo das acusações.

Como o repertório de ataques contra Dilma já foi muito explorado desde o primeiro turno (denúncias na Petrobras, mensalão, aparelhamento do Estado), a repetição desses temas por parte de Aécio não gera mais surpresa no eleitorado.

Já as acusações contra Aécio (reforma de um aeroporto para uso privado, nepotismo no governo de Minas, recusa de fazer um teste de bafômetro e favorecimento às rádios da família) são menos conhecidas. O potencial para sensibilizar eleitores pouco convictos, portanto, seria maior.

O caso do bafômetro foi pesquisado pela campanha de Dilma antes da decisão de divulgar o assunto. Cerca de 90% dos eleitores diziam desconhecer que Aécio teria uma vez sido barrado numa blitz e se recusado a fazer o teste para comprovar se estava ou não alcoolizado.

Os tucanos têm avaliação parecida. Para um assessor da campanha do PSDB, o objetivo do PT ao fazer ataques a Aécio é ampliar a rejeição do presidenciável e tirar dele os votos dos "neoacistas" –pessoas que votaram em outros candidatos e agora migraram por rejeitar Dilma.

O marqueteiro Nelson Biondi, que atuou na campanha de reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, diz que método adotado por Dilma tem sido o de desconstrução pessoal do rival.

Na sua avaliação, esse caminho tem sido utilizado por causa da extrema divisão do eleitorado. Ele lembra que a expectativa de voto e a rejeição de Dilma são bastante consolidadas. Com isso, é baixa a probabilidade de ela perder votos mesmo parecendo mais agressiva.

É uma situação diferente da de Aécio, que herdou parte dos eleitores que originalmente preferiam Marina Silva (PSB) e que, portanto, não o conhece muito bem.

Chico Malfitani, marqueteiro que fez a campanha do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), também acha que a razão do aumento da temperatura é o acirramento da disputa. Para ele, isso tem chamado mais a atenção por causa da autoria das acusações. "A diferença é que desta vez os ataques não partem de terceiros, como em eleições passadas". (Folha Poder).